É sede domunicípio de Velas[2] com 119,08 km² de área e 4.952 habitantes (2023)[3], subdividido em 6freguesias. O município é limitado a leste pelo município daCalheta, e tem litoral nooceano Atlântico em todas as outras direcções.
A vila está localizada num extenso terreno relativamente plano junto à costa ao lado dasmontanhas e longasarribas junto a uma longaenseada.
A origem do nome desta localidade nunca foi esclarecida peloshistoriadores. Pode no entanto, segundo esses mesmos historiadores poder remeter-nos para as "velas" das embarcações, para vigias ou para o termo velar, para o nome de povoações com o mesmo nome nocontinente português, para o termo "velhas" ou mesmo para a palavra "belas". É, no entanto, mais provável que o nome provenha dos termos “velas de embarcação”, ou dos termos velar/vigília. Tendo em atenção as embarcações usadas no tempo da sua fundação e a outra, tendo em atenção asforças telúricas que se movimentam nestas ilhas e que muitas vezes obrigavam as populações a ficar a velar ou de vigília durante ascrises vulcânicas para poderem dar o alerta em caso de necessidade.
Esta vila encontra-se entre os povoados mais antigos da ilha de São Jorge. E foi edificada em consequência do testamento doInfante D. Henrique datado de 1460, feito numa igreja debaixo da invocação deSão Jorge. Omunicípio de Velas foi criado por volta de 1490 ou mesmo antes, sendo que a elevação da povoação à categoria de vila terá ocorrido por volta de ano de 1500, por carta de D.Manuel I de Portugal.[4] Esta localidade já surge como vila num mapa de 1507.No ano de 1570 as Velas teriam cerca de 1000 habitantes e 2000 habitantes no fim doséculo XVII, número que aumentaria para 4200 no ano de 1822, e que mais tarde diminuiu devido à emigração.
Ao primeiro ataque os habitantes da vila, comandados peloSargento MorAmaro Teixeira de Sousa, conseguem impedir o desembarque tentado a 19 de Setembro. No dia 20 deu-se novo ataque e os habitantes não conseguiram opor-se com êxito a esta tentativa. Pelas 9 horas da manhã em que, dividindo as suas forças em duas colunas, enviara, uma para as portas das Velas (6 barcos) e outra, mais forte (10 barcos), para os lados doMorro das Velas e, desembarcando junto ao Arco, lançaram em terra mais de 500 homens, com morte d'alguns dos sitiados.
Os franceses permaneceram nesta vila 5 dias em que saquearam completamente asigrejas e casas abastadas. Em local sobranceiro ao sitio onde se efectuou o desembarque, foi construído oForte de Nossa Senhora do Pilar, também conhecido por Castelo da Eira.!
1559 – A freguesia das Manadas aparece na documentação deste ano comofreguesia, embora se creia que a sua elevação a freguesia tenha sido em data anterior.
1570 – A Vila de Velas soma cerca de 1000 habitantes.
1570 – ONorte Grande, uma das maiores localidades do norte de São Jorge, da altura vê abrirem-se estradas que o ligam a outros povoados da ilha.
1580 –Erupção dovulcão da Queimada, ilha de São Jorge - Na noite de 28 de Abril a terra tremeu 30 vezes e 50 no dia seguinte. No dia 1 de Maio os tremores recrudesceram e nesse mesmo dia ocorreu umaexplosão vulcânica no cimo da encosta sobranceira àQueimada. Outra explosão ocorreu posteriormente no alto daRibeira do Nabo, 2 km a leste da inicial. Outra emissão delavas teve a sua origem junto àRibeira do Almeida eSanto Amaro. A erupção durou 4 meses com emissão de grandes correntes de lava que atingiram o mar e de muitas cinzas que recobriram a ilha, atingindo mesmo ailha Terceira. Umanuvem ardente matou pelo menos 10 pessoas. Mais de 4000 cabeças de gado pereceram de fome e devido aos gases e cinzas que destruíram as pastagens.
1588 - 8 de Novembro, Inundações nas Velas, comenxurrada associada a chuvas fortes que causou muitos estragos e deu origem a um romance popular.
1593 - Mau ano agrícola provoca fome em São Jorge, facto que esteve relacionado com as más colheitas e com aguerra de 1580-1583, com os saques ocorridos, com pesados tributos para manutenção da força de ocupação castelhana. Morreram pessoas à fome.
1641 – Construção de um forte que em 1644 foi substituído por outro de mais dimensão.[12][13]
1641 – 21 de dezembro, grande enchente de mar (maremoto?) nas Velas. "empolgou-se o mar de tal sorte que dominando o Monte dos Fachos, com três mares" provocou grande destruição na vila, ferindo 50 pessoas e arrastando ao mar muitos bens.
1647 – Referências à existência do Porto da Urzelina, que teve grande importância durante o Ciclo da laranja e também na exportação dos vinhos Verdelho e Terrenatez.[14]
1647 – Construção de uma vigia na freguesia dasManadas que além de servir como vigia dabaleia terá servido vigia de qualquer embarcação que se aproxima-se da costa para saber se se tratava de uma embarcação depiratas oucorsários.
1647 – Data em que o curato daUrzelina se separou das Manadas e foi elevada aparóquia.[15]
1647 – Devido ao mau tempo e a umacrise sísmica nailha Terceira houve grande fome nesta ilha e nailha de São Jorge, as Câmaras municias locais tiveram de intervir para evitar a fome.
1660 –Outubro, Para pagar as obras a efectuar naIgreja de São Jorge das Velas aCâmara Municipal de Velas lança uma finta anual a começar no ano seguinte. As obras iniciam-se em 1664.[5][9] São Jorge, Açores, Guia do Património Cultural. Edição Atlantic View – Actividades Turísticas, Lda. Dep. Legal n.º 197839/03.ISBN 972-96057-2-6, 1ª edição, 2003.</ref>
1678 – Um mau ano agrícola provoca a falta de cereais e causa desentendimentos entre as Câmaras da ilha de São Jorge e dailha do Pico. Que proíbem a sua exportação.
1691 – A localidade deSanto Amaro é elevada a categoria defreguesia. Na altura da sua fundação foi chamada de Santo Amaro de Almeida.[4]
1694 – 21 de Julho,Revolta dos inhames, este acontecimento deu-se junto àIgreja de Nossa Senhora das Neves, noNorte Grande quando os cobradores de impostos enviados para efectuarem a cobrança do dízimo dosInhames, originaram um dos momentos mais dramáticos da história social da ilha de São Jorge e que teve início em 1692 quando Francisco Lopes Beirão arrematou, por 3 anos, o dízimo das miunças e ervagens da ilha pela quantia de 415$000 réis.
1708 – 20 de setembro, novo ataque pirata feita pelos mesmos piratas e a que habitantes desta vez não conseguiram opor-se. Às 9 horas da manhã os piratas desembarcando junto aoPortão do Mar (Velas). Entraram terra mais de 500 homens, com morte de alguns sitiados. Os piratasfranceses estiveram 5 dias na vila saqueando completamente as igrejas e casas abastadas.
1713 - 10 de dezembro, inundações na vila de Velas, com chuvas intensas na zona entre aUrzelina e osRosais que levam a destruição de 27 casas na vila. ARibeira do Almeida veio tão carregada de caudal sólido que criou uma praia que permitia a passagem a pé entre a vila e a Queimada.
1713/1714 - Mau ano agrícola, fome epeste. Um mau ano agrícola, a que não foi alheiociclone tropical de 25 de Setembro de 1713, levou a que em São Jorge fosse tal "a falta de mantimentos que chegou a morrer muita gente de fome".
1755 —Maremoto atinge os Açores - OTerramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755 provocou o grande maremoto de 1755 (um tsunami) que atravessou a área oceânica onde os Açores se situam, afectando essencialmente as costas viradas a sul e sueste, direcção de onde as ondas se aproximaram das ilhas. O maremoto fez com que "estando o mar em ordinária tranquilidade, se elevou tanto em três contínuas marés ficando quase seca a sua profundidade por largo espaço". Assim, em Angra o mar entrou até à Praça Velha, causando grande destruição; noPorto Judeu o mar subiu "10 palmos acima da rocha mais alta"; naPraia, inundou oPaul e derribou 15 casas na costa até à Ribeira Seca, incluindo a ermida do Porto Martins. Morreram várias pessoas arrastadas pelo mar. Quase todos os portos dos Açores sofreram graves danos, ficando destruídas muitas embarcações. EmPonta Delgada o mar subiu pelas ruas estragando muitos edifícios. NaHorta, o mar entrou pela Ribeira da Conceição, chegando aos moinhos de água "na altura de 8 palmos".
1757 — 9 de julho, Grandeterramoto de São Jorge: oMandado de Deus - Um dos mais violentos, senão o mais violento, dos terramotos de que há memória nos Açores atingiu a ilha de São Jorge causando destruição generalizada e formando muitas das actuaisfajãs, entre elas a daFajã da Caldeira de Santo Cristo. O terramoto ficou conhecido na tradição popular peloMandado de Deus. Dos grandes deslizamentos resultou um maremoto que atingiu todo o Grupo Central dos Açores. Pelo menos 1053 pessoas morreram emSão Jorge e 11 noPico. "O terramoto foi tal que a norte desta ilha, distância de 100 braças, pouco mais, se levantaram dezoito ilhotas, umas maiores que outras". Apareceram todas na manhã do dia 10 de Julho. "É navegável o mar entre as ditas, e a ilha".NasFajãs dos Vimes, naFajã de São João e naFajã dos Cubres, se moveu a terra, voltando-se do centro para cima, de sorte que nelas não há sinal [de] onde houvesse edifício". NoFaial o sismo foi sentido sem causar grandes danos.
1792 - 23 de janeiro, enchente de mar atinge a vila de Velas. "tão impetuosa a bravura do mar" que derrubou a muralha de protecção, destruiu uma casa e danificou outras, ameaçando atingir a praça defronte da Matriz de Velas, aIgreja de São Jorge.
1797 – Construção doPortão do Mar, nas Velas construção destinada a fazer parte do sistema demuralhas defensivo da vila da vila. A obra ficou concluída em 1799.[18]
1799 – Fim da construção doPortão do Mar, nas Velas, construção destinada a fazer parte do sistema de muralhas defensivo da vila. A obra foi iniciada em 1797.[18]
1808 - 1 de Maio,Erupção doVulcão da Urzelina -"Depois de semanas em que ocorreramsismos, no dia 1 de Maio a terra tremeu tanto que se contava oito tremores por hora. Por volta do meio dia foi ouvido um estrondo acompanhado pelo aparecimento de uma nuvem de fumo sobre os montes sobranceiros àUrzelina. A breve trecho, a nuvem engrossou e subindo ao mais alto ceo fez arco sobre parte da freguezia deManadas e da da Urzelina", …"já mostrando nas redobradas e negras nuvens uns incumbrados montes, umas medonhas furnas". A erupção destruiu muitas casas, vinhedos e campos cultivados. A 17 de Maio, quando ovigário acompanhado por populares tentava salvar algumas coisas da igreja da Urzelina, umanuvem ardente abateu-se sobre o local queimando mortalmente trinta e tantas pessoas: "uns com os couros das mãos e pés pendurados, outros tão inchados e pretos que se não conheciam, outros com as pernas quebradas, e alguns expirando, todos pedindo Sacramentos, e apenas os receberam alguns logo expiraram". Existe noArquivo Histórico Ultramarino uma aguarela mostrando a erupção vista dailha do Faial. A erupção ficou conhecida na história dos Açores pelo Vulcão da Urzelina.
1808 – Destruição da Igreja de São Mateus da Urzelina pela erupção vulcânica do dia 1 de Maio. O que levou a que em 1822 fosse construído a actualIgreja de São Mateus da Urzelina.[6][7]
1812 - Mau ano agrícola provoca grave crise alimentar emSão Jorge e nailha Terceira - Um mau ano agrícola em 1811, agravado por uma forte tempestade emDezembro, levou a que no início de 1812 grassasse a fome em São Jorge. EmMarço naCâmara Municipal de Velas recebeu-se uma proposta de importação demilho para "sublevar a misérrima necessidade e falta de mantimentos que actualmente padece o povo".
1842 – Umaenxurrada provoca grandes danos nas Velas, noDomingo da Trindade. Na praça junto à Câmara a enxurrada foi tal que em algumas casas saiu a "água pelas janelas de sacada".
1846-1847 — Fome emSão Jorge causada por um mau ano agrícola, associado à grande densidade populacional de então, acontece a "penúria de cereais e falta de batata". É necessário recorrer à "Comissão de Socorros de Bocca" dailha de São Miguel para evitar a catástrofe alimentar.
1856 – 6 de janeiro, o mar invade a vila de Velas e provoca umnaufrágio. NoDia de Reis, "levantou-se o mar com tal fúria que produziu uma terrível enchente". AescunaLeonor que estava ancorada no porto naufragou provocando a morte a todos os tripulantes."O mar levou casas e barcos e galgou a zona da Conceição, chegando às paredes da cerca de São Francisco (hoje 2010, o Centro de Saúde), que parcialmente derribou".
1857-1859 — Fome em São Jorge - Umciclone tropical atingiu o Grupo Central no dia 24 de Agosto de 1857 provocando a destruição total dos milharais, então a principal produção alimentar da ilha de São Jorge. Daí resultou penúria generalizada, pelo que no início de 1858 "estava no concelho de Velas, toda a ilha, e suas vizinhas, manifestada a fome com as suas negras côres". Os anos seguintes foram também maus anos agrícolas pelo que a crise alimentar se manteve até 1859. Foi preciso recorrer a subscrições públicas, incluindo uma nosEstados Unidos, organizada pelafamília Dabney, para evitar que se morresse à fome.
1859 - 31 de Outubro, por força de decreto e por diligência do Dr.José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa, é publicado emDiário do Governo de 2 de Novembro do mesmo ano a criação do Curato doToledo.
1876 – Debaixo da orientação do Dr.José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa, na altura presidente daCâmara Municipal de Velas, e igualmente construtor daErmida de São José, doImpério do Espírito Santo do Toledo, do Cemitério do Toledo e do Chafariz público, dá início à construção de um túnel através doPico Alto, chamado localmente “Mina”. Essa construção subterrânea destinou-se trazer água a uma nascente no lado sul da ilha, aFonte da Chã e trazer essa água até ao chafariz público dentro da localidade do Toledo;
1877 - O povoado deSanto António, tinha 155 fogos e 762 habitantes.
1877 — Fome em São Jorge - Um mau ano agrícola em 1876, associado à grande densidade populacional de então, leva, mais uma vez, à "falta de cereais e fome" em São Jorge, sendo necessário recorrer à importação demilho etrigo para evitar a catástrofe alimentar.
1893 — Umfuracão provoca grande destruição no Grupo Central - A 28 de Agosto a maior tempestade de que há memória nosAçores atingiu o Grupo Central, provocando grande enchente de mar e arruinando casas, igrejas epalheiros. Também os portos foram severamente atingidos com perda de muitas embarcações. A destruição dos milhos nos campos causou fome generalizada no ano seguinte. A ilha de São Jorge foi severamente atingida, particularmente oTopo. Os danos do Furacão de 1893 ainda (ano 2010) são visíveis nalguns pontos da costa, nomeadamente na antiga, e hoje abandonada,Igreja Velha de São Mateus da Calheta, nailha Terceira, e nas ruínas daBaía do Refugo, noPorto Judeu.
1899 — Grande enchente de mar em São Jorge - Na madrugada de 3 de Fevereiro, uma grande tempestade marítima atingiu as costas viradas a sul. Em São Jorge, o mar galgou a terra matando uma pessoa nas Velas e provocando enorme destruição na freguesia da Conceição e zonas adjacentes.
1899 — Furacão atinge o Grupo Central - A 17 de Outubro um furacão atravessou o Grupo Central provocando destruição generalizada das habitações e perda de colheitas e de gados. Em São Jorge verificaram-se os maiores danos.
1964 —Crise sísmica dos Rosais, esta crise sísmica abalou a parte oeste da ilha de São Jorge, provocando grande destruição nosRosais e nas Velas. Ficaram danificadas mais de 900 casas e 400 destruídas. Espalhou-se o pânico na ilha, levando à evacuação de grande número de jorgenses para ailha Terceira e outras ilhas. Esta crise esteve associada a umaerupção submarina ao largo daPonta dos Rosais.
1964 – A crise sísmica obriga ao abandono temporário do Farol da Ponta dos Rosais inaugurado em 1958.[21]
1980 —Terramoto de 1980 nas ilhasTerceira,São Jorge eGraciosa - Pelas 16h 42m (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, ocorreu um sismo com intensidade7.2 na escala de Richter, uma profundidade hipocentral de 10–15 km e comepicentro situado nomar cerca de 35 km a SSW deAngra do Heroísmo. Provocou destruição generalizada dos edifícios na cidade de Angra do Heroísmo, navila de São Sebastião e nas freguesias do W e NW da Terceira, nas freguesias deVila do Topo eSanto Antão, em São Jorge, e ainda noCarapacho eLuz na ilha Graciosa. Morreram 71 pessoas (51 na Terceira e 20 em São Jorge) e ficaram mais de 400 com ferimentos. Ficaram danificadas mais de 15 500 casas, causando cerca de 15 000 desalojados.
1998 – Sismo de 9 de Julho nailha do Faial, nailha do Pico e nailha de São Jorge - Pelas 5:19 da madrugada um sismo demagnitude 5,6 na escala de Richter com epicentro a NNE da ilha do Faial provocou a destruição generalizada das freguesias deRibeirinha,Pedro Miguel,Salão eCedros na ilha do Faial e fortes danos emCastelo Branco (Lombega),Flamengos ePraia do Almoxarife, também do Faial. Também atingidas foram várias localidades da ilha do Pico. No extremo oeste da ilha de São Jorge (Rosais) o sismo provocou grandes desabamentos defalésias costeiras. Morreram 8 pessoas, todas no Faial. Ficaram desalojadas 1700 pessoas.
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Velas, Jardim da República, coreto, ilha de São Jorge, Açores, Portugal.
O Jardim da Praça da República ocupa o largo principal da vila de Velas, local onde em tempos idos esteve localizado o mercado da localidade. Este jardim encontra-se delimitado por muros baixos dotados de um gradeamento superior, canteiros de formas variadas, arbusto e algumas árvores. Ao centro possui umcoreto.
A regularização da antigapraça e a sua adaptação a jardim iniciou-se em 1836, quando aCâmara Municipal de Velas emitiu uma deliberação no sentido do arranjo urbano daquele espaço. Esse documento obrigava "osporcos do concelho a andarem com anel no focinho e a não atravessarem a praça". Depois, vieram as plantações de árvores já em meados do século; a instalação do coreto em 1898; a iluminação em 1899; os arranjos dos canteiros e outras decorações em pedra queimada, bem como os muros e gradeamentos nos inícios doséculo XX.
Ojardim encontra-se no centro de uma envolvente de edifícios e integrado num espaço que não lhe dá qualquer hipótese de crescer. Beneficia no entanto de uma excelente enquadramento arquitectónico dos prédios urbanos que tem em volta. Desses edifícios sobressai o edifício da Câmara Municipal, um dos exemplos máximos dobarroco insular na ilha de São Jorge. Do lado oposto a este, ergue-se o edifício da sociedade filarmónica velense, ostentando a sua fachadaArt déco característica dos anos 20 e 30 do século XX, de forte colorido, apresenta amplas fenestrações por entre elementos decorativos estilizados da tradiçãobeaux artiana.
O Auditório Municipal e Centro Cultural das Velas apresenta-se como uma construção moderna, construída nos finais do século XX dentro dasmuralhas do antigoForte de Nossa Senhora da Conceição. Este Auditório foi dimensionado para albergar várias valências: podendo ser auditório multiúso, parateatro,cinema econcertos,biblioteca e espaço de exposições.
Tem uma arquitectura contemporânea a fazer lembrar as velas das embarcações, não fossem as Velas uma localidade de mar. Foi pintado com cores fortes, fazendo-se assim sobressair no perfil urbano das Velas.
Para que fosse possível construir esta praça foi necessário proceder à expropriação de parte da quinta de Miguel Teixeira Soares de Sousa, bem como uma capela e algumas casas.
Esta antiga praça que foi local de venda defrutas ehortaliças, tem actualmente o nome de um dos beneméritos da ilha de São Jorge, que emigrado para osEstados Unidos acabou por fazer fortuna nesse país na área dospetróleos, tendo depois dado apoio a várias instituições da ilha, nomeadamente àmisericórdia de velas, conforme é possível ler numa plana aplicada na estatua de João Inácio de Sousa, que foi posta no centro do largo.
O cemitério das Velas localiza-se no sítio da Conceição e foi construído dentro da cerca do antigoConvento de São Francisco. O convento cedeu em 1838 parte do seu espaço para esse fim. Este acontecimento deu-se quatro anos depois de ter sido estabelecido que os sepultamentos deixariam de se poderem fazer dentro das igrejas. No entanto este cemitério só foi benzido no ano de 1856.
Velas é famosa pela sua doçaria (Espécies de S. Jorge, Esquecidos), pastelaria (Queijadas de Coco, Queijadas de Leite, Queijadas Dona Amélias e Queijadas Madalenas) e Biscoitos (Rosquilhas de Nata e Freirinhas).[26]
A filarmonia é uma importante parte da vida de todos os Açorianos, e como não podia deixar de ser, em São Jorge e nas Velas também. No Concelho das Velas existem 6 bandas filarmónicas:
Sociedade Filarmónica Nova Aliança (Freguesia de Velas)
Filarmonica Lusitânia Liberdade (Freguesia de Velas)
Sociedade Recreio Amarense (Freguesia de Santo Amaro)
Filarmónica União Rosalense (Freguesia dos Rosais)
Sociedade Filarmónica Recreio Nortense (Freguesia do Norte Grande)
Sociedade Filarmónica União Urzelinense (Freguesia da Urzelina)
↑abBASTOS, Barão de. Relação dos fortes, Castelos e outros pontos fortificados, que se acham ao presente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defesa do Pais, com declaração daqueles que se podem desde já desprezar (Arquivo Histórico Militar). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LV, 1997.
↑abVIEIRA, Alberto. Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. XLV, Tomo II, 1987.
↑Guia do Património Cultural - São Jorge, 1ª Edição/2003, (ISBN 972-96057-2-6), Dep. Legal 197839/03.
↑Guia do Património Cultural - São Jorge, 1* Edição/2003, (ISBN 972-96057-2-6), Dep. Legal 197839/03.
↑abEduardo Carvalho Vieira Furtado. Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico. s.l.: s.e., 2005. 298p. mapas, fotos.ISBN 972-9060-47-9
↑Eduardo Carvalho Vieira Furtado. Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico. s.l.: s.e., 2005. 298p. mapas, fotos.ISBN 972-9060-47-9.