O nomeÍndia é derivado deIndus, que por sua vez é derivado da palavraHindu, empersa antigo. Do sânscritoSindhu, a denominação local histórica para o rio Indus.[17] Os gregos clássicos referiam-se aos indianos comoIndoi (Ινδοί), povos do Indus[18] AConstituição da Índia e o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecemBharat como um nome oficial de igualstatus.[19] Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo para toda a Índia.[20]
Os primeiros restos dehumanos anatomicamente modernos encontrados naÁsia Meridional datam de aproximadamente 30 mil anos atrás.[22] Sítios arqueológicos comarte rupestre do períodoMesolítico foram encontrados em muitas partes do subcontinente indiano, como nosabrigos na Rocha de Bhimbetka, emMadia Pradexe.[23] Por volta de7 000 a.C., os primeiros assentamentosneolíticos conhecidos apareceram no subcontinente em locais comoMergar e outros noPaquistão ocidental.[24] Estes locais gradualmente desenvolveram aCivilização do Vale do Indo,[25] a primeira culturaurbana da Ásia Meridional;[26] essa civilização floresceu entre 2 500 e1 900 a.C. no Paquistão e na região oeste da Índia.[27] Centrada em torno de cidades comoMoenjodaro,Harapa,Dolavira eKalibangan, e contando com variadas formas de subsistência, a cultura desenvolveu uma produção robusta de artesanatos e um amplo comércio.[26]
No período védico, por volta doséculo V a.C., as pequenas tribos doplanalto do Ganges e de regiões do noroeste haviam se consolidado em 16 grandesoligarquias emonarquias que eram conhecidas como osmahajanapadas.[35][36] A urbanização crescente e asortodoxias desta época também criaram os movimentos de reforma religiosa dobudismo e dojainismo,[37] sendo que ambos se tornaram religiões independentes.[38] O budismo, com base nos ensinamentos deGautama Buda, atraiu seguidores de todas asclasses sociais, com exceção daclasse média; as narrações da vida de Buda foram fundamentais para o início do registro da história indiana.[37][39][40] O jainismo entrou em destaque na mesma época durante a vida de seu "Grande Herói",Mahavira.[41] Em uma época de crescente riqueza urbana, ambas as religiões levantaram a renúncia aos bens materiais como um ideal[42] e estabelecerammosteiros de longa duração.[35] Politicamente, por volta doséculo III a.C., oReino de Mágada tinha anexado ou reduzido outros Estados para emergir como oImpério Máuria.[35] Já se acreditou que esse império controlou a maior parte do subcontinente com exceção do extremo sul, mas agora acredita-se que as suas regiões centrais eram separadas por grandes áreas autônomas.[43][44] Os reis máurias são conhecidos tanto pela construção do seu império e determinação na gestão da vida pública, quanto pela renúncia deAsoca, o Grande(r. 273–232 a.C.) do militarismo e de sua promoção dodarma budista.[45][46]
A literatura sangam, escrita emtâmil, revela que entre200 a.C. e200 d.C. o sul da península estava sendo governado pelas dinastiasCheras,Cholas ePandias, que comercializavam extensivamente com oImpério Romano e com oSudoeste e oSudeste daÁsia.[47][48] Nesse período o território do país também se tornou parte daRota da Seda, uma rede derotas comerciais que ligava oExtremo Oriente àEuropa. Por essas estradas os comerciantes indianos vendiam tecidos e especiarias para mercados daÁsia Central, enquanto monges e peregrinos budistas vinham daChina, até o período dasGrandes Navegações, quando ligações comerciais marítimas foram criadas entre o Ocidente e o Oriente.[49] No norte da Índia, ohinduísmo afirmou controle patriarcal familiar, o que levou ao aumento da subordinação das mulheres.[50][35] Até os séculos IV e V, oImpério Gupta havia criado um complexo sistema fiscal e de administração nos grandes planaltos do Ganges, que se tornou um modelo para reinos indianos posteriores.[51][52] Sob os governos dos Guptas, um hinduísmo renovado baseado nadevoção ao invés da gestão ritualística começou a se estabelecer.[53] A renovação se refletiu em um florescimento daescultura e da arquitetura, que encontrou patronos entre uma elite urbana.[52] A literaturasânscrita clássica floresceu e ciência,astronomia,medicina e matemática indianas tiveram avanços significativos.[52]
A idade medieval indiana, de 600 a1200 d.C., é definida por reinos regionais e pela diversidade cultural.[54] Quando o imperadorHarxa(r. 606–647) deCanauje, que governou grande parte da Planície do Ganges de 606 a647 d.C., tentou expandir seu território para o sul, ele foi derrotado pelogovernante Chaluca doDecão.[55] Seu sucessor, na tentativa de expandir para o leste, foi derrotado pelorei Pala deBengala.[55] Quando os Chalucas tentaram se expandir para o sul, eles foram derrotados pelos Palavas, que por sua vez se opunham aos Pandias e aos Cholas, de ainda mais ao sul.[55] Nenhum governante desse período foi capaz de criar um império unificado e os territórios sob seu controle geralmente não passavam muito além de sua região central.[54] Durante este tempo, povos depastoreio cujas terras tinham sido liberadas para abrir caminho para a crescente economia agrícola foram acomodados dentro do sistema de castas, assim como as novas classes dominantes não tradicionais.[56] O sistema de castas, consequentemente, começou a mostrar as diferenças regionais.[56]
Nos séculos VI e VII, os primeiroshinos devocionais foram criados nalíngua tâmil.[57] Eles foram imitados por toda a Índia e levaram ao ressurgimento do hinduísmo e ao desenvolvimento de todas as línguas modernas do subcontinente.[57] A realeza indiana, grande e pequena, e os templos por ela frequentados, atraíram cidadãos em grande número para as principais cidades, que tornaram-se também importantes centros econômicos.[58] Templos em cidades de vários tamanhos começaram a aparecer em todos os lugares, ao mesmo tempo que a Índia passava por outra era de urbanização.[58] Pelos séculos VIII e IX, os efeitos disso foram sentidos noSudeste da Ásia, conforme os sistemas culturais e políticos do sul da Índia eram exportados para terras que se tornaram parte dos atuaisMianmar,Tailândia,Laos,Camboja,Vietnã,Malásia eJava (Indonésia).[59] Comerciantes, estudiosos e às vezes exércitos indianos envolveram-se nesta transmissão cultural; os asiáticos do sudeste do continente também tomaram a iniciativa e organizaram muitas peregrinações para os seminários indianos, além de terem traduzido os textos budistas e hindus para os seus respectivos idiomas.[59]
Desde oséculo VIII, com as invasões deMaomé ibne Alcácime em 712, clãs nômades muçulmanos do centro da Ásia usaram cavalaria de guerra e organizaram vastos exércitos unidos pelaetnia e religião para continuamente invadir, saquear e reduzir milhares de indianos à escravidão no noroeste da Ásia Austral, levando à criação do islâmicoSultanato de Déli em 1206, após as vitórias deMuizadim Maomé Gori.[60][61] Osultanato controlou grande parte do norte da Índia e fez muitas incursões ao sul do subcontinente. Embora tenha sido perturbador para as elites indianas, o sultanato deixou a maioria da população não muçulmana sujeita às suas próprias leis e costumes, embora os templos hindus fossem saqueados, danificados e até destruídos em várias ocasiões. Uma consequência do domínio do Sultanato que pode ter tido as piores repercussões sobre a vida das massas indianas foi um aumento na escala da escravatura.[62][63]Cobadim Aibaque, que era um ex-escravo, foi o primeirosultão de Déli e a sua dinastia conseguiu conquistar grandes áreas donorte da Índia. Apenas numa das suas batalhas, reduziu à escravatura cerca de cinquenta mil homens indianos.[64]
Ao repelir repetidamente osinvasores mongóis noséculo XIII, o sultanato salvou-se da devastação experimentada pela Ásia Central e Ocidental, criando o cenário para séculos demigração de soldados, homens instruídos, místicos, comerciantes, artistas e artesãos que vinham em fuga daquelas regiões para o subcontinente indiano, criando assim uma cultura indo-islâmicasincrética no norte do país.[65][66] A invasão do sultanato e o enfraquecimento dos reinos da região do sul da Índia abriram o caminho aoReino de Bisnaga.[67] Abraçando uma forte tradiçãoxivaísta e construído sobre a tecnologia militar do sultanato, o império passou a controlar a maior parte da Índia peninsular[68] e foi influente na sociedade do sul do país por muito tempo.[67]
No início doséculo XVI, o norte da Índia, na época sob domínio principalmente muçulmano,[69] caiu novamente para a superioridade da mobilidade e do poder de fogo de uma nova geração de guerreiros daÁsia Central.[70] O subsequenteImpério Mogol não erradicou as sociedades locais que passou a governar, mas as equilibrou e pacificou através de novas práticas administrativas[71][72] e de elites dominantes diversas e inclusivas,[73] levando a uma lei mais sistemática, centralizada e uniforme por todo o império.[74] Evitando sua identidade tribal e islâmica, especialmente durante o governo deAcbar, o Grande(r. 1556–1605), os mogóis uniram seus reinos distantes através da lealdade, expressa através de uma cultura influenciada pelaPérsia e de um imperador que tinha importância quase divina.[73] As políticas econômicas do Estado Mogol tiravam a maior parte das receitas do império dosetor agrícola[75] e determinavam que os impostos deviam ser pagos em moedas deprata oficiais,[76] o que causou a entrada de camponeses e artesãos em mercados maiores.[74]
A relativa paz mantida pelo império durante grande parte doséculo XVII foi um dos fatores que ajudaram na expansão econômica da Índia nesse período,[74] o que resultou em investimentos maiores em pintura, além de obras literárias, têxteis e de arquitetura.[77] Novos grupos sociais homogêneos no norte e no oeste da Índia, como osmaratas, osrajaputes e ossiques, ganharam ambições militares e de governo durante o domínio mogol, que, através da colaboração ou da adversidade, deu-lhes reconhecimento e experiência militar.[78] A expansão do comércio durante o governo mogol deu origem à novas elites comerciais e políticas ao longo das costas do sul e do leste do país.[78] À medida que o império se desintegrou, muitas dessas elites foram capazes de manter seus negócios sob controle.[79]
No início doséculo XVIII, com a linha entre a dominação comercial e política cada vez mais tênue, uma série de empresas comerciais europeias, como aCompanhia Britânica das Índias Orientais, haviam estabelecido postos nas regiões costeiras do país.[82][83] O controle dos mares, maiores recursos, treinamento militar e tecnologia mais avançados levaram a Companhia Britânica das Índias Orientais a flexionar cada vez mais a sua força militar e tornar isso atraente para uma parcela da elite indiana. Esses dois fatores foram cruciais para permitir que a Companhia Britânica ganhasse o controle sobre a região deBengala em 1765 e marginalizasse as outras empresas europeias concorrentes.[84][82][85][86]
O acesso maior às riquezas da Bengala e o subsequente aumento da força e do tamanho de seu exército permitiram à Companhia das Índias Orientais anexar ou subjugar a maior parte do subcontinente indiano durante os anos 1820.[87] A Índia então parou de exportar bens manufaturados e, em vez disso, passou a abastecer oImpério Britânico commatérias-primas. Esse momento é considerado por muitos historiadores o início doperíodo colonial no país.[82] Por esta altura, com seu poder econômico severamente restringido peloparlamento britânico, a Companhia começou a entrar mais conscientemente em áreas não econômicas, como educação, reforma social e cultura.[88]
Gravura daÍndia Britânica de uma edição de 1909 daThe Imperial Gazetteer of India. As áreas diretamente governadas pelos britânicos estão sombreadas em rosa; os principados sobsuserania britânica estão em amarelo
Os historiadores consideram que a era contemporânea da Índia começou em algum momento entre 1848 e 1885. A nomeação, em 1848, deJames Broun-Ramsay, Lord Dalhousie, como governador-geral do Companhia das Índias Orientais preparou o palco para alterações essenciais na transição do país para um Estado moderno. Estas mudanças incluíram a consolidação e a demarcação da soberania, a vigilância da população e a educação dos cidadãos. Mudanças tecnológicas — como as ferrovias, os canais e otelégrafo — foram introduzidas no país não muito tempo depois de sua introdução naEuropa.[89][90][91][92] No entanto, a insatisfação com a Companhia também cresceu durante este período e definiu aRevolta dos Sipais, em 1857. Alimentada por diversos ressentimentos e percepções entre a população, como as invasivas reformas sociais ao estilo britânico, altos impostos sobre propriedades e o tratamento sumário de alguns príncipes e fazendeiros ricos, a revolta abalou muitas regiões do norte e do centro da Índia e sacudiu os alicerces do governo da Companhia.[93][94] Embora a rebelião tenha sido reprimida em 1858, ela levou à dissolução da Companhia das Índias Orientais e a administração da Índia passou a ser exercidadiretamente pelo governo britânico. Além de proclamarem umEstado unitário e umsistema parlamentarista limitado, inspirado pelo parlamento britânico, os novos governantes também protegeram príncipes e aristocratas como uma salvaguarda contra uma possível agitaçãofeudal futura.[95][96] Nas décadas seguintes, a vida pública emergiu gradualmente em toda a Índia, levando à fundação do partidoCongresso Nacional Indiano, em 1885.[97][98][99][100]
A corrida tecnológica e a comercialização da agricultura na segunda metade doséculo XIX foi marcada por muitos contratempos econômicos — muitos pequenos produtores tornaram-se dependentes dos caprichos de mercados distantes.[101] Houve um aumento no número de grandes crises de fome[102] e, apesar dos riscos do desenvolvimento de uma infraestrutura suportada pelos contribuintes indianos, pouco emprego industrial foi gerado para a população.[103] Houve também efeitos salutares: cultivos comerciais, especialmente na região recém-canalizada doPunjabe, levaram a um aumento da produção de comida para o consumo interno.[104] A rede ferroviária, desde o alívio da crise de fome,[105] ajudou a reduzir o custo dos bens móveis[105] e auxiliou a nascente indústria indiana.[104]
Jawaharlal Nehru (esquerda) se tornou o primeiro primeiro-ministro da Índia, em 1947.Mahatma Gandhi (direita) liderou o movimento pela independência
Após aPrimeira Guerra Mundial, ondealguns milhares de indianos serviram,[106] um novo período começou. Ele foi marcado por reformas britânicas, mas também por uma legislação mais repressiva; pelas reivindicações cada vez mais estridentes da população indiana por independência e pelo começo de ummovimento não violento de não cooperação, do qualMohandas Karamchand Gandhi se tornaria o líder e símbolo de resistência.[107] Durante os anos 1930, uma lenta reforma legislativa foi promulgada pelos britânicos e o Congresso Nacional Indiano saiu vitorioso nas eleições seguintes.[108] A década posterior foi cheia de crises: a participação indiana naSegunda Guerra Mundial, o impulso final do Congresso para a não cooperação com os britânicos e uma onda de nacionalismo muçulmano. Todos foram coroados com o advento da independência em 1947, mas ao custo de umasangrenta divisão do subcontinente em dois Estados: Índia ePaquistão.[109]
Vital para a autoimagem da Índia como uma nação independente foi a sua constituição, concluída em 1950, que colocou no lugar da antiga colônia britânica umarepúblicasecular edemocrática.[110] Nos 60 anos seguintes, a Índia teve um resultado misto de sucessos e fracassos.[111] Manteve-se uma democracia comliberdades civis, uma Suprema Corte ativista e uma imprensa, em grande parte, independente.[111] A liberalização econômica, que teve início na década de 1990, criou uma grandeclasse médiaurbana e transformou a Índia em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, o que aumentou a influência geopolítica do país.Filmes,músicas e ensinamentos espirituais indianos desempenham um papel cada vez maior na cultura mundial.[111] No entanto, o país também tem sido oprimido por umapobreza aparentemente inflexível, tanto no meio rural quanto no urbano;[111] pela violência religiosa e entrecastas;[112] por grupos insurgentes de inspiraçãomaoista chamadosnaxalitas;[113] e peloseparatismo em Jamu e Caxemira eno Nordeste da Índia.[114] O país tem disputas territoriais não resolvidas com aChina, que se deterioraram até aguerra sino-indiana de 1962;[115] e com o vizinhoPaquistão, em guerras travadas em1947,1965,1971 e1999.[115] A rivalidadenuclear entre a Índia e o Paquistão veio à tona em 1998.[116] As liberdades democráticas sustentadas da Índia são únicas entre as novas nações do mundo; no entanto, apesar de seus sucessos econômicos recentes, a liberdade de sua população desfavorecida continua a ser um objetivo a ser alcançado.[117]
A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com ascordilheirasSatpura eVindhya no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa domar Arábico, no estado deGujarat, até oplanalto deChota Nagpur, no estado deJarcanda.[122] No sul, o planalto doDecão contém à esquerda e à direita osGates Ocidentais eOrientais;[123] o planalto contém as formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de um bilhão de anos de idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 43' e 39° 26 'de latitude norte[c] e 68°7' e 89°25' de longitude leste.[124]
OKangchenjunga, na fronteira entre a Índia e o Nepal, na cordilheira doHimalaia, é o ponto mais alto do país (8 586 metros acima donível do mar)
Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como oGanges e oBramaputra, que desembocam nogolfo de Bengala.[125] Entre os afluentes mais importantes do Ganges encontram-se os riosJamuna e oKosi, cuja pendente extremamente baixa provoca inundações catastróficas quase todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas pendentes evitam inundações são oGodavari, oMahanadi, oKaveri e oKrishna, que também desembocam no golfo de Bengala;[126] e os riosNarmada eTapti, que desembocam no mar Arábico.[127]
Na costa oeste, encontram-se ospântanos do Rann de Kutch, enquanto noleste há a área protegida deSundarbans, que a Índia divide comBangladexe.[128] A Índia possui dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste indiana, e asilhas de Andamão e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas nomar de Andamão.[129] O país tem 7 517 km delitoral, dos quais 5 423 pertencem ao subcontinente indiano e 2 094 pertencem aosarquipélagos deAndamão e Nicobar eLaquedivas. A costa indiana tem 43% depraias arenosas, 11% de costas rochosas (incluindofalésias) e 46% demarismas ou costas pantanosas.[11]
O clima indiano é fortemente influenciado pelo Himalaia e pelo deserto do Thar, os quais favorecem o desenvolvimento dasmonções.[130] O Himalaia barra a entrada deventos catabáticos frios, vindos daÁsia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria das localidades que se localizam emlatitudes similares.[131][132] O deserto do Thar desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados deumidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a maioria dasprecipitações do país.[130] As zonas climáticas principais que predominam em território indiano são otropical úmido,tropical semiúmido e osubtropical úmido.[133]
Os bosques da Índia variam deflorestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e noroeste indiano, atéflorestas temperadas de coníferas do Himalaia. Entre esses extremos encontram-se os bosquescaducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o bosquexerófito doDecão central e a planície ocidental doGanges.[137] Estima-se que menos de 12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.[138]
Muitas espécies da Índia são descendentes detáxons originários deGondwana, do qual a placa tectônica indiana se separou. O movimento posterior da placa do subcontinente indiano e a sua colisão com a massa de terra daLaurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. Entretanto, ovulcanismo e asmudanças climáticas registradas há vinte milhões de anos provocaram umaextinção em massa de espécies originárias de Gondwana.[139] A partir de então, mamíferos ingressaram ao subcontinente a partir daÁsia por meio de doispassoszoogeográficos em ambos os lados emergentes do Himalaia.[137] Em consequência, apenas 12,6% dosmamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos.[134]
Nas últimas décadas, a invasões humanas generalizadas e ecologicamente devastadoras criaram uma ameaça crítica à vida silvestre da Índia. Em resposta, o sistema deáreas protegidas eparques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, foi ampliado consideravelmente. Em 1970, o governo indiano decretou aLei de Proteção da Vida Silvestre[142] e o "Projeto Tigre", para proteger ohabitat crucial destes animais, além de em 1980 ter sido decretada a Lei de Conservação dos Bosques.[143] A Índia tem mais de quinhentos santuários de vida selvagem e trezereservas da biosfera,[144] quatro das quais fazem parte daRede Mundial de Reservas da Biosfera. Vinte e cincozonas de umidade estão registradas naConvenção sobre as Zonas Úmidas.[145]
Com uma população de mais de um1 000 000 000 de habitantes,[146] a Índia era o segundo país mais populoso do mundo em 2009. Desde os anos 1960, o país tem vivido um rápido aumento em sua população urbana devido, em grande parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da produtividade agrícola devidos à "revolução verde".[147][148]
Ataxa de alfabetização no país em 2013 era 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens).[3] O estado com o maior índice de alfabetização em 2007 eraQuerala, com 91%, enquantoBiar tinha a menor taxa, com apenas 47%.[149][150] Arazão sexual em 2013 era 944 homens para cada mil mulheres, enquanto que a taxa decrescimento demográfico anual era 1,38%; a cada ano eram registrados 22,01 nascimentos para cada mil pessoas.[3]
Segundo aOrganização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, a cada ano morriam novecentos mil indianos por beberem água imprópria e por inalarem ar contaminado.[151] Amalária é endêmica na Índia.[152] Existiam cerca de 60 médicos para cada 100 mil pessoas no país.[153]
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e genética do mundo, depois daÁfrica.[154] O país é o lar de duas grandes famílias linguísticas: aindo-ária (falada por aproximadamente 74% da população) e adravídica (falada por aproximadamente 24%). Outras línguas faladas na Índia provêm daslínguas austro-asiáticas etibeto-birmanesas. Ohindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes[155] e é a língua oficial darepública.[156] Oinglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem ostatus de "idioma oficial subsidiário", sendo também importante na educação, especialmente noensino médio e superior.[157]
Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais e a constituição reconhece outras 21 línguas, que são faladas por um importante setor da população ou são parte da herança histórica indiana, e que são denominadas "línguas clássicas". Enquanto osânscrito e otâmil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos,[158][159] o governo indiano também concedeu o estatuto de língua clássica aocanarês e aotelugo.[160] O número de dialetos na Índia chega a mais de 1 652.[161]
Ao longo dahistória da Índia, a religião tem sido uma parte importante da cultura do país. A diversidade e atolerância religiosa são ambas estabelecidas no país pela lei e pelos costumes; a Constituição declarou que aliberdade de religião é um direito fundamental.[166]
O subcontinente indiano também contém a maior população demuçulmanos do mundo, com cerca de um terço de todos os seguidores doIslã dosul da Ásia.[170][171][172] Em 2050, a população muçulmana da Índia deve crescer para 311 milhões e ultrapassar aIndonésia para se tornar a maior população muçulmana do mundo, embora a Índia mantenha uma maioria hindu (cerca de 77%).[173] A Índia também é o berço doislã ahmadi. Os santuários de alguns dos santos mais famosos dosufismo são encontrados na Índia e atraem visitantes de todo o mundo.[174]
A população urbana da Índia no fim doséculo XX era onze vezes superior à do início do século e vem se concentrando cada vez mais nas grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinham população igual ou superior a um milhão dehabitantes. Cada uma das três cidades mais populosas (Bombaim,Déli eCalcutá) tinham então mais de dez milhões de habitantes. Porém, nesse mesmo ano, 70% da população indiana vivia em áreas rurais.[175][176]
Opresidente da Índia é ochefe de estado[183] e é eleito indiretamente por umcolégio eleitoral[184] para um mandato de cinco anos.[185][186] Oprimeiro-ministro é o chefe do governo e exerce a maioria das funções dopoder executivo.[183] Nomeado pelo presidente,[187] o primeiro-ministro é geralmente próximo do partido ou aliança política que conta com a maioria das cadeiras da câmara baixa do parlamento.[183] O poder executivo consiste no presidente, o vice-presidente, o conselho de ministros (sendo o gabinete seu comitê executivo), encabeçado pelo primeiro-ministro. Qualquer ministro do conselho deve ser membro de qualquer câmara parlamentar. No sistema parlamentarista indiano, o poder executivo está subordinado ao poder legislativo, o primeiro-ministro e seu conselho são diretamente vigiados pela câmara baixa do parlamento.[161]
Opoder legislativo da Índia está representado pelo parlamento bicameral, que consiste nacâmara alta, chamadaRajya Sabha (conselho dos estados) e a câmara baixa, chamadaLok Sabha (conselho do povo).[188] A "Rajya Sabha" é um órgão permanente, que conta com duzentos e quarenta e cinco membros que servem por um período de seis anos. A maioria deles é eleita indiretamente pelas legislaturas estatais e territoriais, medianterepresentação proporcional. Dos 545 membros do Lok Sabha, 543 são eleitos diretamente pelo voto popular para representarem determinados grupos sociais por um período de cinco anos. Os outros dois membros são nomeados pelo presidente entre acomunidade anglo-indiana.[189]
A Índia conta com umpoder judiciário de três níveis, que consistem naSuprema Corte de Justiça, encabeçada pelo chefe de justiça, vinte e um tribunais superiores e um grande número de tribunais deprimeira instância.[190] A suprema corte é um tribunal de primeira instância para casos relacionados com osdireitos humanos fundamentais e umtribunal de apelação acima dos tribunais superiores.[191] É judicialmente independente,[190] tendo o poder de declarar e elaborar leis e revogar leis nacionais ou estaduais que violem a constituição.[192] A função de intérprete último da constituição é uma das funções mais importantes da suprema corte.[193]
Prédios da Biblioteca do Parlamento com a sede doParlamento da Índia ao fundo
A Índia é ademocracia mais populosa do mundo.[194] O país é umarepública parlamentarista com um sistemamultipartidário[195] com seis partidos nacionais credenciados, como oPartido do Congresso Nacional Indiano (eminglês:Indian National Congress - INC ou simplesmenteCongresso) e oPartido do Povo Indiano (Bharatiya Janata Party — BJP), além de mais de 40 partidos regionais.[196] O Partido do Congresso é considerado decentro-esquerda ou "liberal" dentro da cultura política indiana, enquanto o BJP é de centro-direita ou "conservador". Durante a maior parte do período compreendido entre 1950 — quando a Índia se tornou umarepública pela primeira vez — e o final dos anos 1980, o Congresso manteve maioria no parlamento indiano. Desde então, no entanto, o partido cada vez mais divide o palco político com o BJP[197] e com poderosos partidos regionais que muitas vezes forçam a criação de coalizões multipartidárias.[198]
Nas três primeiras eleições gerais da República da Índia — em 1951, 1957 e 1962 — o Congresso, liderado porJawaharlal Nehru, teve uma série de vitórias fáceis. Com a morte de Nehru em 1964,Lal Bahadur Shastri tornou-se rapidamente o primeiro-ministro; ele foi sucedido, após a sua morte inesperada em 1966, porIndira Gandhi, que levou o Partido do Congresso a vitórias eleitorais em 1967 e 1971. Após o descontentamento público causado pela declaração deestado de exceção em 1975 pela primeira-ministra, o Congresso perdeu as eleições em 1977; o então novoPartido Janata Dal, que se opôs ao estado de exceção, ganhou e seu governo durou pouco mais de três anos. Ao voltar ao poder em 1980, o Congresso viu uma mudança em sua liderança em 1984, quando Indira Gandhi foi assassinada e então foi sucedida por seu filho,Rajiv Gandhi, que conquistou uma vitória fácil nas eleições gerais no final daquele mesmo ano. O Congresso foi eleito novamente em 1989, quando a coalizão Frente Nacional, liderada pelo Janata Dal (um partido recém-criado), em aliança com a Frente de Esquerda, venceu as eleições; esse governo também foi relativamente curto: durou pouco menos de 2 anos.[199]
Novas eleições foram realizadas em 1991, mas nenhum partido obteve a maioria absoluta no parlamento. O Congresso, no entanto, por ser o maior partido único do país, conseguiu formar umgoverno de minoria liderado porP. V. Narasimha Rao.[200] Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguido por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a Aliança Democrática Nacional, que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.[201]
Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras noLok Sabha (câmara baixa do parlamento) e formou um governo de coalização denominada deAliança Progressista Unida (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder naseleições gerais de 2009, entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,[202]Manmohan Singh foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde Jawaharlal Nehru foi eleito no seu cargo.[203]
O presidente da Índia é o comandante supremo dasforças armadas do país; com 1,6 milhão de soldados ativos, eles compõem o terceiro maior exército do mundo.[221] As forças armadas compreendem oexército, amarinha e aforça aérea; organizações auxiliares incluem o Comando de Forças Estratégicas e três grupos paramilitares: osAssam Rifles, a Força Especial de Fronteira e a Guarda Costeira.[222] Oorçamento de defesa oficial indiano para 2011 foi de36,03bilhões* dedólares, ou 1,83% do seuPIB.[223] Para o ano fiscal que abrange 2012–2013 foram orçados para essa área 40,44 bilhões de dólares.[224]
De acordo com um relatório de 2008 doSIPRI, a despesa militar anual da Índia em termos de poder de compra foi de 72,7 bilhões de dólares.[225] Em 2011, o orçamento anual de defesa do país teve um aumento de 11,6%,[226] embora isso não inclua os fundos que chegam aos militares através de outros ramos do governo.[227]
Em 2012, o país era o maior importador de armas do mundo; entre 2007 e 2011, a Índia foi responsável por 10% dos fundos gastos em compras internacionais de armas.[228] Grande parte das despesas militares é voltada para a defesa contra o Paquistão e para combater a crescente influência chinesa noOceano Índico.[226]
Ogoverno colonial britânico expulsou osdalits da península deBombaim para criar afavela deDharavi.[229] Atualmente, cerca de 20% da população de Dharavi é composta por dalits, que convivem com os muçulmanos (que constituem cerca de um terço da população da favela) e outrascastas e tribos[230][231]
A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. Osistema indiano de castas descreve a estratificação e as restrições sociais dosubcontinente indiano; também define as classes sociais por gruposendogâmicos hereditários, que a princípio se denominamjatis oucastas.[232] A Índia declarou a "intocabilidade" ilegal em 1947 e, desde então, promulgou outras leis antidiscriminatórias e iniciativas para o bem-estar social, embora relatórios sugiram que muitosdalits ("ex-intocáveis") e outras castas mais baixas em áreas rurais continuam a serem segregadas e enfrentam perseguição e discriminação.[233][234][235] No local de trabalho das grandes cidades e nas principais empresas indianas ou internacionais, o sistema de castas praticamente perdeu a sua importância.[236][237]
Os valores tradicionais das famílias indianas são muito importantes e o modelopatriarcal tem sido o mais comum durante séculos, ainda que recentemente a família nuclear esteja se convertendo no modelo seguido pela população que vive naszonas urbanas.[238] A maioria dos indianos tem seuscasamentos arranjados por seus pais ou por outros membros da família, com o consentimento da noiva e do noivo. Omatrimônio é planejado para toda a vida,[239] a taxa dedivórcio é extremamente baixa.[240] Ocasamento na infância é ainda uma prática comum, e metade das mulheres indianas se casa antes dos dezoito anos.[241][242] O infanticídio feminino e o feticídio feminino no país causaram uma discrepância na proporção entre os sexos; a partir de 2005, estimava-se que havia mais 50 milhões de homens do que de mulheres. De acordo com um estudo de 2011, de Sonia Bhalotra, do Centre for Market and Public Organisation (CMPO) na Universidade de Bristol, a prática está mais fortemente estabelecida entre as famílias de maiores recursos do que nas áreas rurais pobres.[243][244]
O pagamento de um dote, embora ilegal, continua generalizado entre as classes. Uma mulher é morta por cada hora na Índia porque sua família não conseguiu responder às demandas do marido e dos sogros por pagamentos de dote mais altos e presentes generosos. Asmortes por dote, uma variante dos chamados "crimes de honra", foram em 2012, segundo os próprios dados oficiais, 8233.[245][246] Perto de 40% dos suicídios femininos, a nível mundial, ocorrem na Índia; um estudo de 2018 responsabiliza por isso os casamentos precoces, a violência masculina e a cultura patriarcal.[247] Na Índia, a cada 15 minutos uma violação de uma mulher é reportada. Mas, na maioria dos casos, leva anos até o culpado ser punido. Porém, quando uma vaca é abatida, existem grupos extremistas que, imediatamente, matam ou agridem os suspeitos do crime.[248][249] A Índia é considerada o quarto país do mundo mais perigoso para as mulheres.[250] Em 2012, obrutal estupro coletivo de Jyoti Singh Pandey[251][252] no interior de umônibus em Déli encheu as primeiras páginas dos noticiários, com milhares de pessoas manifestando-se nas ruas para protestar contra a falta de proteção legal para as vítimas de assaltos sexuais, a lentidão ou desprezo dos tribunais, práticas policiais nocivas e as questões sociais subjacentes que levam a esse estado de coisas.[253]
Mapa político da Índia, mostrando a divisão por estados e territórios da União (em itálico)
A Índia se subdivide em 28 estados e 8"territórios da União".[154] Todos os estados e os 2 territórios da União dePondicheri e oterritório da capital nacional elegem suaslegislaturas e governos por meio do modelo de Westminster. Os outros 5 territórios união são regidos de forma direta pelo governo federal, através de várias administrações designadas. Em 1956, em virtude daLei de Reorganização dos Estados, o território indiano foi dividido baseando-se em aspectos linguísticos.[255] A partir de então, esta estrutura permaneceu sem mudanças. Cada estado ou território da união se divide em distritos administrativos.[256] Por sua vez, os distritos se dividem emtalucas (outehsils) e finalmente emaldeias.
No período compreendido entre as décadas de 1950 e 1980, a economia indiana seguia tendências socialistas. A economia se manteve paralisada por regulamentos impostos pelo governo, oprotecionismo e a propriedade pública, o que levou a umacorrupção generalizada e a um lento crescimento econômico.[238][258][259] Em 1991, a economia nacional se converteu em umaeconomia de mercado.[258][259] Esta mudança na política econômica em 1991 se deu pouco depois de uma crise aguda nobalanço de pagamentos, pelo que desde então se pôs ênfase em fazer docomércio internacional e doinvestimento estrangeiro direto um setor primordial da economia indiana.[260]
Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de crescimento anual doproduto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo.[261] A Índia conta com a maiorforça de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões de pessoas. Em termos de produção, o setor agrícola representa 28% do PIB; osetor de serviços, 54% e a indústria, 18%. Os principais produtos agrícolas e de gado incluemarroz,trigo, sementesoleaginosas,algodão,juta,chá, acana-de-açúcar,ovinos,caprinos,aves de curral e pescados.[154]
Carro conceito daTata Motors, parte doGrupo TataA agricultura indiana começou no entre 7 000 e6 000 a.C., emprega a maior parte da força de trabalho nacional e o país é o segundo produtor agrícola mundial. Acima, um agricultor trabalha umarado puxado por bois em Kadmati,Bengala Ocidental
Um relatório em 2007 daGoldman Sachs previa que entre 2007 e 2020 o PIB indiano quadruplicaria e que poderia superar o PIB dosEstados Unidos antes de 2050, mas que a Índia continuaria sendo um dos países com habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, com rendaper capita abaixo dos seus companheiros "BRIC" (Brasil,Rússia, Índia eChina).[262]
As principais indústrias são atêxtil,maquinaria,produtos químicos,aço,transportes,cimento,mineração esoftware.[154] Em 2006, o comércio indiano havia alcançado uma proporção relativamente moderada de 24% do PIB, crescendo à taxa de 6% desde 1985.[258] O comércio da Índia representa um pouco mais de 1% do comércio mundial. As principais exportações incluem os derivados depetróleo, alguns produtos têxteis, pedras preciosas, software, engenharia de bens, produtos químicos, peles e couros.[154] Entre as principais importações estão o petróleo cru, maquinarias,joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.[154]
Apesar de seu notável crescimento econômico nas últimas décadas, a Índia contém a maior concentração de pessoaspobres do mundo e tem uma alta taxa desubnutrição emcrianças menores de três anos (46% em 2007).[263][264] A porcentagem de pessoas vivendo abaixo dalinha de pobreza segundo oBanco Mundial, vivendo com menos de um dólar por dia (PPA, em termos nominais Rs. 21,6 ao dia nas zonas urbanas e Rs. 14,3 nas zonas rurais) diminuiu de 60% em 1981 para 42% em 2005.[265] Apesar de nas últimas décadas a Índia ter evitado acarestia, a metade das crianças tem um peso inferior à média mundial, uma das taxas mais altas do mundo e quase o dobro da taxa daÁfrica subsaariana.[266]
Apesar de nos últimos decênios a economia indiana ter aumentado de forma constante, este crescimento tem ocorrido de maneira desigual, em especial quando se compara àqualidade de vida nos diferentes grupos sociais, econômicos, em diversas regiões geográficas, zonas rurais e urbanas.[267] Em 2008, oBanco Mundial afirmava que as prioridades mais importantes para o governo indiano deveriam ser a reforma dosetor público, a construção de infraestruturas básicas, o desenvolvimento agrícola erural sustentável, a eliminação das normas de trabalho, a reforma nos estados mais atrasados e a luta contra aAIDS.[268]
A Índia responde por cerca de 2,9% de todas as despesas empesquisa e desenvolvimento do mundo em 2012 e o número de publicações científicas do país é crescente.[272] No entanto, de acordo com o ministro de ciência e tecnologia indiano, Kapil Sibal, o país está ficando para trás em ciência e tecnologia em comparação aospaíses desenvolvidos.[273] A Índia tem apenas 140 pesquisadores para cada milhão de habitantes, em comparação com 4 651 nosEstados Unidos.[273] O país investiu 3,7 bilhões de dólares em ciência e tecnologia entre 2002 e 2003. Em comparação, aChina investiu cerca de quatro vezes mais, enquanto os Estados Unidos investiram cerca de 75 vezes mais do que os indianos em ciência e tecnologia.[274] Apesar disso, cinco Institutos Indianos de Tecnologia foram listados entre as dez melhores escolas de ciência e tecnologia da Ásia, pelaAsiaweek.[275] O número de publicações de cientistas indianos é caracterizado por algumas das taxas de crescimento mais rápidas entre os principais países. A Índia, juntamente com China,Irã eBrasil são os únicospaíses em desenvolvimento que fazem parte dos 31 países que juntos são responsáveis por 97,5% da produção científica do mundo.[276]
A educação no país é fornecida e mantida pelos setores público e privado, com controle e financiamento proveniente de três níveis de governo: central, estadual e local. Na cidade antiga deTaxila foi encontrado o primeiro centro de ensino superior registrado da Índia, datado doséculo V a.C., mas é discutível se ele pode ser considerado uma universidade. A Universidade deNalanda, fundada em 470, foi o mais antigo sistema educacional universitário de todo o mundo, no sentido moderno de "universidade".[277]
A educação ocidental enraizou-se na sociedade indiana com o estabelecimento doRaj britânico. O sistema educacional indiano está sob o controle do Governo da União e, com alguma autonomia, dos estados. Vários artigos da constituição indiana classificam a educação como um direito fundamental. A maioria das universidades no país é controlada pela União ou pelos governos dos estados. O país tem feito progressos em aumentar a taxa de frequência noensino primário e na expansão daalfabetização para cerca de três quartos da população.[278] A melhora no sistema de ensino indiano é frequentemente citada como um dos principais contribuintes para ocrescimento econômico do país nos últimos anos.[279] Grande parte do progresso, especialmente na educação superior e na pesquisa científica, foi atribuído a várias instituições públicas. O mercado educacional privado indiano movimentou 40 bilhões de dólares em 2008 e aumentou esse valor para 70 bilhões em 2012.[280]
No entanto, o país continua a enfrentar severos desafios nessa área. Apesar do crescente investimento educacional, 25% de sua população ainda é analfabeta, apenas 15% dos estudantes indianos chegam àescola secundária e apenas 7% àpós-graduação.[281] A qualidade da educação, seja no ensino fundamental ou no superior, é significativamente baixa em comparação com a das principais nações em desenvolvimento. Em 2008, as instituições de ensino superior ofereciam vagas suficientes para apenas 7% da população em idade universitária do país, 25% dos cargos de ensino em todo a Índia estão vagos e 57% dos professores universitários indianos não tinhammestrado oudoutorado.[282] Em 2011, existiam 1 522 faculdades de engenharia, com um total anual de 582 mil estudantes,[283] além de 1 244politécnicos, com um total anual de 265 mil estudantes. No entanto, estas instituições enfrentam problemas, como a escassez de professores e preocupações têm sido levantadas sobre a qualidade do ensino oferecido.[284]
A Índia tem um sistema de saúde universal mantido pelos seus estados e territórios constituintes. A constituição cobra de cada estado "elevar o nível da nutrição e da qualidade de vida de seu povo e da melhoria da saúde pública como entre suas funções primárias". A Política Nacional de Saúde foi aprovada peloParlamento da Índia em 1983 e atualizada em 2002.[285] Paralelo ao setor de saúde pública, e de fato mais popular, é o setor médico privado. Famílias indianas urbanas e rurais tendem a utilizar o setor médico privado com mais frequência do que o setor público, como refletido em pesquisas.[286]
Em 2013, aexpectativa de vida na Índia era 64 anos para os homens e 67 anos para as mulheres, e a taxa demortalidade infantil era 61 por mil nascidos vivos.[287] Em 2009, 42% das crianças indianas abaixo de três anos de idade eramdesnutridas, taxa maior que a encontrada em estatísticas da regiãosubsaariana daÁfrica, que era 28%.[288] Embora a economia do país tenha crescido 50% entre 2001 e 2006, a taxa de desnutrição infantil caiu apenas 1%, ficando atrás de países com taxas de crescimento similares.[151] A desnutrição impede o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, além de reduzir seus níveis de escolaridade e renda quando adultas.[151] Estes danos irreversíveis resultam em uma menor produtividade para o país.[151] Como mais de 122 milhões de famílias sembanheiros e 33% sem acesso àlatrinas, mais de 50% da população do país (638 milhões de pessoas) defecavam ao ar livre todos os dias em 2009.[289] Esta taxa é consideravelmente maior do que as deBangladexe eBrasil (7%) e daChina (4%).[289] Apesar de 211 milhões de pessoas terem ganho acesso a sistemas desaneamento básico entre 1990 e 2008, apenas 31% utilizavam os recursos oferecidos.[289]
Desde a liberalização econômica dos anos 1990, o desenvolvimento da infraestrutura no país progrediu a um ritmo rápido e hoje há uma grande variedade de meios de transporte por terra, água e ar. No entanto, o PIBper capita relativamente baixo da Índia fez com que o acesso a estes modos de transporte não tenha sido homogêneo. A penetração de veículos motorizados é baixa para os padrões internacionais, com apenas 103 milhões de carros nas estradas indianas em 2008.[290] Além disso, apenas cerca de 10% dos lares do país possuíam uma motocicleta.[291] Ao mesmo tempo, aindústria automobilística indiana está crescendo rapidamente, com uma produção anual de mais de 4,6 milhões de veículos em 2009[292] e em 2004 previa-se que o volume de veículos deveria aumentar significativamente no futuro.[293] Nesse contexto, porém, otransporte público continua a ser o principal meio de locomoção da maioria da população e os sistemas de transporte públicos do país estão entre os mais utilizados no mundo.[294]
Apesar das melhorias em curso na área, vários aspectos do setor de transportes ainda estão cheios de problemas devido à infraestrutura precária e à falta de investimento em regiões menos economicamente ativas do país. A demanda por infraestrutura e serviços de transportes tem vindo a aumentar em cerca de 10% ao ano,[294] já que a infraestrutura atual é incapaz de atender às demandas econômicas crescentes. De acordo com estimativas de 2008 daGoldman Sachs, a Índia teria que gastar 1,7 trilhão de dólares em projetos de infraestrutura ao longo da década seguinte para impulsionar seu crescimento econômico, do qual 500 bilhões de dólares estão orçados para serem gastos durante o Décimo Primeiro Plano Quinquenal.[295]
A rede ferroviária indiana é uma das maiores do mundo (com 63 465 km de extensão em 2007)[296] e é o sistema mais utilizado do planeta,[294] transportando 651 milhões de passageiros e mais de 921 milhões de toneladas de carga em 2010.[297] O sistema ferroviário indiano, introduzido em 1853 pelos britânicos, é administrado e mantido pela empresa estatalIndian Railways, sob a supervisão do Ministério das Ferrovias.[298]
A Índia tem uma rede de estradas nacionais que ligam todas as principais cidades e capitais estaduais, formando a espinha dorsal econômica do país. Em 2010, o país tinha um total de 79 443 km de estradas nacionais, das quais 200 km eram classificadas comoautoestradas. A rede de estradas estaduais totalizava no mesmo ano 131 899 km e o total da rede rodoviária indiana cerca de 3 300 000 km.[299]
De acordo com Projeto de Desenvolvimento Rodoviário Nacional (PNDS), em 2008 a intenção era equipar algumas das principais estradas nacionais com quatro pistas de rodagem, além de também existir um plano de converter alguns trechos dessas estradas em seis pistas.[301] Em meados da década de 2010, a Autoridade Nacional de Estradas estimava que cerca de 65% da carga e 80% do tráfego de passageiros do país era transportado por rodovias. As estradas nacionais indianas transportavam cerca de 40% do total do tráfego rodoviário, embora apenas cerca de 1,7% da rede de estradas estivesse coberta por essas estradas principais. O crescimento médio do número de veículos foi 10,16% ao ano nos primeiros anos da década de 2010.[299]
Em 2011, a política energética da Índia estava em grande parte definida pelo crescente déficit energético do país[309] e pelo maior foco no desenvolvimento defontes alternativas de energia,[310] particularmenteenergia nuclear,solar eeólica.[311] Cerca de 70% da capacidade de geração de energia do país provém decombustíveis fósseis, sendo ocarvão o responsável por 40% do consumo total de energia indiano, seguido pelopetróleo bruto e pelogás natural com 24% e 6%, respectivamente. O país é em grande parte dependente de importações de combustíveis fósseis para atender suas demandas de energéticas; em 2030, a dependência da Índia de importações de energia deverá ultrapassar 53% do consumo total do país.[309] Em 2009–10, o país importou 159,26 milhões de toneladas de petróleo bruto, que equivale a 80% do seu consumo interno, e 31% do total das importações indianas são provenientes do petróleo.[309][312] O crescimento da geração da eletricidade na Índia tem sido dificultado pela escassez de carvão nacional[313] e, como consequência, as importações de carvão para a produção de eletricidade aumentaram 18% em 2010.[314]
Devido à sua rápida expansão econômica, em 2010 o país era um dos mercados de energia que cresciam mais rapidamente no mundo e esperava-se que se tornasse o segundo maior contribuinte no aumento da demanda energética global até 2035, sendo responsável por 18% do aumento do consumo mundial.[311] Dada a crescente demanda de energia e as limitadas reservas de combustíveis fósseis no mercado interno, o país tem planos ambiciosos para expandir suas indústrias de energia renovável e nuclear. Em 2011, a Índia tinha o quinto maior mercado de energia eólica do mundo[315] e tinha planos de adicionar cerca de 20 gigawatts de capacidade de energia solar até 2022,[311] além de também prever aumentar a contribuição da energia nuclear para a capacidade total de geração de eletricidade de 4,2% para 9% em 25 anos.[316] O país tinha cincousinas nucleares em construção e planejava construir outros dezoito até 2025.[317] A Índia possui uma importante reserva do elementotório e objetiva usá-la na geração de energia.[318][319] OKAMINI (Kalpakkam Mini reactor) é oreator de tório indiano,[320] que opera em caráter experimental.
Em 2021, a Índia tinha, em energia elétrica renovável instalada, 51 565 MW emenergia hidroelétrica (6.º maior do mundo), 40 067 MW emenergia eólica (4.º maior do mundo), 49 684 MW emenergia solar (5º maior do mundo), e 10 578 MW embiomassa.[321]
A cultura indiana está marcada por um alto grau desincretismo[327] epluralismo. Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes daÁsia, principalmenteIndochina eExtremo Oriente.[328]
As práticas religiosas são parte integral da vida cotidiana e são um assunto de interesse público. A roupa tradicional varia de acordo com ascores eestilos segundo a região e depende de certos fatores, incluindo o clima. Os estilos de vestir incluem prendas simples como osári para asmulheres e odhoti para oshomens;calças ecamisas de estilo europeu também são populares entre os homens.[329] O uso de joias delicadas, modeladas em flores reais usados durante a Índia antiga, faz parte de uma tradição que remonta a cerca de 5 000 anos; pedras preciosas também são usadas na Índia como talismãs.[330]
Indianos celebrando oHoli, conhecido comoFestival das Cores, em Adoor, no estado deQuerala
Muitas celebrações indianas são de origem religiosa, ainda que algumas independam da casta ou credo. Alguns dos festivais mais populares do país são:Diwali,Holi,Durga Puja,Eid ul-Fitr,Eid al-Adha,Natal eVesak. Além destas, a nação tem três festas nacionais: odia da República, o dia da independência e oGandhi Jayanti, em homenagem aMahatma Gandhi. Uma outra série de dias festivos, variando entre nove e doze dias, são oficialmente celebrados em cada estado nacional.[331]
A culinária indiana apresenta uma forte dependência deervas eespeciarias, com pratos muitas vezes apelando para o uso sutil de uma dúzia ou mais decondimentos diferentes;[332] a gastronomia do país também é conhecida por suas preparações tanduri. Notandur, um forno de argila usado na Índia há quase 5 000 anos, as carnes ficam com uma "suculência incomum" e é possível produzir o pão sírio inchado conhecido comonaan.[333] Os alimentos básicos são otrigo (principalmente no norte do país),[334]arroz (especialmente no sul e no leste) elentilhas.[335] Muitas especiarias populares no mundo todo são nativas do subcontinente indiano,[336] enquanto opimentão, que é nativo dasAméricas e foi introduzido pelosportugueses, é amplamente utilizado pela população local.[337] Oaiurveda, um sistema de medicina tradicional, usa seisrasas e trêsgunas para ajudar a descrever os comestíveis.[338]
Ao longo do tempo, conforme ossacrifícios de animais feitos pelosvédicos foram suplantados pela noção desacralidade inviolável da vaca, ovegetarianismo foi associado a um alto nível religioso e tornou-se cada vez mais popular,[339] uma tendência auxiliada pelo aumento de normasbudistas,jainistas ebhaktishindus.[340] A Índia tem a maior concentração de vegetarianos do mundo: uma pesquisa realizada em 2006 constatou que 31% dos indianos eramlactovegetarianos e outros 9% eramovovegetarianos.[340] Entre os costumes alimentares mais tradicionais e comuns estão refeições feitas perto ou no próprio chão, refeições segregadas por casta e gênero e uso da mão direita ou de um pedaço deroti (tipo de pão) no lugar dostalheres.[341][342]
Grande parte da arquitetura indiana, incluindo oTaj Mahal e outras obras da arquiteturamogol e do sul da Índia, combina antigas tradições locais com estilos importados de outras nações.[344] A arquitetura vernacular, no entanto, é altamente regionalizada. AVastu Shastra, literalmente "ciência da construção" ou "arquitetura" e atribuída a Mamuni Maia,[345] explora como as leis da natureza afetam as habitações humanas,[346] além de empregar geometria precisa e alinhamentos direcionais para refletir construções cósmicas.[347]
A arquitetura dos templos hindus é influenciada pelosShastras Shilpa, uma série de textos fundamentais cuja forma mitológica básica é amandala Vastu-Purusha, uma praça que encarna o conceito de "absoluto".[348]
O Taj Mahal, construído na cidade deAgra entre 1631 e 1648 por ordem do imperadorShah Jahan e em memória de sua esposa, é descrito na lista doPatrimônio Mundial daUNESCO como "a joia da arte muçulmana na Índia e uma das obras-primas universalmente admiradas da herança do mundo".[349] A arquiteturaneo-indo-sarracena, desenvolvida pelosbritânicos no final doséculo XIX, baseou-se em arquitetura indo-islâmica.[350]
Amúsica indiana varia através de várias tradições e estilos regionais. Amúsica clássica abrange dois gêneros e suas diversas ramificações populares: o hindustai, do norte, e escolas carnáticas, do sul.[351] Entre as formas populares regionalizadas incluem-se ofilmi e músicas folclóricas; a tradição sincrética dosbauls é uma forma bem conhecida desta última.[351]
A dança indiana também tem formas clássicas e diversas. Entre as danças folclóricas mais conhecidas estão obhangra do Punjabe, obihu de Assão, ochhau de Bengala Ocidental e Jharkhand, osambalpuri de Odisha, oghoomar do Rajastão e olavani, de Maarastra. Oito formas de dança, muitas com formas narrativas e elementos mitológicos, têm sido reconhecidas como danças clássicas pela Academia Nacional de Música, Dança e Teatro da Índia. São elas:bharatanatyam, do estado de Tâmil Nadu,kathak,de Utar Pradexe,kathakali emohiniyattam, de Querala,kuchipudi, de Andra Pradexe,manipuri, de Manipur,odissi, de Orissa, e osattriya, de Assão.[352]
O teatro indiano mescla música, dança e diálogos improvisados ou escritos.[353] Muitas vezes baseado namitologia hindu, mas também inspirado em romances medievais ou eventos sociais e políticos, o teatro indiano inclui obhavai de Gujarat, ojatra de Bengala Ocidental, onautanki e oramlila do Norte da Índia, otamasha de Maarastra, oburrakatha de Andra Pradexe, oterukkuttu de Tâmil Nadu e oyakshagana de Carnataca.[354]
As primeiras obras literárias da Índia, compostas entre1 400 a.C. e1200 d.C., foram escritas no idiomasânscrito.[355][356] Obras proeminentes desta literatura sânscrita incluem épicos, como oMahābhārata e oRamayana, e dramas deKālidāsa, como oAbhijñānaśākuntalam (O Reconhecimento de Sakuntala), e poesias, como oMahākāvya.[357][358][359] OKamasutra, o famoso livro sobrerelações sexuais, também se originou no país. Desenvolvida entre600 a.C. e300 d.C. no sul da Índia, a literaturasangam compôs 2 381 poemas e é considerada como uma antecessora da literaturatâmil.[360][361][362][363]
Doséculo XIV ao XVIII, as tradições literárias indianas passaram por um período de drástica mudança por causa do surgimento de poetas devocionais (movimentobhakti) comoKabir,Tulsidas eGuru Nanak. Este período foi caracterizado por um espectro variado e amplo de expressão e correntes de pensamento e, como consequência, obras literárias medievais indianas diferem significativamente da tradição clássica.[364] Noséculo XIX, os escritores indianos tomaram um novo interesse pelas questões sociais e descrições psicológicas. Noséculo XX, a literatura indiana foi influenciada pelas obras do poeta e romancista bengaliRabindranath Tagore.[365]
Aindústria cinematográfica indiana é a maior do mundo.[367]Bollywood, bairro localizado na cidade deBombaim onde são feitos os filmes e comerciais em hindi, foi recentemente convertido no centro da indústria cinematográfica mais prolífica do mundo, igualando sua importância comHollywood.[368] Também são feitos filmes tradicionais e comerciais em zonas onde obengali,canarês,malaiala,marata,tâmil etelugo são idiomas oficiais.[369] O cinema do sul da Índia atrai mais de 75% da receita do cinema nacional.[370]
A radiodifusão televisiva começou na Índia, em 1959, como um meio estatal de comunicação e teve expansão lenta por mais de duas décadas.[371] O monopólio estatal na transmissão da televisão terminou em 1990 e, desde então, canais por satélite têm se tornado cada vez mais populares na cultura popular da sociedade indiana.[372] Hoje, a televisão é amídia com maior alcance na Índia; estimativas da indústria indicam que em 2012 havia mais de 554 milhões de consumidores de TV, 462 milhões de satélite e/ou conexões por cabos, em comparação com outras formas de mídia de massa, como aimprensa (350 milhões), orádio (156 milhões) ou ainternet (37 milhões).[373]
Sachin Tendulkar celebra seu 38ºtest century durante um jogo decríquete contra aAustrália em 2008. Tendulkar já alcançou diversos recordes mundiais no esporte
Na Índia, vários esportes tradicionais permanecem bastante populares, como okabaddi,kho kho,pehlwani egilli-danda. Algumas das primeiras formas deartes marciais asiáticas, comokalari payattu,mushti yuddha,silambam emarma adi, se originaram na Índia. O Rajiv Gandhi Khel Ratna e o Prêmio Arjuna são as mais altas formas de reconhecimento do governo para a realização atlética; o Prêmio Dronacharya é concedido pela excelência emtreinamento. Oxadrez, que acredita-se queoriginou-se na Índia comochaturanga, está a recuperar popularidade com o aumento do número de mestres indianos nesse esporte.[374][375] O tradicionaljogo de tabuleiro indiano chamadopachisi foi jogado em uma quadra gigante demármore pelo imperadorAkbar.[376]
Ohóquei em campo na Índia é administrado peloHockey India. A seleção nacional de hóquei venceu aCopa do Mundo de Hóquei sobre a Grama de 1975 e, até 2012, tinha oito medalhas olímpicas de ouro, uma de prata e duas de bronze, o que a torna a equipe mais bem sucedida dessa prática. A Índia também tem desempenhado um papel importante na popularização docríquete, sendo o esporte mais popular do país. O críquete indiano ganhou aCopa do Mundo de Críquete de1983 e de2011,ICC Mundial Twenty20 de 2007 e dividiu o troféu doICC Champions de 2002 com oSeri Lanca. O Conselho Nacional de Controle do Críquete na Índia (BCCI) realiza uma competiçãoTwenty20 conhecida comoIndian Premier League. A Índia já hospedou ou coorganizou vários eventos esportivos internacionais; osJogos Asiáticos de1951 e de1982, as Copas do Mundo de Críquete de1987,1996 e 2011, osJogos Afro-Asiáticos de 2003, o ICC Champions Trophy de 2006, a Copa de Hóquei Masculino de 2010 e osJogos da Commonwealth de 2010. Grandes eventos esportivos internacionais realizados anualmente na Índia incluem oChennai Open (tênis), a Maratona de Bombaim, a Meia Maratona de Déli e oIndian Masters (golfe). O primeiroGrande Prêmio da Índia aconteceu no final de 2011.[384] O país tem sido, tradicionalmente, dominante nosJogos Sul-Asiáticos. Um exemplo dessa dominação é a competição de basquete, onde seleção nacional indiana de basquete venceu três dos quatro torneios até a data.[385]
↑O governo da Índia também considera oAfeganistão como um país fronteiriço. Isso ocorre porque os indianos consideram todo o antigo estado deJamu e Caxemira como parte da Índia, incluindo a porção que faz fronteira com o território afegão. Umcessar-fogo promovido pelaOrganização das Nações Unidas (ONU) em 1948 congelou as negociações sobre o território reivindicado pelo Paquistão e pela Índia. Como consequência, a região que faz fronteira com o Afeganistão é administrada pelo governo paquistanês.
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