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Socotorá

12° 30′ 36″ N, 53° 55′ 12″ L
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Socotorá
(Socotra)

Localização de Socotorá.
12° 30′ 36″ N, 53° 55′ 12″ L
Geografia física
País Iêmen
LocalizaçãoOceano Índico
ArquipélagoArquipélago de Socotorá: Socotorá,Abd al Kuri,Samhah eDarsah
Área3 796 km²
Perímetro314.63 km
Geografia humana
População42 849 (2004)
Densidade 11,002 hab./km²

Imagem de satélite de Socotorá.
Arquipélago de Socotorá 

EspécieendêmicaDracaena cinnabari.

TipoNatural
Critériosx
Referência1263
RegiãoEstados Árabes
País Iêmen
Histórico de inscrição
Inscrição2008

Nome usado nalista do Património Mundial

  Região segundo aclassificação pela UNESCO

Socotorá[1][2][3][4] (emárabe:سقطرة;romaniz.:Suqutrah é um pequenoarquipélago formado por quatroilhas nooceano Índico, em frente à costa doChifre da África (Corno de África), a 250 km a leste docabo Guardafui e a uns 380 km a sudeste da costa doIêmen,[5] que administra Socotorá em nome do Sultanato de Mara e Socotorá.[2]

História

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A Antiguidade

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NaAntiguidade, a ilha encontra-se referida no "O périplo do mar Eritreu" (manuscrito anónimo,século I) como "Dioskouridou", em alusão ao autor greco-romanoDioscórides. Entretanto, em nossos dias oarqueólogo eantropólogoG. W. B. Huntingford, assinala que a toponímia "Socotorá" é de origemgrega, mas que procede dosânscrito "dvipa sukhadhara" ("ilha da felicidade").[6]

Noséculo X, ogeógrafo árabeAlmaçudi comentou que a maioria dos habitantes das ilhas eramcristãos.[carece de fontes?]

Os descobrimentos portugueses

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À época dosdescobrimentos portugueses é provável que o primeiro navegador a alcançar a ilha tenha sidoVicente Sodré, tio deVasco da Gama, que ali terá feito aguada antes de se perder nasilhas de Curia Muria (atualOmã) em 1503. No entanto essa primeira descoberta é disputada porDiogo Fernades Piteira ou Pereira, segundoDamião de Góis eJoão de Barros,[7] que de regresso ao reino, dele deu notícia aManuel I de Portugal. O navegador e militarAntónio de Saldanha, que navegara na região rumo ao estreito domar Vermelho, confirmou emLisboa a bondade da ilha em portos e a provável existência de cristãos, descendentes dos habitantes que o apóstoloSão Tomé evangelizara quando do seu naufrágio no local, a caminho daÍndia.[8]

Para além da aparente população cristã que a Coroa portuguesa considerou urgente libertar da servidão imposta pelo rei muçulmano de Fartaque (noIémen), Socotorá, localizada à "mão esquerda entrando para o estreito, junto aocabo Guardafui", aparentava ser uma peça-chave para o controle do mar Vermelho. Por essa razão,Manuel I de Portugal traçou um plano de conquista da ilha, incumbindoTristão da Cunha eAfonso de Albuquerque dessa missão, e de nela instalarem uma fortaleza. Para esse fim, fez embarcar uma estrutura de madeira prefabricada em Lisboa. A conquista da ilha teve lugar em1507, sob o comando de Tristão da Cunha, após a tomada da Fortaleza de Çoco, guarnecida por 120 homens sob o comando do "muito valente cavaleiro e sem medo nenhum"Coje Abrahem, filho do rei deCaxem, cidade a alguns quilómetros do cabo Fartaque.[9]

O Forte de São Miguel de Socotorá

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As obras da fortificação ficaram a cargo do mestre de pedrariaTomás Fernandes.[10] Sob a invocação de São Miguel, ficou sob o comando do capitão D.Afonso de Noronha,[desambiguação necessária] tendo amesquita local sido convertida em igreja, sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória, e a orientação de Frei António do Loureiro, guardião do mosteiro franciscano de São Tomé, o primeiro fundado extramuros e também o primeiro fundado noEstado Português da Índia.[11]

Do século XVI ao XIX

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A infertilidade da terra e o isolamento da praça em pleno território controlado pelo inimigo, levou a que, tanto a guarnição militar quanto os religiosos, fossem assolados pela fome, pelas doenças e pelos levantamentos dos muçulmanos, recebendo socorro apenas após a conquista de Ormuz por Albuquerque (1507). Em pouco tempo, entretanto, a tese de que era essencial a ocupação de ilhas para o controle das rotas marítimas, começou a perder peso na estratégia portuguesa na região.[11] AFortaleza de Angediva havia sido abandonada (1506) e assim o seria o Forte de Socotorá (1511) e oForte de Quíloa (1512).

A evacuação de Socotorá fez-se com o recurso às naus deDiogo Fernandes de Beja, que não apenas fez demolir a fortificação até aos alicerces, como transportou toda a sua guarnição para reforço deGoa e mais de duzentas mulheres e demais cristãos da terra, assim como aartilharia e demais petrechos.[11]

Com a retirada portuguesa, o arquipélago passou para o controle dos sultõesMahra.

A ilha continuou a servir de ponto de aguada aos portugueses, tendo nela permanecido sempre um ou dois missionários. Alguns dos cristãos no local foram catequizados por SãoFrancisco Xavier aquando da sua passagem para a Índia (1542), que descreveu a ilha como "(...) terra desamparada e pobre, não crescendo nela nemtrigo, nemarroz, nemmilho, nemvinha, nemfruta: é muito estéril e seca".[12]

Entre1540 e1541 foi descrita por D.João de Castro, que registou: "(...) em todo o circuito da ilha não há porto nem outra alguma estância onde possa algum navio invernar seguramente". Em suas águas várias embarcações naufragaram, sendo a mais famosa ogaleão Santo António, sob o comando do capitãoManuel Pais da Veiga, tendo como piloto Aleixo da Mota,[13] em1601.[14]

Em termos económicos, os portugueses extraíam poucas matérias-primas, essencialmente o "sangue de dragão" (seiva dedragoeiro) ealoe, este último utilizado como adstringente e purgante intestinal.[13]

Verás defronte estar do Roxo estreito / Socotorá, com o amaro Aloe famosa.

Do século XIX aos nossos dias

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Passou a ser umprotetoradobritânico em1886 devido à sua posição estratégica, controlando oestreito de Áden.

Com a independência do Iémen (1967), estas ilhas passaram à sua soberania.

Geografia

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O arquipélago é formado por uma ilha montanhosa principal, Socotorá (3625 km²), três ilhas menores, conhecidas coletivamente como "Os Irmãos" (Abd al Kuri,Samhah eDarsah), e ainda outras pequenas ilhotas desabitadas. Abd Al Kuri e Samha somam uma população de umas poucas centenas de pessoas, enquanto que Darsa está desabitada. A principal cidade é Hadiboh (43 000 habitantes em2004).

Socotorá é uma das ilhas de origem continental mais isoladas do mundo, separando-se provavelmente daÁfrica como uma falha durante oPlioceno médio, no mesmo conjunto de eventos que abriu oGolfo de Áden para o noroeste.

Oclima em geral éárido esemi-áridotropical (Köppen: BWh e BSh), com poucas chuvas, concentradas no inverno e mais abundantes nas maiores alturas do que nas zonas costeiras. O clima é fortemente influenciado pelamonção. De junho a setembro tradicionalmente a ilha era inacessível por causa dos fortes ventos.

Arquipélago de Socotorá

Os habitantes de Socotorá criam gado e cabras. A maioria vive sem eletricidade, água corrente ou estradas pavimentadas. Nos finais dadécada de 1990, foi implementado um Programa daOrganização das Nações Unidas para o Desenvolvimento dedicado à ilha. Assim, em julho de1999 um novo aeroporto internacional permitiu o acesso a Socotorá durante todo o ano.

Nas ilhas se fala umidiomasemítico próprio, osocotri, que está relacionado com outros idiomas dapenínsula Arábica.

Flora e fauna

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O grande isolamento geológico do arquipélago, juntamente com o intenso calor e a falta de água, deu origem a uma interessante flora endêmica que é muito vulnerável a mudanças. Pelo menos um terço das 800 espécies de plantas que se encontram em Socotorá são endemismos. Os botânicos situam a flora de Socotorá entre as dez que correm os maiores perigos de extinção no mundo. Umas das plantas que se destacam é a "Dracaena cinnabari", uma árvore seiva de cor vermelha, procurada na Antiguidade para ser usada namedicina e na tinturaria.

Assim como ocorre com outras ilhas isoladas, osmorcegos são os únicosmamíferos nativos da ilha. Em contraste, a diversidade marinha é muito grande, e se caracteriza pela presença de espécies originárias das regiões biológicas próximas: oOceano Índico e oMar Vermelho.

Ver também

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OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreSocotorá

Referências

  1. Machado, José Pedro.Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 3.º N-Z 2.ª ed. [S.l.]: Livros Horizonte/Editorial Confluência.ISBN 972-24-0845-3 
  2. ab«Significado de socotorino».auleteuol.w20.com.br. Consultado em 21 de fevereiro de 2016. Arquivado dooriginal em 7 de julho de 2016 
  3. Gonçalves, Rebelo (1947).Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 45 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021).«Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo»(PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias.ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  5. «Socotra islands scenery in Yemen». Consultado em 16 de fevereiro de 2011  (em inglês)
  6. HUNTINGFORD, G. W. B. "The Periplus of the Erythraean Sea. By an unknown author". (The Hakluyt Society. Second series, Vol. 151.) pp. xiv + 225; 9 ilustrações e mapas. Londres: The Hakluyt Society, 1980.
  7. Socotorá e o Domínio Português No Oriente, José Pereira da Costa, Universidade de Coimbra, Biblioteca Geral, 1973
  8. MONTEIRO, Alexandre. "Uma página dos Descobrimentos: a ilha de Socotorá no século XVI". inNational Geographic Portugal, junho de 2012, p. 42-45.
  9. Op. cit., p. 44.
  10. DIAS, Pedro (1998). "História da Arte Portuguesa no Mundo. O espaço do Índico". Lisboa: Círculo de Leitores, pp. 356, 377 ou 387. apudLIZARDO, João. "A Identificação do Forte Português em Quíloa"Arquivado em 27 de janeiro de 2012, noWayback Machine. inAl-Madan adenda electrónica ISSN 0871-066X | IIª Série (13) | Julho 2005. Consultado em 18 nov 2011.
  11. abcMONTEIRO, 2012:44.
  12. MONTEIRO, 2012:44-45.
  13. abMONTEIRO, 2012:45.
  14. "Roteiro da navegação da carreira [sic da India feito por Aleixo da Mota pilloto della, segundo o que esperim[en]ta em trinta e sinquo annos q[ue] ha q[ue] nauega pella dita careira [sic] p[ar]a a India aonde te[m] feito seis viage[ns] de pilloto" [Manuscrito], [ca 1621]. - F. [1-48], enc. ; 27 cm.] in Biblioteca Nacional Digital. Consultado em 9 jun 2012.


Império Português (1415–1999)Portugal
Norte de África
África Subsariana
Sudoeste Asiático
Subcontinente Indiano
Ásia Oriental e Oceania
América do Norte
Américas Central e do Sul
Madeira e Açores
Estes doisarquipélagos, localizados noAtlântico Norte, foram colonizados pelos portugueses no início doséculo XV e fizeram parte do Império Português até 1832, quando se tornaramprovíncias de Portugal. A partir de então passaram a ser consideradas como um prolongamento da metrópole europeia (as chamadasIlhas Adjacentes) e não como colónias. Hoje sãoregiões autónomas de Portugal.
Bandeira do Iémen


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