Fui devagar, mas o pé ou o espelho traiu-me. Este pode ser que não fosse; era um espelhinho de pataca (perdoai a barateza), comprado a um mascate italiano, moldura tosca, argolinha de latão, pendente da parede, entre asduas janelas.
Logo de entrada, apresentou-meduas senhoras, uma já idosa e outra bordejando a madureza. Esclareceu que esta era sua esposa, e aquela, irmã. Luciana e Hilda, afáveis e delicadas, primaram em gentilezas.
2012,Luís Fernando Veríssimo, “A tia que caiu no Sena”, inDiálogos Impossíveis, Rio de Janeiro: Editora Objetiva,→ISBN, page63:
Alda contou para o grupo que a tia Belinha tinha ido sozinha a Paris e lá conhecera um conde francês, ligeiramente arruinado e ligeiramente maluco, com quem tivera um tórrido caso de verão. Numa noite quente, dançando numa margem do Sena, depois de muitos copos de champanhe, osdois tinham tropeçado e...