Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Rede Voltaire
A propósito da RedeRSS
Rede Voltaire
Rede Voltaire

O yuan será a terceira moeda mais poderosa na cesta do FMI

Ariel Noyola Rodríguez

Apesar da forte oposição do Tesouro dos Estados Unidos, o FMI finalmente aprovou em 30 de novembro a inclusão do yuan nos Direitos Especiais de Saque, uma cesta de moedas criada em 1969 para suplementar as reservas oficiais existentes dos membros do organismo multilateral. Assim, a moeda chinesa se tornará a partir do próximo 1 de outubro de 2016 o quinto integrante da cesta do FMI. E a influência financeira da China a nível mundial continuará crescendo rapidamente: o peso do yuan nos Direitos Especiais de Saque será maior em comparação com o iene japonês e a libra britânica.

Rede Voltaire| Cidade do México (México)|
DeutschEnglishEspañolfrançaisitalianoNederlandsрусский

Poucos meses atrás, houve muito ceticismo sobre se o Fundo Monetário Internacional (FMI) iria incorporar ou não a "moeda do povo" da China ("renminbi") em sua cesta de divisas [1]. Finalmente, as dúvidas acabaram: apesar da forte oposição do Tesouro dos Estados Unidos, muito em breve o yuan se tornará o quinto membro da cesta de moedas do FMI [2].

Como chegamos até aqui? Em meio à crise do sistema de taxas de câmbio fixas, que foi estabelecido no ano 1944, em 1969 o FMI criou um ativo de reserva, que chamados de Direitos Especiais de Saque (SDR, ’Special Drawing Rights’, em inglês). Como o sistema da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos estava cada vez mais impossibilitado de trocar por ouro uma quantidade excessiva de dólares que os bancos centrais de todo o mundo tinham acumulado, o propósito do SDR foi o de complementar as reservas oficiais existentes dos países que compunham o FMI.

Em um primeiro momento, o valor do SDR foi definido como equivalente a 0,888671 gramas de ouro fino. E numa segunda fase, após o colapso dos acordos de Bretton Woods, o valor do SDR foi estabelecido por referência a uma cesta de moedas das principais economias da época: Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido e França. No fim dos anos 90, a cesta do FMI era composta pelo dólar, euro, iene japonês e libra britânica.

E, a partir de então, não houve mais alterações. Apesar das enormes mudanças no quadro político e econômico mundial ao longo das últimas décadas, a composição da cesta do FMI manteve-se inalterada.

A deterioração da economia dos EUA não impediu que o dólar mantivesse a sua posição dominante: em 2011, ele ficava com quase 42% da carteira do SDR; seguido pelo euro, com 37,4%; a libra esterlina, com 11,3%; e o iene, com 9,4%. No entanto, após o Conselho Executivo do FMI decidir acrescentar a moeda chinesa em 30 de novembro, a composição da cesta finalmente vai mudar [3].

Assim, o yuan será a terceira divisa com maior peso nos SDR, com 10,92% do total, acima do iene japonês (8,33%), e da libra esterlina (8,09%), embora ainda atrás do dólar (41,73%) e do euro (30,93%). Esta decisão entrará em vigor em 11 meses, no próximo 01 de outubro de 2016.

"A inclusão do yuan vai aumentar a representação e o atrativo do SDR e ajudará a melhorar o sistema monetário internacional vigente, uma circunstância que beneficiará tanto a China como o resto do mundo", declarou o Banco Popular da China em um comunicado [4].

Em 2009, Pequim já tinha deixado claro que aspirava que o yuan se tornasse uma moeda de reserva global. Como observei em meus artigos anteriores, a internacionalização do yuan tem sido baseada no "gradualismo" e apoiada especialmente na força comercial da China.

Nos últimos anos, o Banco Popular da China assinou swaps cambiais com mais de 40 bancos centrais, desde os localizados na Ásia-Pacífico, África e Europa aos do Chile e Canadá, aliados fervorosos dos Estados Unidos. Também não podemos esquecer a instalação de bancos de compensação no exterior para facilitar o uso do renminbi (’RMB clearing banks’) e concessão de quotas de investimento para participar do programa chinês de Investidores Institucionais Estrangeiros Qualificados em Renminbi (RQFII, ’Renminbi Qualified Foreign Institutional Investor Program’).

No entanto, essas medidas foram insuficientes para o yuan entrar na ’primeira divisão’. Era preciso ganhar o reconhecimento de uma instituição decisiva na gestão das finanças, como o FMI. A China começou a ganhar a batalha em agosto, quando o yuan foi desvalorizado. Imediatamente, Pequim insistiu em que esta foi uma ação temporária; isto é, que não haveria desvalorizações prolongadas [5].

Foi então que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, saiu para acalmar os investidores, neutralizando a propaganda dos EUA que responsabilizava a China pela turbulência econômica global [6].

Enquanto isso, Pequim não voltou atrás em seu programa de "reformas estruturais"; pelo contrário, pretende acelerar a abertura do seu setor financeiro. Tudo aponta no sentido da liberalização da taxa de câmbio e das taxas de juros, assim como do mercado de capitais. Depois de conectar as bolsas de valores de Xangai e Hong Kong em meados de novembro de 2014 [7], agora a China contempla o estabelecimento uma ligação com a bolsa de Londres [8].

Em conclusão, embora seja verdade que o yuan ainda tem um longo caminho a percorrer para ser capaz de competir de igual para igual com o dólar, não há dúvida de que a sua próxima inclusão na cesta de moedas do FMI é um marco histórico [9]. O mundo financeiro está mudando...

Ariel Noyola Rodríguez
Tradução
João Aroldo
Tradutor freelance para sites como Rede Voltaire, Redecastorphoto e Tlaxcala.
Fonte
Russia Today (Rússia)
Versão para imprimirRSSFacebookTwitterWhatsAppViber

Permaneçam em Contacto

Sigam-nos nas Redes Sociais
Subscribe to weekly newsletter

[1Incorporar o yuan ao sistema SDR”, Ariel Noyola Rodríguez, Tradução Victor Farinelli ,Russia Today (Rússia),Rede Voltaire, 3 de Abril de 2015.

[2«El Fondo Monetario Internacional incluye el yuan en la cesta de sus divisas de reserva»,Russia Today, 30 de noviembre de 2015.

[3IMF Agrees to Include China’s RMB in SDR Basket”, Zou Luxiao,People’s Daily, December 01, 2015.

[4PBC Welcomes IMF Executive Board`s Decision to Include the RMB into the SDR Currency Basket”,People’s Bank of China, Decembre 1, 2015.

[5«La devaluación del yuan pone a prueba el ascenso de China como potencia mundial», por Ariel Noyola Rodríguez,Russia Today (Rusia),Red Voltaire, 29 de agosto de 2015.

[6«IMF’s Christine Lagarde Tries to Tamp Down China Panic, but Urges Vigilance», Ian Talley,The Wall Street Journal, September 1, 2015.

[7Xangai e Hong Kong: a nova dupla do mercado de ações”, Ariel Noyola Rodríguez, Tradução Daniella Cambaúva ,Rede Voltaire, 24 de Novembro de 2014.

[8«Yuanización mundial gracias a la City de Londres», por Ariel Noyola Rodríguez,Russia Today (Rusia),Red Voltaire , 5 de noviembre de 2015.

[9«Hito histórico: El FMI decide sobre la inclusión del yuan como moneda de reserva»,Russia Today, 30 de noviembre de 2015.

Ariel Noyola Rodríguez

Economista formado pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Integrante do Centro de Investigação sobre a Globalização,Global Research, com sede no Canadá. Suas reportagens sobre a economia mundial são publicadas no semanárioContralínea e suas colunas de opinião são transmitidas pela rede internacional de notíciasRussia Today. O Clube de Jornalistas do México entregou a ele o Prêmio Nacional de Jornalismo na categoria Melhor Análise Econômico e Financeiro por seus trabalhos difundidos ao longo de 2015 na Rede Voltaire.

EUA irá instalar uma nova base militar no Peru

América do Sul sob ameaça

Rússia, China e Arábia Saudita põem em cheque a hegemonia do dólar

Os bancos centrais do G-7 perderam noção e rumo

Por que é urgente romper a paralisia do Banco do Sul?

O Congresso dos Estados Unidos dá o braço a torcer e aprova a reforma de cotas do FMI

Os artigos deste autor Enviar uma mensagem

Rede Voltaire

Voltaire, edição internacional

FocusNotícias em resumoControvérsiasDocumentos em observação

República Popular da China

O crepúsculo vermelho sangue do Ocidente

O crepúsculo vermelho sangue do Ocidente

A falsa contra-ofensiva e a recusa de bons ofícios

A falsa contra-ofensiva e a recusa de bons ofícios

A Arábia Saudita e o mundo multipolar

A Arábia Saudita e o mundo multipolar

A China negoceia a paz entre Arábia Saudita e o Irão

A China negoceia a paz entre Arábia Saudita e o Irão

continuação

Fundo Monetário Internacional

A falência do Líbano foi deliberadamente provocada pelo FMI de Christine Lagarde

A falência do Líbano foi deliberadamente provocada pelo FMI de Christine Lagarde

O FMI tenta impedir as Ilhas Marshall de adoptar uma criptomoeda

O FMI tenta impedir as Ilhas Marshall de adoptar uma criptomoeda

Incorporar o yuan ao sistema SDR

Incorporar o yuan ao sistema SDR

Ukraina: As armas econômicas

Ukraina: As armas econômicas

continuação

Globalização económica

Está Donald Trump a gerir o possível colapso «do império americano» ?

Está Donald Trump a gerir o possível colapso «do império americano» ?

Em 2 de Outubro, insiders apostaram na baixa da economia israelita

Em 2 de Outubro, insiders apostaram na baixa da economia israelita

A rebelião estende-se ao império do dólar

A rebelião estende-se ao império do dólar

A guerra económica que «bombardeia» a Itália e a Europa

A guerra económica que «bombardeia» a Itália e a Europa

continuação

Este artigo encontra-se sob licença creative commons

Poderá reproduzir livremente os artigos da Rede Voltaire desde que cite a fonte, não modifique o conteúdo e não os utilize para fins comerciais (licençaCC BY-NC-ND).

Fonte: “O yuan será a terceira moeda mais poderosa na cesta do FMI”,Ariel Noyola Rodríguez, Tradução João Aroldo, Russia Today (Rússia) ,Rede Voltaire, 17 de Dezembro de 2015,www.voltairenet.org/article189676.html

Apoiem a Rede Voltaire

Our paid newsletter

We publish a weekly bulletin,Voltaire, international newsletter, intended for all those who want to follow live the end of Western hegemony and the transition to a multipolar world.
It consists of dispatches from all over the world. They are contextualized to help understand the issues.
This exceptional tool is available by subscription only.
 annual subscription: 500 euros

Os Europeus Ocidentais privados de defesa}

Os Europeus Ocidentais privados de defesa

Thierry Meyssan

Depois da Ucrânia, o Irão?}

Depois da Ucrânia, o Irão?

Thierry Meyssan

Está Donald Trump a gerir o possível colapso «do império americano» ?}

Está Donald Trump a gerir o possível colapso «do império americano» ?

Thierry Meyssan

A Cimeira Virtual de Londres para a Ucrânia}

A Cimeira Virtual de Londres para a Ucrânia

«Noite de Cristal» contra os alauítas na Síria}

«Noite de Cristal» contra os alauítas na Síria

Cimeira da Liga Árabe sobre Gaza}

Cimeira da Liga Árabe sobre Gaza

Da Europa ao Médio Oriente: As ruínas da Democracia}
Da Europa ao Médio Oriente: As ruínas da Democracia

Manlio Dinucci ,Rede Voltaire

Trump procura impor a sua paz na Ucrânia enquanto a Europa prossegue a guerra contra a Rússia}
Trump procura impor a sua paz na Ucrânia enquanto a Europa prossegue a guerra contra a Rússia

Alfredo Jalife-Rahme ,Rede Voltaire

A agonia do « Ocidente político »}
A agonia do « Ocidente político »

Thierry Meyssan,Rede Voltaire

Negociações de paz russo-americanas sob fundo de ataque ucraniano a interesses dos EUA na Rússia}
Negociações de paz russo-americanas sob fundo de ataque ucraniano a interesses dos EUA na Rússia

Rede Voltaire

Entre os Estados Unidos e a UE já nada funciona}
Entre os Estados Unidos e a UE já nada funciona

Rede Voltaire

A França, incapaz de fazer face ao choque de Donald Trump}

A Ucrânia ataca interesses dos Estados Unidos

A França, incapaz de fazer face ao choque de Donald Trump

Thierry Meyssan,Rede Voltaire

Os Ocidentais e o conflito na Ucrânia}
Os Ocidentais e o conflito na Ucrânia

Thierry Meyssan,Rede Voltaire

O triunfo de Putin ao fim de 18 anos : a Conferência de Segurança de Munique abraça a multipolaridade}
O triunfo de Putin ao fim de 18 anos : a Conferência de Segurança de Munique abraça a multipolaridade

Alfredo Jalife-Rahme ,Rede Voltaire

As FDI mataram mais Israelitas, em 7 de Outubro de 2023, que a resistência palestiniana?}
As FDI mataram mais Israelitas, em 7 de Outubro de 2023, que a resistência palestiniana?

Rede Voltaire

80º aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau}
80º aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau

Rede Voltaire


[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp