Élisabeth Borne (Paris,18 de abril de1961) é umapolíticafrancesa, que foiprimeira-ministra entre maio de 2022 e janeiro de 2024.[1]Engenheira civil, funcionária pública e gerente de empresas estatais nos setores detransporte econstrução civil, Borne atuou anteriormente como Ministra dos Transportes (de 2017 a 2019) e Ministra da Ecologia (de 2019 a 2020) no governo deÉdouard Philippe. Entre2020 e2022, Borne liderou o Ministério do Trabalho, Emprego e Integração noGoverno Castex.
Em16 de maio de 2022, assumiu o cargo de Primeira-ministra francesa após a renúncia de Castex, seguindo a tradição política após aseleições presidenciais francesas. Borne é a segunda mulher a ocupar o cargo apósEdith Cresson, que serviu de1991 a1992.[2] É membro dos partidosRenascimento eTerritórios do Progresso.
Elisabeth Borne é filha de um judeu que nasceu naBélgica, membro daResistência francesa contra o nazismo, Joseph Bornstein (1924-1972). Em 1950, tendo sobrevivido aos campos de concentração nazistas deAuschwitz e deBuchenwald, ele obteve a nacionalidade francesa e adotou o sobrenome Borne, usado por ele em seus falsos documentos na clandestinidade.[3] Após a guerra, ele casou com Marguerite Lescène (1920-2015), farmacêutica emLivarot, noCalvados, e abriu um laboratório farmacêutico em Paris. Em 1972, ele se suicidou. Sua filha Elisabeth que tinha apenas 11 anos, tornou-se “Pupille de la Nation”, quer dizer órfã que beneficia de tutela do Estado, o que lhe garantiu bolsas de estudo durante toda a escolaridade. Este estatuto especial decorre do fato que seu pai era membro da Resistência.[4][5]
Em 1981, ela foi aprovada por concurso na prestigiosa École polytechnique.[6] Em seguida, ela cursou a École Nationale des Ponts et Chaussées e ao mesmo tempo o Master of Business Administration do Collège des Ingénieurs, que ela obteve em 1986.[7]
Elisabeth Borne começou sua carreira politica no âmbito da Esquerda, tendo sido conselheira deLionel Jospin,Jack Lang,Ségolène Royal,Bertrand Delanoë. Ela também foi diretora daSNCF e daRATP. Ademais, em 2013, ela foi a primeira mulher nomeada Prefeita, termo que na França designa a pessoa depositária da autoridade do Estado em uma região.[8][9]
Nas eleições presidências francesas de 2017, Elisabeth Borne juntou-se ao partidoRenascimento e fez campanha desde o primeiro turno paraEmmanuel Macron.[10] Ela tornou-se, em maio, imediatamente após a vitória, Ministra dos Transportes; dois anos depois, em 2019, ela virou Ministra da Transição Ecológica e Solidária e, enfim, em 2020, Ministra do Trabalho, Emprego e Integração.[11]
Em 2022, após a reeleição de Emmanuel Macron à presidência, ela foi nomeada em maio, Primeira-ministra da França.
Em 8 de janeiro de 2024, após um 2023 marcado por crises políticas provocadas por reformas altamente contestadas do sistema de pensões e leis de imigração, a Ministra pediu demissão do cargo de Primeira-ministra. A decisão foi anunciada pelo presidente Macron que disse:"Você implementou nosso projeto com a coragem, o comprometimento e a determinação das mulheres de Estado. De todo o coração, obrigado".[12]
Em 30 de junho de 1989, Elisabeth Borne casou-se com Olivier Allix. Desta união nasceu em 1995, um menino, Nathan. O casal se divorciou em 17 de dezembro de 2008.[13]
Referências
- ↑CNN*, Da.«Primeira-ministra Elisabeth Borne apresenta demissão na França».CNN Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2024
- ↑«Cinq choses à savoir sur Elisabeth Borne, nouvelle Première ministre de Macron».L'Express (em francês). 16 de maio de 2022. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑Ferreira, Marta Leite.«Quem é Élisabeth Borne, a "Pupila da Nação" que se tornou primeira-ministra de França».Observador. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑Juive, Tribune (17 de maio de 2022).«Elisabeth Borne. De la Famille Bornstein. De "Pupille de la Nation" à "Ministre"».Tribune Juive (em francês). Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Élisabeth Borne, fille d'un résistant rescapé d'Auschwitz».France 24 (em francês). 19 de maio de 2022. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Association des Anciens Elèves de l'École Polytechnique».kx.polytechniciens.com. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Décret du 30 avril 2007 portant promotion (ponts et chaussées)».www.legifrance.gouv.fr. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Élisabeth Borne».Gouvernement.fr (em francês). Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Elisabeth Borne, première préfète de Poitou-Charentes».Centre Presse (em francês). Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑«Macron escolhe Elisabeth Borne como premiê, a segunda mulher a ocupar o cargo em 30 anos».Valor Econômico. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑Welle, Deutsche (18 de maio de 2022).«Quem é Elisabeth Borne, nova primeira-ministra francesa».Poder360. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑Povo, O. (8 de janeiro de 2024).«Na França, primeira-ministra renuncia ao cargo, com possível reforma em gabinete de Macron».O POVO. Consultado em 8 de janeiro de 2024
- ↑«2023 - Elisabeth Borne, Prime Minister: who is Olivier Allix, her ex-husband and father of her son?» (em inglês). 17 de maio de 2022. Consultado em 19 de janeiro de 2023