Raça é uma classificação informal na hierarquiataxonômica, abaixo do nível desubespécie e acima do nível deestirpe, de modo que várias estirpes constituem uma raça.[1][2] Nabotânica, as palavras latinasestirpes eproles foram tradicionalmente usadas, sendo que, no primeirocódigo de nomenclatura botânica, publicado em1868, o uso do termoproles era recomendado.[3]
Existem várias definições de raça. O termo pode referir-se apopulações de indivíduos geneticamente distintos, dentro da mesmaespécie,[4] mas também pode ser definido segundo critériosgeográficos oufisiológicos, por exemplo.[5] Entretanto, oisolamento genético entre as raças nunca é completo, assim como as diferenças genéticas acumuladas ao longo do tempo podem não ser suficientes para separar espécies.[6] O termoraça também tem sido historicamente usado em relação a animais domesticados, como cães, cavalos etc.[4]
Geralmente, o termo é usado para se referir a um grupo específico deanimais domésticos com aparência (fenótipo), comportamento e/ou outras características homogêneas que o distinguem de outros organismos da mesmaespécie. Na literatura científica, existem diversas definições ligeiramente divergentes.[7] As raças são formadas através do isolamento genético e daadaptação natural aomeio ambiente ou daseleção artificial, ou de uma combinação dos dois. Apesar da centralidade da ideia de "raças" para apecuária e aagricultura, não existe uma definição única e cientificamente aceita do termo.[8] Uma raça não é, portanto, uma classificação objetiva ou biologicamente verificável, mas sim umjargão usado entre grupos de criadores que compartilham um consenso sobre quais qualidades tornam alguns membros de uma determinada espécie membros de um subconjunto nomeável e identificável.[9]
Outro ponto de vista é que uma raça é um grupo consistente o suficiente para que, quando acasalada dentro do mesmo grupo, transmita essas características previsíveis aos seus descendentes e essa habilidade – conhecida como "raça pura" – é um requisito para definir uma raça. As raças de plantas são mais comumente conhecidas comocultivares. Os descendentes produzidos a partir da criação de animais de uma raça com outros animais de outra raça são conhecidos como mestiços ou raças mistas. Cruzamentos entre variantes de animais ou plantas acima do nível de raça/cultivar (ou seja, entre espécies,subespécies,variedade botânica, até mesmogêneros diferentes) são chamados dehíbridos.[10]
As raças são definidas de acordo com qualquer característica identificável, incluindo frequências genéticas.[11] “As diferenças raciais são relativas, não absolutas”.[11] As diferenças adaptativas que distinguem as raças podem acumular-se mesmo comfluxo gênico evariação clinal dehabitat.[12] Zonas híbridas entre raças são barreiras semipermeáveis ao fluxo gênico.[13]
Se as raças forem suficientemente diferentes ou se tiverem apresentado pouca conexão genética, independentemente dofenótipo, dois ou mais grupos/raças podem ser identificados comosubespécies ou (embotânica,micologia eficologia) outraclassificação infraespecífica, e receber um nome.Ernst Mayr escreveu que uma subespécie pode ser "umaraça geográfica suficientemente diferente taxonomicamente para ser digna de um nome separado".[20][21]
O estudo de populações preliminarmente rotuladas como raças pode às vezes levar à classificação de uma nova espécie. Por exemplo, em 2008, duas populações de cigarrinha marrom (Nilaparvata lugens) nasFilipinas, uma adaptada para se alimentar de arroz e outra de gramaLeersia hexandra, foram reclassificadas de raças em "duas espéciessimpátricas distintas, mas muito estreitamente aliadas", com base na baixa taxa de sobrevivência quando dada a fonte de alimento oposta, barreiras àhibridização entre as populações, preferência uniforme para oacasalamento entre membros da mesma população, diferenças nos sons de acasalamento, variações deoviposição e outras características distinguíveis.[16]
Para bactérias patogênicas adaptadas a hospedeiros específicos, as raças podem ser formalmente denominadas como patovares. Para organismos parasitas regidos peloCódigo Internacional de Nomenclatura para algas, fungos e plantas, o termoforma specialis (pluralformae speciales) é usado.
A classificação dosmicróbiosfúngicos em raças é feita frequentemente emmicologia, o estudo dos fungos, e especialmente nafitopatologia, o estudo das doenças das plantas, que muitas vezes são fúngicas. O termo "raça fisiológica" foi recomendado para uso em vez de "forma biológica" no Congresso Internacional de Botânica de 1935. Embora historicamente o termo tenha sido usado de forma inconsistente porfitopatologistas, a tendência moderna é usar raça para se referir a "grupos de genótipos de hospedeiros que permitem a caracterização da virulência" (em termos mais simples: agrupar os fungos parasitas em raças com base na intensidade com que eles afetam plantas hospedeiras específicas).[22]
A produção comercial deCucumis melo (melão), por exemplo, está envolvida em uma "corrida armamentista" biológica, desde 1925, contra o oídio da cucúrbita, causado pelo surgimento sucessivo de raças do fungoPodosphaera xanthii, com novascultivares de melão sendo desenvolvidas para resistência a essespatógenos.[18][23]
Umarevisão da literatura de 2004 sobre esta questão concluiu que "a identificação da raça é importante para a pesquisa básica e é especialmente importante para a indústria comercial de sementes", mas foi vista como tendo pouca utilidade para ahorticultura na escolha decultivares específicas, devido à rapidez com que o local a populaçãode patógenos pode mudar geograficamente, sazonalmente e de acordo com a planta hospedeira.[18]
A classificação das raças fúngicas pode ser difícil porque as respostas das plantas hospedeiras a determinadas populações de fungos podem ser afetadas por umidade, luz, temperatura e outros fatores ambientais; diferentes plantas hospedeiras podem não responder a todas as populações específicas de fungos ou vice-versa; e a identificação de diferenças genéticas entre populações que se acredita formarem raças fúngicas distintas pode ser difícil.[18]
an interbreeding subgroup of a species whose individuals are geographically, physiologically, or chromosomally distinct from other members of the species
Outros projetosWikimedia também contêm material sobre este tema: | |
![]() | Definições noWikcionário |
---|---|
![]() | Citações noWikiquote |
![]() | Textos originais noWikisource |