Nota: Este artigo é sobre o conceito gramatical. Para o conceito filosófico, veja
Sujeito (filosofia).
Emanálise sintática, osujeito é um dostermos essenciais da oração, geralmente responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Ele é o termo com qual overbo concorda.[1] Nalíngua portuguesa, o sujeito guia a terminação verbal em número e pessoa e é marcado pelocaso reto quando são usados ospronomes pessoais. As regras de regência do sujeito sobre o verbo são denominadasconcordância verbal. Na frase, "Nós vamos ao teatro", "vamos" é uma forma do verbo "ir" da primeira pessoa do plural que concorda com o sujeito "nós".[1]
Para os verbos que denotam ação, frequentemente o sujeito da voz ativa é o constituinte da oração que designa o ser que pratica a ação e o da voz passiva é o que sofre suas consequências. Sob outra tradição, o sujeito (psicológico) é o constituinte do qual se diz alguma coisa. SegundoBechara, "É o termo da oração que indica a pessoa ou a coisa de que afirmamos ou negamos uma ação ou qualidade".[1]
O sujeito pode ser classificado emsimples,composto,indeterminado,desinencial ouoculto,oracional einexistente.[2] Neste último caso, temos o que se convencionou chamar deoração sem sujeito.
É o sujeito que apresenta apenas um elemento,substantivo oupronome.[2] Aumentar o número de características a ele atribuídas não o torna composto. Exemplos de sujeito simples (o sujeito está em negrito):
Obs.: o verbo concorda com o sujeito, seja ele anteposto ou posposto.
- Mariaé uma garota bonita.
- A pequena criança parecia feliz com seu novo brinquedo.
É aquele que apresenta mais de um núcleosubstantivo.[2]
- Ana eRute fizeram compras no sábado.
- Mateus e o amigoBruno saíram para almoçar.
O sujeito também pode vir depois do verbo:
- SaíramBruno eMateus.
- SaiuBruno eMateus
Obs.: Note que, no segundo caso, o verbo "saiu" concorda com o sujeito "Bruno", mais próximo a ele. Isso é permitido apenas quando o sujeito composto está posposto ao verbo; chama-se concordância atrativa.
Sujeitodesinencial é aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência do verbo.
- Fechei a porta.
Quem fechou a porta?Eu, pois eu fecho, tu fechas, ele fecha
- Perguntaste mesmo isso à professora?
Obs.: não confundirvocativo (expressão de chamamento) com sujeito.
- Querido aluno,leia sempre! (sujeito oculto: "você" — "você" leia sempre "eu" — "eu" fico feliz com seu sucesso)
Obs.: As classificações do sujeito, em Língua Portuguesa, são apenas três: simples, composto e indeterminado.[carece de fontes?]
Dar o nome deSujeito desinencial,elíptico ouimplícito não equivale a classificar o sujeito, mas somente determinar a forma como osujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintática. No mais, a classificaçãoSujeito Oculto foi abolida, por questões técnico-formais e linguístico-gramaticais, passando a denominar-seSujeito Simples Desinencial, uma vez que se pode determiná-lo através dos morfemas lexicais terminativos das formas verbais, situação na qual, para indicar que o sujeito se encontra elíptico usa a forma pronominal reta equivalente à pessoa verbal entre parênteses. Assim, na estrutura sintática: "Choramos todos os dias", para indicar o sujeito simples subentendido na forma verbal, coloca-se entre parênteses da seguinte forma: (Nós)= sujeito simples desinencial.[carece de fontes?]
Sujeito indeterminado é a expressão que não identifica o agente.[2] Podemos dizer que o sujeito é indeterminado quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação ou por não haver interesse no seu conhecimento. Aparecerá a ação, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou.
Há quatro maneiras de identificar um sujeito indeterminado:
O verbo se encontra na 3ª pessoa do plural,[2] sem referência a qualquer agente já expresso em orações anteriores.
- Dizem que eles não vão bem.
- Estão chamando o rapaz.
- Falam de tudo e de todos.
- Falaram por aí.
- Disseram que ele morreu.
Com um Verbo Transitivo Indireto, somente na 3ª pessoa do singular, mais a partículase.[3]
- Precisa-sede livros. (Quem precisa, precisade alguma coisa → verbo transitivo indireto)
- Necessita-sede amigos. (Quem necessita, necessitade alguma coisa → verbo transitivo indireto)
A palavrase é umíndice de indeterminação do sujeito, pois não se pode dizer quem precisa ou quem necessita.
Cuidado! Caso você encontre frases com Verbo Transitivo Direto:
- Compram-se carros. (Quem compra, compra alguma coisa → verbo transitivo direto)
- Vende-se casa. (Quem vende, vende alguma coisa → verbo transitivo direto)
Não se caracteriza sujeito indeterminado, pois nos casos de VTD, a partícula "se" exerce a função de partícula apassivadora e a frase se encontra na voz passiva sintética. Transpondo as frases para a voz passiva analítica, teremos:
- Carros são comprados. (sujeito: "Carros");
- Casa é vendida. (sujeito: "Casa").
Com um Verbo Intransitivo,[3] somente na terceira pessoa do singular, mais a palavrase, índice de indeterminação do sujeito.
- Vive-se feliz, aqui.
- Aqui se dorme muito bem.
- Brinca-se no carnaval de salão.
Com um Verbo de ligação,[3] na terceira pessoa do singular, mais a palavra "se" que se torna índice de indeterminação do sujeito.
- Nem sempre se é justo nesta profissão.
- Observação:
- É possível indeterminar o sujeito com verbos transitivos diretos. Para isso, o verbo deve estar acompanhado de um objeto direto preposicionado.
Há verbos que não têm sujeito, ou este é nulo. A língua desconhece a existência de sujeito de tais verbos. Línguas como o francês e o inglês não aceitam sujeito nulo. Uma oração é sem sujeito quando o verbo está na terceira pessoa do singular, sobretudo os seguintes:
Obs.: Note que o verbo de ação sempre pressupõe que exista um agente, pois denota mudança, e uma mudança sempre é causada por um agente. Entretanto, do ponto de vista gramatical, nos casos que seguem, não há um termo que funcione como sujeito em relação aoverbo.
Com os verbos que indicam fenômenos da natureza (meteorológicos), tais como:anoitecer,trovejar,nevar,escurecer,chover,relampejar,ventar.[2][3]
- Trovejou muito.
- Neva no sul do país.
- Anoitece tarde no verão.
- Chove muito no Amazonas.
- Ventou bastante ontem em Vila Velha.
Com o verbohaver, significandoexistir ouacontecer.[2][3]
- Aindahá amigos.
- Haverá aulas amanhã.
- Há bons livros na livraria.
- Há gente ali.
- Há homens no mar.
- Houve um grave incidente no meu apartamento.
Com os verbosser,fazer,haver,estar,ir epassar indicando tempo.[2][3]
- Está quente esta noite.
- Faz dez anos que não o vejo.
- Faz calor terrível no verão.
- Está na hora do recreio.
- Faz dez anos as comemorações do bicampeonato brasileiro.
- Era em Londres.
- É tarde.
- Era uma vez.
- Foi em janeiro.
- Jápassa de um ano.
- Jápassa das cinco horas.
Obs.: existemadvérbios que exercem claramente a funçãosintática de sujeito, a qual é própria de substantivos.
- Amanhã é feriado nacional. (O dia de amanhã...)
- Aqui já é Vitória. (Este lugar...)
- Hoje é dia de festa. (O dia de hoje...)
- Agora já é noite avançada. (Esta hora...)
Obs.: Oração sem sujeito também pode ser chamada deOSS.
Ocorre quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva.
- 1º caso: verbo de ligação + predicativo + QUE (é preciso..., é bom..., é melhor..., é conveniente..., está comprovado,..., parece certo..., fica evidente...)
- 2º caso: verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE / SE (sabe-se..., comenta-se..., dir-se-ia..., foi anunciado..., foi dito...)
- 3º caso: verbo unipessoal + QUE / SE (convir, parecer, constar, acontecer, cumprir, importar, urgir, ocorrer, suceder...)
- O pássarovoa.
- Os pássarosvoam.
- O meninobrinca.
- Os meninosbrincam.
- Pedrosaiu cedo.
- Os jovenssaíram.
Didaticamente, fazemos uma pergunta para overbo:Quem é que? ouQue é que? ― e teremos a resposta; esta resposta será o sujeito. O sujeito simples tem um núcleo.
- O meninobrinca.
Quem é quebrinca? Omenino. Logo,o menino é o sujeito da frase.
- O livroé bom.
O que é queé bom? Olivro. Logo,o livro é o sujeito da frase.