MOACY CIRNE “Não soubemos responder às provocações conservadoras que nos foram dirigidas. Uma delas, particularmente, ficou sem resposta adequada: por que abolíramos a palavra na feitura do poema? E, ao mesmo tempo, por que valíamos da palavra para supostamente justificá-la? Na verdade, a vertente do poema/processo voltada para matrizes e séries gráficas, em desencadeamento sequencial, gerou poemas gráfico-visuais de impacto social. E naquele momento de luta literária, que se inseria no interior da luta ideológica, tendia a ser, em todos os sentidos, a postura estético-informacional politicamente mais expressiva.” “Mas o poema/processo, desde o início, abriu espaço para as vertentes semânticas. Daí o conceito de projeto. A própria matriz passava a ser um projeto, capaz de gerar novos poemas, sejam eles em séries gráficas, sejam eles os projetos semântico-verbais. Que poderiam se transformar em poemas/projetos cinéticos, ambientais, tipográficos, comestíveis, sonoros. E assim por diante. E aqui estamos diante de uma diferença radical em relação à poesia concreta, por exemplo: toda poesia concreta é acabada, “fechada”, monolítica; já o poema/processo, para ser de fatoum poema/processo, implica trans/formações.” (...) “E tudo era a construção de um saber militante, no campo da vanguarda. As leituras críticas se faziam necessárias: no lugar de Max Bense, o pensamento de Althusser e Bachelard (...)” “Com o poema /processo é possível apostar numa vanguarda militante. Estruturalmente militante. Produtivamente militante. Politicamente militante. Como o poema/processo é possível apostar no Poema, processo ou não. É possível apostar no Poema, verbal ou não. E, por vias atravessadas, é possível apostar na própria Poesia. Afinal, parafraseando um grande poeta português, tudo vale a pena se a poetização não é pequena.” Extraídos do livro; POEMAS INAUGURAIS, de Moacy Cirne — Natal, Rio Grande do Norte, Sebo Vermelho Edições, 2007. 103 p. Veja também:POEMA VISUAL DE MOACY CIRNE DADÁ PRA CÁ, DADÁ PARA LÁ Projeto inaugural: 1992, inBalaio 431 (Rio) leiaJOYCE como se estivesse lendoKAFKA vejaFELLINI como se estivesse vendoMIZOGUCHI ouçaMOZART como se estivesse ouvindo COLTRANE useREMBRANDT como se estivesse usando DUCHAMP leia JOYCE como se estivesse ouvindo COLTRANE ouça MOZART como se estivesse vendo MIZOGUCHI vejaZILAMAMEDE como se estivesse usando KAFKA use REMBRANDT como se estivesse sonhando com BACHELARD ouça JOYCE como se estivesse ouvindoANTONIONI assuma JOSÉ BEZERRA GOMES como se estivesse como se estivesse metaplagiandoFALVES SILVA e JOTA MEDEIROS e AVELINO DE ARAÚJO eANCHIETA FERNANDES eDAILOR VARELA e JORGE FERNANDES aosom de PEDRO OSMAR eHERMETOPASCOAL e CLÁUDIOMONTEVERDI CORRENTEZA EMNOITE DE LUA VERMELHA
Projetosemântico-inaugural: março de 2005 Este poema azul eazulência, em sendo divulgado nos próximos 13 dias, resultará, para aquele ou aquela que o fizer, em cinco auroras sonolentas quatro manhãs arrepiadas três tardes atrevidas dois crepúsculos cansados um poema docemente encantado docemente encarnado. Quem não o divulgar, dele tomando conhecimento, será condenado ao fogo eterno da paixão em noite de lua vermelha, nas cercanias do Poço de Santana, com suas águas cantantes e suas surpresas cortantes. POEMV 321
Projeto inaugural: 2007, inBalaioForreta 1986 (Rio/Natal)
três poemas de josé bezerra gomes incomodam muita gente dois poemas concretos incomodam muito mais dois poemas concretos incomodam incomodam muita gente um poema/processo incomoda muito mais muito mais muito mais COM ESTHER WILLIAMS
1. Um sonho. 2. Um sonho com Maria. 3. Um sonho comMaria Antonieta. 4. Um sonho com Maria AntonietaPons. 5. Um sonho com Maria Antonieta Pons, no Cinema. 6.Um sonho com Maria Antonieta Pons, noCinema Pax. 7. Um sonho com Maria Antonieta Pons, no Cinema Pax, deCaicó. 8. Um sonho com Maria Antonieta Pons, no Cinema Pax. O. Um sonho com Maria Antonieta Pons, na Praça. 1. Um sonho com Maria Antonieta Williams. 2. Um sonho com Maria Antonieta Pons, na Praça. 3. Um sonho com Maria Antonieta Pons, na Praça Azul. 4. Um sonho com Maria Antonieta Pons, na Praça da Liberdade. 5. Um sonho com Maria Antonieta Pons eEsther Williams, em Caicó. CIRNE, Moacy. Cinema Pax. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983. s.p. ilus. p&b. inclui poemas textuais e visuais ( poema-processo ) Col. A.M. (EA) MEMÓRIA TRICOLOR
nos idos de 54, um suicídio abalava o país e a criança que eu era só tinha olhos para os filmes de Carlitos os gibis do fantasma e o fluminense de castilho, pindaro e pinheiro.
nos idos de 54, um suicídio abalava o país. CONTINUA NA PRÓXIMA
o seriado que eu vivi não teve fim, acabou, continua na próxima semana com a dor que ficou. CIRNE, Moacy. Um panfleto para Godard. Rio de Janeiro: Edições Flutrinense, 1986. s.p. 14,5x21 cm. Uma homenagem ao cineasta franco-suiço Jean-Luc Godard. .“ Moacy Cirne “ Ex. bibl. Antonio Miranda CIRNE, Moacy. Dez poemas para José Bezerra Gomes. Natal, RN: Fundação José Augusto, 1993. 11 f. 16x23,5 cm. Capa: Falves Alves. Livro inconsútil: folhas soltas em carpeta de papel. “ Moacy Cirne “ Ex. bibl. Antonio Miranda
DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA. ANO XI – No. 27. Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 1991. 130 p. Editor: Guido Bilharino 192 p. Ex. biblioteca de Antonio Miranda * VEJA maisPOESIA VISUAL em nosso Portal:http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/poesia_visual.html Página publicada em fevereiro de 2009; ampliada e republicada em setembro de 2012.
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