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África

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África
Continente
Mapa da África
Mapa da África
Localização da África noglobo terrestre.
GentílicoAfricano
VizinhosÁsia, eEuropa
Países54 (e 2 de facto)
Dependências
Área30 221 532km²
Maior país Argélia (2 381 741 km²)
Menor paísSeicheles (455 km²)
Ponto mais altoQuilimanjaro,Tanzânia (5 895 mnmm)
Ponto mais baixoLago Assal,Jibuti (-155 mnmm)
População1 225 080 510[1] (2005,) hab.
Densidade36,4 hab./km²
Idiomas1 250-3 000 línguas nativas

AÁfrica é o terceiro continente mais extenso (depois daÁsia e daAmérica) com cerca de 30 milhões dequilômetros quadrados, cobrindo 20,3% da área total da terra firme do planeta. É o segundocontinente mais populoso daTerra (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005[1]), representando cerca de um sétimo da população mundial, e 54 países independentes.

Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas desubnutrição,analfabetismo, baixaexpectativa de vida), pelo menos 21 são africanos.[2] Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[3]Maurícia eSeicheles têm umaqualidade de vida bastante razoável, como até a recente revolução também aLíbia. Ainda há outros países africanos com qualidade de vida e índices de desenvolvimento razoáveis, como a maior economia africana, aÁfrica do Sul (0,705) e outros países comoMarrocos (0,676),Argélia (0,759),Tunísia (0,739),Egito (0,700),Botsuana (0,728),Cabo Verde (0,651),São Tomé e Príncipe (0,609),Congo-Brazavile (0,608),Gabão (0,702),Namíbia (0,645),Essuatíni (0,608),Gana (0,596),Zâmbia (0,591),Guiné Equatorial (0,588),Quênia (0,579),Angola (0,574),Camarões (0,563) eZimbábue (0,563).[4]

A África costuma serregionalizada de duas formas. A primeira valoriza a localização dos países e os divide em cinco grupos:África setentrional,África Ocidental,África Central,África Oriental eÁfrica meridional. A segunda regionalização usa critérios étnicos e culturais, como a religião e etnias predominantes em cada região, sendo dividida em dois grandes grupos, aÁfrica Branca ou setentrional, formada pelos oito países da África do norte, mais aMauritânia e oSaara Ocidental, e aÁfrica Negra ou subsaariana, formada pelos outros 44 países do continente.

Etimologia

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Afri era um nome latino usado para se referir aos habitantes do que era então conhecido como norte da África, localizado a oeste do rio Nilo, e em seu sentido mais amplo referindo-se a todas as terras ao sul doMediterrâneo, também conhecido comoLíbia Antiga.[5][6] Este nome parece ter originalmente se referido a uma tribo nativa da Líbia, um ancestral dos berberes modernos; veja Terence para discussão. O nome tinha sido geralmente ligado com a palavra feníciaʿafar que significa "poeira",[7] mas uma hipótese de 1981 afirmou que deriva da palavra berbereifri (pluralifran) que significa "caverna",[8] em referência aos moradores de cavernas.[9] A mesma palavra pode ser encontrada no nome dosBanu Ifran daArgélia eTripolitânia,[9] uma tribo berbere originária de Yafran (também conhecida comoIfrane) no noroeste daLíbia, bem como da cidade deIfrane noMarrocos.

África vista pela tripulação daApollo 17 em 1972.

Sob o domínio romano,Cartago tornou-se a capital da província então chamadaAfrica Proconsularis, após a derrota dos cartagineses naTerceira Guerra Púnica em 146 a.C., que também incluía a parte costeira da atual Líbia. O sufixolatino -ica às vezes pode ser usado para denotar uma terra (por exemplo, emCelta deCeltae, como usado porJúlio César). A região muçulmana posterior de Ifriqiya, após a conquista doExarchatus Africae doImpério Bizantino (Romano Oriental),[10] também preservou uma forma do nome.

De acordo com os romanos, a África fica a oeste doEgito, enquanto "Ásia" era usado para se referir àAnatólia e terras a leste. Uma linha definitiva foi traçada entre os dois continentes pelo geógrafoPtolomeu (85-165 d.C.), indicandoAlexandria ao longo doMeridiano de Greenwich e fazendo doistmo de Suez e doMar Vermelho a fronteira entre aÁsia e a África. À medida que os europeus passaram a entender a real extensão do continente, a ideia de "África" expandiu-se com seus conhecimentos.[11]

Outras hipóteses etimológicas foram postuladas para o antigo nome "África":

  • O historiador judeu do século 1Flávio Josefo (Ant. 1.15) afirmou que foi nomeado em homenagem a Efer, neto deAbraão de acordo com Gênesis 25:4, cujos descendentes, ele alegou, haviam invadido a Líbia.[11]
  • Isidoro de Sevilha em suaEtymologiae XIV.5.2 do século 7. sugere que "África" vem do latimaprica, que significa "ensolarado".[11]
  • Massey, em 1881, afirmou que a África é derivada doegípcio af-rui-ka, que significa "voltar-se para a abertura do Ka". O Ka é o duplo energético de cada pessoa e a "abertura do Ka" refere-se a um útero ou local de nascimento. A África seria, para os egípcios, "o berço".[12]
  • Michèle Fruyt em 1976 propôs ligar a palavra latina comafricus "vento sul", que seria de origem úmbria e significaria originalmente "vento chuvoso".
  • Robert R. Stieglitz, daUniversidade Rutgers, em 1984, propôs: "O nome África, derivado do latim*Aphir-ic-a, é cognato ao hebraico Ophir ['rico']".[12]
  • ibne Calicane e alguns outros historiadores afirmam que o nome da África veio de umrei himyarita chamado Afrikin ibn Kais ibn Saifi ("Afrikus filho de Abraão") que subjugou Ifriqiya.[13][14][15]
  • Árabeafrīqā (substantivo feminino) eifrīqiyā, agora geralmente pronunciadoafrīqiyā (feminino) 'África', deafara [' =ain, nãoalif] 'estar empoeirado' deafar 'poeira, pó' eafir 'seco, seco pelo sol, murcho' eaffara 'secar ao sol na areia quente' ou 'polvilhar com poeira'.[16]
  • Possivelmentefaraqa fenícia no sentido de "colônia, separação".[17]

História

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Ver artigo principal:História da África

Pré-história, Antiguidade e Idade Média

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As quatro colossais estátuas deRamessés II na entrada do templo deAbul-Simbel, símbolos da civilização doAntigo Egito

O homem passou a estar presente na África durante os primeiros anos daera quaternária ou os últimos anos da eraterciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis encontrados por arqueólogos —australopitecos,Homo habilis,Homo erectus,Homo heidelbergensis, homens deNeandertal e deCro-Magnon — em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante noprocesso evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre opaleolítico e oneolítico são iguais às das demais áreas dos continenteseuropeu easiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar de a neolitização processada ter início em10 000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.[18]

ONorte da África é a região mais antiga do mundo. Acivilização egípcia floresceu e inter-relacionou-se com as demais áreas culturais do mundo mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi estreitamente vinculada, há milhares de séculos, depois que acivilização ocidental foi geralmente desenvolvida. As colônias pertencentes àFenícia,Cartago, a romanização, osvândalos aí fixados e oImpério Bizantino influente são os fatores pelos quais foi deixada no litoralmediterrâneo da África uma essência da cultura que posteriormente osárabes assimilaram e modificaram. Na civilização árabe foi encontrado um campo de importância em que foi expandida e consolidada acultura muçulmana no Norte da África. OIslã foi estendido peloSudão, peloSaara e pelo litoral leste. Nessa região, o Islã é a religião pela qual foram sendo seguidas asrotas de comércio dointerior da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e estabelecidos encraves marítimos (especiarias,seda) nooceano Índico.[19]

Simultaneamente, naÁfrica negra foram conhecidos váriosimpérios eestados que aí floresceram. Estes impérios e estados nasceram de grandesclãs etribos submetidos a um sósoberano poderoso com características próprias dofeudalismo e da guerra. Entre esses impérios de maior importância figuram o deAxum, naEtiópia, que teve sua chegada aoapogeu noséculo XIII; o deGana, que desenvolveu-se doséculo V ao XI e os estados muçulmanos que o sucederam foram o deMali (doséculo XIII ao XV) e o deSongai (doséculo XV ao XVI); oreino de Abomei doBenim (século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX).[20][21]

Idades Moderna e Contemporânea

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Comparação dacolonização da África entre os anos de 1880 e 1913

Durante oséculo XV os exploradores vindos daEuropa chegaram primeiro ao litoral daÁfrica Ocidental. O estímulo dado a essa exploração foi uma forma de buscar novos caminhos para as Índias, após o comércio ser fechado por parte dos turcos no leste doMar Mediterrâneo. Os colonizadores dePortugal, daEspanha, daFrança, daGrã-Bretanha e dosPaíses Baixos foram os competidores do novo caminho, estabelecendo no litoral feitorias e portos de embarque para, principalmente,comercializar escravos. Concomitantemente, foram realizadas as primeirasviagens científicas que adentraram o interior do continente: Charles-Jacques Poncet naAbissínia, em 1700;James Bruce em 1770, procurando o local onde nasce oNilo; Friedrich Konrad Hornermann viajando nodeserto da Líbia sobre a garupa de umcamelo, em 1798;Henry Morton Stanley eDavid Livingstone nabacia do Congo, em 1879.[18][22][23]

Pessoas assistindo a um dos jogos daCopa do Mundo FIFA de 2010, naÁfrica do Sul

A partir doséculo XIX, as potências europeias, interessadas política e economicamente, representavam estímulo para que o interior da África fosse penetrado e colonizado. As potências europeias desejavam a criação de impérios que fossem estendidos de litoral a litoral, mas isso fez com que oReino Unido (pelo qual foi conseguida a ocupação de uma faixa de norte a sul, doEgito àÁfrica do Sul, além de demais zonas colonizadas nogolfo da Guiné), aFrança (que estabeleceu-se no noroeste da África, em parte doequador africano e emMadagascar) e, em quantidade pequena,Portugal (Angola,Moçambique,Guiné e uma diversidade de ilhas estratégicas),Alemanha (Togo,Tanganica eCamarões),Bélgica (Congo Belga),Itália (Líbia,Etiópia eSomália) eEspanha (parte doMarrocos,Saara Ocidental e encraves naGuiné) brigassem entre si. Apartilha da África foi formalmente consumada naConferência de Berlim de 1884–1885, na qual firmou-se o princípio da ocupação efetiva como forma de legitimar as colônias empossadas.[23][24]

Devido aoregime colonial estabelecido no continente, foram destruídas e modificadas as estruturassociais,econômicas,políticas ereligiosas da maioria do território daÁfrica negra. As colônias que proclamaram suaindependência, processo emancipatório que se iniciou após aSegunda Guerra Mundial e se concluiu principalmente de 1960 até 1975, tiveram que enfrentar problemas graves de integração nacional, resultantes das fronteiras arbitrárias herdadas do sistema colonial, além da pobreza prevalecente no continente e o rápido crescimento dapopulação africana, mais elevado do que o número de alimentos produzidos. Acresce que econômica e politicamente dependem em boa parte das antigas metrópoles, que a sua administração se caracteriza geralmente por ineficiência e corrupção, e que a persistente divisão étnica e religiosa leva a conflitos de várias ordens. Estes e outros fatores são as principais barreiras que impedem que os novos países se desenvolvam. Os seus governos, muitas vezes com características de ditadurasmilitares ou de umpresidencialismo autoritário, são frequentemente empecilhos em vez de motores do desenvolvimento. Em alguns casos, têm tendência à adoção de políticas concebidas para garantir a libertação dos países das potências estrangeiras. A cooperação entre países africanos, ensaiada para facilitar a solução dos seus problemas, deu origem a uma diversidade de organizações supranacionais que se baseiam na ideia dopan-africanismo, ou a totalidade dos povos africanos unidos em torno dos interesses comuns. A organização de maior importância é aOrganização da Unidade Africana (OUA).[24][25]

Colonialismo

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Esta seção é um excerto dePartilha de África.[editar]
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A , também conhecida como aCorrida a África ou ainda Disputa pela África, era proliferação de reivindicaçõeseuropeias conflitantes ao território africano durante o período doneoimperialismo, entre adécada de 1880 e aPrimeira Guerra Mundial em1914. Envolveu principalmente aFrança e oReino Unido, mas também aItália,Bélgica,Alemanha,Portugal,Espanha e, com menos intensidade, osEstados Unidos. Este participou da fundação daLibéria.[26]

A segunda metade doséculo XIX, em torno do ano1880, assistiu à transição do"imperialismo informal", que exercia o controle através da influência militar e da dominação econômica para um domínio mais direto. As pretensões de mediar a concorrência imperial, tal como aConferência de Berlim (1884 -1885), entre oReino Unido,França eAlemanha não pôde estabelecer definitivamente as reivindicações de cada uma das potências envolvidas. Essa disputa pela África esteve entre os principais fatores que deram origem à Primeira Guerra Mundial.

Geografia

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Ver artigo principal:Geografia da África
Imagem de satélite do continente africano

A África está separada daEuropa pelo marMediterrâneo e liga-se àÁsia na sua extremidade nordeste peloistmo do Suez. O continente é o único que se estende pelohemisfério norte ehemisfério sul, atravessado pelalinha do equador e omeridiano de Greenwich. No entanto, a África ocupa uma únicaplaca tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia aplaca Euro-asiática.[27]

Do seu ponto mais a norte,Ras ben Sakka, emMarrocos, à latitude 37°21'N, até ao ponto mais a sul, ocabo das Agulhas naÁfrica do Sul, à latitude 34°51'15" S, há uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, oCabo Verde, noSenegal, à longitude 17°33'22"W, atéRas Hafun naSomália, à longitude 51°27'52" E, são cerca de 7 400 km.[27]

Para além do mar Mediterrâneo, a norte, a África é banhada pelooceano Atlântico na sua costa ocidental e pelooceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.[27]

A área territorial da África é de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, já que é o terceiro continente mais extenso do mundo. A África é atravessada por três grandesparalelos terrestres de leste para oeste:Linha do Equador,Trópico de Câncer eTrópico de Capricórnio, além doMeridiano de Greenwich, no sentido norte-sul. A África tem cinco diferentes fusos horários.[27]

Relevo

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MonteQuilimanjaro, naTanzânia, o ponto mais alto do continente africano, com 5 895 metros de altitude

Orelevo da África é, em sua maioria, formada porplanaltos. É apresentada pelo continente umaaltitude média de mais de 750 metros. As formas de relevo que ocupam todas as regiões centro eoeste são planaltos que se erodiram com intensidade. Asrochas mais antigas constituem os planaltos. E os planaltos, propriamente ditos, tem como limites os grandes escarpamentos.[27]

São contornadas pelos planaltos asdepressões cujosrios atravessam, nas quais também são encontradoslagos ebacias hidrográficas de maior extensão, das quais podemos citar os riosNilo,Congo,Chade,Níger,Zambeze,Limpopo,Cubango eOrange. Ao longo dolitoral, estão situadas asplanícies costeiras, por vezes com muita vastidão, como as planícies dorio Níger e do rio Congo.[27]

No leste da África são encontradas um de seus aspectos físicos que mais se destacam: uma falhageológica que se estende no sentido norte-sul, oGrande Vale do Rifte, em que são sucedidasmontanhas, algumas que no passado geológico eram merosvulcões e depressões de maior extensão. É nessaregião que estão localizados os maioreslagos do continente, cujas altasmontanhas circundam-os, de mencionar oQuilimanjaro (5 895 m), omonte Quênia (5 199 m) e oRuwenzori (5 109 m).[27]

Mapa topográfico doSaara

Podem ser destacados ainda dois grandes conjuntos formados pela elevação de terras, um na parte setentrional e outro na parte meridional do continente:[27]

Dando por completo uma visão dorelevo da África, é possível a observação do fato de existir antigosmaciçosmontanhosos em pontos diferenciados do continente: o daEtiópia, que se formou desdeerupções devulcão, o de Fouta Djalon e o deHoggar, além de muitos outros.[27]

Litoral

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Os principais acidentes geográficos litorâneos são ogolfo da Guiné noAtlântico Sul; e oestreito de Gibraltar, do Oceano Atlântico até o mar Mediterrâneo. Na parte oriental do continente está localizada a península da Somália, aquilo que os geógrafos também a chamam deChifre da África noBrasil ou "Corno de África" emPortugal, e ogolfo de Adem, cujo acidente geográfico que forma o golfo, propriamente dito, são as águas do oceano Índico. O golfo de Adem tem como limites apenínsula Arábica, que é pertencente à Ásia. Na parte meridional, está localizado ocabo da Boa Esperança.[27]

Na África não existem muitas ilhas adjacentes. No Atlântico, estão localizadas aRegião Autónoma da Madeira,ilhas Canárias,São Tomé e Príncipe e deCabo Verde. No oceano Índico é encontrada uma ilha de maior extensão,Madagáscar, e outras pequenas que são os arquipélagos denominadosComores,Maurício eSeicheles.[27]

Clima

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Mapa climático da África de acordo com aclassificação climática de Köppen-Geiger

Na África existem quatro tipos climáticos. São eles:equatorial,tropical,desértico emediterrâneo.[27]

Oclima equatorial é de calor e umidade o ano inteiro. A parte abrangida pelo clima equatorial é a região centro-ocidental do continente; oclima tropical é quente comcarência de chuvas noinvernos. A parte dominada pelo clima é a quase a totalidade das terras africanas, entre o centro e o sul, com inclusão da ilha deMadagascar; a parte compreendida pelo clima desértico é uma grande área extensa da África, que acompanha osdesertos doSaara e deCalaári; finalmente, as áreas de manifestação doclima mediterrâneo são pequenos trechos da extremidade setentrional e da extremidade meridional do continente. A apresentação térmica do clima de deserto é de temperaturas elevadas com a umidade dos invernos.[27]

A quantidade dechuvas que caem na África é a causa principal dos muitos diferenciais que existem entre as paisagens africanas. A ocorrência das chuvas é abundante na região cortada pelalinha do equador, mas tem insignificância nas áreas próximas aoTrópico de Câncer, onde está localizado o deserto do Saara, e doTrópico de Capricórnio, região pela qual o Calaári tem uma área extensa. Os desertos se localizam no interior doterritório africano e a área de ocupação dos desertos é definida a muitas partes do continente.[27]

Hidrografia

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A porçãoegípcia dorio Nilo, vista a partir do espaço

Na África existemrios de maior extensão e volume, porque se localizam em regiões próximas aostrópicos e àlinha do equador. O rio mais importante do continente é oNilo, o segundo maior em extensão do mundo (depois doSolimões-Amazonas). Tem um comprimento de mais de 6 500 km. Sua nascente é próxima aolago Vitória, cuja área percorrida é onordeste africano e o Nilo é afluente domar Mediterrâneo. A bacia hidrográfica que é formada pelo rio principal e seus afluentes têm uma área de superior a três milhões de quilômetros quadrados. Ovale do Nilo, resulta da união entre o Nilo Branco e o Nilo Azul. O solo apresentado pelo vale do Nilo é de extrema fertilidade. A atividade econômica principal do vale do Nilo é aagricultura. As grandes civilizaçõesegípcia e deMeroé, naAntiguidade, tiveram existência em parte devido ao fato de ocorrercheias que se repetem a cada ano.[27]

Além do Nilo, entre os demais rios de importância para a África estão oCongo, oNíger e oZambeze. De menor extensão, mas iguais em relevância, incluem oSenegal, oOrange, oLimpopo e oZaire.[27]

No que diz respeito aoslagos, na África existem alguns de extensão e profundidade, os muitos que se localizam na parte oriental do continente, como o Vitória, oRodolfo e oTanganica; aprofundidade do Tanganica, propriamente dito, é superior a 1 500 metros. A grande falhageológica, onde foram alojados osGrandes Lagos Africanos, é muito evidenciada enfaticamente pelo lago Tanganica. O lago mais extenso da região centro-ocidental é oChade.[27]

Flora e fauna

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Zebras eelefantes noParque Nacional do Serengueti, naTanzânia

Nas áreas declima equatorial existe uma abundância dechuvas o ano todo; devido àpluviosidade, avegetação que domina o continente é afloresta equatorial. Nas partes setentrional e meridional dessa faixa, onde há umidade deverão, constatamos o aparecimento dassavanas, que são o tipo de vegetação constituinte de maior abundância no continente. As áreas que são circundadas por essa região são zonas que podem contar com a amenidade dastemperaturas, pouca chuva e a acentuação dasestações secas, como oSahel.[27]

Ao longo dolitoral domar Mediterrâneo e daÁfrica do Sul, é destacada aquilo que os geógrafos e climatólogos a chamam de vegetação mediterrânea. A formação da vegetação mediterrânea éarbustiva e degramíneas. Na parte meridional do continente, aprovíncia florística do Cabo tem relevância.[27]

Como os africanos têm consciência ecológica da preservação de parte significativa de suavegetação, na África são conservadas ainda numerosas espécies de suafauna: nafloresta equatorial abrigam-se, de maneira principal,aves emacacos; nassavanas eestepes estão reunidosantílopes,zebras,girafas,leões,leopardos,elefantes,avestruzes e geralmente animais maiores.[27] A África possui o maior número de espécies demegafauna, pois foi o continente menos afetado pela extinção da megafauna doPleistoceno (Era do Gelo). A África é o continente onde aespécie humana se originou, o que leva a hipótese de que acoevolução de animais de grande porte ao lado de seres humanos tenha fornecido tempo suficiente para que esses desenvolvessem defesas eficazes contra os humanos, o que não ocorreu em outros continentes, como aOceania e aAmérica, onde as extinções foram mais graves.[28] Sua localização nos trópicos também a poupou dasglaciações do Pleistoceno, com o clima não mudando muito comparado a era geológica atual (Holoceno).[29]

Regiões

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Não é fácil fazer o agrupamento dos países da África em conjuntos que apresentem homogeneidade. Mas, para facilitar o estudo, o continente pode ser dividido em cinco regiões principais:Norte da África,África Ocidental,África Centro-ocidental,África Centro-oriental eÁfrica Meridional.[30]

Norte da África

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Ver artigo principal:Norte da África
  Inclusão por critérios geográficos

ONorte da África, aquilo que os geógrafos também chamam de África Setentrional e de África do Norte, é a maior região do continente em extensão territorial, que comporta três subdivisões: os países doMagrebe, os países doSaara e ovale do Nilo.[30]

A palavraMagrebe (maghreb) é dalíngua árabe tem o significado de "poente do Sol", ou seja, oocidente. Os países que compõem o Magrebe sãoMarrocos, aArgélia, aTunísia, aMauritânia e aLíbia. Napaisagem, osacidentes geográficos que mais destacam o Magrebe são acadeia do Atlas, junto aomar Mediterrâneo, e o gigantescodeserto do Saara onde ambos os trechos são distintos: um pelas quais as dunasarenosas dominam, aquilo que os geógrafos e habitantes locais conhecem por Erg, e outro com muitas pedras, que se chama Hamadas.[30]

A região do Magrebe tem um climaclima mediterrânico na encosta setentrional dacordilheira do Atlas e umclima desértico na parte setentrional dessacordilheira. A distribuição dapopulação é desigual: a densidade demográfica é grande em áreas de maiorumidade e, de modo natural, tem escassez nas áreas de deserto, onde a maioria da população é formada pelosárabes e pelosberberes, que são adeptos doislamismo.[30]

Devido às condições naturais que não favorecem as lavouras, aagropecuária se desenvolve muito pouco, apesar do seu emprego para muitos trabalhadores em atividade que moram nesses países. Merecem destaque aagriculturamediterrânea, em que são cultivadosvinhas,oliveiras,cítricos etâmaras. É praticada apecuária extensiva nas áreas declima semiárido e a pecuária que se desloca sem destino próprio nodeserto.[30]

Como têm muitosminérios que são destinados àexportação, o alcance feito pelos países doMagrebe foi a implantação de uma diversidade de centros industriais destacados, comoArgel,Túnis,Orã,Casablanca,Rabat,Fez eMarraquexe, que são algumas das cidades africanas de maior população e beleza.[30]

Os principais produtos econômicos daArgélia são opetróleo e ogás natural, sendo que o país também faz parte daOPEP como membro destaorganização internacional.Marrocos eTunísia exportam muitofosfatos, que serve como matéria-prima para aindústria que fabricafertilizantes.[30]

Odeserto do Saara naLíbia

A vastidão dodeserto do Saara estende-se por uma diversidade de países, sendo uma característica natural daMauritânia,Mali,Níger,Chade eLíbia, na mesma sub-região. O soloárido e o predominanteclima desértico não são favoráveis àsatividades econômicas; aagricultura apenas é possível junto aosoásis e em trechos de pouco comprimento dolitoral. Osubsolo apresenta riqueza mineral expressiva em reservas depetróleo,gás natural,ferro eurânio.[30]

Mesmo com o encontro doEgito com oSudão nodeserto do Saara, orio Nilo ali presente pode ser agrupado em outra sub-região. Como osrios Nilo Branco e Nilo Azul formam o famoso acidente geográfico fluvial, é atravessada pelo Nilo a totalidade doterritório desses países, cujo rio proporciona a melhoria das condições vitais para seu povo.[30]

O solo apresentado pelovale do Nilo é de extrema fertilidade, no qual é praticada com intensidade aagricultura. Consequentemente desse fato, apopulação doEgito eSudão é muito maior nodeserto do Saara. OCairo é, por exemplo, a maior cidade da África em população e uma das mais populosas do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes.[30]

De menor expressão noSudão, a indústria egípcia é de maior desenvolvimento e diversidade, das quais podem ser citadas as indústriassiderúrgica, aelétrica e atêxtil, assim como as deprodutoquímicos ealimentícios. Também nosubsolo do Egito e do Sudão são encontradas reservas depetróleo egás natural, além deferro,fosfato epotássio.[30]

África Ocidental

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Ver artigo principal:África Ocidental
  África Ocidental (sub-região da ONU)
  Magrebe, uma região separada.

A África Ocidental está localizada entre odeserto do Saara e ogolfo da Guiné e nela são abrangidos 17 países independentes (ver lista de países, abaixo).

Devido ao fato de se localizar entre o deserto e o golfo, oclima da região é do tipoequatorial, e a vegetação é formada porsavanas na parte setentrional eflorestas na parte meridional, onde chove bastante.

Adensidade demográfica daÁfrica Ocidental é menor nas regiões sob influência do Saara e maior no sul. ANigéria alberga cerca de 60% de sua população.

A principal atividade econômica é aagricultura, alternada entre aagricultura de subsistência e a plantação de produtos que se destinam àexportação, como ocafé,cacau,amendoim,banana e outros.

O fato de a África Ocidental chegar àindustrialização, que está se expandindo, é dependente doscapitaisestrangeiros. Os países de maior desenvolvimento no setor são:Nigéria,Costa do Marfim eSenegal.

África Central

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Ver artigo principal:África Central
Vista deLuanda, a capital deAngola

Os países agrupados por essa região são quatro:República Centro-Africana,Congo-Brazavile,Congo-Quinxassa eAngola. Está localizada na porçãoequatorial do continente, que faz limite com oAtlântico aoeste e com altasescarpasmontanhosas e grandes falhamentos a leste, sendo verificados, no resto do território, osplanaltos eplanícies alternadas cujosrios caudalosos atravessam. A região tem umclima de calor e umidade nos países da extremidade norte, sendo verificadas as presentesflorestas equatoriais. O clima predominante na extremidade sul da África Ocidental é otropical, tendo como ecossistema assavanas.[30]

A população dessaregião é menosdensa cujo grupo étnico principal são osnegros que fazem parte majoritariamente dogrupo banto. Os países mais populosos daÁfrica Central sãoZaire eAngola.[30]

É semelhante aagricultura da África Central em relação à agricultura daÁfrica Ocidental. A importância da exploração mineral é maior para o Zaire e Angola, onde são encontradasjazidas decobre,cobalto,manganês eferro. Oextrativismo vegetal, notadamente demadeira, é responsável pelo reforçamento daeconomia regional.[30]

Como na quase totalidade do continente, há poucasindústrias, mas os lençóispetrolíferos descobertos na faixa litorânea e o grandepotencial hidrelétrico que esses países possuem têm como vantagem o oferecimento do progresso esperado.[30]

África Oriental

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Ver artigo principal:África Oriental
  África Oriental (sub-região daONU[31])
  Outros países por vezes considerados nesta região

A África Oriental compreende a área que vai dabacia hidrográfica dorio Congo até as águas domar Vermelho e dooceano Índico. Os países que são agrupados pela África Oriental são no total dez:Eritreia,Etiópia,Djibuti,Somália,Quênia,Tanzânia,Uganda,Ruanda,Burundi eSeicheles. Como a diversidade dapaisagem é muito grande, é verificada, em meio à quantidade menor deplanícies e da elevação dosplanaltos, os ali presentesmaciçosmontanhosos, grandes falhamentos, a grande quantidade devulcões elagos. O clima predominante é otropical, com atenuação dastemperaturas pelaaltitude. A variação de um quadro oferecido pelavegetação é formada pelasflorestas equatoriais, pelassavanas, pelasestepes e pelas formações características de áreasdesérticas.[30]

Asetnias da África Oriental não têm homogeneidade: na península daSomália, aquilo que os geógrafos a conhecem como "Chifre da África" no Brasil ou "Corno de África" em Portugal apenas porque tem a peculiaridade desse formato, a predominância dapopulação tem como grupo étnico osnegros dogrupo banto, enquanto em outras áreas são encontrados expressivamente a quantidade de camitas,árabes,indianos eeuropeus. O contingente que é habitante da zona rural é numericamente maior do que a população das cidades; acidades mais populosas da África Oriental sãoNairóbi,Mogadíscio eAdis-Abeba.[30]

Na África Oriental, a economia que tem como base aagricultura, que se organiza principalmente de acordo com o sistema deplantation, é dedicada aos produtos exportados que são ocafé e oalgodão. A escassez de recursos minerais é limitada em jazidas menores deouro,platina,cobre,estanho etungstênio. Também na África Oriental a vantagem que ainda não foi atingida pelaindustrialização representa um grau de satisfação ao fato de que aeconomia se desenvolva.[30]

Uma das regiões de maiorpobreza e onde ocorrem mais conflitos é aÁfrica Centro-oriental. Seu povo teve crises deseca efome (Somália e Etiópia) e conflitos entre etnias em que morreram 800 milhutus etutsis em Ruanda e Burundi.[30]

África Meridional

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Ver artigo principal:África Meridional
AsCataratas Vitória, localizadas norio Zambeze, na fronteira entre aZâmbia e oZimbábue

AÁfrica Meridional, cuja linha imaginária doTrópico de Capricórnio atravessa, está dividida em doze países. No relevo da África Meridional são predominantes os planaltos cujas baixas altitudes da faixa litorânea circundam. Correspondendo ao clima, que tem variação entre a umidade dotropical e odesértico (na região doCalaári), fazendo a passagem, pelomediterrâneo, é encontrada uma vegetação que também tem diversidade, em que é verificada asavanas ali presentes,estepes e até mesmoflorestas (em conjunto com o litoral dooceano Índico).[30]

O ponto vantajoso das reservas deminério é que sustentam de maneira principal a economia da África Meridional. Merecem ser destacados os principais produtos econômicos do extrativismo mineral daÁfrica do Sul, que são oouro, osdiamantes, ocrômio e omanganês) e daZâmbia, que são ocobre e ocobalto. Como atividades que geram dinheiro podem ser citadas ainda aagricultura, onde os camponeses produzem alimentos declima mediterrâneo comovinhas,oliveiras efrutas e alimentos declima tropical comocana-de-açúcar,café,fumo ealgodão, além dos pecuaristas criarem extensivamente osbois.[30]

No território sul-africano, que é o país que tem mais indústrias no continente, a concentração dasindústrias está localizada nas regiões metropolitanas deJoanesburgo,Cidade do Cabo eDurban. Na África do Sul, o regime político que oficializou asegregação racial foiapartheid. Através desse regime, por 15,5% da população, que são osbrancos, foi dominado o país até 1994. Desde a instituição do apartheid, brancos enão brancos tiveram relações socialmente muito desiguais.[30]

OEstadonamibiano, que proclamou sua independência em 1990, fazia parte da África do Sul num período de 70 anos. Depois que aAlemanha colonizou de maneira original a Namíbia, foi elevado à categoria de colônia da África do Sul depois daPrimeira Guerra Mundial. O primeiro governante que a população da Namíbia elegeu após a proclamação da independência foiSam Nujoma, que liderava o movimento guerrilheiro num período de 30 anos.

Demografia

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Ver artigo principal:Demografia da África
Veja também :Religião na África,religiões tradicionais, elínguas africanas
Imagem de satélite da África à noite, evidenciando adensidade demográfica do continente
Mapa religioso da África

África é o terceiro continente em extensãoterritorial, e o segundocontinente mais populoso (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005[1]), representando cerca de um sétimo da população do mundo, cifra que lhe confere umadensidade demográfica de cerca de 30 habitantes porquilômetro quadrado.[32]

Essa pequena ocupaçãodemográfica encontra explicações nos seguintes fatores:[32]

A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. Ovale do Nilo, por exemplo, possuidensidade demográfica de 500 hab./km2, enquanto osdesertos e asflorestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são ogolfo da Guiné, as áreas férteis em torno dolago Vitória e alguns trechos no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões dassavanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias.[33]

Poucos países africanos apresentam populaçãourbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estãoArgélia,Líbia eTunísia.[34]

A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas dosubdesenvolvimento: elevadas taxas denatalidade e demortalidade, bem como a expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos emeducação e nível deemprego.[34]

Em correspondência com os diferentes ramosétnico-culturais, encontram-se na África trêsreligiões principais, cuja distribuição pode ser analisada no mapa acima : oislamismo, que se manifesta sobretudo naÁfrica Branca, mas é também professado por numerosospovosnegros; ocristianismo, religião levada pormissionários e professada majoritariamente nas regiões central e sul do continente; e asreligiões tradicionais africanas centradas noanimismo, seguido em toda aÁfrica Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número deseitaspoliteístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos danatureza sobre o destino dos homens.[35]

Da mesma forma que as religiões, existem inúmeraslínguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são:árabe,inglês,francês,português eafricâner, língua oriunda doneerlandês, falada pelos descendentes deneerlandeses,alemães efranceses daÁfrica do Sul e daNamíbia.[35]

Urbanização

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Regiões metropolitanas mais populosas daÁfrica
Estimativa dasNações Unidas (2010)[36]

Cairo

Lagos
PosiçãoLocalidadePaísPop.
1CairoEgito11 001 000
2LagosNigéria10 578 000
3KinshasaRepública Democrática do Congo8 754 000
4JoanesburgoÁfrica do Sul8 451 447
5MogadíscioSomália8 246 000
6CartumSudão6 972 000
7LuandaAngola5 672 000
8AlexandriaEgito4 387 000
9Dar es SalaamTanzânia4 364 541
10AbidjãCosta do Marfim4 125 000

Composição étnica

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Mapa etnolinguístico do continente africano (1996) (em inglês)

A maior parte dapopulação africana é constituída por diferentes povosnegros, mas há expressiva quantidade debrancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte dodeserto do Saara, por isso mesmo denominada "África Branca". São principalmenteárabes eberberes, mas incluem também ostuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade,judeus e descendentes de europeus.[34]

A Sul do Saara estende-se a chamada "África Negra", povoada por grande variedade de gruposnegroides que se diferenciam entre si por diferençasculturais, como asreligiões que professam e a grande diversidade delínguas que falam. Os grupos mais importantes são:[34]

  • bantos: são numericamente superiores aos demais grupos. Habitam a metade sul do continente e têm como atividades principais acriação de gado e a caça. Constituíram o maior contingente de africanos trazidos aoBrasil;[37]
  • nilóticos: são encontrados na região do AltoNilo e caracterizam-se pela estatura elevada;[34]
  • pigmeus: de pequena estatura, vivem principalmente naFloresta do Congo e em seus arredores, onde sua subsistência na caça e na coleta de raízes.[34]
  • coissãs (anteriormente chamados bosquímanos): habitam a região doDeserto de Calaári, sendo atualmente pouconumerosos; distinguem-se como grandes caçadores de antílopes e avestruzes.[34]

Além dosnegros, encontramos na África osmalgaxes, povo de origemmalaia que habita a ilha deMadagáscar, osindianos trazidos pelos colonizadoresbritânicos e portugueses para aÁfrica Oriental, além de um pequeno número deimigranteschineses e de origem europeia.[34]

Problemas socioeconômicos

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Fome

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Criançassomalis esperando pela ajudaamericana da Operação Good Relief em 1992

Existe no mundo uma diversidade de regiões que a fome atinge. A fome é a causa de morte para milhares de pessoas anualmente. Os principais focos sãoHaiti,Indochina,Índia eBangladexe. Mas não há outro lugar onde ocorre a disseminação do problema a não ser na África. Apesar disso, a fome atinge com dureza trinta países, em primeiro lugar, principalmente aqueles que se localizam nas áreas adjacentes dodeserto do Saara. Por esse motivo, com alguma frequência a associação da fome está relacionada com o clima árido e as precipitações irregulares. O clima adverso, porém, apenas faz a amplitude damiséria da maioria dos cidadãos africanos, que vivem numa posição inferior à linha da pobreza e às péssimas condições de que podem sobreviver. Outros fazem a contribuição para a composição desse quadro dramático.[35]

Para o profundo entendimento de tudo aquilo que causou a fome na África é importante é a volta no tempo à época em que foi colonizada, quando os europeus introduziram o sistema deplantation para realizar a produção de gêneros que se destinam à exportação, tornando reduzida a área de cultivos de subsistência (milho, sorgo, mandioca, etc.). A maioria dos países africanos exportadores, por valores flutuantes, matérias-primas para os países ricos e que fazem a importação, a preços caríssimos, alimentos para suas populações que passam fome.[38]

Com aagricultura extensiva, o homem derruba as matas e em seus limites ocorre o avanço do deserto. A produção necessária para exportar não permite que seja praticado o sistema de descansar a terra, que se esgota com rapidez e mesmo assim o fato de utilizarfertilizantes é de difícil recuperação. Geralmente, dessa forma, houve a diminuição da produtividade agrícola em muitos países africanos. O fato de introduzir a pecuária extensiva, em consequência da pecuária nômade, que se prática de maneira tradicional no continente, também é causadora de danos às paisagens africanas, pois ocorre a morte dos rebanhos com as pastagens que se reduziram, sendo que a fome os atinge, igualmente à população.[38]

Outro problema é o descompasso existente entre o enormecrescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária. Apesar das elevadas taxas demortalidade infantil e geral, da ineficácia dos serviços de saúde e das numerosas doenças, a população africana cresce em níveis muito altos. A todos esses problemas é preciso acrescentar outro, ainda mais marcante: as guerras. Acolonização da África impôs divisões políticas que nunca coincidiram com as divisões tribais e, atualmente, guerras entre tribos agravam ainda mais a fome e a mortalidade no continente.[38]

Quando o problema torna-se agudo demais, é comum organizarem-se campanhas nos países mais ricos. Essas campanhas, no entanto, conseguem apenas atenuar o problema, pois atacam as suas consequências e não as suas causas. Além disso, nem todos os recursos provenientes dessas campanhas chegam a seu destino, pois a rede de transportes e demais serviços deinfraestrutura extremamente precários fazem com que parte dos alimentos enviados não alcance as populações mais isoladas.[38]

Racismo

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Em nenhuma outra parte do mundo a questão racial assumiu questões tão graves como naÁfrica do Sul. Embora osnegros,mestiços eindianos constituam 86% dapopulação, eram osbrancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.[39]

A origem desse sistema, denominadoapartheid, data de 1911, quando osafricânderes (descendentes de agricultoresneerlandeses que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros,asiáticos emestiços.[39]

Na década de 1950, foi fundado oCongresso Nacional Africano (CNA), entidade negra contrária àsegregação racial na África do Sul.[39] Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líderNelson Mandela, condenado à prisão perpétua.[40] De 1958 a 1976, a política doapartheid se fortaleceu com a criação dosbantustões, apesar dos protestos da maioria negra.[41]

Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta na maioria subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. Acomunidade internacional usou algumas formas de pressão contra ogoverno sul-africano, especialmente no âmbitodiplomático eeconômico, no sentido de fazê-lo abolir a instituição doapartheid.[41]

Governo e política

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Ver artigo principal:Política da África
Esta seção é um excerto dePolítica da África.[editar]
Divisão política da África.

A maioria dos países do continente possuem governos "democraticamente" eleitos. Atualmente, 55 estados são membros daUnião Africana, uma união continental que foi formada em 2002, e que temAdis Abeba, naEtiópia, como sua sede.

No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas sujas porfraude eleitoral, tanto internamente, como pela comunidade internacional. Por outro lado, ainda subsistem situações em que o presidente ou o partido governamental se encontram no poder há dezenas de anos, como são os casos deAngola e deZimbábue.

Em geral, os governos africanos são repúblicaspresidencialistas, com exceção de trêsmonarquias existentes no continente:Marrocos,Lesoto eEssuatíni. O número de países comdemocraciaparlamentarista, comoCabo Verde eMaurícia, tende a aumentar.

Colonização europeia e guerras

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Ver artigos principais:Partilha de África eConferência de Berlim
Mapa de África Colonial em 1913.
  Estados independentes (Libéria eEtiópia)

A atualdivisão política da África somente se configurou nas décadas de 1960 e 1970. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias —Reino Unido,França,Portugal,Espanha,Bélgica,Itália eAlemanha -, que o dividiram em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem aindependência, os países africanos tiveram de se moldar àsfronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmastribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à influência de valoreseuropeus.[39]

Em muitos desses novos países, após a independência, houve inevitáveisrevoltasseparatistas egolpes de Estado que terminaram por instaurarditaduras. Seguindo diretrizescapitalistas ousocialistas, osgovernos assim constituídos distinguiam-se sempre pela perseguição política, que chegava a culminar emtorturas emassacres dos opositores.[39]

Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos países mantiveram laços econômicos com as ex-metrópoles e, durante aGuerra Fria, alguns ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extintaUnião Soviética) em busca de assistência militar e econômica.[39]

De tudo isso resulta a existência de muitos focos de conflito no continente. Em alguns casos trata-se de lutas de caráter político: grupos que pretendem conquistar o poder se confrontam com os que detêm o domínio da região. Em outros, o motivo principal é o separatismo, originado pela artificialidade das fronteiras coloniais herdadas.[39]

Países e territórios atuais

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Ver artigo principal:Subdivisões da África
Ver também:Lista de países e territórios da África

Abaixo indicam-se as principais regiões da África e os países que as compõem.

Divisão política da África
Subdivisões da África para fins estatísticos usada pela ONU.[31]
  Norte de África (físico-geograficamente, aPenínsula de Sinai, noEgito, pertence aoMédio Oriente, região daÁsia).
Países membros daUnião Africana (verde escuro)

África Meridional

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África Central

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África Ocidental

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África Setentrional

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África Oriental

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Estados não reconhecidos ou em disputa

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Dependências

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Outros territórios

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Há aindaterritórios pertencentes ao território de países de outros continentes, considerados integralmente como parte desses países e, por isso, não constituindo territórios dependentes:

Outros agrupamentos de países africanos usadas frequentemente

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Economia

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Joanesburgo,África do Sul, a cidade mais rica do país e de todo o continente africano, responsável por 33% do PIB sul-africano e por 10% do PIB da África
Ver artigo principal:Economia da África
Ver também:Lista de países africanos por PIB nominal

A África é um dos continentes mais pobres do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírusHIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso daÁfrica do Sul, que possui sozinha um quinto doPIB de toda a África.

Distinguindo-se pelas elevadastaxas denatalidade e demortalidade e pela baixaexpectativa de vida e abrigando umapopulação jovem, a África caracteriza-se pelosubdesenvolvimento. Aparecendo ao mesmo tempo como causa e consequência desse panorama, os setores econômicos em que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança do seu passado colonial: oextrativismo e aagricultura — setores em que são baixos os investimentos e o custo damão-de-obra — cuja produção é destinada a abastecer o mercado externo.[47]

Extrativismo

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Mapa da África mostrando apesca e aaquacultura (antes da independência doSudão do Sul)

A África detém grandes reservasminerais, destacando-se oouro deGana,África do Sul,Sudão eMali[48] e osdiamantes da África do Sul, doCongo-Quinxassa e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas comopetróleo egás natural, explorados principalmente naNigéria, emAngola, naArgélia, noEgito e naLíbia.[47][49]

Osubsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais:bauxita (Guiné),[50]cobalto (Congo-Quinxassa,Madagascar,Marrocos e África do Sul),[51]cromo (África do Sul),[52]cobre (Congo-Quinxassa eZâmbia),[53]minério de ferro (África do Sul),[54]lítio (Zimbábue),[55]manganês (África do Sul,Gabão eCosta do Marfim),[56]fosfato (Marrocos, Egito,Tunísia,Senegal, Argélia eTogo),[57]platina (África do Sul e Zimbábue),[58]estanho (Congo-Quinxassa, Nigéria eRuanda),[59]tungstênio (Ruanda),[60]tântalo (Congo-Quinxassa, Ruanda, Nigéria,Etiópia eBurundi),[61] eurânio (Namíbia eNíger).[62][63]

Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continentepobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhiaseuropeias ounorte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região umainfraestruturaequipamentos,técnicas emeios de transporte — visando exclusivamente à extração eexportação dasriquezas em estado bruto para ospaíses industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.[63]

Acaça, apesca e acoleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela dapopulação africana. No extrativismo animal, figuram em primeiro plano ocomércio decouro e depeles emBurquina Fasso,Botsuana eDjibuti, e o demarfim na África do Sul,Congo-Quinxassa,Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos:madeiras,resinas eespeciarias, nos países cobertos parcialmente pelafloresta equatorial;óleo de palma, noBenim e naCosta do Marfim;tâmaras, nos países desérticos.[63]

Agropecuária

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Umgrupo deagricultoresburquineses

Aagricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a desubsistência e acomercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensiva — planta-se em grandes extensões deterra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento dosolo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricultores. Como principais produtos de cultivo para consumo da população local, citam-seinhame,mandioca,batata doce,sorgo,amendoim,taro,feijão-macáçar,milho earroz.[63]

A forma comercial de agricultura está representada pelaplantation, sistema introduzido peloseuropeus no período colonial; baseia-se namonocultura em grandes extensões de terra, com produção voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresasagroindustriais. Enquadram-se nos produtos que a África normalmente cultiva para a exportação:algodão,chá,tabaco,cacau,café,castanha de caju ebanana-da-terra.[64]

Existem também cultivos típicos de certas regiões da África, como asazeitonas no norte do continente; anoz de cola, oegusi acastanha de carité naÁfrica Ocidental; e ogergelim por todo o continente.[65]

Devido às condições naturais pouco propícias à criação degado bovino, a África tem na pecuária umaatividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação deovelhas naÁfrica do Sul e naEtiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões deestepes. Nos países situados ao norte doSaara, criam-secamelos edromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhoscaprino eovino também são significativos.[64]

Indústria e transportes

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Mapa da rede de transportes da África

A incipienteindustrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos doterritório. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de países doPrimeiro Mundo, ou mesmo deTerceiro Mundo, mas industrializados, como oBrasil. Esse distanciamento agrava-se dia a dia com o permanente aprimoramento industrial e tecnológico dos países desenvolvidos.[64]

Toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez decapitais, a falta de mão-de-obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício aodesenvolvimento econômico. Mesmo a grande variedade dematérias-primas, sobretudominerais, que poderia ser utilizada para promover aindústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.[64]

Umcargueiro passando sob aPonte Canal de Suez, noEgito

Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, comomadeiras,óleos comestíveis,açúcar ealgodão, ou ao beneficiamento deminérios paraexportação.[64]

Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, daenergia elétrica e dasmatérias-primas, muitasindústrias de origemeuropeia enorte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cujaexportação lhes possibilita altas margens de lucro.[66]

As indústriastêxteis ealimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto naÁfrica do Sul, noEgito e noCongo-Quinxassa estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas,metalúrgicas,usinas hidrelétricas etc.) Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente.[66]

O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. Implantado peloscolonizadores, tinha como principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gênerosagrícolas para osportos marítimos, de onde os produtos seguiam para as metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rederodoviária eferroviária que interligue eficazmente suasregiões.[66]

Cultura

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Ver artigo principal:Cultura da África
Igreja São Jorge emLalibela, naEtiópia, umPatrimônio Mundial pelaUNESCO

A cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie tenha surgido. Os mais antigosfósseis dehominídeos encontrados na África (Tanzânia eQuênia) têm cerca de cinco milhões de anos. OEgito foi provavelmente o primeiroEstado a constituir-se na África, há cerca de 5 000 anos, mas muitos outrosreinos oucidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo,Axum, oGrande Zimbábue). Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas.

O continente africano cobre uma área de cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, um quinto da área terrestre daTerra, e possui mais de 50 países. Suas características geográficas são diversas e variam de tropical úmido oufloresta tropical, com chuvas de 250 a 380 centímetros adesertos. O monteQuilimanjaro (5 895 metros de altitude) permanece coberto deneve durante todo o ano enquanto oSaara é o maior e mais quente deserto da Terra. A África possui umavegetação diversa, variando desavana,arbustos de deserto e uma variedade de vegetação crescente nasmontanhas bem como nas florestas tropicais e tropófilas.

Como a natureza, os atuais 800 milhões de habitantes da África evoluíram um ambiente cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As pessoas através do continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto número de diferenteslínguas, praticam diferentesreligiões, vivem em uma variedade de tipos dehabitações e se envolvem em um amplo leque de atividadeseconômicas.

Ver também

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Referências

  1. abc"World Population Prospects: The 2006 Revision"Arquivado em 29 de abril de 2011, noWayback Machine.United Nations (Department of Economic and Social Affairs, population division)
  2. Geografia Crítica - Geografia do Mundo Subdesenvolvido, 7ª Série, pág.165
  3. Geografia Crítica - Geografia do Mundo Subdesenvolvido, 7ª Série, pág. 178
  4. «Human Development Report 2019»(PDF) (em inglês). Human Development Report (Human Development Report Office) - United Nations Development Programme. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  5. Georges, Karl Ernst (1913–1918).«Afri». In: Georges, Heinrich.Ausführliches lateinisch-deutsches Handwörterbuch (em alemão) 8th ed. Hannover. Consultado em 20 de setembro de 2015. Arquivado dooriginal em 16 de janeiro de 2016 
  6. Lewis, Charlton T.; Short, Charles (1879).«Afer».A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press. Consultado em 20 de setembro de 2015.Cópia arquivada em 16 de janeiro de 2016 
  7. Venter & Neuland,NEPAD and the African Renaissance (2005), p. 16
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Bibliografia

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