¹Corá (um tipo de arpa) eBalafon (espécie de xilofone) são instrumentos musicais típicos do Senegal. ² Ouólofe é alíngua franca e a mais falada no Senegal, porém não possui status oficial.
OSenegal, oficialmenteRepública do Senegal (em francês,République du Sénégal), é um país localizado naÁfrica Ocidental. Faz fronteira com oOceano Atlântico a oeste, com aMauritânia ao norte e ao leste, com oMali, a leste, e com aGuiné e aGuiné-Bissau ao sul. AGâmbia forma um quase-enclave no Senegal, penetrando mais de 300 km para ointerior. As ilhas deCabo Verde estão localizados 560 km da costa do Senegal. O país deve o seu nome ao rio que faz fronteira com ele para o leste e para o sul e sobe noFuta Jalom na Guiné. Oclima étropical e seco com duas estações: aestação seca e aestação chuvosa.
O Senegal é nomeado a partir dorio Senegal, cuja etimologia é polêmica. Uma teoria popular (proposta por David Meakin em 1853) é que ela decorreria da expressão "sunu gaal" que significa, naLíngua uolofe, "nossa canoa". sendo resultante de uma falha de comunicação entre marinheiros portugueses doséculo XV e os pescadoresuolofes. A teoria da "nossa canoa" foi popularmente adotada no Senegal moderno por seu charme, sendo frequentemente usada para invocar o sentimento de solidariedade nacional (por exemplo, na expressão "estamos todos na mesma canoa").
Historiadores e linguistas modernos, no entanto, acreditam que o nome provavelmente se refere aosberberessanhajas, que habitavam o lado norte do rio, ou à cidade medieval deSangana, localizada perto da foz do rio e descrita pelo geógrafo árabeAlbacri em 1068.
Achados arqueológicos em toda a área indicam que o Senegal foi habitado em tempos pré-históricos, tendo sido continuamente ocupado por vários grupos étnicos. Alguns reinos foram criados por volta do século VII:Tacrur noséculo IX,Namandiru e oImpério Uolofe durante os séculos XIII e XIV. O leste do Senegal já fez parte doImpério do Gana.[8]
OIslã foi introduzido através do contato dostuculores e ossaracoleses com oImpério Almorávida doMagrebe, que por sua vez o propagou com a ajuda dos Aliados Almorávidas e os tuculores. Este movimento enfrentou resistência de etnias de religiões tradicionais, em particular os Sererês.[9][10]
Nos séculos XIII e XIV, a área ficou sob a influência dos impérios do leste. O Império Uolofe também foi fundado nesta época. Na região da Senegâmbia, entre 1300 e 1900, cerca de um terço da população foiescravizada, normalmente como resultado de conflitos de guerra onde se capturavam pessoas pertencentes aos grupos derrotados.[11]
No século XIV, o Império Uolofe tornou-se mais poderoso, tendo unidoCaior e os reinos deBaol,Sine,Salum,Ualo,Futa Toro e Bambuque, ou grande parte da atual África Ocidental. O império era uma confederação voluntária de vários estados, em vez de ser construído com base em conquistas militares. O império foi fundado porAndiadiane Andiaie, que conseguiu formar uma coalizão com muitas etnias, mas desmoronou por volta de 1549 com a derrota e morte de Lele Fuli Faque de Amari Angone Sobel Fal.[12]
A diversidade de vestígiospré-históricos é a comprovação de que o atual território do Senegal foi ocupado pelos humanos numa idade superior a 350 000 anos atrás.[13] A referência dada pelohistoriadorárabe Albacri era o ano de 1068 quando existia o Reino de Tacrur. O Reino de Tacrur se localizava no atual território do Senegal e seria fundado nas primeiras décadas daera cristã.[14] Depois de estabelecer suas relações com onorte da África, durante oséculo X, a população do reino foi convertida aoislamismo.[15]
A litoral do Senegal foi um dos territórios localizados naÁfrica Negra que oseuropeus colonizaram.[16] Ailha da Goreia, que fica a oeste deDacar, foi durante séculos um dos principais lugares onde setraficava escravos naÁfrica.[17] Ali houve primeiramente o estabelecimento dosportugueses. Antes de chegarem ao Senegal, os portugueses dobraram ocabo Verde em 1444.[18] Em segundo lugar chegaram osholandeses.[18] E, por último chegaram osfranceses. Em 1638 os franceses foram os exploradores de um entreposto comercial que se localizava nafoz dorio Senegal.[19] No decorrer dos séculos XVII e XVIII os colonizadores europeus foram traficantes deescravos,goma arábica,ouro emarfim do Senegal.[20] Umafeitoria que os franceses estabeleceram na foz dorio foi transformada na cidade deSão Luís.[21] De 1693 até 1814, aFrança e oReino Unido estiveram na competição de controlar olitoral senegalês.[16]
Em 1816, São Luís e a ilha da Goreia foram ocupadas pelo Reino Unido.[16]São Luís e ailha da Goreia voltaram à posse deFrança através doTratado de Paris, de 1814. Por determinação desse mesmo tratado receberam de volta o facto de permanecerem de maneira efetiva sob o domínio francês no ano posterior.[22] Na época em que reinouNapoleão III osfranceses fizeram penetração nointerior doterritório. Os franceses eram comandados por Louis-Léon Faidherbe. Louis-León Faidherbe foi responsável pela ocupação efetiva. Esse homem fez a transformação do Senegal emponta-de-lança da colonização francesa naÁfrica negra.[16] Nas últimas décadas doséculo XIX, o Senegal integrou aÁfrica Ocidental Francesa. Parte dos senegaleses que habitavam as cidades tinham direito à cidadania francesa.[23] Em 1946 a medida se estendeu à totalidade dos e o país foi elevado à categoria deterritório ultramarino da França.[24]
Em 1958, a antiga colônia foi elevada à categoria derepública autônoma. Um ano depois, sob o patrocínio da metrópole, fez a sua adesão aoSudão Francês (atualmenteMali). O Senegal aderiu ao Sudão Francês para se unir à formação daFederação do Mali. A Federação do Mali proclamou a sua independência em junho de 1960.[25] Em agosto do mesmo ano, a ligação do Senegal com a federação foi cortada. Na mesma altura, a proclamação da independência do Senegal ocorreu e foi eleito como primeiro presidente o senhorLéopold Sédar Senghor.[21]
O primeiro presidente do Senegal foi umpolítico moderado eintelectual muito prestigiado. Era conhecido no mundo interior como um dos maiores expoentes dapoesiaafricana,[16] Senghor foi o presidente do país durante vinte anos até 1981. Em 1981, declarou a renúncia por ser muito velho. Entregou o cargo de presidente a seuprimeiro-ministro,Abdou Diouf.[16] Naquele ano, umgolpe de estado na vizinhaGâmbia foi a razão do facto das tropas senegalesas intervirem. Em 1º de fevereiro de 1982 se constituiu a Confederação daSenegâmbia.[26] A Confederação da Senegâmbia foi acordo que os dois países assinaram em questõesmilitares,económicas e depolítica exterior. Em conformidade com esse acordo, prometeram não prejudicar as suas próprias soberanias e respectivas instituições internas.[16]
Diouf ganhou a maioria absoluta dos votos válidos naseleiçõespresidenciais de fevereiro de 1983. Os poderes de Diouf foram aumentados. Diouf aboliu o cargo deprimeiro ministro.[16] No final da década de 1980, manifestações separatistas deCasamansa causaram tumulto na situação do país.[16] Diouf reelegeu-se em 1988 e 1993. Durante a reeleição foi acusado de fraude. Embora fosse reeleito, a justiça confirmou os resultados dos pleitos.[16]
Em 2001, o parlamento aprovou uma novaconstituição. Em 2004, o governo chegou a um acordo com osseparatistas deCasamansa. Porém a continuação de luta de uma facção rebelde ainda persiste. Em 2005, foi aceitado pelaEspanha que fossem recebidos imigrantes legais vindos do Senegal. A imigração senegalesa na Espanha teve como objetivo o controle da migração ilegal àsilhas Canárias. As Ilhas Canárias é um arquipélago espanhol que se localiza no litoral da África.[27]
Durante aseleições presidenciais de 2007, Wade reelegeu-se com 55,9% da maioria absoluta dos votos válidos. Naquele ano, a coalização que o PDS lidera conquistou 131 das 150 cadeiras da Assembleia Nacional. Durante a eleição, o PDS foi boicotado pela oposição. Cheiki Hadjibou Soumaré foi nomeado comoprimeiro-ministro. Em outubro de 2008, aONU deu a destinação de 15 milhões dedólares para 36 mil agricultores que produzemamendoim.[27]
Nas eleições locais de 2009, o partido governista foi muito derrotado pela oposição. Isso fez com que ocorresse a renúncia doprimeiro-ministro Soumaré em abril. Um mês depois, Souleymane Ndéné Ndiaye toma posse do cargo. Em setembro, cresce o recrudescimento da violência emCasamansa, nas imediações daGuiné-Bissau.Separatistas causaram a morte de seis soldados e um civil. Enquanto isso, os militares provocaram o bombardeio de uma base rebelde. Centenas de pessoas fizeram a fuga da área de conflito.[27]
A distância dolitoral do Senegal é da ordem de 500 km de extensão. O litoral do Senegal tem as menoresaltitudes do país e se estende em linha reta. As cercanias dunares da foz do rio Senegal até aPenínsula de Cabo Verde formam o litoral do Senegal. A Península do Cabo Verde é um antigailha que faz a união aocontinente por um cinturão feito deareia. É na península de Cabo Verde que é encontrada a capital,Dacar. Dacar se localiza na extremidade ocidental daÁfrica. Desde o local onde deságua o rio Salum, o litoral é formado por recortes epântanos. Nessa parte do Senegal existemmanguezais em grande quantidade.[28]
Umaplanície dotada desedimentos forma o território do Senegal em sua maioria. Apenas na regiãosudeste ocorre o aparecimento de uma plataforma de origempré-cambriana. Nomaciço deFuta Jalom as elevações são superiores a 500metros. O maciço de Futa Jalom se localiza nafronteira do Senegal com aGuiné. Astemperaturas são dotadas de elevação. Há escassez deprecipitações na quase totalidade do território. Em relação às escassas precipitações é registrada anualmente umestaçãoúmida dotada de encurtamento. Isso dá a determinação à fraqueza de umavegetação desavanaseca. Essa formação vegetal se localiza nodeserto de Ferio. Já o deserto de Ferio, por sua vez, está localizado nonorte do Senegal. No sul, mais precisamente no vale do rio Casamansa há queda de chuvas de grande abundância. As chuvas do rio Casamansa dão favorecimento ao fato de existir um bosque tropical.[28]
Orio Senegal nomeia o país. O rio Senegal, propriamente dito, é próprio para anavegação na época daenchente. Essefenômeno natural permite navegar deSaint-Louis, nafoz, atéCaies, noMali. OFalemé é um afluente do Senegal. O rio Falemé delimita o Senegal e o Mali na maioria do caminho que percorre. Os demaisrios que têm foz noOceano Atlântico ao sul de Dacar são oSine e oSalum. O desaparecimento dos rios Sine e Salum ocorre durante aestação seca. Já, oGâmbia e oCasamansa têm grande extensão e navegabilidade nas imediações da foz.[28]
O Senegal possui uma população de cerca de 18 milhões, cerca de 42% dos quais vivem em áreas rurais.[4] Adensidade demográfica nessas áreas varia de cerca de 77 habitantes por km² na região centro-oeste a 2 habitantes por km² na parte leste árida.
O Senegal tem uma grande variedade de grupos étnicos e, como na maioria dos países da África Ocidental, vários idiomas são amplamente falados. Osuolofes são o maior grupo étnico único no Senegal, com 43%; osfulas e ostuculores (também conhecido como Halpulaar'en, literalmente "falantes defula") (24%) são o segundo maior grupo, seguido pelossererês (14,7%),jolas (4%),mandingas (3%), junto a outras pequenas comunidades.
Cerca de 50 mil europeus (principalmentefranceses) elibaneses,[29] bem como um menor número demauritanos emarroquinos, residem no Senegal, principalmente nas cidades e alguns aposentados que residem nas cidades-resort ao redor de Mbour. A maioria dos libaneses trabalha no comércio. O país experimentou uma onda de imigração francesa nas décadas entre aSegunda Guerra Mundial e a independência do Senegal; a maioria desses franceses comprou casas em Dakar ou em outros grandes centros urbanos.[30] Também localizadas principalmente em ambientes urbanos estão pequenas comunidadesvietnamitas, bem como um número crescente de comerciantes de imigranteschineses, cada uma com algumas centenas de pessoas.[31][32] Há também dezenas de milhares de refugiados mauritanos no Senegal, principalmente no norte do país.[33]
De acordo com oWorld Refugee Survey 2008, publicado pelo Comitê dos Estados Unidos para Refugiados e Imigrantes, o Senegal tem uma população derefugiados e requerentes deasilo de aproximadamente 23 800 em 2007. A maioria desta população (20 200) é oriunda daMauritânia. Os refugiados vivem em N'dioum, Dodel e pequenos assentamentos ao longo do vale do rio Senegal.[34]
O Senegal é umestado laico.[35] Oislamismo é a religião predominante no país, praticada por aproximadamente 92% da população do país; a comunidadecristã, com 7% da população, é maioritariamentecatólica romana, mas ainda existem diversas denominações protestantes. Um por cento tem crençasanimistas, particularmente na região sudeste do país. Algumas sererês ainda seguem as crenças tradicionais sererês.[36][37] O Senegal é reconhecido por sua tolerância religiosa. Não é incomum encontrar membros da mesma família pertencentes a diferentes religiões. Casamentos inter-religiosos são numerosos. As festas cristãs também são celebradas e respeitadas pelas diferentes irmandades muçulmanas e outras comunidades.[carece de fontes?]
A maioria dos muçulmanos no Senegal ésunita com influênciassufistas. O islamismo, religião majoritária no Senegal, caracteriza-se pela presença de diferentes irmandades às quais os cidadãos costumam aderir formal ou informalmente. Essas irmandades sufistas são lideradas por umcalifa (xaliifa em uolofe), que geralmente é um descendente direto do fundador do grupo.
Osmudiritas (mourides) constituem a irmandade mais numerosa. Seus discípulos são facilmente reconhecidos.[carece de fontes?] Seu centro religioso está localizado em Tuba, onde há uma das maiores mesquitas da África. O seu fundador é omarabutoAmadu Bamba(1853–1927). Ostijanitas (Tidjanes) são outra grande irmandade. Eles têmTivaouane como sua cidade santa. Finalmente, os Layènes seguem os preceitos de Seydina Limammou Laye, e seu centro nervoso é a área deYoff, em Dakar. 27% são muçulmanos não denominacionais.[38]
Pequenas comunidadescatólicas romanas são encontradas principalmente nas populações costeiras sererês, diolas, mancanhas e balantes, e no leste do Senegal entre os bassaris e coniaguis, além das principais cidades comoDacar eSão Luís. As igrejasprotestantes são frequentadas principalmente por imigrantes, mas durante a segunda metade do século XX, igrejas protestantes lideradas por líderes senegaleses de diferentes grupos étnicos evoluíram. Em Dakar, os ritos católicos e protestantes são praticados pelas populações de imigrantes libaneses, cabo-verdianos, europeus e americanos, e entre certos africanos de outros países, bem como pelos próprios senegaleses. Embora o islamismo seja a religião predominante no Senegal, o primeiro presidente do Senegal,Léopold Sédar Senghor, era um sererê católico.
Um certo número de senegaleses sãoanimistas e mantêm as crenças ancestrais. Os animistas senegaleses praticam mais ou menos essas antigas crenças, em pequenos reconhecimentos ou demandas por proteção, derramando água ou leite ao pé de uma árvore, geralmente umbaobá (a casa dos espíritos).
Há um pequeno número de adeptos dojudaísmo e dobudismo. O judaísmo é seguido por membros de vários grupos étnicos, enquanto o budismo é seguido por um número de vietnamitas.[carece de fontes?] AFé Bahá'í no Senegal foi estabelecida depois queAbdu'l-Bahá, filho do fundador da religião, mencionou a África como um lugar que deveria ser mais amplamente visitado pelos bahá'ís.[39] Os primeiros bahá'ís a pisar no território da África Ocidental Francesa que se tornaria o Senegal chegaram em 1953.[40] A primeira Assembleia Espiritual Local Bahá'í do Senegal foi eleita em 1966 em Dakar.[41] Em 1975, a comunidade bahá'í elegeu a primeira Assembleia Espiritual Nacional do Senegal. A estimativa mais recente, pela Associação de Arquivos de Dados Religiosos em um relatório de 2005, detalha a população de bahá'ís senegaleses em 22 mil.
Umcrioulo português, localmente conhecido comoportuguês, é uma língua minoritária proeminente emZiguinchor, capital regional da Casamansa, falada por crioulos portugueses locais e imigrantes daGuiné-Bissau. A comunidadecabo-verdiana local, falam um crioulo português semelhante, ocrioulo cabo-verdiano, e oportuguês padrão. A língua portuguesa foi introduzida noensino secundário do Senegal, em 1961, em Dacar pelo primeiro presidente do país,Léopold Sédar Senghor, que está atualmente disponível em mais regiões do Senegal e também noensino superior. É especialmente prevalente emCasamansa por ser relacionada com a identidade cultural local.[43]
O francês é a única língua oficial do país, mas uma reação na forma de um crescente movimento nacionalista linguístico senegalês apoia a integração do Wolofh, a língua vernácula comum do país, na constituição nacional.[44]
As regiões senegalesas de Dacar, Diourbel, Fatick, Kaffrine, Kaolack, Kedougou, Kolda, Louga, Matam, Saint-Louis, Sedhiou, Tambacounda, Thies e Ziguinchor são membros da Associação Internacional das Regiões Francófonas.
O Senegal é umarepúblicasemipresidencialista. O presidente é eleito desde 2000, o presidente é eleito para um mandato de cinco anos (anteriormente de sete anos) por eleitores adultos. O primeiro presidente do país,Léopold Sédar Senghor, foi um poeta e escritor, tendo sido o primeiro africano a ser eleito para aAcademia Francesa. O segundo presidente do Senegal,Abdou Diouf, foi depois secretário-geral daFrancofonia. O terceiro presidente foiAbdoulaye Wade, um advogado. O quarto presidente foiMacky Sall, eleito em março de 2012. O atual presidente éBassirou Diomaye Faye.
O Senegal tem mais de 80 partidos políticos. O parlamentounicameral consiste naAssembleia Nacional, que tem 150 assentos (o país teve um sistemabicameral com um Senado entre 1999 e 2001 e de 2007 até 2012). Um judiciário independente também existe no Senegal. Os tribunais mais importantes do país que lidam com questões de negócios são o conselho constitucional e o tribunal de justiça, cujos membros são nomeados pelo presidente.
Atualmente, o Senegal tem uma cultura política quase democrática e uma das transições democráticas pós-coloniais mais bem-sucedidas na África.[carece de fontes?] Os administradores locais são nomeados e responsabilizados pelo presidente. Osmarabutos, líderes religiosos das várias irmandades muçulmanas do Senegal, também exerceram uma forte influência política no país, especialmente durante a presidência de Wade. Em 2009, aFreedom House rebaixou o status do Senegal de "Livre" para "Parcialmente Livre", com base no aumento da centralização de poder no executivo. No entanto, desde então, recuperou seu status de "Livre" em 2014.[46]
Em 2008, o Senegal terminou na 12ª posição no Índice Ibrahim de Governança Africana.[47] O Índice Ibrahim é uma medida abrangente da governança africana (limitada àÁfrica subsaariana até 2008), baseada em diversas variáveis que refletem o sucesso com o qual os governos entregam bens políticos essenciais aos seus cidadãos. Quando os países do norte da África foram adicionados ao índice em 2009, a posição do Senegal em 2008 foi retroativamente reduzida para o 15º lugar (com aTunísia, oEgito e oMarrocos se colocando à frente do Senegal). A partir de 2012, a classificação do Senegal no Índice Ibrahim diminuiu um outro ponto para 16 dos 52 países africanos.
Em 22 de fevereiro de 2011, o Senegal supostamente cortou relações diplomáticas com oIrã, alegando que forneceu armas aos rebeldes que mataram tropas senegalesas no conflito de Casamansa.[48]
A eleição presidencial de 2012 foi controversa devido à candidatura do presidente Wade, pois a oposição argumentou que ele não deveria ser considerado elegível para concorrer novamente. Vários movimentos de oposição de jovens, incluindoM23 eY'en a Marre, surgiram em junho de 2011. No final, Macky Sall, da Aliança para a República, venceu as eleições, e Wade, que havia sido presidente do Senegal durante 12 anos, reconheceu a derrota. Esta transição pacífica e democrática foi saudada por muitos observadores internacionais, como aUnião Europeia como uma demonstração de "maturidade".[49]
Em 19 de setembro de 2012, os legisladores votaram pelo fim do Senado para economizar cerca de US$ 15 milhões.
O Senegal goza principalmente de relações cordiais com seus vizinhos. Apesar dos progressos evidentes em outras frentes com a Mauritânia (segurança das fronteiras, gestão de recursos, integração econômica, etc.), estima-se que 35 mil refugiados mauritanos (dos cerca de 40 mil que foram expulsos do seu país natal em 1989) permanecem no Senegal.[50]
As forças armadas senegalesas consistem em cerca de 19 mil pessoas no exército, na força aérea, na marinha e na gendarmaria. A força militar senegalesa recebe a maior parte de seu treinamento, equipamento e apoio da França e dos Estados Unidos. A Alemanha também fornece apoio, mas em menor escala.
A não interferência militar nos assuntos políticos contribuiu para a estabilidade do Senegal desde a independência. O Senegal participou em muitas missões internacionais e regionais de manutenção da paz. Em 2000, o Senegal enviou tropas para missões de paz naRepública Democrática do Congo e emSerra Leoa. Em 2015, o Senegal participou da intervenção militar liderada pelaArábia Saudita noIêmen contra osxiitashouthis.
O Senegal tem estado sob grande pressão internacional para parar os abusos contra ostalibés, crianças que são enviadas pelas suas famílias, muitas vezes a milhares de quilómetros de casa, para terem uma educação nas escolas islâmicas.[51][52]
Dezenas de milhares de crianças no Senegal ainda são forçadas a pedir nas ruas para poderem comer por professores abusadores de muitas dessas escolas corânicas. O governo senegalês decidiu combater esta prática, mas o facto é que se mantém, segundo um relatório de 2017 da organização Human Rights Watch (HRW).[53] O relatório revelou que muitas das criançastalibés detetadas nas ruas pelas autoridades foram depois devolvidas aos professores que os tinham forçado à mendicidade.[51]
Em 2010, HRW estimava que 50 mil criançastalibés esmolavam nas ruas do Senegal, e um relatório do governo senegalês em 2014 indicava que esse número ainda podia ser maior.[51]
O Senegal está dividido em 14 regiões (em francêsrégions),[54] cada uma administrada por um Conselho Regional (Conseil Régional) eleito pelo peso da população ao nível doArrondissement. O país é ainda subdividido por 45 departamentos, 113arrondissements (nenhum dos quais tem função administrativa) e pelas Coletividades Locais (Collectivités Locales), que elegem oficiais administrativos.[55]
As capitais regionais têm o mesmo nome de suas respectivas regiões:
Principais produtos deexportação do Senegal em 2019 (em inglês).Vendedores de rua
Em janeiro de 1994 o Senegal adotou um profundo programa de reformaeconômica com o apoio da comunidade de doadores internacionais. Esta reforma começou com uma desvalorização em 50% damoeda senegalesa, oFranco CFA, que era mantido a umataxa de câmbio fixa em relação ao franco francês. Os controles depreços do governo e ossubsídios foram desmantelados. Após disto, o país teve uma grande mudança graças a este programa de reformas, com oPIB real crescendo a médias superiores a 5% ao ano entre 1995 e 2004. Ainflação anual foi reduzida para um dígito. Como Membro da União Econômica e Monetária do Oeste da África (WAEMU), o Senegal tem trabalhado pela integração econômica regional com umatarifa externa única e umapolítica monetária mais estável. No entanto, o país ainda depende de doadores internacionais. Sob o programa doFundo Monetário Internacional para a dívida dos países pobres, o Senegal se beneficiará da erradicação de dois terços de suas dívidas bilaterais, multilaterais, e do setor privado.
Apesca é o setor líder das exportações do Senegal. Suas receitas atingiram US$ 239 milhões em 2000. As operações de industrialização pesqueira lutam contra os altos custos, e oatum senegalês tem perdido o mercadofrancês para os competidoresasiáticos, mais eficientes. As exportações defosfato, o segundo produto da economia, têm permanecido estáveis, em torno de US$ 95 milhões anuais.
O Senegal é conhecido em toda a África por sua herança musical, devido à popularidade doMbalax, que originou-se a partir datradição percussiva, especialmente oNjuup, sendo popularizado porYoussou N'Dour e outros músicos. OSabar é uma bateria especialmente popular, sendo usado principalmente em celebrações especiais como casamentos e outras cerimônias. Outro instrumento, oTambor falante, é utilizado na cultura de vários grupos étnicos presentes no país. Artistas e bandas musicais senegaleses de renome internacional incluem Ismael Lô,Cheikh Lô,Orchestra Baobab,Baba Maal,Akon,Thione Seck, Viviane,Titi ePape Diouf.
Senegal é bem conhecida pela tradição do Oeste Africano de contar histórias, que é feito por griots, que têm mantido a história do Oeste Africano viva por milhares de anos através de palavras e música. A profissão griot é transmitida de geração em geração e requer anos de treinamento e aprendizado na genealogia, história e música.[56]
↑«Senegal» (em inglês). Infoplease.com. 2005. Consultado em 4 de abril de 2011
↑«History of Senegal» (em inglês). Infoplease.com. 2005. Consultado em 4 de abril de 2011
↑John Everett-Heath (2005).«Senegambia». Concise Dictionary of World Place-Names. Consultado em 4 de abril de 2011
↑abcdCIVITA, Roberto (2010).Almanaque Abril. São Paulo: Abril. p. 588
↑abcdeMinistere de l'Environnement et Protection de la Nature (2006).«Politique forestiere du Senegal: 2005-2025»(PDF).Food and Agriculture Organization (em francês). pp. 3–9. Consultado em 4 de abril de 2013
↑«Senegal (09/08)».web.archive.org. 10 de dezembro de 2008. Consultado em 21 de junho de 2021
↑Mercier, Paul (1965). Van den Berghe, Pierre, ed. Africa: Social Problems of Change and Conflict. San Francisco: Chandler Publishing Company. pp. 285–296.
↑«Wayback Machine»(PDF).web.archive.org. 30 de setembro de 2015. Consultado em 21 de junho de 2021
↑Conklin, Alice L. A Mission to Civilize: The Republican Idea of Empire in France and West Africa, 1895–1930. Stanford University Press, 1997.ISBN 0-8047-2999-9. p. 27.
↑Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International
↑NW, 1615 L. St; Washington, Suite 800; Inquiries, DC 20036 USA202-419-4300 | Main202-419-4349 | Fax202-419-4372 | Media (9 de agosto de 2012).«Religious Identity Among Muslims».Pew Research Center's Religion & Public Life Project (em inglês). Consultado em 21 de junho de 2021