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Teste Fiat Titano Ranch 2026: melhor sim, mas a que custo?

Melhorias foram sensíveis e merecedoras de uma segunda chance, mas ainda é para quem busca um bom negócio

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - picape e apresentador
14:01

A Fiat apresentou em julho a nova Titano 2026. Agora fabricada na Argentina, a picape média passou por uma série de melhorias mecânicas e de equipamentos que lhe renderam uma nova chance no mercado brasileiro para quem busca uma caminhonete média, não apenas para quem queria pagar barato em um veículo do tipo.

No primeiro contato, a Titano 2026 me impressionou pela evolução. Tanto que agora a picape volta para o crivo de nossos testes para separar o que foi sentimento do que é melhoria de fato. Testamos aqui a versão Ranch, a mais completa da linha da picape da Fiat para ver se, mais cara e cobrando R$ 285.990 nessa configuração, ela consegue se livrar do estigma de picape barata.

Galeria: Teste Fiat Titano Ranch 2026

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - painel
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Teste Fiat Titano Ranch 2026 - painelTeste Fiat Titano Ranch 2026 - instrumentosTeste Fiat Titano Ranch 2026 - alavanca de câmbioTeste Fiat Titano Ranch 2026 - multimídia e ar-condicionadoTeste Fiat Titano Ranch 2026 - volanteTeste Fiat Titano Ranch 2026 - alavanca de câmbioTeste Fiat Titano Ranch 2026 - volante e painel
Fonte: Motor1 Brasil

Para fazer diferença, não show

Na linha 2026, a Fiat Titano troca a montagem uruguaia feita pela Nordex pela produção na Argentina já na fábrica da Stellantis em Córdoba. A principal mudança, porém, é a adoção do motor 2.2 turbodiesel Multijet II, mais moderno, já encontrado em outros produtos da Stellantis no Brasil, como Jeep Commander,Fiat Toro eRam Rampage. Na configuração brasileira, o propulsor entrega 200 cv de potência e 45,9 kgfm de torque. São 20 cv e 5,1 kgfm extras na comparação com o motor 2.2 turbodiesel utilizado na Titano até então.

Junto ao motor novo, a Titano Ranch traz o novo câmbio automático de 8 marchas fornecido pela ZF. Com o novo conjunto de transmissão automática, o consumo no ciclo urbano, que era de 8,5 km/l, passou para 9,9 km/l, gerando uma economia de 16%. Já na estrada, a Titano passa a fazer 10,8 km/l, 17% melhor se comparado aos 9,2 km/l do motor anterior, todos em nossos testes.

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - novo motor 2.2 turbodiesel
Foto de: Motor1 Brasil

A aceleração de 0 a 100 km/h passou de 12,4 segundos para 9,9 segundos, ou seja, 20% de melhora. Em nossos testes, a picape surpreendeu. Não só superou a antiga como registrou alguns números melhores que os declarados pela montadora.

MedidaTItano 2026 (declarado)Titano 2026 (medições do Motor1.com Brasil)Titano 2025 (medições do Motor1.com Brasil)

Aceleração 0 a 100 km/h

9,9 s9,8 s11,9 s
Consumo urbano9,9 km/l11,1 km/l9 km/l
Consumo rodoviário10,8 km/l13,8 km/h10,7 km/l

No entanto, a caixa ZF8HP é bem mais longa (literalmente) que a anterior, de seis marchas. Isso deslocou o motor 30 cm para frente, de acordo com a engenharia da Stellantis. Isso levou a um extenso retrabalho de todo conjunto de suspensão. Não foi recalibração, molas e amortecedores são realmente novos. O mesmo vale para a assistência de direção, agora elétrica e mais progressiva.

Já na parte de tração, entre as mudanças feitas após a Fiat assumir o projeto da picape, a Titano agora passa a contar com um novo sistema de caixa de transferência fornecido pela BorgWarner nas opções com câmbio automático. Ela conta com três opções de tração: 2H (4x2 sem redução), 4Auto (4x4 simples) com engate automático, e 4L (4x4 com caixa de redução).

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - alavanca de câmbio
Foto de: Motor1 Brasil

No modo 4Auto, o engate do diferencial dianteiro é automático sob demanda. Um sistema e acoplamento eletromagnético no diferencial central transfere a força para as rodas dianteiras somente quando detecta perda de aderência na traseira. Para ajudar mais na tração em terrenos difíceis, todas as versões automáticas saem de fábrica com bloqueio do diferencial traseiro e assistente de descida em rampas.

Em termos de segurança, a linha 2026 traz importantes evoluções. Agora, a picape passa a contar com o sistema ADAS (Advanced Driver Assistance Systems), na versão Ranch, oferecendo recursos como frenagem automática de emergência, monitoramento de ponto cego e piloto automático adaptativo, deixando a condução cada vez mais segura. A picape também passa a contar com freios a disco nas quatro rodas e freio de mão eletrônico, este a partir da versão intermediária Volcano. Todas as versões contam com 6 airbags (frontais, laterais e de cortina) de série.

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - instrumentos
Foto de: Motor1 Brasil

Focando na versão Ranch da Titano 2026, a lista de itens de série inclui ar-condicionado automático digital de duas zonas, bancos dianteiros com ajuste elétrico, bancos com revestimento de couro, central multimídia com tela de 10" e conectividade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, painel de instrumentos com tela digital de 7", chave presencial com partida por botão e volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade.

A lista inclui ainda câmera 360°, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensor de ponto cego, faróis de LED com DRL integrado e ajuste automático, assistente de descida e seletor de terrenos com os modos Auto, Sport, Snow, Off-road e 4WD Low. A versão oferece também controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, retrovisores com rebatimento elétrico, estribos laterais, santantônio integrado e protetor de caçamba.

No entanto, a Fiat Titano permaneceu com o visual muito similar ao da picape pré-mudanças. A dianteira tem muito da origem Peugeot, incluindo as "garras de leão" que compõem o conjunto de DRL na dianteira. Por dentro, a maior diferença fica por conta da alavanca de câmbio, agora digital e sem conexão mecânica direta com a transmissão. Até mesmo as teclas que lembram a de um piano parecem ter vindo de um Peugeot.

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - dianteira
Foto de: Motor1 Brasil

Foi quase

Em pista fechada, com exercícios propostos pela Fiat, o primeiro contato com a Titano 2026 impressionou mesmo. Mas talvez isso tenha sido um problema. A expectativa para esse contato no mundo real era alta. E, usando no dia-a-dia, a história foi um pouco diferente do que eu antecipei.

Não estou falando de como a picape quase não mudou visualmente - por dentro ou por fora -, mas de como na prática todas as alterações mecânicas colocaram a Titano em outro patamar. Só não aquele em que estão rivais estabelecidas, como Ford Ranger e Toyota Hilux por exemplo.

A antiga Titano sofria com um motor que era apenas o suficiente, um câmbio com poucas marchas e um rodar duro como uma picape média de 15 anos atrás. Como os números provaram, desempenho e performance mudaram da água para o vinho na linha 2026. Com uma suspensão toda nova e uma calibração refeita para a caixa de direção, o rodar também chegou a 2025. Bate o refinamento de uma Ranger ou de uma VW Amarok no asfalto? Não, mas a deixa um pouco abaixo de uma Hilux, o que é um baita avanço em relação ao modelo pré-alterações.

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - traseira
Foto de: Motor1 Brasil

Mas é exatamente na decisão da Fiat de focar os esforços no refinamento mecânico que reside o perigo. Para ver como a Fiat Titano evoluiu, você precisa dirigir. Se você só for na concessionária e sentar no carro, verá uma picape mais equipada, mas com o mesmo acabamento simples e de plástico rígido de antes. A picape ficou ficou R$ 26 mil mais cara na comparação com a linha 2025 nessa versão Ranch e, se você não gastar um tempo atrás do volante, não vai entender o motivo de um acréscimo tão grande na tabela. 

E algumas economias geram estranhamento. As tomadas na cabine são do tipo USB-A num momento que os dispositivos estão migrando para o USB-C. O carregador por indução é acessório, mas o acendedor de cigarro é de série. Para mim, a pior é o quebra-sol do motorista. Não é só que não tem iluminação no espelho. Não tem o espelho.

Teste Fiat Titano Ranch 2026 - banco traseiro
Foto de: Motor1 Brasil

E a estratégia da Fiat continua nas cores. Curiosamente, a única pintura que não tem acréscimo de valor é a Vermelho Montecarlo. Preto Vulcano sólida? Mais R$ 1.500. As metálicas Cinza Silverstone e Prata Bari (como no carro das fotos) acrescentam R$ 2.490. O pior, porém, são as brancas, tipicamente usadas em carros de trabalho. Na versão de entrada Endurance, a sólida Branco Banchise acrescenta R$ 1.500. Para a Ranch, há apenas a Branco Alaska com acabamento perolizado e custo de R$ 2.490. O mercado de picapes não é um dado a comprar carros vermelhos. Mas, na Fiat Titano, qualquer coisa que não seja vermelho vai custar a mais.

E mesmo rodando, a Titano 2026 tem algumas questões. Nada com o desempenho, mas sim com o conforto. O novo câmbio de oito marchas costuma reduzir duas, até três marchas ao menor sinal de aclive ou declive. E só vai subir marcha de novo quando o terreno aplaina. Então foi rotineiro andar com o giro acima de 2.500 rpm, mostrando que o isolamento acústico poderia ser melhor.

As mudanças foram mais do que bem-vindas, mas não fizeram da Titano a melhor picape da categoria no geral.

Testes do Fiat Titano Ranch 2026 - Fiat Flag na grade
Foto de: Motor1 Brasil

Ironicamente, o problema são as chinesas

A Fiat se aproveitou de um projeto originado na parceria entre a Peugeot e a chinesa Changan para ter uma picape média mais acessível. Se você comparar a Titano Ranch com uma Ford Ranger similarmente precificada (XLS 2.0 AT6 4x4 de R$ 281.900) há uma troca justa. A Ranger tem um acabamento melhor e um rodar mais refinado, mas deve os itens de segurança que são de série na Titano e o desempenho é menor.

Mas quem pode ser um risco são outras picapes chinesas que estão no mercado. A principal delas sendo a GWM Poer P30. Diesel, 4x4, bem mais equipada, com acabamento superior e um desempenho um pouco abaixo do encontrado na Titano, custa R$ 260 mil. Claro, a rede de concessionárias da Fiat, principalmente nos rincões do Brasil, é bem mais presente. Mas a marca aumentou o benefício da Titano 2026 junto com o custo. A única conclusão lógica é que a picape continua ter uma proposta de custo-benefício.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

Leia mais:

Fiat Titano 2.2TD AT8

Motordianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 2.184 cm3, injeção direta, turbo, diesel
Potência e torque200 cv a 3.500 rpm; 45,9 kgfm a 1.500 rpm
Transmissãocâmbio automático, 8 marchas, tração 4x4 com reduzida e engate automático do eixo dianteiro
Suspensãobraços sobrepostos na dianteira, eixo rígido com molas semi-elípticas na traseira; rodas de 18" com pneus 265/60 R18
Comprimento e entre-eixos5.330 mm; 3.180 mm
Largura1.963 mm
Altura1.897 mm
Peso2.150 kg em ordem de marcha
Capacidadescaçamba: 1.210 litros; tanque: 80 litros
Capacidade de carga1.020 kg
Preço de entradaR$ 285.990
Aceleração0 a 60 km/h: 4,2 s; 0 a 80 km/h: 6,6 s; 0 a 100 km/h: 9,8 s
Retomada40 a 100 km/h (em D): 7,6 s; 80 a 120 km/h (em D): 7,3 s
Consumo de combustívelcidade: 11,1 km/l km/l; estrada: 13,8 km/l

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