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Álvaro Lins

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura o político doRio de Janeiro, vejaÁlvaro Lins (político do Rio de Janeiro).
Álvaro Lins
Nome completoÁlvaro de Barros Lins
Nascimento
Morte
4 de junho de1970 (57 anos)

Nacionalidade Brasileiro
CônjugeHeloísa Ramos Lins
OcupaçãoAdvogado,jornalista,professor ecrítico literário
PrêmiosPrémio Jabuti 1961
Magnum opusEnsaio sobre Camões e a epopeia como romance histórico: os Lusíadas de Luís de Camões

Álvaro de Barros LinsGCCGCL (Caruaru,14 de dezembro de1912Rio de Janeiro,4 de junho de1970) foi umadvogado,jornalista,professor ecrítico literáriobrasileiro, membro daAcademia Brasileira de Letras. Casado com Heloísa Ramos Lins, com quem teve dois filhos.

Carreira jornalística

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Filho de Pedro Alexandrino Lins e de Francisca de Barros Lins, Álvaro Lins fez o curso primário em sua cidade natal, mudando-se para cursar o secundário no Colégio Salesiano e no Ginásio Padre Félix, ambos noRecife.

Interessado por política desde cedo, fez campanha pelaAliança Liberal e conheceuJoão Neves da Fontura, um dos mais eloquentes oradores da caravana da aliança peloNordeste. Entusiasmou-se com arevolução de 1930 que instalou um governo provisório chefiado porGetúlio Vargas, porém, já no ano seguinte acompanhou o início da conspiração paulista contra a perpetuação de uma ameaça de governo discricionário. Ainda em 1931, ingressou naFaculdade de Direito da Universidade do Recife e no ano seguinte assinou manifesto de solidariedade em apoio ao movimento em prol da constitucionalização do país iniciado por João Neves da Fontoura, que teve suas últimas consequências na eclosão darevolução em São Paulo em julho do mesmo ano.[1]

Também em 1932, a convite dopadre Félix Barreto, professor de letras, passou a lecionar História da Civilização no Ginásio do Recife.[1] Em novembro do mesmo ano, na capital pernambucana, juntamente com outros jovens daFaculdade de Direito de Recife, comoAntônio de Andrade Lima Filho, foi um dos signatários doManifesto integralista de Recife, um dos primeiros documentos ligados aoIntegralismo, movimentonacionalista que havia sido lançado porPlínio Salgado um mês antes.[2] Nessa época, como representante do Diretório de Estudantes, escreveu sua primeira obra, intituladaA universidade como escola de homens públicos, lida nacerimônia de abertura doano letivo de 1933.[1]

Bacharelou-se em 1935. No período de 1932 a 1940, foi também professor degeografia geral e dehistória da civilização em várias escolas da cidade.

Em outubro de 1934, convidado pelo entãointerventor e, mais tarde,governador de Pernambuco,Carlos de Lima Cavalcanti, assumiu o cargo de Secretário do Governo Estadual. Fez parte, em 1936, da chapa doPartido Social Democrático (PSD) dePernambuco, para concorrer a uma vaga naCâmara dos Deputados. Contudo, o golpe que instaurou oEstado Novo interrompeu as eleições e Álvaro Lins deixou a Secretaria do Estado em novembro de 1937 e esqueceu seus planos políticos.

Firmou-se, a partir daí, nojornalismo, exercendo-o no Diário da Manhã de Pernambuco, no período de 1937 a 1940, onde foiredator ediretor. Transferindo-se para oRio de Janeiro, iniciou a fazer crítica literária, gênero que lhe deu fama nacional. Ali, foi jornalista do Diário de Notícias, Diários Associados, entre 1939 e 1940, e redator-chefe do Correio da Manhã, de 1940 a 1956. Em 1952 partiu paraPortugal para lecionar a disciplina Estudos Brasileiros na Faculdade de Filosofia e Letras daUniversidade de Lisboa. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista luso-brasileiraAtlântico[3].

Regressando ao Brasil em agosto de 1954, por causa da crise desencadeada pelosuicídio de Getúlio Vargas, reassumiu o jornalismo e acátedra deLiteratura Brasileira no Colégio Pedro II.

Academia Brasileira de Letras

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Álvaro Lins na sua posse naAcademia Brasileira de Letras, 1956.

Em 5 de abril de 1955, aos 42 anos, foi eleito por unanimidade para se tornar o quarto ocupante da cadeira 17 daAcademia Brasileira de Letras, vaga após a morte deEdgar Roquette-Pinto, sendo recebido pelo acadêmicoJoão Neves da Fontoura em 7 de julho de 1956.

Governo Juscelino Kubitschek

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Álvaro Lins e o presidenteJuscelino Kubitschek, 1956.

Como jornalista, participou ativamente da luta para garantir a posse deJuscelino Kubitschek napresidência da República, em 1956. Nessa época, trabalhando ainda no Correio da Manhã, deixou de lado a crítica literária para assumir a direção política dojornal. Convidado por Juscelino, chefiou aCasa Civil do presidente entre janeiro e novembro de 1956, saindo do cargo para se tornarembaixador do Brasil em Portugal. Ainda nesse ano, recebeu a maior condecoração brasileira: aGrã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Em 1957, recebeu a maior condecoração portuguesa, aGrã-Cruz da Ordem de Cristo, e conduzido a se tornar membro daAcademia das Ciências de Lisboa.

Algum tempo após a chegada de Álvaro Lins a Lisboa, opresidente de PortugalFrancisco Higino Craveiro Lopes realizou uma visita ao Brasil, estabelecendo os termos dos atos de regulamentação doTratado de Amizade e Consulta entre Brasil e Portugal. Considerando o acordo "lesivo aos interesses do Brasil", sua posição entrou em choque contra aditadura salazarista e a defesa docolonialismo por ela.

A 1 de Agosto de 1958, a própria esposa de Lins assistiria à queda dum detido do terceiro andar da sede daPolícia Internacional e de Defesa do Estado, a polícia política portuguesa de então, situada na Rua de António Maria Cardoso, nº 22, ao Chiado (Lisboa).[4]

O impasse se tornou insustentável no início de 1959, na ocasião da aceitação doasilo político por parte doItamaraty do líder oposicionista português, generalHumberto Delgado, ato que não foi reconhecido pelo governo de Portugal, um "flagrante desacato", nas palavras de Álvaro Lins, ao próprio Juscelino Kubitschek.

Com a sensação de ter sido abandonado pelo seu presidente, sem poder contar com ele "para desagravá-lo e desafrontar a representação do Brasil emLisboa", o embaixador Álvaro Lins protestou ainda mais veementemente quando Juscelino aceitou o convite de uma comissão portuguesa que desembarcou no Brasil para participar dos festejos henriquinos na condição de coanfitrião e cochefe de Estado português, e solicitou que Portugal concedesse asilo ao refugiado ditadorFulgêncio Batista, deposto narevolução cubana de 1959.

Algum tempo depois, enviou uma carta rompendo política e pessoalmente com o presidente Juscelino Kubitschek, acusando-o de "cumplicidade com as ditaduras, de maneira particular com a dePortugal, a doParaguai e a daRepública Dominicana" e repudiando seu "compromisso com a ditadura salazarista". Em outubro de 1959, Álvaro Lins foi exonerado da embaixada de Portugal, devolvendo antes de deixar o posto em Lisboa a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo que havia recebido três anos antes.

Atividade posterior

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Álvaro Lins foi o presidente da 1.ª Conferência Inter-americana da Anistia para osExilados e Presos Políticos daEspanha e de Portugal, sediada naFaculdade de Direito de São Paulo, em 1960, e diretor do Suplemento Literário do Diário de Notícias entre março de 1961 e junho de 1964. Em 1962, chefiou a delegação brasileira ao Congresso Mundial da Paz, ocorrido emMoscou. Aposentando-se do jornal em 1964, Álvaro Lins dedicou seus últimos anos a escrever livros.

A 30 de Dezembro de 1957 foi agraciado com a Grã-Cruz daOrdem Militar de Cristo dePortugal e a 28 de Dezembro de 1994 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz daOrdem da Liberdade dePortugal.[5]

Obras publicadas

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  • A universidade como escola de homens públicos, 1933
  • História literária deEça de Queiroz, 1939
  • Alguns aspectos da decadência do Império, 1939
  • Jornal de crítica: primeira série, 1941
  • Poesia e personalidade deAntero de Quental, 1942
  • Jornal de crítica: segunda série, 1943
  • Notas de um diário de crítica - Primeiro volume, 1943
  • Palestra sobreJosé Veríssimo, 1943
  • Jornal de crítica: terceira série, 1944
  • Rio Branco, 1945
  • Jornal de crítica: quarta série, 1946
  • No mundo do romance policial, 1947
  • Jornal de crítica: quinta série, 1947
  • Jornal de crítica: sexta série, 1951
  • A técnica do romance emMarcel Proust, 1951
  • Roteiro literário do Brasil e de Portugal: antologia da língua portuguesa, 1956
  • Discurso sobre Camões e Portugal, 1956
  • Discurso de posse na Academia, 1956
  • Missão em Portugal: diário de uma experiência diplomática - I, 1960
  • A glória deCésar e o punhal deBrutus, 1962
  • Os mortos de sobrecasaca, 1963
  • O relógio e o quadrante, 1963
  • Girassol em vermelho e azul, 1963
  • Dionísios nos trópicos, 1963
  • Jornal de crítica: sétima série, 1963
  • Jornal de crítica: oitava série, 1963
  • Notas de um diário de crítica - Segundo volume, 1963
  • Literatura e vida literária, 1963
  • Sagas literárias e teatro moderno no Brasil, 1967
  • Filosofia, história e crítica na literatura brasileira, 1967
  • Poesia moderna no Brasil, 1967
  • O romance brasileiro, 1967
  • Teoria literária, 1967

Premiações

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  • Prêmio Centenário de Antero de Quental, pelo ensaioPoesia e personalidade de Antero de Quental, 1942
  • Prêmio Felipe de Oliveira, da Sociedade Felipe de Oliveira, 1945, pela obraRio Branco, 1945
  • Prêmio Pandiá Calógeras, da Associação Brasileira de Escritores, pela obraRio Branco, 1945
  • Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, 1956
  • Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em Portugal, 1957
  • Prêmio Jabuti Personalidade do Ano, da Câmara Brasileira do Livro, pela sua obraMissão em Portugal, 1960
  • Prêmio Luiza Cláudio de Souza, pelas obrasOs mortos de sobrecasaca eJornal de crítica Sétima série, 1963

Referências

  1. abcBrasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do.«ALVARO DE BARROS LINS».CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 29 de dezembro de 2022 
  2. MORAES, Márcio André Martins.Pelas ruas, escolas, comércios e propriedades rurais: o itinerário dos integralistas em Garanhuns-PE entre os anos de 1935 até 1937. Revista Eletrônica História em Reflexão: Vol. 6 n. 12 - UFGD Doutorados jul/dez 2012.
  3. Helena Roldão (12 de Outubro de 2012).«Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)»(pdf).Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019 
  4. Pimentel, Irene Flunser (2007).A História da PIDE. [S.l.]: Círculo de Leitores. pp. 99–100 
  5. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Álvaro de Barros Lins". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 15 de abril de 2015 

Ligações externas

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Precedido por
Edgar Roquette-Pinto
ABL - quarto acadêmico da cadeira 17
1955 — 1970
Sucedido por
Antônio Houaiss
Precedido por
Paulo de Lira Tavares
Ministro chefe do Gabinete Civil da Presidência da República
1956
Sucedido por
Victor Nunes Leal
Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
22 (José Bonifácio)
23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
2.ª,3.ª e4.ª
Repúblicas
Brasil
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Vice-presidente
Juscelino Kubitschek, 21º Presidente do Brasil
Ministérios
Aeronáutica
Agricultura
Educação e Cultura
Fazenda
Guerra
Indústria e Comércio
Justiça e Negócios Interiores
Marinha
Relações Exteriores
Saúde
Trabalho e Previdência Social
Viação e Obras Públicas
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Consultoria Geral
da República
Departamento Administrativo
do Serviço Público
Estado-Maior
das Forças Armadas
Gabinete Civil
Gabinete Militar
  • Itálico indica Encarregado(a) de Negóciosad interim
  • * indica Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário
Controle de autoridade
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