
OÉdito de Fontainebleau foi um decreto histórico assinado em outubro de1685 pelo reiLuis XIV da França pelo qual revogava oEdito de Nantes de1598 e ordenava a destruição de igrejashuguenotes e o fechamento de escolasprotestantes. Como resultado, um grande número de protestantes — estimativas variam entre 200 e 500 mil — deixaram aFrança nas duas décadas seguintes, procurando refúgio naInglaterra, asProvíncias Unidas (nos atuaisPaíses Baixos),África do Sul,Dinamarca, e em territórios que hoje pertencem àAlemanha eEstados Unidos.[1][2][3]
OPapa Inocêncio XI, repudiou severamente o ocorrido e censurou o ReiLuís XIV, que tal ato era totalmente o oposto do pensamento e da vontade daIgreja Católica.[1][2][3]
De todo modo, esta foi a forma com que o historiador francês Claude-Carloman de Rulhière narrou os tratamentos dos padres e dos juízes aos cidadãos hereges, após a revogação doEdito de Nantes e o estabelecimento do Edito de Fontainebleau:[1][2][3]
Essa foi a ocasião da lei terrível: aqueles que, quando doentes, recusarem o sacramento serão, depois de suas mortes, arrastados pela lama e terão seus bens confiscados. Caso se recuperem, receberão a pena para se redimirem, os homens condenados para sempre às galés, as mulheres à prisão, ambos tendo seus bens confiscados. Mas na maioria de nossas cidades tivemos muitas vezes o horrendo espetáculo de cadáveres arrastados pela lama e também, com frequência, vimos enraivecidos sacerdotes, viático na mão, escoltados por um juiz e seus meirinhos e assistentes, indo às casas de moribundos, e logo depois o populacho fanático divertindo-se com a execução da lei em todo o seu horror. (…) Eu diria que podia ser visto, ao lado do leito dos doentes, um padre cercado por meirinhos e seus assistentes, dispensando com a mais solene pompa os sacramentos sagrados, o mais terrível dos mistérios, instando um homem moribundo a cometer o sacrilégio e zombando dele para a multidão atraída pela curiosidade, alguns tremendo com a profanação, outros se divertindo muito com a visão do herege humilhado, reduzido a uma escandalosa hipocrisia para manter seu capital inteiro para sua família e alguns adornos sem valor para sua sepultura.[4]
A segunda mulher de Luis XIV,Madame de Maintenon era muito católica e uma defensora da perseguição aosProtestantes. Foi uma das principais responsáveis, juntamente com seu confessor e mentor espiritual,François de la Chaise.[1][2][3]
A revogação da tolerância religiosa para com oscalvinistas teve efeitos nefastos para aeconomia francesa (e positivos para a economia dos países que acolheram os exilados — aPrússia e oReino Unido, em especial). Muitos dos huguenotes que partiam para o exílio eram artesãos qualificados e homens de negócios, homens comoDaniel Marot, que levavam com eles muita experiência acumulada eknow-how. Nas regiões em que se implantaram, os huguenotes tiveram um impacto significativo na qualidade daseda,cerâmica e outrasmanufacturas.[1][2][3]
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