Gilberto Monteiro foi médico municipal da freguesia de Carnaxide de 1921 a 1961, Chefe dos Serviços Clínicos da extinta fábrica dos Fermentos Holandeses (F.P.F.H.), sediada na Cruz Quebrada, de 1934 a 1962 e, durante a II Guerrra Mundial, exerceu no Hospital Militar de Belém, na qualidade de tenente médico miliciano. Amante do desporto e desportista, G. Monteiro foi um dos fundadores do Sport Algés e Dafundo (SAD), instituição onde, enquanto membro da sua primeira Comissão Cultural, criou a Biblioteca, organizou conferências, (...) exposições e concertos e outras actividades culturais que ali atrairam figuras de relevo como Aquilino Ribeiro, Viana da Mota, Hernâni Cidade e Norton de Matos, entre outros. Se nas suas crónicas escritas para “O Fermento” deparamos com o G. Monteiro, historiador inconformado, que denuncia os constantes atentados à integridade histórica e patrimonial, no Esboço Histórico do Hospital Militar (1945) convivemos com um testemunho de vertical e desassombrada coragem cívica, denunciadora dos males de que padecia a medicina contemporânea. Finalmente, acompanhamos o esforço e as diligências que, numa linha de justiça, educação e melhoria da qualidade de vida das pessoas, G. Monteiro desenvolveu, em pleno Estado Novo, a fim de instituir na fábrica (FPFH) uma assistência médico-social moderna. (shrink)