ATerceira é uma das noveilhas dosAçores, integrante do chamado "Grupo Central". Primitivamente denominada comoIlha de Nosso Senhor Jesus Cristo das Terceiras, foi em tempos o centro administrativo das Ilhas Terceiras, como era designado o arquipélago dos Açores. A designação Terceiras aplicava-se a todo o arquipélago do Açores visto ter sido o terceiro arquipélago descoberto no Atlântico (o arquipélago das Canárias era designado de Ilhas Primeiras e o arquipélago da Madeira por Ilhas Segundas, segundo a ordem cronológica de Descoberta). Com o avançar dos anos esta ilha passou a ser conhecida apenas por Ilha Terceira.[1]
Ao longo de sua história, a Terceira desempenhou um papel de grande importância no estabelecimento e manutenção doImpério Português, devido à sua localização geoestratégica em plenoAtlântico Norte.
Ageomorfologia da ilha faz com que ela apresente paisagens muito variadas e de grande beleza, que se repartem entre planícies como a da Achada, e serras como a de Santa Bárbara. Destacam-se ainda alguns acidentes naturais como aCaldeira Guilherme Moniz, uma das maiores da ilha, a chamadaLagoa das Patas ou da Falca, que junto com "Os Viveiros" formam um conjunto harmonioso, e aChã das Lagoinhas, na reserva geológica doAlgar do Carvão. Destaca-se ainda oComplexo desmantelado da Serra do Cume, na zona Este, de cujo topo se descortinam Praia da Vitória e as Lajes. A zona ocidental da ilha está coberta por vegetação exuberante onde pontificam ascriptomérias. Na costa norte, pode-se observar a ponta dos "mistérios" e a zona balnear dosBiscoitos, com vestígios de erupções vulcânicas. No interior é de assinalar oAlgar do Carvão e asFurnas do Enxofre.
A sua população é de 55 833 habitantes (censo de 2001). Grande parte da população tem o seu rendimento da pecuária e dos serviços.
Pode afirmar-se ainda que a geomorfologia da Terceira apresenta uma forma bastante arredondada com uma únicapenínsula bastante prenunciada que é ovulcão do Monte Brasil.
Tem o seu ponto mais elevado naSerra de Santa Bárbara, que se eleva a 1 021 m, e apresenta uma extensa planície que se estende desde aSerra da Ribeirinha, no concelho de Angra do Heroísmo, até àSerra do Cume no concelho da Praia da Vitória.
Segundo aRevista de Estudos Açoreanos, Vol. X, Fasc. 1, página. 49, de Dezembro de 2003,AGeomorfologia da Ilha Terceira é dominada por quatro grandesestratovulcões e por numerosos cones vulcânicosmonogenéticos implantados em importantes fracturas. De W para E enumeram-se, sucessivamente, os seguintes aparelhos vulcânicos poligenéticos, truncados por imponentes caldeiras:
A economia da ilha assenta sobretudo naagropecuária (pecuária de leite) e nas indústrias associadas à transformação delacticínios. O rebanho é formado essencialmente por animais da raçaHolstein-Frísia, o chamado Gado Holandês, embora seja de destacar a raçaRamo Grande, autóctone.
Não se pode falar da Terceira sem falar da festa doDivino Espírito Santo. Este culto está ligado àRainha Santa Isabel, entroncando nas raízesjoaquimitas trazidas para os Açores pelosfranciscanos espirituais. Este milagre é recordado todos os anos nas freguesias da Terceira na cerimónia da distribuição de pão e carne (o "bodo") pela população, celebrada junto aos "impérios", construções coloridas erigidas como capelas em honra doEspírito Santo. Este é um ritual que remonta àIdade Média que se repete ao longo dos séculos com um sentimento profundamente religioso.
A outra grande festa e com grandes tradições na ilha é atourada à corda. Umtouro preso com uma corda e controlado por dois grupos de quatropastores investe contra os populares que se espalham pelas ruas das povoações. Ospastores desempenham um papel crucial na condução da tourada, controlando o percurso dotouro, e a sua velocidade, e zelando pela segurança dos participantes.
Do trabalho da equipa de pastores depende, em boa medida, a exibição do animal, já que o grau de restrição imposto pela corda, e aspancadas, ou seja o impulso e tensão dados ritmicamente à corda, determinam a velocidade e percurso do animal. Da condução do touro depende também a segurança dos participantes, pois é a corda que mantém o animal dentro do percurso demarcado e, permite, atrasando o touro, evitar investidas excessivamente perigosas para os improvisadostoureiros.
Um outro festival que é grande na Terceira é o Carnaval. Carnaval, ouEntrudo como é chamada na ilha, é celebrada numa moda diferente dasoutras culturas mundial. As celebrações começam no sábado antes daQuarta-feira de cinzas e quando os salões abrem na ilha inteira e o povo espera para ver actuações.
Essas actuações são na forma de danças e bailinhos que andam ao volta da ilha subir palcos e mostrar o trabalho que o grupo fez. Essas danças são uma forma de mostrar bravura e grandiosidade, em forma de teatro popular. É uma grande maneira de entrar naQuaresma, a ideia por trás do Entrudo. Há muitos tipos das danças e bailinhos, com as ideias dos aqueles que inventam cada grupo. Basicamente, cada dança tem seu vestuário também com sua música, cantigas e uma peça de teatro. O Carnaval da Terceira termina na terça-feira antes da Quaresma. A tradição é tão importante na sociedade Terceirense que emigrantes dessa ilha trouxeram para outros ligais no mundo. (Especificamente a costa leste dos Estados Unidos, Canada e Califórnia).
O Carnaval da Terceira é celebrado entre o sábado e terça-feira que foi descrita acima. Na realidade, planejar o Entrudo leva todo o ano. O vestuário com seus intrincados desenhos e as cantigas e peças escritas para só este dia exigem muito tempo. Também há um tempo antes de Carnaval quando os idosos da ilha fazem suas actuações numa tradição cultural chamada “Danças da terceira idade".
"A ilha Terceira, universal escala do mar do ponente, é celebrada por todo o mundo, onde reside o coração e governo de todas as ilhas dos Açores, na sua cidade de Angra, cujo porto está em trinta e nove graus da banda do norte." (Gaspar Frutuoso. Livro Sexto dasSaudades da Terra).
Não há certeza quanto à data de descoberta da Terceira, embora a mesma já figure emportulanos quatrocentistas. Foi inicialmente denominada comoIlha de Jesus Cristo e, posteriormente comoIlha de Jesus Cristo das Terceiras, até se afirmar a designação atual de apenasTerceira. O cronistaGaspar Frutuoso relaciona várias hipóteses para a sua primitiva designação:
por ter sido achada a1 de janeiro, dia em que se celebrava[2] a festa do Santo Nome de Jesus;
por ter sido descoberta na Quinta ou Sexta-Feira Santas, ou em dia de Corpo de Deus;
por ser a Sé de Angra da invocação do Salvador.
Dentre estas, acrescenta que lhe parecia mais certo o descobrimento da ilha ter ocorrido em dia do Corpo de Deus, por estar o tempo mais propício à navegação.[3]
"Eu, o Infante D. Henrique (...) faço saber que Jácome de Bruges, natural da Flandres, me disse que (...) estando a ilha Terceira, nos Açores, erma e inabitada, me pedia que lhe desse autorização para a povoar, como senhor das ilhas. E eu, (...) querendo lhe fazer graça e mercê, me apraz conceder-lha. E tenho por bem que ele a povoe da gente que lhe aprouver, desde que seja de fé católica."[4]
Bruges trouxe as suas gentes, muitas famílias portuguesas e algumas espécies de animais, tendo o seu desembarque ocorrido, segundo alguns estudiosos, no Porto Judeu, e, segundo outros, no chamado Pesqueiro dos Meninos, próximo à Ribeira Seca. Gaspar Frutuoso refere, a seu turno:
"(...) Afirmam os povoadores antigos da Ilha Terceira que fora primeiro descoberta pela banda do norte, onde chamam as Quatro Ribeiras, em que agora está a freguesia de Santa Beatriz, que foi a primeira igreja que houve na ilha, mas não curaram os moradores de viver ali por ser a terra muito fragosa e de ruim porto. (...)." (FRUTUOSO, Gaspar.Saudades da Terra (Livro VI). cap. I, p. 8-9)
A primeira povoação terá sido no lugar de Portalegre,[5] erguendo-se um pequeno templo, o primeiro da ilha, sob a invocação de Santa Ana.
Tomadas as primeiras providências para a fixação das gentes, Jácome de Bruges retornou ao reino a pedir mais pessoas para auxiliá-lo no povoamento. Nessa viagem, terá passado pelailha da Madeira, de onde trouxeDiogo de Teive, a quem foi atribuído o cargo de seu lugar-tenente e Ouvidor-geral da ilha Terceira. Além destes titulares, vieram para a ilha alguns fradesfranciscanos para o culto religioso, visto que as ilhas pertenciam àOrdem de Cristo.
Poucos anos mais tarde, Jácome de Bruges fixou a sua residência no sítio da Praia, lançando os fundamentos da sua igreja matriz - aIgreja de Santa Cruz - em 1456, de onde passou a administrar a capitania da ilha até à data do seu desaparecimento (1474), em circunstâncias não esclarecidas, acredita-se que durante uma viagem entre a ilha e o continente.
Entre os primeiros povoadores cita-se ainda o nome de outro flamengo,Fernão Dulmo, que recebeu terras nasQuatro Ribeiras, entre oBiscoito Bravo e a ribeira daAgualva, lugar onde, segundo o historiadorFrancisco Ferreira Drummond "...ali desembarcou com trinta pessoas, cultivou a terra e deu princípio à igreja".
Após a entrega da capitania da Terceira a Jácome de Bruges, o Infante D. Henrique doou a 18 de Setembro1460 as ilhas Terceira eGraciosa aoInfante D. Fernando, seu sobrinho e filho adotivo, com a condição de que a espiritualidade ficasse com aOrdem de Cristo, mandando que os vigários que estiverem nas ditas ilhas digam para sempre uma missa cada Sábado por sua alma. Falecido este último (1470), assumiu a capitania donatária, durante a menoridade doInfante D. Diogo, aInfanta D. Beatriz, sua mãe. Mediante o desaparecimento de Jácome de Bruges, essa infanta dividirá a ilha em duas capitanias, em 1474:
O povoamento das ilhas foi acompanhado, em todo o arquipélago, pela sua exploração económica, que se traduziu em queimadas e arroteamento de baldios, na introdução de culturas como a dotrigo (exportado durante oséculo XV para o reino e praças portuguesas emÁfrica) e a dacana-de-açúcar, na indústria do pastel (corante) e na exportação de madeiras para a construção naval. Isso explica por que, nos Açores, o século XVI foi marcado por um enorme desenvolvimento económico e social, que se prolongou até aos finais do século XIX, altura em que se introduziram outras espécies agrícolas, de grande rendimento, como ochá, otabaco e oananás.
Diante da instalação daDinastia Filipina em Portugal, D. António passou a governar o país a partir daTerceira, nosAçores. Após a vitória nabatalha da Salga (25 de Julho de 1581, na Terceira, e da derrota naBatalha Naval de Vila Franca (26 de Julho de 1582), nas águas dailha de São Miguel, a resistência da Terceira persistiu até ao Verão de 1583. Nesse período, enquanto sede da monarquia portuguesa, a ilha chegou a ter, além da presença do soberano, órgãos como aCasa da Suplicação, as Mesas de Desembargo do Paço e Casa da Moeda.
Após subjugarem a resistência local, na sequência dodesembarque da Baía das Mós (26 e 27 de Julho de 1583), os Castelhanos organizaram na Terceira um governo-geral.
A falta de cereais conduz ao motim de Angra, que tem lugar nos dias 29 e 30 de abril de 1757, envolvendo cerca de 400 a 500 pessoas.
Em 1766, a divisão do arquipélago em capitanias foi alterada, passando a existir, a partir de então, uma capitania geral, com sede em Angra do Heroísmo: aCapitania Geral dos Açores.
Em 1830 formou-se na Terceira um Conselho de Regência e, em 1832, partiu deBelle-Isle, na costa sul da Bretanha (França), uma expedição militar sob o de D. Pedro (10 de fevereiro), rumo aos Açores, onde chegou a 22 de fevereiro (ilha de São Miguel) estabelecendo-se em Angra (3 de março). Aqui assumiu a Regência e nomeou o seu Ministério, presidido pelomarquês de Palmela, e do qual faziam parteMouzinho da Silveira, sendo promulgadas muitas reformas importantes. Daqui retornou D. Pedro para São Miguel (25 de abril), na continuação da preparação da expedição que culminou noDesembarque do Mindelo (8 de julho).
Em virtude dessas reformas, ainda em 1832 a Capitania-Geral deu lugar à constituição da Província Açoriana com sede em Angra.
1460 - Doação das ilhas Terceira eGraciosa, peloInfante, a seu sobrinho,D. Fernando. Com a morte deste, durante a menoridade de seu filho,D. Diogo, a viúva,Dna. Beatriz, mãe de Diogo, assume a direção da donataria. A 9 de Fevereiro é assinada a carta régia da referida doação mencionada a cima;
1461
Por determinação de D. Fernando, chega à TerceiraÁlvaro Martins Homem, fundador de Angra;
30 de Março, D. Fernando apresenta Frei Gonçalo aovigário daOrdem de Cristo, indicando-o como cura ecapelão da Ilha Terceira;
1474
D.D. Beatriz divide a Terceira ao meio originando duas capitanias, pelaRibeira Seca, sita aquém da Ribeira de Frei João que ficou na parte de Angra e a outra até a costa, numa linha que ligava o noroeste ao sudeste da ilha, a da Praia;
17 de Fevereiro, Doação da capitania da Praia, onde fizera assentoJácome de Bruges, aÁlvaro Martins Homem que, já se tinha instalado e construído moinhos na parte de Angra;
1481 Capítulo daCortes de Évora, onde se estipula que quem levar os seus escravos de serviço, para ilhas, não pagam por eles a dízima quando regressarem ao Reino.
6 de Setembro,Duarte Paim recebe terras para proceder à fundação daPraia e toma medidas de protecção e segurança contra as investidas dos navios deCastela.
1483
13 de Janeiro, aparece pela primeira vez em documentação, (uma escritura de compra e venda), uma referência aAngra como sendo vila.
1495 - D. Manuel, por Alvará de 19 de Maio, confirma a João Vaz Corte Real na capitania de Angra e faz-lhe mercê daalcaidaria do Castelo de São Luís (Angra), e dailha de São Jorge;
1530 - Fundação daErmida de São Mateus dos Altares,[9] erecta por Margarida Valadão, filha deJoão Valadão, um dos primeiros povoadores da ilha Terceira;
1534
21 de Agosto, Carta Régia deJoão III de Portugal eleva à categoria de cidade a vila de Angra; no mesmo ano, oPapa Paulo III eleva Angra a sede de bispado;
1568/1578 – Data indicada como sendo a do início da construção doForte de São Sebastião a mando do rei D.Sebastião de Portugal, homenagem a quem ficou sob a invocação do santo de mesmo nome;
1572 – Elevação a freguesia do povoado deSão Bento, embora só em 1583 é que surgirem os primeiros registos paroquiais desta localidade;[6]
1572
D. Sebastião de Portugal, atendendo a uma exposição daAngra, determinou a construção de dois fortes, um noPorto de Pipas e outro nosFanais, em detrimento do que lhe havia sido proposto erguer na ponta doMonte Brasil, por "pessoas que tinham muita notícia e experiência das obras de fortificação";[11]
1580 - chegam à Terceira as notícias da aclamação deAntónio I de Portugal e de iminente invasão espanhola; invasão de Portugal: as tropas de D. António são derrotadas nabatalha de Alcântara;
25 de Julho, Trava-se aBatalha da Salga entre a força de desembarque castelhana e as forças portuguesas, em nome de D.António I de Portugal, durante crise de sucessão de 1580;
1582 - 13 de Fevereiro,Ciprião de Figueiredo manda a Filipe II de Espanha a sua famosa carta onde se lê a frase que que passou a ser a divisa dos Açores:Antes morrer livres que em paz sujeitos;
Francisco Ornelas da Câmara, Capitão-mor da Vila da Praia, é encarregado por D. João IV de aclamá-lo na Terceira, reduzindo à obediência oCastelo de São Filipe no Monte Brasil; em cumprimento às instruções recebidas, Ornelas promove a aclamação na Praia (24 de Março) e logo após, em Angra;
26 de Março, eclode a rebelião popular dosMinhas Terras;
27 de Março, início do cerco ao Castelo de São Filipe; Angra é ocupada militarmente pelo seu Capitão-mor,João Bettencourt de Vasconcelos, que pede auxílio militar ao Capitão-mor da Praia, Francisco Ornelas da Câmara;
31 de Março, domingo de Páscoa, D. João IV foi aclamado rei em Angra, sob o fogo cerrado das baterias espanholas, foi um dos acontecimentos mais “impressionantes” da Restauração segundo o Historiador José Manjardino: "a aclamação fez-se num ambiente dramático que já aqui em tempos se apontou como a mais espectacular e genuína restauração da independência havida em terras de Portugal. Uma procissão cívica percorria as ruas até à Praça, convergindo para a Sé, onde se cantou um Te Deum, tudo ao ritmo e sob a fumarada da artilharia castelhana que, do castelo de São Filipe, disparava sem cessar sobre a cidade.";
20 de Junho, D.Luís Peres de Viveiros, com os trezentos soldados que trazia para socorrer a guarnição espanhola cercada em São Filipe, rende-se a Francisco de Ornelas junto aos ilhéus da Mina;
1642
4 de Março, rendição das tropas espanholas. O Governador do Castelo de São Filipe, D.Álvaro de Viveiros entrega-se aos portugueses; (tendo-se a noticia espalhado a partir do largo da entrada para oParque Municipal do Relvão e doPoço do azeite, largo que passou a chamar-seLargo da Boa Nova) o governo interino da praça fica a cargo do Capitão-mor de Angra, a quem são entregues as suas chaves; o Capitão-mor da Praia seguiu paraLisboa com a notícia da rendição da praça;
Por Alvará de 2 de Abril, D. João IV concede à cidade de Angra o título de "Mui nobre e leal", pela sua bravura durante aGuerra da Restauração;[12]
1755 - 1 de Novembro, a zona oriental da ilha e a baixa de Angra foram invadidas pelas águas de umtsunami provocado peloTerramoto de Lisboa e que, no seu refluxo levaram as muralhas do cais alterando definitivamente a face marítima da cidade;
1832 - 4 de Junho, ACapitania Geral dos Açores é extinta pelo Decreto n.º 28;[14]
1837
Por Carta Régia, pelos serviços prestados durante a Guerra Civil, a cidade de Angra acrescenta aos seus títulos o de "Heroísmo" e de "Sempre Constante", tornando-se a "Mui Nobre, Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo"; a sua Câmara Municipal é condecorada com a Grã-Cruz daOrdem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, recebendo um novo brasão de armas;
12 de Janeiro, Por Carta Régia é concedida à Vila da Praia o título de "Muito Notável e de Vitória", tornando-se "Muito Notável Vila da Praia da Vitória";
1867 - Na noite de 1 para 2 de Junho, após muitas semanas de intensasismicidade, aconteceu um tremor de terra que provocou grandes danos na freguesia da Serreta e nas vizinhas freguesias doRaminho eAltares, iniciou-se umaerupção submarina a cerca de 9 milhas náuticas daPonta da Serreta com origem noVulcão da Serreta;
1891 - 22 de julho, Desde as 9 horas da noite do dia 22 até as 3 e maia da manhã do dia 23 de julho devido a forteschuvas ocorridas durante a noite acompanhadas porrelâmpagos e trovões aRibeira de São Luís, veio com uma enxurrada que causaram mortes e estragos, particularmente no Largo de São Bento;[15][16]
1896 - 27 de Junho,Ngungunhane, último imperador deGaza, actualMoçambique, e último monarca dadinastia Jamine, chega à ilha Terceira, Açores, onde permanece como prisioneiro.
No contexto daSegunda Guerra Mundial são construídas uma base área britânica e outra estadunidense na Terceira, respectivamente no Aeródromo da Achada e nas Lajes;
Na época daSegunda Guerra Mundial, a partir de 1943 as dependências doForte de São Sebastião foram ocupadas portropas britânicas. No pós-guerra, o ministroSantos Costa veio à Terceira diversas vezes, durante as negociações com osEstados Unidos acerca da permanência destes nos Açores. Ministro da Guerra, depois da Defesa, Santos Costa sensibilizou-se com o abandono da antiga fortificação, vindo a promover uma reparação geral das suas antigasmuralhas;
1950 - 27 de dezembro, A freguesia daSerreta é afectada por umsismo que provocou danos nas habitações da freguesia e o surgimento de duas novasfontes de água doce no lugar daFajã;
1965 - Nesta data oForte das Cinco Ribeiras é devolvido ao Ministério das Finanças depois de em 1941 ter sido guarnecido militarmente durante a Segunda Guerra Mundial. Actualmente (2010) e depois de357 anos de história encontra-se votado ao abandono em perigo de ruína total;
1967 - 24 de janeiro, OForte de São Sebastião é classificado comoImóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 47 508;
1556 - 6 de Agosto, Naufrágio da nauNossa Senhora da Assunção, Carreira das Índias.[22]
1560 - Naufrágio de uma nau espanhola, da qual não se sabe o nome.[23]
1583 - 21 de Outubro, Naufrágio de 1.º patacho de um total de três embarcações naufragadas no mesmo dia. Embarcação confiscada pelos Espanhóis à Armada doPrior do Crato.
1583 - 21 de Outubro, Naufrágio de 2.º patacho. Embarcação também da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos espanhóis.
1583 - 21 de Outubro, Naufrágio de 3.º patacho. Embarcação igualmente da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos espanhóis. Estes três barcos foram atiradas para a costa pelo famoso vento Carpinteiro.
1586 - 17 de Setembro, Naufrágio da nauSanta Maria, de nacionalidade espanhola e provinda deSão Domingo. Devido ao nau tempo.
1586 - 18 de Setembro, Naufrágio de 1.ª nau de um total de três naufragadas no mesmo dia, era de nacionalidade espanhola (capitania) de 30 canhões de bronze. Devido ao mau tempo.
1586 - 18 de Setembro, Naufrágio da 2.ª nau de nacionalidade espanhola (Nuestra Señora de la Concepción), de que se recuperou parte da carga.
1586 - 18 de Setembro, Naufrágio da 3.ª nau de nacionalidade espanhola.[24]
1587 - Naufrágio de umgaleão português (Santiago) capitaneado porFrancisco Lobato Faria e provindo deMalaca. Perdeu a amarra, salvando-se a gente e a fazenda.[25]
1587 - Naufrágio de ma nau espanhola que provinha doNovo Mundo. Foi salva a carga deouro eprata num valor que na altura somou um total de 56 000 escudos.
1588 - Agosto, Naufrágio da nau portuguesa São Tiago Maior, daArmada de 1586.
1589 - 4 de Agosto, Naufrágio, dentro de fortalezas, ogaleãoSão Giraldo de nacionalidade portuguesa e provindo de Malaca. Com este acontecimento, inicia-se o períodoLinschoten.[26]
1589 - 20 de Outubro, Afundamento da nau espanholaNuestra Señora de Guia, posta a pique porcorsários, com 200 000ducados emouro,prata epérolas a bordo.[27]
1589 - Naufrágio à entrada de Angra da nau espanhola Trinidad, vinda doMéxico, o acontecimento descrito por.[27][28]
1605 - Naufrágio da nau portuguesa sob o comando do CapitãoManuel Barreto Rolim.
1606 - Naufrágio da nauSão Jacinto, embarcação da Carreira da Índia e provinda deGoa.
1642 - Afundamento da embarcação comercial carregada de mantimentos que foi “apanhada” pelos espanhóis sitiados naFortaleza de São Filipe durante aGuerra da Restauração. Foi afundada pela acção conjunto do mau tempo e pelo bombardeamento da artilharia portuguesa para evitar que os espanhóis adquirissem os mantimentos.
1649 - 12 de Fevereiro, Naufrágio de 1.º navio (de um total de 4) proveniente doBrasil.
1649 - 12 de Fevereiro, Naufrágio de 2.º navio proveniente do Brasil.
1649 - 12 de Fevereiro, Naufrágio 3.º navio proveniente do Brasil.
1649 - 12 de Fevereiro, Naufrágio 4.º navio proveniente do Brasil. Tendo em atenção a data. Foi certamente pela acção do mau tempo. São os 4 referidos por.[29]
1650 - Naufrágio da nauSanto António, vinda de São Cristóvão, salvando-se a mercadoria.
1663 - 1.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil, foi o maior desastre de que há registo ocorrido na Baía de Angra, por acção duma tempestade. Fora o que deu à costa, a carga perdeu-se.
1663 - 2.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 3.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 4.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 5.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 6.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 7.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 8.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 9.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil
1663 - 10.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
1663 - 11.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil. Este acontecimento provoca a interdição real da arribada em Angra.
1674 - Naufrágio de uma embarcação de origemholandesa, de 50 canhões.
1690 - 26 de Março, Naufrágio sobre a amarra de uma nau destinada aCabo Verde, carregada comsinos ecal destinados à construção de uma igreja.
1697 - 1.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados detrigo.
1697 - 2.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
1697 - 3.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
1697 - 4.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
1698 - Junho, último naufrágio documentado noséculo XVII, o do naviofrancêsSt. François, este acontecimento deu origem ao início do “século dos naufrágios franceses”.
1702 - (10 de Dezembro), naufrágio dafragata francesaFla Orbanne, naufraga nos baixios de Angra. Este acidente deixou informações nos livros de óbitos dafreguesia da Sé, aquando da inumação dos náufragos dados à costa da cidade.[30]
1721 - Dezembro, um navio francês, oLe Elisabeth, naufraga na Baía de Angra. houve náufragos que foram sepultados nos cemitérios da cidade.
1750 - Naufrágio da fragata francesaAndromade, provinda de São Domingo.
1906 - 30 de Setembro, naufraga oiateRio Lima, que dá à costa no baixinho do Portinho Novo.
1921 - 28 de Abril, naufraga o lugreMaria Manuela, na ponta do Castelinho.
1996 - na noite de 25 para 26 de Dezembro, encalhe da embarcação Fernão de Magalhães, destinada a cabotagem inter-ilhas e destas com o continente português pela acção do temporal.[32]
Lenda da Lagoa do Negro - Esta é uma lenda que procura explicar a origem da Lagoa do Negro, situada na ilha da terceira. Reza a lenda que, há séculos, existia uma família nobre na Terceira, com escravos negros. A única filha do patriarca era submissa e receava o pai, e aceitou sem questionar um casamento imposto. Neste arranjo, a moça acabou por se apaixonar por um escravo, que também a amava. Certo dia, uma aia que seguia a seguia para todo o lado, escutou os apaixonados a falar do seu amor, e foi contar ao seu amo. Este, enraivecido, ordenou a prisão do escravo. O escravo ouviu cães de caça e cavalos atrás de si à sua procura e fugiu a correr desesperadamente até cair de exaustão e desespero. A lenda diz que o escravo começou a chorar compulsivamente com tanta tristeza, que as suas lágrimas fizeram nascer uma lagoa à sua frente. Assustado e encurralado face à perseguição, correu colina acima e atirou-se para uma lagoa onde morreu afogado.
↑História dos Açores - Do Descobrimento até ao Século XX, de Artur Teodoro de Matos, Avelino de Freitas de Menezes e José Guilherme Reis, 2008,ISBN 9789898225061
↑Citado por J. M. da Silva Marques.Descobrimentos Portugueses. Lisboa: INIC, 1988.
↑"(...) Não é da mesma forma a respeito do local onde foi assentar-se a primeira povoação: porque evitando ser avistada do mar, por causa das guerras que tínhamos com Espanha, e com medo de ser assaltada e destruída (...). E por mui parecido com os campos do alentejo lhe chamaram Porta Alegre... lugar que mais lhe havia agradado (...)." DRUMMOND, Francisco Ferreira.Anais da Ilha Terceira vol. I, cap. V, pp. 29-32.
↑Manuel Francisco dos Santos Peixoto,Apontamentos para a História da Terceira, Angra do Heroísmo, p. 144.
↑Angra do Heroísmo: Janela do Atlântico entre a Europa e o Novo Mundo. Horta (Faial): Governo Regional dos Açores; Direcção Regional do Turismo dos Açores. s.d.
↑[No Arquivo Geral da Marinha Portuguesa, encontram-se referências a estes naufrágios, a 18 de Fevereiro de 1832, do Iate Nerco e, em 1841da escuna D. Clara.]
Carta de Christovão Soares de Albergaria ao Archiduque Alberto, 24 de Outubro de 1591, in Archivo dos Açores, Vol. II, 1880, Ponta Delgada
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