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Recaredo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para o filho deSisebuto de mesmo nome, vejaRecaredo II.
Recaredo I
Rei daHispânia,Septimânia eGalícia
Recaredo
Recaredo I no manuscritoSemblanzas de reyes, 1312-1325
Reinado21 de abril de58621 de dezembro de601
Consorte deBauda
Antecessor(a)Leovigildo
Sucessor(a)Liúva II
Dados pessoais
Nascimentoc. 559
Morte21 de dezembro de601 (42 anos)

Recaredo I ouRecáredo I (emlatim:Flavius Reccaredus; emcastelhano:Flavio Recaredo;c. 55921 de dezembro de601) foi rei dos visigodos de 586 a 601.

Filho e sucessor deLeovigildo, Recaredo enfrentou osfrancos, osbizantinos (que ainda ocupavam partes do litoral daAndaluzia) e osvascões. Além disso, teve que lidar com diversas revoltas de nobres visigodos durante seu reinado.[1][2][3]

O acontecimento mais marcante de seu governo ocorreu em 589, quando convocou oTerceiro Concílio de Toledo. Nesse evento, juntamente com vários nobres e líderes religiosos, Recaredo renunciou aoarianismo e se converteu aocristianismo católico. Com isso, realizou a tão desejada unificação religiosa entre os visigodos e os hispano-romanos, algo que seu pai, Leovigildo, havia tentado alcançar de forma contrária. Curiosamente, acredita-se que Leovigildo tenha aconselhado Recaredo a seguir esse caminho, o que consolidou a unidade espiritual e territorial doReino Visigodo na Hispânia.

Biografia

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Recaredo era o filho mais novo do rei Leovigildo com sua primeira esposa, nasceu na Hispânia, cerca de 520 EC. Foi associado ao trono por seu pai, transformando a monarquia visigoda em hereditária. Essa decisão gerou protestos entre os nobres visigodos, já que a monarquia tradicionalmente era eletiva, com os líderes escolhendo o rei.[4]

Assim como seu pai, governava a partir deToledo. Os reis e nobres visigodos eram tradicionalmente cristãos arianos, enquanto a população hispano-romana seguia o cristianismo calcedoniano.[5] O bispoLeandro de Sevilha desempenhou um papel crucial na conversão deHermenegildo, filho mais velho e herdeiro de Leovigildo, ao cristianismo calcedoniano. Leandro apoiou a rebelião de Hermenegildo e acabou sendo exilado por causa disso.[4]

Quando o rei Leovigildo morreu, por volta de21 de abril de586, o bispo Leandro rapidamente voltou a Toledo. Recaredo, que já ajudava seu pai no governo, foi aclamado rei pelos nobres visigodos sem oposição.[4]

Em 584, buscando uma aliança com os francos, Recaredo enviou embaixadores para propor casamento com Rigunda, filha deQuilperico I, rei daNêustria, e sua esposa, rainha Fredegunda. Após o acordo, segundoGregório de Tours, em agosto ou setembro de 584, Rigunda foi enviada ao Reino Visigodo na Hispânia, acompanhada de uma esplêndida comitiva e dote. No entanto, a viagem foi marcada por inúmeros contratempos, incluindo diversos roubos que a deixaram sem nada. Quando chegou aToulouse, recebeu a notícia do assassinato de seu pai, Quilperico, o que anulou o propósito político de seu casamento com Recaredo, já que a aliança entre os reinos perdeu o sentido.[5]

Apesar do revés, Recaredo continuou buscando laços com os francos. Ele enviou uma nova delegação de embaixadores para propor casamento comClodosvinda, filha deSigeberto I, rei daAustrásia, e da rainha Brunilda. Contudo, a união foi impedida pela oposição do reiGontrão de Borgonha. Por fim, Recaredo desposou, em data incerta,Bauda ou Baddo.[5]

A data do casamento de Recaredo I com Bauda é desconhecida. Ele não poderia ter ocorrido antes de 584, já que, entre 579 e 582, Recaredo estava prometido à princesa franca Rigunda. Devido à morte de Quilperico I e à consequente nova guerra entre visigodos e francos, o casamento nunca foi oficializado. Há quem sugira que Recaredo possa ter se casado com Bauda logo após 584.[5]

No entanto, é mais provável que o casamento tenha ocorrido depois que Recaredo assumiu o trono em 586. Como o casamento com Clodosvinda não deu certo, o casamento de Recaredo e Baddo pode ter acontecido em 586 ou 589.[6]

Conversão ao catolicismo

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Em janeiro de587, Recaredo renunciou ao arianismo e adotou o cristianismo calcedoniano, um evento marcante de seu reinado que transformou a história da Hispânia visigótica. Muitos nobres e religiosos arianos, especialmente os de Toledo, seguiram seu exemplo. No entanto, houve revoltas arianas, como naSeptimânia, a província mais ao norte, além dosPirenéus. Lá, o bispo ariano Ataloco liderou a oposição, sendo comparado pelos romanos a um "segundo Ário". Nobres locais, como os condes Granista e Wildigerno, buscaram ajuda de Gontrão de Borgonha, que enviou seu general Desidério. No entanto, o exército de Recaredo derrotou os rebeldes e seus aliados católicos, matando Desidério.[7]

Outra conspiração ocorreu naLusitânia, liderada por Suna, bispo ariano deMérida, e pelo conde Seggo. O general de Recaredo na região, Cláudio, reprimiu a revolta; Sunna foi banido para a Mauritânia, e Seggo fugiu para aGalécia. Em 588, uma terceira conspiração, liderada pelo bispo ariano Uldila e pela rainha-viúva Goisvinta, foi descoberta, resultando no banimento de Uldila.[7]

O Terceiro Concílio de Toledo, organizado por São Leandro e convocado em nome do rei em maio de 589, consolidou o novo reino católico. Durante o concílio, Recaredo fez uma confissão pública de fé, lida por um notário e claramente escrita com ajuda de teólogos. Leandro encerrou o evento com um sermão triunfal sobre a conversão dos godos, cujo texto foi preservado. Após o concílio, iniciou-se um programa de conversões forçadas de judeus e extinção do arianismo como heresia. A história católica frequentemente atribui essas perseguições aos reis visigodos.[7][8]

Com o passar do tempo, as distinções entre os visigodos romanizados e os hispano-romanos desapareceram. O idioma gótico perdeu sua função na Igreja, e costumes distintos, como roupas e práticas funerárias, caíram em desuso por volta de 570-580.[7][9][8]

Política em relação aos judeus

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Embora Recaredo tenha limitado algumas liberdades dos judeus, ele demonstrou tolerância em outros aspectos. Opapa Gregório I elogiou o rei por recusar subornos da comunidade judaica, que era influente e bem conectada noMediterrâneo. Recaredo eliminou a pena de morte para judeus acusados de tentar converter cristãos e ignorou o pedido do papa para proibir o comércio de escravos cristãos com judeus emNarbona. Durante seu reinado, nenhuma lei sinodal prejudicou diretamente a comunidade judaica.[9]

Últimos anos e morte

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Os registros sobre o final do reinado de Recaredo são escassos. O bispoIsidoro de Sevilha, irmão de Leandro, elogiou seu governo pacífico, sua clemência e generosidade. Ele devolveu propriedades confiscadas por seu pai e fundou igrejas e mosteiros. Em 599, o papa Gregório enviou-lhe relíquias, como um pedaço da Verdadeira Cruz e fios de cabelo de sãoJoão Batista.[7]

Recaredo morreu de causas naturais em Toledo e foi sucedido por seu jovem filho, Liuva II.[7][9]

Referências

  1. «Notas sobre as moedas visigóticas»(PDF). Museu Nacional de Arqueologia. Consultado em 23 de dezembro de 2024 
  2. Maciel, M. J. (2020).«Suevos, bizantinos e visigodos no Sul da Bética e da Lusitânia: arte, percursos e fronteiras».Trabalhos De Antropologia e Etnologia.40 (1-2). Consultado em 23 de dezembro de 2024 
  3. «Artigos». Museu Casa da Moeda. Consultado em 23 de dezembro de 2024 
  4. abcKenneth Baxter Wolf, ed. (1994).Conquerors and Chroniclers of Early Medieval Spain. Liverpool: Liverpool University Press. p. 1990.ISBN 978-85-316-0189-7 
  5. abcdPérez, María Jesús Fuente (2004).Reinas medievales: en los reinos hispánicos. Madri: La Esfera de los Libros. p. 34.ISBN 978-8497342377 
  6. Collins, Roger (2008).Visigothic Spain 409 - 711. Nova Iorque: John Wiley & Sons. p. 263.ISBN 978-85-316-0189-7 
  7. abcdefFlórez, Enrique (1770). «Memorias de las reynas catholicas». In: Antonio Marín.Historia Genealógica de la Casa Real de Castilla, y de León. Madri: [s.n.] 
  8. abThompson, E.A. (1989).Los Godos en España. Madri: Alianza Editorial.ISBN 978-8420613215 
  9. abcCollins, Roger (2005).La Espana Visigoda 409 a 711. Madri: Critica.ISBN 978-8467751840 

Ligações externas

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Precedido por
Leovigildo
Rei visigodo da Hispânia
586601
Sucedido por
Liúva II
Controle de autoridade
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