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Palmira

34° 33′ 15″ N, 38° 16′ 00″ L
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, vejaPalmira (desambiguação).

Palmira
تدمرܬܕܡܘܪܬܐ
Palmira
Vista panorâmica do sítio arqueológico de Palmira
Localização atual
Palmira está localizado em: Síria
Palmira
Localização de Palmira na Síria
Coordenadas34° 33′ 15″ N, 38° 16′ 11″ L
PaísSíria
Região geográficaDeserto Sírio
ProvínciaHoms
Cidade atualTadmor
Altitude400 m
Área3 600 m²
Dados históricos
Fundação3º milénio a.C.
Abandono1932
Cronologia
Período primitivoPequeno povoadoc.2 300 a.C.século IV ouIII a.C.
Período helenísticoCidade aliada doImpério Selêucidaséculo III a.C. — início doséculo I d.C.
1.º período romanoRepública sob oImpério Romanoinício doséculo I — meados doséculo III
Reino eImpério de PalmiraCapital de reino independentemeados doséculo III — 273
2.º período romano e bizantinoCidade dos impérios romanobizantino273 — 634
Período árabe e seljúcidaParte de vários estados árabes e turcos634 — 1516
Período otomanoVilarejo e sede dosanjaqueotomano de Saliana1516 — 1918
Notas
Escavações
Estado de conservaçãoruínas
AdministraçãoMinistério da Cultura da Síria
Acesso públicoNãoNão(zona de guerra)
Sítio de Palmira 

Templo de Bel

Tipocultural
Critérios(i)(ii)(iv)
Referência23enfres
RegiãoEstados Árabes
PaísSíria
Histórico de inscrição
Inscrição1980
Em perigo2013

Nome usado nalista do Património Mundial

  Região segundo aclassificação pela UNESCO

Palmira (emaramaico:ܬܕܡܘܪܬܐ‎;romaniz.:Tedmurtā; emárabe:تدمر‎;romaniz.:Tadmor) foi uma antiga cidadesemita, situada numoásis perto da atual cidade deTadmor, naprovíncia deHoms, no centro daSíria, 215 km a nordeste da capital síria,Damasco. Fundada durante oNeolítico, a cidade foi documentada pela primeira vez no início dosegundo milénio a.C. como uma paragem decaravanas que atravessavam odeserto Sírio. A cidade aparece nosanais dos reis assírios e é possível que seja mencionada naBíblia hebraica. Foi incorporada noImpério Selêucida(312–63 a.C.) e posteriormente noImpério Romano, sob o qual prosperou.

A localização estratégica da cidade, aproximadamente a meio caminho entre omar Mediterrâneo e orio Eufrates, fez dela num ponto de paragem obrigatório para muitas dascaravanas que percorriam importantes rotas comerciais, nomeadamente aRota da Seda. A riqueza da cidade possibilitou a edificação de estruturas monumentais. Noséculo III a.C., Palmira era uma metrópole próspera e um centro regional, com um exército suficientemente poderoso para derrotar oImpério Sassânida em 260, durante o reinado deOdenato, que foi assassinado em 267. Odenato foi sucedido pelos seus jovens filhos, sob aregência da rainhaZenóbia, que começou a invadir asprovíncias romanas orientais em 270. Os governantes palmirenos adotaram títulos imperiais em 271. O imperadorAureliano(r. 270–275) derrotou a cidade em 272 e destruiu-a em 273, na sequência de umasegunda rebelião fracassada. Palmira foi um centro de menor importância durante os períodosbizantino,Ortodoxo,omíada,abássida emameluco e os seusvassalos. OsTimúridas destruíram-na em 1440 e a partir ficou reduzida a uma pequena aldeia, que pertenceu aoImpério Otomano até 1918, depois aoReino da Síria e aoMandato Francês da Síria. O local da antiga cidade foi definitivamente abandonado em 1932, quando os últimos habitantes foram transferidos para a nova aldeia de Tadmur. As escavações sistemáticas e em larga escala das ruínas foram iniciadas em 1929. Em maio de 2015, Palmira ficou sob o controlo doEstado Islâmico do Iraque e do Levante, que destruiu vários monumentos da antiga cidade.

Etnicamente, os palmirenos eram essencialmente uma mistura dearameus,amoritas eárabes, existindo também uma minoria dejudeus. A estrutura social da cidade eratribal e os habitantes falavampalmirena (umdialetoaramaico) egrego. Ambas as línguas foram substituídas peloárabe depois daconquista árabe em 634. A cultura de Palmira, influenciada pelas culturasgreco-romana epersa, produziu arte e arquitetura originais. Os habitantes adoravamdivindades locais e deusesmesopotâmicos eárabes. Converteram-se aocristianismo durante oséculo IV e depois aoislão durante a segunda metade do primeiro milénio. A organização política palmirena foi influenciada pelo modelogrego dacidade-estado. A cidade era governada por umsenado, o qual era responsável pelas obras públicas e forças armadas. Após tornar-se umacolónia romana, Palmira adotou instituições romanas antes de adotar umsistema monárquico em 260. Os palmirenos, conhecidos como mercadores, estabeleceram colónias ao longo da Rota da Seda e operaram em grande parte do Império Romano.

Localização

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Palmira situa-se 215 km a nordeste de Damasco,[1] num oásis rodeado de palmeiras, de pelo menos 20 variedades diferentes.[2][3] Um pequenouádi (riacho), o uádi Alcubur, atravessa a área,[4] que corre desde os montes a oeste da cidade antes de desaparecer nas hortas da parte oriental do oásis.[5] A sul do uádi há umanascente, chamada Efqa.[6]Plínio, o Velho descreveu a cidade na década de70 d.C. como sendo famosa pela sua localização, riqueza das suas terras e pelas nascentes que a rodeavam e que tornavam possível a agricultura.[7][a]

O nome nativo mais antigo —Tadmor — ésemita e é registado por fontes históricas da primeira metade do2º milénio a.C. A suaetimologia é vaga; paraAlbert Schultens(1686–1750) deriva detamar,tâmara em semita,[9][b] uma referência às tamareiras que rodeiam a cidade.[3][c] O nome "Palmira" apareceu durante o início doséculo I d.C.,[11] nas obras de Plínio,[12] e foi usada no mundo greco-romano.[9] Em geral acredita-se que "Palmira" derive de "Tadmor" como uma alteração (apoiada por Schultens)[9][d] ou tradução da palavra grega para "palmeira" (palame), uma teoria que é apoiada porJean Starcky.[11][e]

Michael Patrick O'Connor propôs uma origemhurrita para "Palmira" e "Tadmor",[11] referindo a inexplicabilidade das alterações às raízes teorizadas de ambos os nomes (representada pela adição do -d- atamar e -ra- apalame).[3] Segundo a teoria de O'Connor, "Tadmor" deriva do hurritatad ("amar") com a adição da típicavogal média crescente (mVr)formantemar. Por sua vez, "Palmira" deriva depal ("saber") usando o mesmo formante mVrmar.[14] O geógrafo sírio doséculo XIIIIacute de Hama escreveu que Tadmor, filha de um dos descendentes distantes deNoé, estava sepultada na cidade.[15]

História

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Asescavações nosítio arqueológico de Palmira revelaram evidências de um povoadoneolítico perto de Efca,[16] onde foram encontrados alguns utensílios de pedra datados de7 500 a.C. Estudos acústicos notel abaixo doTemplo de Bel indicam vestígios de atividade de culto que remontam a2 300 a.C.[17][18][19]

Período primitivo

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Palmira aparece nos registos históricos durante aIdade do Bronze,c.2 000 a.C., quandoPuzuristar, o Tadmoreano negociou um contrato com acolóniaassíria deCultepe, naCapadócia.[20][21] Foi depois mencionada nastábuas de Mari[f] como uma paragem para caravanas de comércio e tribos nómadas, como ossuteanos.[22] O reiSamsiadade I daAssíria passou pela área a caminho do Mediterrâneo, no início doséculo XVIII a.C.,[23] quando Palmira era o ponto mais oriental doReino de Catna.[24]

A nascente Efca, que secou em 1994[25]

A cidade é mencionada numa tábua doséculo XIII a.C. descoberta emEmar, onde estão registados os nomes de duas testemunhas "tadmoreanas". No início doséculo XI a.C., o rei assírioTiglate-Pileser I registou a sua vitória sobre os "arameus de Tadmar".[22]

A Bíblia hebraica (Segundo Livro das Crónicas 8:4) descreve Tadmor como uma cidade do deserto construída (ou fortificada) pelo reiSalomão deIsrael.[26] OTalmude também menciona a cidade no Yevamot 17a-b.[27]Flávio Josefo fala na cidade usando o seu nome grego "Palmira", atribuindo a sua fundação a Salomão, no Livro VIII dasAntiguidades Judaicas.[28] Tradições islâmicas posteriores atribuem a fundação da cidade aogénio (jinn) de Salomão.[29] A associação de Palmira a Salomão pode ser umaconfusão com "Tadmor" e a cidade fundada por Salomão naJudeia que aparece com o nome de "Tamar" noLivro dos Reis (9:18). A descrição bíblica de Tadmor e dos seus edifícios não é compatível com os achados arqueológicos em Palmira, que era um pequeno povoado durante o reino de Salomão noséculo X a.C.[30]

Períodos helenístico e romano

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Templo de Baal-Shamin

Durante operíodo helenístico Palmira esteve sob o domínio dosSelêucidas entre 312 e63 a.C.[31] e tornou-se uma cidade próspera.[30] Em217 a.C., um força militar palmirena comandada por Zabdibel[g] juntou-se ao exército do reiAntíoco III nabatalha de Ráfia.[33] Em meados da era helenística Palmira, que até aí ocupava a margem sul do uádi Alcubur, começou a expandir-se para a margem norte.[34] No final doséculo II a.C., os túmulos de torre do Vale Palmireno dos Túmulos e os templos da cidade, nomeadamente osde Baal-Shamin,Alat e o templo helenístico, começaram a ser construídos.[30][33][35]

Em63 a.C., aRepública Romana anexou o Império Selêucida e o general romanoPompeu estabeleceu aprovíncia romana daSíria. Palmira manteve-se independente,[33] com relações comerciais com Roma e aPártia, mas não pertencendo a nenhuma destas potências.[36] A inscrição mais antiga em palmireno data de cerca de44 a.C.;[37] Palmira era ainda umxarifado menor, que abastecia de água as caravanas que ocasionalmente usavam a rota do deserto em que a cidade se situava.[38] Não obstante, segundoApiano, Palmira era suficientemente rica para queMarco António enviasse uma força militar para a conquistar em41 a.C. Os palmirenos retiraram para terras partas, a leste doEufrates,[36] que prepararam para defender.[37]

Região autónoma do Império Romano

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Santuário principal doTemplo de Bel
Arco monumental na parte central daGrande Colunata, a rua principal da cidade

Palmira tornou-se parte doImpério Romano quando foi anexada e começou a pagar tributo, durante o início do reinado deTibério,ca. 14 d.C.[33][39][h] Os romanos incluíram Palmira na província da Síria[39] e definiram os limites dos territórios controlados pela cidade, que incluíam numerosas aldeias.[40] Foi encontrada uma marca de fronteira colocada porSilano, governador da província da Síria entre 13 e17 d.C., 75 km a nordeste da cidade, em Khirbet el-Bilaas.[41] Cerca de 90 km a sudoeste, foi encontrada uma marca fronteiriça noPalácio do Parque de Caça Ocidental e a fronteira oriental estendia-se até ao vale do Eufrates.[42] A ligação ao mundo romano trouxe grande prosperidade à cidade, que teve um estatuto privilegiado, mantendo grande parte da sua autonomia[33] e incorporando ao seu governo as instituições típicas das cidades-estado gregas.[i]

O texto em palmireno mais antigo atestando a presença romana na cidade data de18 d.C., quando o general romanoGermânico tentou estabelecer relações amistosas com a Pártia. Ele enviou o palmireno Alexandre aMesena um reino vassalo parta.[44][j] Depois disso, a X Legião Fratense (Legio X Fretensis) chegou a Palmira.[46][k] A autoridade romana durante oséculo I foi mínima, embora os cobradores de impostos fossem residentes[48] e tivesse sido construída umaestrada entre Palmira eSura no ano 75.[49][l] Os romanos usaram soldados palmirenos,[50] mas ao contrário do que era comum nas típicas cidades romanas, não há registo demagistrados ouprefeitos locais.[49] Durante oséculo I a atividade de construção foi intensa; as primeiras fortificações muralhadas[46] e oTemplo de Bel (terminado e consagrado em32 d.C.) datam dessa altura.[51] Durante esse século passou de um entreposto de caravanas do deserto para um centro de comércio de primeira importância[38][m] e os mercadores palmirenos estabeleceram colónias nos centros de comércio em redor da cidade.[44]

O comércio de Palmira atingiu o seu auge durante oséculo II,[53] impulsionado por dois fatores. O primeiro foi uma rota comercial[7] protegida por guarnições nos pontos principais, entre as quais a guarnição deDura Europo, estabelecida em 117.[54] O segundo fator foi a anexação em 106 dePetra, a capitalnabateia, que contribuiu decisivamente para que o controlo do comércio das rotas comerciais provenientes dapenínsula Arábica passasse dos nabateus para os palmirenos.[33][n]

Ascaenae frons (cenário) doTeatro romano de Palmira

Em 129, Palmira foi visitada pelo imperadorAdriano(r. 117–138), que a batizou Palmira Adriana e lhe concedeu o estatuto de cidade livre (civitas libera).[56][57] Adriano promoveu ohelenismo em todo o império e o modelo usado em Palmira à sua expansão urbana foi o das cidades gregas. Isso conduziu a novos empreendimentos, que incluíram oteatro, aGrande Colunata e o templo deNabu.[58] A autoridade romana em Palmira foi reforçada em 167, quando a I Ala dos Trácios Hercúleos (Ala I Thracum Herculiana) foi instalada na cidade como guarnição.[59]

Na década de 190 Palmira foi incluída na província daFenícia, recém-criada pelos imperadores dadinastia severa.[60] No final doséculo II, a cidade iniciou a transição de uma cidade-estado de tipo grego para umamonarquia[61] e o desenvolvimento urbano diminuiu. A ascensão ao trono imperial romano da dinastia severa(193–235) teve um papel determinante nessa transição política em Palmira.[62] A nova dinastia trouxe benefícios à cidade,[63] que passou a ter a I Coorte Flávia dos Calcedónios (Cohors I Flavia Chalcidenorum) como guarnição em 206.[64] Asmilícias palmirenas tiveram um papel importante na proteção das fronteiras romanas na Síria Oriental.[65]Caracala deu à cidade o estatuto decolónia romana entre 213 e 216, substituindo muitas instituições gregas por romanas.[61] Asguerras romano-partas promovidas pelos Severos, entre 194 e 217, influenciaram a segurança regional e afetaram negativamente o comércio de Palmira.[63][66] As caravanas começaram a ser assaltadas por bandidos em 199, o que levou a que a presença militar na cidade fosse reforçada.[63] A cidade empenhou mais energia na defesa do Oriente romano do que no comércio e a sua importância cresceu,[65] tendo recebido uma visita do imperadorAlexandre Severo pouco antes deste morrer em 235.[63]

Reino de Palmira

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Busto que alguns académicos pensam ser deOdenato. Acoroa de louros sugere um governante de estilo romano.[67]

A ascensão doImpério Sassânida na Pérsia implicou graves consequências negativas ao comércio de Palmira. Os Sassânidas desmantelaram as colónias palmirenas nos seus territórios[68] e deram início a uma guerra com o Império Romano.[69] Numa inscrição datada de 252,Odenato é mencionado num documento com o título deexarco (senhor) de Palmira.[70][71] O enfraquecimento do Império Romano e o perigo constante representado pelos persas foram provavelmente as razões que levaram o conselho de Palmira a eleger um líder para a cidade que fosse o comandante de um exército poderoso.[72] Quando Odenato contactou oSapor I(r. 240–270), o seu pedido para garantir os interesses de Palmira na Pérsia foi recusado. O líder palmireno combateu Sapor depois da derrota dos romanos em 260 naBatalha de Edessa, que terminou com a captura do imperadorValeriano(r. 253–268).[73]

Guerras Persas

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Odenato reuniu então um exército de palmirenos, camponeses e o que restava dos soldados romanos na região, com o objetivo de combater Sapor.[73] Segundo aHistória Augusta, Odenato autoproclamou-se rei antes dos combates.[74] Os palmirenos obtiveram uma vitória decisiva perto das margens do Eufrates em 260, forçando os persas a retirar. A seguir a essa batalha, um dos oficiais de Valeriano,Macriano Maior(r. 259–261), os seus filhosQuieto eMacriano(r. 260–261) e o prefeitoBalista rebelaram-se contra o filho de Valeriano,Galiano(r. 253–268), usurpando o poder imperial na Síria. Em 261, Odenato marchou contra os usurpadores, derrotando e matando Quieto e Balista.[75] Como recompensa, Galiano concedeu-lhe o título deImperator Totius Orientis ("Governador do Oriente"),[76] ficando com o governo da Síria,Mesopotâmia, Arábia e as regiões orientais daAnatólia como representante imperial.[77][78] Em 262 Odenato empreendeu outra campanha contra Sapor,[79] durante a qual retomou a Mesopotâmia romana (nomeadamente as importantes cidades deNísibis eCarras),saqueou a cidade judaica deNeardeia.[80][o] e cercou a capital persa,Ctesifonte.[81] A seguir a estes sucessos militares, o palmireno assumiu o título de "Rei de Reis".[82][p]

Último Olhar Sobre Palmira da Rainha Zenóbia; pintura de 1888 da autoria deHerbert Schmalz. A esposa e sucessorade facto de Odenato inspirou numerosas obras artísticas pelo menos desde oséculo XVII, nomeadamenteóperas, pinturas, esculturas e obras literárias

Depois de derrotar um exército persa em 263 ou 264, Odenato coroou o seu filhoHeranes I como co-Rei de Reis perto deAntioquia[85] e depoiscercou Ctesifonte pela segunda vez, em 264.[81][86] Apesar de não ter tomado a capital persa, Odenato expulsou os persas de todos os territórios que estes tinham conquistado desde que Sapor tinha iniciado a guerra em 252 com ocerco de Nísibis.[86] Um ataque persa a Palmira foi repelido[87] e em 266 Odenato infligiu outra derrota aos seus persas perto de Ctesifonte.[75] O monarca palmireno e o seu filho Heranes acabaram assassinados quando regressavam de uma campanha no norte que tinha como objetivo repelir os ataques dosgodos naÁsia Menor, realizada em 267.[75] Segundo aHistória Augusta eJoão Zonaras, Odenato foi morto por um primo (Zonaras fala em sobrinho) chamadoMeónio (emlatim:Maeonius) naHistória.[88] Segundo esta obra, Meónio foi proclamado imperador por um breve período antes de ser julgado e executado pela viúva de Odenato,Zenóbia.[88][89][90] No entanto, não há quaisquer inscrições ou evidências de outro tipo relativas ao reinado de Meónio, pelo que ele deve ter sido morto imediatamente depois de ter assassinado Odenato.[91][92]

Odenato foi sucedido pelos seus filhosVabalato, que tinha 10 anos quando o pai morreu.[93] A mãe destes, Zenóbia, foi a governantede facto e Vabalato manteve-se na sua sombra enquanto ela consolidou o seu poder.[94] Galiano enviou o seu prefeito Heracliano para comandar as operações militares contra os persas, mas este foi marginalizado por Zenóbia e voltou para o Ocidente.[86] A rainha foi cuidadosa em não provocar Roma, reclamando para ela e para o filho os títulos do marido, ao mesmo tempo que garantia a segurança das fronteiras com a Pérsia e pacificava ostanuquitas emAuranita.[94]

Zenóbia fortificou várias localidades no Eufrates para proteger as fronteiras com a Pérsia, nomeadamente ascidadelas deHalabia eZalabia.[95] Existem provas circunstanciais de confrontos com os Sassânidas: provavelmente em 269, Vabalato tomou o título de "Pérsico Máximo" (emlatim:Persicus Maximus; lit. "grande vitorioso na Pérsia"), o que pode estar ligado a uma batalha da qual não se conhecem registos contra uma tentativa do exército persa para retomar o controlo donorte da Mesopotâmia.[96][97]

Império de Palmira
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Ver artigo principal:Império de Palmira
O Império de Palmira em 271[98][99][100]

Zenóbia iniciou a sua carreira militar na primavera de 270, durante o reinado do imperadorCláudio II(r. 268–270). A pretexto de atacar os tanuquitas, anexou aArábia romana[101] e em outubro do mesmo ano invadiu oEgito,[102][103] uma campanha que terminou vitoriosamente com a proclamação de Zenóbia como rainha do Egito.[104] No ano seguinte, Palmira invadiu a Anatólia, chegando atéAncira, o que marcou o auge da sua expansão.[98] Essas conquistas, por sua vez, foram levadas a cabo mantendo a aparência de subordinação a Roma.[105]

A rainha cunhou moedas em nome deAureliano(r. 270–275), sucessor de Cláudio,[q] com Vabalato representado como rei. Devido ao facto de Aureliano estar ocupado a repelir as insurgências na Europa, autorizou a cunhagem de moeda em Palmira e concedeu títulos imperiais.[107] No final de 271, Vabalato e a sua mãe assumiram os títulos deAugusto (imperador) e Augusta.[105][r] No ano seguinte, Aureliano cruzou oBósforo e avançou rapidamente através da Anatólia em direção aos territórios de Palmira.[111] Segundo um registo histórico, o generalProbo retomou o Egito a Zenóbia[112][s] e Aureliano entrou emIsso e dirigiu-se a Antioquia, onde derrotou Zenóbia naBatalha de Imas.[113] A rainha palmirena foi depois derrotada naBatalha de Emesa e refugiou-senessa cidade antes de voltar apressadamente à sua capital.[114] Quando os romanos cercaram Palmira, recusou render-se pessoalmente[98] e fugiu para leste para pedir ajuda aos persas, mas foi presa. A cidade capitulou pouco depois.[115][116]

Períodos romano tardio e bizantino

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Campo de Diocleciano, castro na parte ocidental da cidade que foi a base da I Legião dos Ilírios

Aureliano poupou a cidade e estacionou lá uma guarnição de 600arqueiros, comandada porSandário, para manter a paz.[117] Em 273, Palmira revoltou-se sob a liderança deSeptímio Apseu,[110] que proclamouAugustoSeptímio Antíoco, filho de Zenóbia.[118] Aureliano marchou novamente sobre Palmira, arrasando-a completamente[119] e despojando os monumentos mais valiosos para decorar o seu Templo deSol Invicto em Roma. Os edifícios da cidade foram demolidos, os residentes foram massacrados e o Templo de Bel foi pilhado.[115]

Palmira ficou reduzida a uma aldeia sem território. Aureliano mandou depois reparar o Templo de Bel e a I Legião dos Ilírios (Legio I Illyricorum) foi estacionada na cidade. Pouco antes de 303, foi construído oCampo de Diocleciano, umcastro na parte ocidental da cidade. Ocupando uma área de quatro hectares, o acampamento foi a base da I Legião dos Ilírios,[120] que garantia a defesa das rotas comerciais em volta da cidade.[121]

Palmira tornou-se uma cidade cristã nas décadas seguintes à destruição por Aureliano.[122] No final de 527, oimperadorJustiniano(r. 527–565) ordenou que fosse fortificada e que as suas igrejas e edifícios públicos fossem restaurados, para proteger o império dosraides do reilacmidaAlamúndaro III(r. 505–554).[123]

Califado árabe

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Ver também :Conquista muçulmana da Síria

Palmira foi anexada peloCalifado Ortodoxo depois de ter sido tomada em 634 pelo general muçulmanoCalide ibne Ualide, que conquistou a cidade depois de uma marcha de 18 dias através dodeserto Sírio desde a Mesopotâmia.[124] Nesse tempo Palmira limitava-se ao Campo de Diocleciano[125] e passou a fazer parte da província de Homs.[126]

Período omíada e início do período abássida

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Parte do teto do Templo de Bel; parte deste templo foi usado como mesquita durante o período omíada

Palmira passou por um período de alguma prosperidade enquanto esteve sob oCalifado Omíada[127] e a sua população aumentou. Os Omíadas usaram parte do Templo de Bel comomesquita e como a cidade era uma paragem chave na rota comercial entre o Oriente e o Ocidente construíram um grandesoco (mercado).[128] Durante esse período, Palmira foi um reduto da tribo doscalbitas.[129] Depois de ter perdido a guerra civil no califado entreMaruane II eIbraim ibne Ualide, o contendedor omíada apoiante do segundo,Solimão ibne Hixame, procurou refúgio junto dos calbitas em Palmira, mas acabaria por aliar-se a Maruane em 744. Palmira continuou a opor-se a Maruane até à rendição do líder dos calbitas,Alabraxe Alcalbi, em 745.[130] Nesse mesmo ano Maruane mandou demolir as muralhas de Palmira.[125][131]

Em 750, uma revolta contra o novoCalifado Abássida estalou por toda a Síria, liderada por Majza ibne Alcautar e o pretendente omíadaAbu Maomé Sufiani.[132] As tribos de Palmira apoiaram os rebeldes. Depois de ser derrotado, Abu Maomé procurou refúgio na cidade, que aguentou os ataques dos Abássidas tempo suficiente para ele fugir.[133] Nos últimos anos doséculo IX, os irmãos Iáia e Huceine, melhor conhecidos respectivamente por seuspseudónimosSaíbe Anaca ("mestre da camela") eSaíbe Axama ("homem com a marca"), lideraram oscarmatas dodeserto da Síria e utilizaram Palmira como base de operações, onde coordenaram os seus ataques contra os domínios abássidas etulúnidas na Síria ao lado da tribos dos calbitas. Conseguiram alcançar algumas vitórias, mas foram sucessivamente derrotados, primeiro em 902 em frente deDamasco, onde Iáia faleceu quando cercava a cidade, então sob controle do governadorTugueje ibne Jufe, e finalmente em 903, nabatalha de Hama, na qual Huceine foi derrotado.[134][135][136]

Descentralização

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O poder abássida definhou durante oséculo X, quando o império se desintegrou e foi dividido entre váriosvassalos.[137] Apesar disso, a maior parte dos novos governantes reconhecia ocalifa como o seu soberano nominal, uma situação que se manteve até à destruição do Califado Abássida pelosmongóis em 1258.[138]

Castelo de Facradim (Qalʿat ibn Maʿn), construído peloemiraiúbida deHomsAlmujaide (Xircu II;r. 1186–1240) e renovado na década de 1630 porFacradim

Em 955,Ceife Adaulá, oemir hamadânida deAlepo, derrotou nómadas perto de Palmira[139] e construiu umacasbá (fortaleza) para responder aos ataques dos imperadores bizantinosNicéforo II Focas(r. 963–969) eJoão I Tzimisces(r. 969–976).[140] Após o colapso dos Hamadânidas no início doséculo XI, Palmira foi controlada peladinastia mirdássida que lhes sucedeu noEmirado de Alepo.[141] Em 1068 e 1089, a cidade foi devastada porterramotos.[125][142] Na segunda metade doséculo XI, o controlo da cidade passou dos Mirdássidas paraCalafe, da tribo Malaibe, cuja capital era Homs.[143] A partir da década de 1070, a Síria foi controlada peloImpério Seljúcida,[144] cujosultãoMaleque Xá I expulsou os Malaibe e prendeu Calafe em 1090. As terras de Calafe foram entregues ao irmão de Maleque Xá,Tutuxe I,[145] que se tornou independente depois da morte do irmão em 1092 e estabeleceu um ramo da dinastia seljúcida na Síria.[146]

Durante o início doséculo XII, Palmira foi governada porToguetequim, oatabeguebúrida deDamasco, que nomeou um sobrinho seu como governador. Este foi morto por rebeldes e o atabegue retomou a cidade em 1126. Palmira foi então dada ao neto de Toguetequim,Xiabadim Mamude,[147] que foi substituído pelo governadorIúçufe ibne Firuz quando Xiabadim Mamude regressou a Damasco para suceder ao seu paiBuri Taje Almoluque.[148] Os Búridas transformaram o Templo de Bel numacidadela em 1132 e fortificaram a cidade,[149][150] que entregaram três anos depois ao clã Bim Caraja em troca de Homs.[150]

Em meados doséculo XII, Palmira foi anexada pelo atabeguezênguidaNoradine[151] e passou a fazer parte da província de Homs.[152] Esta foi dada comofeudo ao generalAiúbidaXircu em 1167 e confiscada depois da sua morte dois anos depois.[153][154] Homs foi anexada pelo sultanato aiúbida em 1174[155] e no ano seguinteSaladino entregou-a (com Palmira incluída) como feudo ao seu primoMaomé ibne Xircu.[156] Depois da morte de Saladino em 1193, o Império Aiúbida foi dividido e Palmira foi dada ao filho de Maomé ibne Xircu,Almujaide (Xircu II ou Shirkoh II), que construiu o castelo de Palmira, conhecido comoCastelo de Facradim Almaani (Qalʿat ibn Maʿn),ca. 1230.[157][158] Cinco anos antes, em 1225, o geógrafo sírioIacute de Hama escreveu que os residentes da cidade viviam "num castelo rodeado por uma muralha de pedra".[15]

Período mameluco

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Palmira foi usada como refúgio pelo neto de Almujaide,Axerafe Muça, que se aliou com oIlcanatomongol, então governado porHulagu Cã, e fugiu depois da derrota dos mongóis frente aosMamelucos em 1260, naBatalha de Aim Jalute. Axerafe pediu depois perdão aQutuz, sultão mameluco doCairo. O perdão foi concedido e Axerafe tornou-se vassalo dos Mamelucos.[159] Axerafe Muça morreu em 1263 sem deixar herdeiros, pelo que o Emirado de Homs passou a ser governado diretamente pelos Mamelucos.[160]

Principado Alfadle

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Hortas de Palmira

O clãAlfadle, um ramo da triboBanu Tai, declarou a sua lealdade aos Mamelucos[161][162] e em 1284 o príncipeMuana ibne Issa do clã Alfadle foi nomeado senhor de Palmira pelo sultãoCalavuno. Em 1293, Muana foi preso pelo sultãoAxerafe Calil, tendo sido libertado dois anos depois pelo sultãoQuitebuga, que também lhe restaurou os títulos. Muana declarou-se depois leal aOljaitu do Ilcanato, em 1312. O sultão mamelucoAnácer Maomé destituiu-o e substituiu-o pelo seu irmão Alfadle.[161] Muana foi perdoado e recuperou o cargo em 1317, mas em 1320 ele e a sua tribo foram expulsos devido a ter continuado a relacionar-se com o Ilcanato. Foi substituído pelo líder tribalMaomé ibne Abi Becre.[13][163]

Em 1330, Muana foi novamente perdoado e recuperou o governo de Palmira. Manteve-se leal a Nácer até morrer três anos depois, tendo sido sucedido pelo filho.[164] O historiador árabeAlumari(1300–1384) descreveu Palmira como tendo«vastas hortas, comércio florescente e monumentos bizarros».[165] A família Alfadle protegeu as rotas comerciais e as aldeias dosraides debeduínos,[166] mas eles próprios assaltaram outras cidades e combateram entre si. Os Mamelucos intervieram militarmente várias vezes, depondo, prendendo ou expulsando os líderes Alfadle.[164]

Em 1400, Palmira foi atacada porTamerlão,[167] que roubou 200 mil ovelhas e destruiu a cidade.[168][169] O príncipe Alfadle Noçáir escapou à batalha contra Tamerlão e mais tarde combateu contraJacã, emir de Alepo. Noçáir foi capturado, levado para Alepo e executado em 1406 o que, segundo o jurista e teólogo egípcioibne Hajar de Ascalão(1372–1449), pôs fim ao poder do clã Alfadle.[170]

Período otomano e seguintes

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A Síria foi integrada noImpério Otomano em 1516[171] e Palmira passou a fazer parte doEialete de Damasco, como centro dosanjaque de Saliana.[172][t] Durante o período otomano, Palmira era uma pequena aldeia que ocupava o pátio do Templo de Bel.[173] Depois de 1568, os otomanos nomearam o príncipelibanêsAli ibne Muça Harfuxe, doclã Harfuxe, como governador do sanjaque de Palmira,[174] que foi destituído em 1584 por traição.[175]

Rua da aldeia de Tadmor na primeira ou segunda década dosséculo XX

Em 1630, Palmira ficou sob a autoridade de outro príncipe libanês,Facradim II,[176] que renovou o castelo de Xircu II,[177] que passou a ser conhecido comoCastelo de Facradim Almaani (Qalʿat Ibn Maʿn).[158] Fakhr-al-Din caiu em desgraça junto dos otomanos em 1633 e perdeu o controlo da aldeia,[176] que permaneceu um sanjaque separado até ter sido integrado no sanjaque deZor em 1857.[178] Em 1867 a aldeia tornou-se a base de uma guarnição otomana ali colocada para controlar os beduínos.[179]

Palmira retomou alguma importância no início doséculo XX como estação para caravanas e para isso também contribuiu o advento dos transportes motorizados.[173] Em 1918, quando aPrimeira Guerra Mundial estava a terminar, aForça Aérea Britânica construiu umaeródromo para dois aviões.[180][181][u] Em novembro desse ano os otomanos retiraram do sanjaque de Zor sem combater.[v] O exército doEmirado Árabe da Síria entrou emDeir Zor em 4 de dezembro e o sanjaque passou a fazer parte da Síria.[183] Em 1919 os britânicos e franceses entraram em desacordo sobre as fronteiras dosmandatos da Sociedade das Nações planeados, tendo sido sugerido pelo representante militar britânico permanente noConselho Supremo de Guerra Aliado,Henry Wilson, que Palmira fizesse parte domandato britânico.[w] Contudo, o general britânicoEdmund Allenby persuadiu o seu governo a abandonar esse plano[181] e toda a Síria, incluindo Palmira, passou a fazer parte do mandato francês depois da derrota doReino Árabe da Síria naBatalha de Maysalun, em 24 de julho de 1920.[184]

Durante o mandato francês, Palmira ganhou importância devido à sua localização estratégica para a pacificação do deserto Sírio. As autoridades francesas construíram uma base militar na aldeia, junto ao Templo de Bel, em 1921.[185] Em 1929, o diretor geral de antiguidades na Síria,Henri Seyrig, começou aescavar as ruínas e convenceu os aldeões a mudarem-se para uma nova aldeia, construída pelos franceses perto do sítio arqueológico.[186] A trasladação da população para a nova aldeia de Tadmur foi completada em 1932,[40][187] deixando a antiga Palmira à disposição dos arqueólogos para a escavarem.[186]

Guerra Civil Síria

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Ver artigos principais:Guerra Civil Síria,Batalha de Palmira (Maio de 2015),Batalha de Palmira (Março de 2016),Batalha de Palmira (Dezembro de 2016), eOfensiva de Palmira (2017)
Relevo doLeão de Alat, originalmente situado no Templo de Nabu e destruído pelo EIIL

Devido àGuerra Civil Síria, Palmira sofreu muitas pilhagens e foi bastante danificada pelos combatentes.[188] Durante o verão de 2012, os receios sobre pilhagens no museu e no sítio aumentaram quando foi divulgado um vídeo amador que mostrava soldados sírios a carregarem pedras funerárias. Contudo, segundo uma reportagem do canal de televisão francêsFrance 24, é impossível determinar se o vídeo mostrava uma pilhagem.[189] No ano seguinte, a fachada doTemplo de Bel apresentava um grande buraco provocado por fogo demorteiro e as colunas da Grande Colunata foram danificadas por estilhaços de artilharia. No início de 2015, Maamoun Abdulkarim, diretor de antiguidades e museus do Ministério da Cultura da Síria informou que oExército Sírio tinha tropas posicionadas em alguns locais do sítio arqueológico.[188] Por sua vez, as tropas daoposição estavam estacionadas em hortas em volta da cidade.[188]

Em maio de 2015, oEstado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) lançou um ataque à cidade moderna, o que provocou receios que o grupo radicalmenteiconoclasta destruísse a antiga cidade.[190] Em 21 de maio, o EIIL entrou no sítio arqueológico[191] e segundo testemunhas oculares, em 23 de maio oLeão de Alat e outras estátuas foram destruídas por militantes islâmicos.[192] No início de julho de 2015 a imprensa mundial divulgou que pelo menos desde 27 de maio que oantigo teatro tinha sido usado para execuções públicas, realizadas por adolescentes sob as ordens do EIIL.[193] Segundo residentes locais, a força aérea síria bombardeou as ruínas em 13 de junho, danificando a muralha norte junto aoTemplo de Baal-Shamin[194] e dez dias depois foi anunciado que o EIIL tinha dinamitado vários santuários da antiga cidade.[195]

Na edição de 20 de julho de 2015 daThe New Yorker, considerava-se que a cidade tinha sido perdida pelo governo sírio, naquilo que foi a primeira grande vitória do EIIL contra o exército sírio.[196] Em agosto foi anunciada a destruição por explosivos dos templos de Baal-Shamin[197] e de Bel[198] e a morte por decapitação deKhaled al-Asaad, diretor do sítio arqueológico de Palmira durante cinco décadas.[199] No dia 5 de outubro de 2015 a imprensa mundial relatou a destruição doarco monumental.[200]

No dia 27 de março de 2016, após dias de intensos combates, oexército sírio e milícias aliadas anunciaram que haviam retomado Palmira e expulsado da região os combatentes do EIIL.[201] No entanto, em dezembro de 2016 o grupo terrorista retomou o controle da cidade e destruiu outros monumentos que são parte das ruínas. Em 2 de março de 2017, o exército sírio, com apoio daForça Aérea Russa, reconquistou pela segunda vez a cidade histórica.[202] Em 7 de dezembro de 2024, a cidade foi retomada peloExército Livre Sírio, após o exército sírio ter retirado da região.[203]

População, língua e sociedade

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Inscrição em escrita palmirena em exposição noMuseu do Louvre

No seu auge, durante o reinado deZenóbia, Palmira tinha mais de 200 mil residentes.[204] Os seus habitantes mais antigos foramamoritas, no início dosegundo milénio a.C.[205] e no fim desse milénio há registos de que a área era habitado porarameus.[206][207] No final doprimeiro milénio a.C. instalaram-se árabes na área. Os soldados palmirenos de Zabdibel que ajudaram osSelêucidas nabatalha de Ráfia (217 a.C.) foram descritos como árabes.[33] Os novos habitantes foram assimilados pelos mais antigos,[37] falavam a sua língua e formaram um segmento significativo da aristocracia.[208][209] A cidade também teve uma comunidadejudaica; nanecrópole deBete-Searim, no sul daGalileia, foram descobertas inscrições empalmireno que atestam o enterro de judeus de Palmira.[210]

Quando a cidade foi conquistada pelo Califado Ortodoxo em 634, era habitada porcristãos árabes.[211][212] Durante o período omíada, a maioria dos habitantes eram da tribo Banu Calbe.[173] Durante oséculo XII,Benjamim de Tudela registou a existência de dois mil judeus em Palmira,[213] mas depois da invasão deTamerlão foi uma pequena aldeia[214] onde viviam 30 ou 40 famílias árabes.[213] No início doséculo XX tinha cerca de seis mil habitantes.[125]

Relevos funerários de Palmira doséculo I ouII d.C., noMuseu Gregoriano Egípcio,Vaticano

Antes de274 a.C., os palmirenos falavam um dialeto aramaico e usavam oalfabeto palmireno.[215][216][x] Olatim foi muito pouco usado em Palmira, mas ogrego era usado no comércio e diplomacia pelos membros das classes mais altas,[218] tornando-se a língua dominante durante operíodo bizantino.[19] Depois da conquista árabe, o grego deu lugar aoárabe, do qual evoluiu um dialeto local.[219]

A sociedade palmirena antes de273 a.C. era constituída por uma mistura de diferentes etnias,[22][220] o que é patente nos nomes de clãs aramaicos,[y] amoritas[z] e árabes.[221][222][aa] Palmira era uma comunidade tribal,[223] não no sentido que tem nas culturas nómada, mas como como um grupo de famílias alargadas com uma descendência patrilinear.[224] Contudo, devido à falta de fontes, não é possível compreender a estrutura e evolução da estrutura tribal da cidade.[223] Foram documentados trinta clãs,[225] cinco deles identificados como tribos (no sentido dastribos gregas [φυλή;phylé]) — Bene Mita, Komare, Mattabol, Ma'zin e Claudia — e vários sub-clãs.[224] No tempo deNero, Palmira tinha quatro tribos, cada uma residente na sua área da cidade que tinha o seu nome.[226] Três dessas tribos eram a Komare, Mattabol e Ma'zin; não se sabe ao certo qual era a quarta tribo, mas provavelmente era a Mita.[226][227] Com o tempo as diferenças tribais esbateram-se e as tribos passaram a ser essencialmente de caráter cívico.[226][ab] Noséculo II d.C., a identidade dos clãs perdeu a sua importância e desapareceu no século seguinte.[226][ac] Apesar do acentuado declínio naIdade Média e de estar rodeada por beduínos, os aldeões preservaram o seu dialeto[219] e mantiveram o seu modo de vida.[125]

Cultura

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Columbário palmireno comlóculos noMuseu Arqueológico de Istambul

Palmira tinha uma cultura distinta,[229] influenciada pelas culturasgrega e romana,[230] mas baseada em tradições semitas locais.[231][ad] A extensão da influência grega na cultura de Palmira é tema de debate entre os estudiosos. De acordo com a tradição académica, as práticas gregas dos palmirenos constituíam uma camada superficial sobre uma essência local.[233] O senado de Palmira era um exemplo disso — apesar de ter sido descrito em textos gregos como umabulé (uma instituição política grega), a reunião de líderes tribais mais velhos não eleitos fazia parte de uma tradição doMédio Oriente.[234] Alguns académicos, comoFergus Millar, vêm a cultura de Palmira como uma fusão entre tradições locais e greco-romanas.[235]

Além da influência ocidental, acultura persa também influenciou as classes altas de Palmira, nomeadamente o gosto pela caça, a arte, vestuário, cerimónias dacorte e táticas militares.[236] Sem grandesbibliotecas ou centros de publicação, Palmira não teve a vida intelectual característica de outras cidades orientais comoEdessa ouAntioquia. Não obstante Zenóbia tenha aberto a sua corte a académicos, o único intelectual palmireno notável documentado foi o filósofoCássio Longino.[237] Palmira tinha uma grandeágora,[ae] mas ao contrário das ágoras gregas, que eram espaços públicos de reunião onde havia edifícios públicos, a ágora de Palmira assemelhava-se mais a umcaravançarai do que a um centro da vida pública.[239][240]

Os palmirenos sepultavam os seus mortos emmausoléus de família elaborados,[241] com paredes interiores formandolóculos (nichos) nos quais os mortos eram colocados deitados.[242][243] As paredes dos túmulos eram decoradas com umrelevo do morto, que fazia o papel de lápide. No final doséculo II passam a ser usadossarcófagos em alguns dos túmulos.[244] Muitos túmulos continhammúmias completamente vestidas e adornadas com joias.[245] Os métodos deembalsamamento eram similares aos usados noAntigo Egito.[246]

Arte e arquitetura

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Interior do túmulo de Elahbel

Embora a arte de Palmira esteja relacionada com a da Grécia, tinha um estilo distinto, único na região do Médio Eufrates,[247] A escultura está bem representada na forma debustos em relevo que selam as aberturas dos compartimentos fúnebres.Os bustos enfatizavam a roupa, joias e uma representação frontal da pessoal retratada, características que podem ser consideradas como precursoras daarte bizantina.[247][248] ParaMikhail Rostovtzeff(1870–1952), a arte de Palmira foi influenciada pela arte daPártia.[249] No entanto, a origem da representação frontal que carateriza as artes palmirena e parta é um tema controverso —Daniel Schlumberger(1904–1972) sugeriu que a origem era parta,[250] mas paraMichael Avi-Yonah(1904–1974) foi uma tradição local síria que influenciou a arte parta.[251]

Pouco chegou até nós da pintura e todas as estátuas de bronze de cidadãos proeminentes que estavam em suportes das principais colunas daGrande Colunata desapareceram. Umfriso arruinado e outras esculturas doTemplo de Bel, muitas delas retiradas e levadas para museus na Síria e no estrangeiro, dão uma ideia da escultura monumental pública da cidade.[252]

Muitos dos bustos funerários que sobreviveram foram para museus ocidentais durante oséculo XIX.[253] Palmira forneceu os exemplos mais convenientes para apoiar uma controvérsia sobrehistória da arte no virar doséculo XX: até que ponto a influência oriental naarte romana substituiu oclassicismo idealizado por figuras simplificadas, hieráticas e frontais[252] (como acreditavamJosef Strzygowski e outros).[252][254] Esta transição é interpretada como sendo mais uma resposta às mudanças culturais noImpério Romano do Ocidente do que uma influência artística do Oriente. Ao contrário das esculturas romanas, os bustos em relevo de Palmira são retratos rudimentares. Não obstante alguns possam ter«uma qualidade individual impressionante», os seus detalhes variam pouco entre figuras de sexo e idade similar.[252]

Como o resto da sua arte, a arquitetura de Palmira foi influenciada pelo estilo greco-romano,[255] ao mesmo tempo que preservou elementos locais, o que é especialmente notório no Templo de Bel.[256] Rodeado por uma parede maciça flanqueada com colunas romanas tradicionais,[256][257] a planta do santuário deBel é primariamente semita. Similar aoSegundo Templo, o santuário consistia num amplo pátio com o sacrário principal da divindade descentrado em relação à entrada[256] (uma planta que apresenta elementos dos templos deEbla eUgarit).[258]

Governo

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Inscrição emgrego earamaico datada de 242 ou 243, em honra deZabdilas[af]

Desde o início da sua história até aoséculo I d.C. Palmira foi apenas umxarifado sem grande importância,[262] mas noséculo I a.C. começou a desenvolver-se uma identidade palmirena.[263] Durante a primeira metade doséculo I d.C., Palmira incorporou algumas instituições políticas daspólis gregas;[43] o conceito decidadania (demos) aparece numa inscrição datada de10 d.C., que descreve os palmirenos como uma comunidade;[264] outra inscrição, de74 d.C., menciona abulé (senado) da cidade.[43] O papel político das tribos em Palmira é um tema debatido entre os historiadores. Durante oséculo I, aparentemente o governo era controlado por quatro tesoureiros, um de cada uma das tribos, mas a sua função passou a ser cerimonial no século seguinte, estando o poder nas mãos do conselho.[265]

O conselho ou assembleia (ou bulé) de Palmira era constituído por algumas centenas de membros[ag] da elite local (como os cidadãos mais velhos ou os líderes das famílias ou clãs mais ricos),[266] representando toda a população.[227] Era encabeçado por um presidente[267] e administrava os assuntos civis, como supervisão dos serviços e obras públicas (que incluíam a construção de edifícios públicos), aprovação de despesas, cobrança de impostos[266] e nomeava doisarcontes todos os anos.[267][268] As tropas de Palmira era comandadas por generais intituladosestrategos (strategoi)[269] nomeados pelo conselho.[270] As autoridades provinciais romanas aprovavam a estrutura fiscal de Palmira,[271] mas a interferência romana no governo local era mínima, pois o império pretendia assegurar a continuidade da prosperidade do comércio palmireno, o qual trazia benefícios para Roma, e a imposição da administração direta colocaria em risco a capacidade de Palmira conduzir os seus negócios no Oriente, especialmente na Pártia.[272]

Com a elevação de Palmira acolónia romana, por volta de 213–216, a cidade passou a estar fora da alçada dos governadores provinciais e sujeita aos impostos romanos.[273] Palmira incorporou as instituições romanas no seu sistema de inspiração helenística ao mesmo tempo que manteve muitas das antigas. O conselho continuou a existir e os estrategos designavam um dos doismagistrados que eram eleitos anualmente. Estesduúnviros implementaram a nova constituição colonial,[274] substituindo os antigos arcontes.[268]

Ágora de Palmira

O panorama político de Palmira mudou com a ascensão ao poder da família deOdenato. Uma inscrição de 251 descreveHeranes I, filho de Odenato, comoRas (senhor) de Palmira (exarco na secção em grego da inscrição). Outra inscrição, de 252, descreve Odenato com o mesmo título.[70] É provável que Odenato tenha sido eleito pelo conselho como exarco,[72] um título muito pouco usual no Império Romano e que não fazia parte das instituições de governo tradicionais de Palmira.[70][275] Não se sabe se o título se refere a uma posição militar ou sacerdotal,[276] mas o mais provável é que correspondesse a uma função militar.[277] Em 257, Odenato era conhecido comoconsular (consularis), possivelmente olegado (legatus) da província daFenícia. No ano seguinte, Odenato começou a expandir a sua influência política, tirando partido da instabilidade regional causada pela agressão dosSassânidas,[276] que culminou com a derrota romana nabatalha de Edessa (270), a elevação à realeza de Odenato e à mobilização de tropas que fizeram de Palmira umreino.[73]

A monarquia manteve o conselho[278] e a maior parte das instituições cívicas,[276] permitindo a eleição de magistrados até 264.[268] Na ausência do monarca, a cidade era governada por um vice-rei.[279] Apesar dos governadores das províncias romanas orientais sob o controlo de Odenato continuarem a ser nomeados por Roma, o rei tinha autoridade sobre eles.[280] Durante a rebelião deZenóbia, os governadores foram nomeados pela rainha.[281]

Nem todos os palmirenos aceitaram o domínio da família real. Um senador chamadoSeptímio Hadudane surge numa inscrição posterior como apoiante dos exércitos deAureliano durante a rebelião de 273.[282][283] Após a destruição da cidade pelos romanos, Palmira foi administrada diretamente por Roma e pelos estados que seguiram,[284] incluindo osBúridas e osAiúbidas,[147][285] ou por líderes beduínos subordinados do governo central, nomeadamente a família Alfadle, que governou sob osMamelucos.[286]

Exército

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Relevo no Templo de Bel com deuses da guerra palmirena

Devido ao seu caráter militar e sua eficácia em batalha, o historiador Irfan Shahîd descreveu Palmira como a "Esparta entre as cidades do Oriente"; até os deuses palmirenos eram representados com uniformes militares.[287] O exército de Palmira defendia a cidade e a sua economia, contribuindo para estender a autoridade da cidade para além das suas muralhas e protegendo as rotas comerciais do deserto.[288] Nos períodos de maior prosperidade, a cidade teve um exército substancial;[42] Zabdibel comandou uma força de 10 mil homens noséculo III d.C.[33] e Zenóbia encabeçou um exército de 10 mil soldados na batalha de Emesa.[289] Os soldados eram recrutados entre a população da cidade e dos seus territórios, que se estendia por vários milhares de quilómetros quadrados, desde os arredores de Homs até ao vale do Eufrates.[42] Também eram recrutados soldados não palmirenos; há registo de um cavaleironabateu em serviço numa unidade palmirena estacionada emAna em 132.[289] Desconhece-se o sistema de recrutamento, mas a cidade pode ter selecionado e equipado as suas tropas, que eram comandadas, treinadas e disciplinadas por estrategos.[290]

Os estrategos eram nomeados pelo conselho com a aprovação de Roma.[270] O exército, comandado pelo monarca e pelos seus generais,[291][292] seguia os modelos dos Sassânidas nas armas e táticas.[236] Osarqueiros palmirenos eram famosos[293] e as principais forças de ataque de Palmira eram ainfantaria[294] e acavalaria pesada (catafractários).[295] A infantaria era armada comespadas,lanças e pequenosescudos redondos. Os catafractários e os seus cavalos usavam armaduras integrais e usavam lanças pesadas (kontos) com 3,65 metros de comprimento, sem escudo.[296]

Relações com Roma

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Cientes da capacidade de combate dos palmirenos em áreas extensas esparsamente povoadas, os romanos formaram umatropa auxiliar (corpo de tropas auxiliares) palmirena para servir no seuexército imperial.Vespasiano(r. 69–79) teve 8 mil arqueiros palmirenos naJudeia[50] eTrajano(r. 98–117) criou a primeira tropa auxiliar palmirena em 116, uma unidade de cavalaria, a I Ala Úlpia dos Dromedários Palmirenos (Ala I Ulpia dromedariorum Palmyrenorum)[50][297][298] Em várias ocasiões foram enviadas unidades palmirenas para diversas regiões Império Romano, algumas bastante distantes.[ah] Durante o final do reinado deAdriano(r. 117–138) uma unidade de Palmira serviu naDácia;[300] no reinado deAntonino Pio(r. 138–161) houve tropas palmirenas emEl Kantara,[ai] naNumídia, e naMésia.[300][301] No final doséculo II, Roma formou a XX Coorte Palmirena ( Cohors XX Palmyrenorum), que esteve estacionada emDura Europo.[300]

Governantes

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Odenato retratado como um soldado noPromptuarii Iconum Insigniorum
Heranes I noPromptuarii Iconum Insigniorum
Meónio noPromptuarii Iconum Insigniorum
Zenóbia representado como Augusta no obverso dumantoniniano
Valabato representado como Augusto no obverso dum antoniniano
GovernantePeríodoTítuloNotas
Dinastia de Odenato
Odenato260–267Rei de reisDescrito postumamente comorei de reis, as inscrições conhecidas do tempo de Odenato apresentam-no comorei.[83]
Heranes I263–267Rei de reisEra filho de Odenato e foi coroado pelo seu pai como co-rei de reis perto deAntioquia.[302]
Meónio267ImperadorEra familiar de Odenato — geralmente é apontado como primo,[89] mas segundoJoão Zonaras era sobrinho.[88]
Vabalato267–272Rei de reis
Imperador
Abandonou o títulorei de reis em 270, substituindo-o pelo título em latimrex (rei) e declarou-se imperador em 271.[105] Governou durante a regência da sua mãe, Zenóbia.[97]
Zenóbia267–272Reinou como regente dos seus filhos e não se reclamou governante de direito próprio.[97]
Septímio Antíoco273ImperadorSegundo uma inscrição, era familiar de Zenóbia, possivelmente filho.[283]
Dinastia Alfadle
Muana ibne Issa1284–1293
1295–1312
PríncipePreso e perdoado várias vezes pelos Mamelucos.[161]
Alfadle ibne Issa1312–1317PríncipeIrmão de Muana.[161]
Muana ibne Issa1317–1320
1330–1333
PríncipeO seu terceiro reinado acabou com a sua expulsão juntamente com a sua tribo em 1320; foi novamente perdoado e restaurado em 1330.[161]
Muzafaradim Muça1333–1341PríncipeFilho de Muana.[303]
Solimão I1341–1342PríncipeFilho de Muana.[164]
Xarafadim Issa1342–1343PríncipeFilho de Alfadle ibne Issa.[164]
Ceife1343–1345PríncipeFilho de Alfadle ibne Issa.[164]
Amade1345–1347PríncipeFilho de Muana.[304]
Ceife1347–1348PríncipeSegundo reinado.[304]
Amade1348PríncipeSegundo reinado.[304]
Faiade1348PríncipeFilho de Muana.[305]
Haiar1348–1350PríncipeFilho de Muana.[305]
Faiade1350–1361PríncipeSegundo reinado.[305]
Haiar1361–1364PríncipeSegundo reinado; revoltou-se e foi destituído.[164][305]
Zamil1364–1366PríncipeSobrinho de Muana.[164]
Haiar1366–1368PríncipeTerceiro reinado; revoltou-se e foi destituído.[306]
Zamil1368PríncipeSegundo reinado; revoltou-se e foi destituído.[306]
Moaicil1368–1373PríncipeFilho de Alfadle ibne Issa.[306]
Haiar1373–1375PríncipeQuarto reinado.[306]
Maleque1375–1379PríncipeFilho de Muana.[306]
Zamil1379–1380PríncipeTerceiro reinado, juntamente com Moaicil.[306]
Moaicil1379–1380PríncipeSegundo reinado, juntamente com Zamil.[306]
Noçáir ibne Haiar1380–?PríncipeFilho de Haiar.[306]
Muça?–1396PríncipeFilho de Açafe, irmão de Haiar.[306]
Solimão II1396–1398PríncipeSobrinho de Haiar.[307]
Maomé1398–1399PríncipeIrmão de Solimão II.[308]
Noçáir ibne Haiar1399–1406PríncipeSegundo reinado.[308]

Religião

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Da esquerda para a direita: Bel, Yarhibol, Aglibol e Baal-Shamin;Museu das Belas Artes de Lyon
A trindade palmirena; da esquerda para a direita: Malakbel, Baal-Shamin e Aglibol; Museu do Louvre, Paris

Os deuses de Palmira originalmente eram dopanteão semita do noroeste, com a adição de deuses dos panteõesmesopotâmico eárabe.[309][310] A principal divindade pré-helenística chamava-se inicialmente Bol,[311] uma abreviatura deBaal, um título honorífico naslínguas semíticas do noroeste.[310] O culto debabilónico de Bel-Marduque teve influência na cidade e em 217 o nome da principal divindade tinha mudado paraBel.[311] Esta mudança não significa que Bol tivesse sido substituído por uma divindade babilónica, antes foi uma mera mudança de nome.[310]

A seguir em termos de importância a essa divindade suprema[312] havia mais de 60 deuses ancestrais dos clãs de Palmira.[312][313] A cidade tinha divindades únicas,[314] como o deus da justiça, o guardião da nascente de EfqaYarhibol,[315][316] o deus do solMalakbel e o deus da luaAglibol.[317] Os palmirenos adoravam divindades regionais, que incluíam os principais deuseslevantinos (Astarte,Ba'al Hammon,Baal-Shamin eAtargatis), deuses babilónicos (Nabu eNergal)[314] e árabes (Azizos,Arsu,Samas eAlat.[314][315]

As divindades adoradas nas zonas rurais eram representadas em cima de camelos ou cavalos e tinham nomes árabes.[40] Nada se sabe sobre a natureza destas divindades; apenas se conhecem os nomes e que a mais importante se chamavaAbgal.[318] O panteão palmireno incluía ainda osginnaye (algumas deles designados como "Gad"), um grupo de divindades menores populares nas zonas rurais[319] que eram similares aosgénios árabes (jinns) e aosgénios romanos. Acreditava-se que osginnaye tinham aparência humana, como osjinns árabes, mas ao contrário destes, osginnaye nãopossuíam humanos nem lhes faziam mal.[320] O seu papel era similar ao dos génios romanos: divindades tutelares que guardavam os indivíduos e as suas caravanas, gado e aldeias.[312][320]

Embora os palmirenos adorassem os seus deuses como entidades individuais, alguns deles eram associados com outros deuses.[321] Bel tinha Astarte-Belti como consorte e formava uma divindade tripla com Aglibol e Yarhibol (que se tornou um deus do sol na sua associação com Bel).[315][322] Malakbel fazia parte de muitas associações,[321] fazendo um par com Aglibol e Gad Taimi[323] e formando uma divindade tripla com Baal-Shamin e Aglibol.[324]

Em Palmira celebrava-se umAkitu (festival daprimavera) todos osnissans.[325] Cada um dos quatro bairros da cidade tinha um santuário para uma divindade considerada ancestral pela tribo residente. O santuário de Malakbel e Aglibol era no bairro dos Komare;[326] o santuário de Baal-Shamin era no bairro dos Ma'zin; o de Arsu no bairro dos Mattabol e o de Atargatis no quarto bairro.[aj]

Opaganismo foi substituído pelo cristianismo quando esta religião se espalhou pelo Império Romano. Há registo de umbispo na cidade em 325. Embora a maior parte dos templos tivesse sido transformada em igrejas, o Templo de Alat foi destruído em 385/386 por ordem doprefeito pretoriano do Oriente,Materno Cinégio.[122] Após a conquista árabe em 634, oislão substituiu gradualmente o cristianismo. O último bispo de Palmira conhecido foi consagrado em 818.[212]

Economia

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Ruínas da ágora, o centro de comércio de Palmira

A economia de Palmira antes do início do período romano era baseada na agricultura, pastorícia, comércio[7] e em servir como estação de repouso e abastecimento para ascaravanas que esporadicamente atravessavam o deserto.[38] No fim doséculo I a.C., a cidade tinha uma economia mista, baseada na agricultura, pastorícia,[327] taxas[328] e, principalmente, no comércio de caravanas.[329]

As taxas eram uma fonte importante de receitas para a cidade;[328] as caravanas pagavam taxas num edifício conhecido como Tribunal de Tarifas,[225] onde o príncipearménio Abamelek Lazarew descobriu uma lei datada deséculo I d.C. quando visitou as ruínas em 1881.[330][331] Essa lei regulamentava as taxas pagas pelos mercadores pelos bens vendidos no mercado interno ou exportados.[225][ak]

A maior parte das terras eram propriedade da cidade, que cobrava taxas de pastagem.[327] O oásis tinha cerca de milhectares de terrairrigável,[333] mas a produção agrícola era insuficiente para alimentar a população, pelo que era importados bens alimentares.[334]

Após a destruição da cidade em 273, Palmira tornou-se um mercado para aldeões e nómadas da região em volta.[335] A cidade retomou alguma prosperidade durante aera omíada, o que é atestado pela descoberta de uma grandesoco na avenida da grande colunata.[336] Palmira foi um centro de comércio de menor importância[165] até ter sido novamente destruída pelosTimúridas,[169] que reduziram a cidade a uma simples povoação à beira do deserto cujos habitantes se dedicavam à pastorícia e ao cultivo de pequenos talhões com milho e hortaliça.[337]

Comércio

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Rota da Seda

A principal rota comercial de Palmira dirigia-se para leste, em direção ao Eufrates, onde se ligava com aRota da Seda.[338] Depois seguia para sul ao longo do rio, até ao porto deCárax Espasinu (Alexandria ou Antioquia de Susiana), nogolfo Pérsico, onde navios palmirenos viajavam até àÍndia.[339] Eram importados da Índia,China eTransoxiana,[340] que eram exportados para ocidente, paraEmessa ouAntioquia e para os portos doMediterrâneo,[341] de onde era distribuídos para todo o Império Romano.[339] Além dessa rota mais usual, alguns mercadores palmirenos usaram omar Vermelho, provavelmente como consequência dasguerras romano-partas. Os bens eram carregados por terra desde os portos marítimos até um porto noNilo e depois levados para portos mediterrânicos para serem exportados.[342] Há inscrições que atestam a presença de palmirenos no Egito datadas do reinado de Adriano (primeira metade doséculo II d.C.[343]

Ágora de Palmira

Dado que Palmira não se situava exatamente na Rota da Seda (que seguia o Eufrates), os palmirenos asseguravam a rota do deserto que passava na sua cidade. Ligaram-na com o vale do Eufrates, fornecendo água e abrigo. A rota de Palmira era usada quase exclusivamente pelos mercadores da cidade, que estavam presentes em muitas cidades.[7] Há registos dessa presença emDura Europo em33 a.C.,[52]Babilónia em19 d.C.,Selêucia do Tigre em24 d.C.[44] e emDendera,Copto,[344]Barém,delta do Indo,Merve e Roma.[345]

O comércio de caravanas dependia de patrões e mercadores. Os patrões tinham as terras onde os animais da caravana eram criado, fornecendo animais e guardas aos mercadores. Embora os mercadores usassem os patrões para conduzir os seus negócios, era frequente os seus papéis sobreporem-se e por vezes era um patrão que chefiava a caravana.[346] O comércio colocou Palmira e os seus mercadores entre os mais ricos da região.[329] Algumas caravanas eram financiadas apenas por um mercador,[225] como um tal de Male' Agripa, que financiou a visita do imperador Adriano em 129 e a reconstrução do Templo de Bel em 139.[56] O principal comércio gerador de receitas era deseda, que era importada do Oriente e exportada para o Ocidente.[347] outros bens exportados incluíamjade,musselina,especiarias,ébano,marfim epedras preciosas. Para o seu mercado doméstico, Palmira importava escravos, prostitutas,azeite, tecidos tingidos,mirra e perfumes.[328][345]

Sítio arqueológico e escavações

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Palmira começou como um pequeno povoado junto à nascente Efca, na margem sul douádi Alcubur.[348] Este povoado, conhecido como assentamento helenístico, expandiu-se com a construção de residências na margem norte durante oséculo I d.C. Embora originalmente as muralhas rodeassem uma extensa área em ambas as margens do uádi, as muralhas reconstruídas durante o reinado deDiocleciano(r. 284–305) rodeavam somente a parte da margem norte.[5]

O túmulo de Elabel, um dos vários mausoléus em forma de torre do "Vale dos Túmulos"

A maior parte das edificações monumentais da cidade foram construídas na margem norte.[349] Entre elas destacava-se oTemplo de Bel, situado numtel onde existiu um templo mais antigo (conhecido como o templo helenístico).[35] As escavações suportam a teoria de que o templo se localizava originalmente na margem sul e que o curso do uádi foi modificado para incorporar o templo na nova organização urbana, que foi iniciado com a grande prosperidade da cidade no final doséculo I d.C. e início doséculo II.[34]

Outra edificação notável, também situada a norte do uádi, é aGrande Colunata, a principal avenida de Palmira, com 1,1 km de comprimento,[350] que vai desde o Templo de Bel, a leste,[351] até ao templo funerário nº 86, na parte ocidental da cidade.[352] Tem umarco monumental na sua secção oriental[353] e a meio ergue-se umtetrápilo.[21]

Astermas de Diocleciano, construídas sobre as ruínas de um edifício anterior que pode ter sido o palácio real, situavam-se no lado esquerdo da colunata.[221][354] Perto dali encontrava-se oTemplo de Baal-Shamin,[355] casas de habitação[356] e as igrejas bizantinas, entre elas uma doséculo VI, a quarta de Palmira e possivelmente a maior alguma vez descoberta na Síria. Estima-se que a igreja tivesse 12 por 24 metros e que as colunas tivessem 6 metros de altura. No pátio da igreja foi descoberto um pequeno anfiteatro.[1]

O Templo de Nabu e oteatro foram construídos no lado sul da Grande Colunata.[357] Atrás do teatro havia um pequeno edifício do senado e a amplaágora, onde há ruínas de umtriclínio (salão de banquetes) e do Tribunal de Tarifas.[358] Uma rua perpendicular ao extremo da colunata conduz aoCampo de Diocleciano,[350][359] construído por Sosiano Hiérocles, o governador romano da Síria.[360] Ali perto situam-se os Templos de Alate (século II d.C.) e a Porta de Damasco.[361]

A oeste das antigas muralhas foram construídos vários monumentos funerários de grandes dimensões, umanecrópole com um quilómetro de comprimento conhecida como Vale dos Túmulos.[362][363] Ali se encontram mais de 50 monumentos, quase todos em forma de torre, que chegam a ter quatro andares de altura.[364] A última torre foi erigida em 128; depois disso, passaram a ser construídos templos funerários em vez de torres.[365] A cidade tinha outros cemitérios a norte, sudoeste e sudeste, onde os túmulos são sobretudohipogeus (subterrâneos).[366]

Mapa do sítio arqueológico
Templo funerário
Templo de Baal-Shamin
Campo de
Diocleciano
Tetrápilo
Ágora
Muralhas de Justiniano
Templo de Bel
Templo
de Nabu
Termas de Diocleciano
Teatro
Grande Colunata
Colunata
transversal
Uádi Alcubur

Estruturas mais notáveis

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Ruínas das Termas de Diocleciano
Grande Colunata, a rua principal da cidade
Edifícios públicos
  • Senado — É um pequeno edifício, muito arruinado,[358] que consistia num pátio emperistilo e uma sala com umaábside num dos lados e filas de assentos em volta dela.[225]
  • Termas de Diocleciano — Apenas restam as fundações.[367] A entrada do complexo é marcada por quatro grandes colunas egípcias maciças de granito, cada uma com 1,3 metros de diâmetro, 12,5 m de altura e 20 toneladas. No interior, ainda são visíveis os traços de uma piscina rodeada por uma colunata de colunascoríntias e uma sala octogonal que era usado como vestiário e que tinha um dreno no centro.[358]
  • Ágora — Era um edifício de grandes dimensões, com 71 por 84 metros e 11 entradas, construídoc. 193. No interior havia 200 bases colunares que serviam de base a estátuas de cidadãos locais proeminentes. As inscrições nessas colunas possibilitaram conhecer a ordem pela qual as estátuas estavam agrupadas: na parte oriental estavam as dos senadores; na parte norte encontravam-se os oficiais; a parte ocidental era para soldados; e a parte sul para chefes de caravanas.[358]
  • Tribunal de Tarifas — É uma construção retangular situada a sul da ágora, com a qual partilhava a sul parede norte. A entrada original foi bloqueada pela construção de uma muralha defensiva, passando a entrar-se através de três portas na ágora.[368] O nome pelo qual o tribunal é conhecido deve-se ao facto de nele ter sido encontrada uma laje com cinco metros de comprimento onde estavam escritas as leis fiscais de Palmira.[369]
  • Teatro romano — Foi construído noséculo II d.C. a sudoeste da Grande Colunata, no centro de uma praça com uma colunata semicircular, junto ao portão sul da muralha, ao qual está ligada por uma curta rua.[357][370] Acávea, que nunca foi completamente acabada,[371] está virada para norte-nordeste, em direção aocardo máximo;[372] tem 92 metros de diâmetro e 11 cunhas (cunei), cada uma com 12 filas. Aentrada principal (aditus maximus) tem 3,5 m de largura e conduz a uma orquestra com pavimento de pedra que é delimitada por um muro circular com um diâmetro de 23,5 m.[371] Até à década de 1950 o teatro estava enterrado na areia. Nessa altura foi desenterrado e começou a ser restaurado.[357] Antes daGuerra Civil Síria era o local onde se realizavam os espetáculos do Festival de Palmira de Cultura e Artes.[373]
Edifícios religiosos
  • Templo de Bel — Era o centro da vida religiosa da cidade. Situado ao lado da parte final da Grande Colunata, foi consagrado em32 d.C. ao deussemitaBel.[374][375] Foi destruído quase completamente com explosivos nos últimos dias de agosto de 2015 peloEstado Islâmico do Iraque e do Levante.[198] Apresentava uma síntese notável dos estilos arquitetónicos do antigo Médio Oriente e greco-romanos, ocupava um amplo recinto delineado por pórticos e era rodeado de um muro maciço com 205 metros de perímetro com um propileu.[376]
Templo de Baal-Shamin
  • Templo de Nabu — Muito arruinado,[377] era de planta oriental. O recinto exterior dopropileu conduzia a um pódio com 20 por 9 metros através de umpórtico do qual restam as bases das colunas. O peristilo dacela abria-se para um altar ao ar livre.[378]
  • Templo de Alat — Dele só restam algumas colunas e a estrutura de uma porta.[379] Quando foi escavado, foi encontrado no seu interior orelevo do gigantescoLeão de Alat, datado doséculo I a.C. ouI d.C., que originalmente sobressaía da parede do recinto do templo[380] e que foi destruído em maio de 2015 pelo Estado Islâmico.[192]
  • Templo de Baal-Shamin — Consistia numa cela central e dois pátios com colunatas, situados a sul e a norte da estrutura central.[378] A cela era precedida por umvestíbulo com seis colunas. As paredes laterais da cela eram decorados compilastras coríntias.[381] A cela exibia uma mistura das tradições orientais e romanas combinadas com influências egípcias. As proporções e oscapitéis das colunas eram romanas, enquanto que asameias acima daarquitrave e as janelas laterais seguiam a tradição oriental. Asfolhas de acanto estilizadas revelavam a influência egípcia.[377] Devido ao facto de ter sido transformado em igreja durante o período bizantino, a cela era uma das estruturas mais bem conservadas de Palmira[379] até ser destruído pelo Estado Islâmico em agosto de 2015.[197]
Outros edifícios
O tetrápilo
  • Templo funerário nº 86 — Também conhecido como Túmulo-Casa, foi construído noséculo III d.C. na extremidade ocidental da Grande Colunata.[365][382] Tem um pórtico com seis colunas e relevos com padrões de videiras.[221][383] No interior da câmara, há degraus que conduzem a uma cripta abobadada.[383] O templo pode estar relacionado com a família real, já que é o único túmulo no interior das muralhas.[221]
  • Tetrápilo — Trata-se de uma plataforma quadrada erigida durante as renovações realizadas durante o reinado de Diocleciano, no final doséculo III.[125] Em cada um dos ângulos tem um grupo de quatro colunas. Cada coluna suporta umacornija com 150 toneladas e tem umpedestal no centro, que originalmente suportava uma estátua.[357] Só uma das 16 colunas é a original, sendo as restantes reconstituições em cimento construídas em 1963 pela Direção Geral de Antiguidades da Síria.[383] As colunas originais, em granito rosa, foram trazidas do Egito.[357]

Referências no Ocidente e escavações

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Relevos com motivos vegetais

Durante aIdade Média e séculos imediatamente seguintes, Palmira foi praticamente esquecida noOcidente,[173] embora tenha sido visitada por alguns viajantes comoPietro Della Valle (entre 1616 e 1625) eJean-Baptiste Tavernier (em 1638) e vários exploradoressuecos ealemães. Em 1678, um grupo de comerciantes ingleses visitou a cidade e a sua primeira descrição em documentos académicos surgiu num livro de 1705 da autoria deAbednego Seller. Em 1751, uma expedição liderada porRobert Wood eJames Dawkins estudou a arquitetura de Palmira. Houve mais visitas de viajantes e antiquários nas décadas seguintes, nomeadamente a deHester Stanhope em 1813.[384] Em 1901, a laje de pedra que com a lei fiscal de Palmira foi levada para oMuseu Hermitage deSão Petersburgo.[358]

As primeiras escavações em Palmira foram levadas a cabo pelos alemãesOtto Puchstein em 1902 em porTheodor Wiegand em 1917. Em 1929, o diretor geral de antiguidades da Síria e LíbanoHenri Seyrig deu início a uma escavação em larga escala, que foi interrompida pelaSegunda Guerra Mundial e retomada pouco depois do fim da guerra.[187] Seyrig começou por escavar o Templo de Bel e entre 1939 e 1940 escavou a ágora.Daniel Schlumberger liderou escavações na área rural a noroeste da cidade em 1934, onde estudou vários santuários locais nas aldeias palmirenas.[40] Entre 1954 e 1956, uma expedição suíça organizada pelaUNESCO escavou o Templo de Baal-Shamin.[187] Desde 1958, o sítio tem sido escavado pela Direção Geral de Antiguidades síria[186] e por expediçõespolacas lideradas porKazimierz Michałowski (até 1980) e Michael Gawlikowski (até 1984).[187]

Templo de Nabu

A expedição polaca concentrou o seu trabalho no Campo de Diocleciano, enquanto que a Direção Geral de Antiguidades escavou o Templo de Nabu.[40] A maior parte doshipogeus foi escavada conjuntamente pelas duas equipas.[385] A área de Efqa foi escavada por Jean Starcky and Jafar al-Hassani.[356] O templo de Baal-hamon foi descoberto porRobert du Mesnil du Buisson na década de 1970 no cimo de da colina Jabal al-Muntar que domina a cidade.[386] A maior parte do sítio arqueológico continua por explorar, nomeadamente os quarteirões residenciais nas partes norte e sul. A necrópole foi minuciosamente escavada pelas equipas sírias e polacas.[356]

Em 1980, o local foi classificado comoPatrimónio Mundial daUNESCO; essa classificação inclui tanto as ruínas da cidade dentro das antigas muralhas como a necrópole fora delas.[387] Em novembro de 2010, oaustríaco Helmut Thoma, ex-diretor daRTL, admitiu ter pilhado um túmulo palmireno em 1980, roubando peças de arquitetura para decorar a sua casa,[388] um ato que foi veementemente condenado por arqueólogos austríacos e alemães.[389]

Alvorada em Palmira

Notas

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  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia eminglês cujo título é «Palmyra», especificamentedesta versão.
  1. Plínio diz que Palmira era independente, mas em70 d.C. Palmira já fazia parte do Império Romano e os escritos de Plínio sobre a situação política de Palmira são rejeitados pelos historiadores modernos, pois considera-se que se basearam em registos mais antigos, datados do reinado deOtávio, quando Palmira era independente.[8]
  2. A palavra semita T.M.R. é a raiz comum das palavras que designam tâmaras emárabe,hebraico,ge'ez e outras línguas semitas.[10]
  3. ABíblia hebraica menciona "Tadmor" como uma cidade construída porSalomão. Segundo Schultens seria escrita "Tamor" e "Tadmor" e que "Tamor" deriva de "Tamar",[9] mas a não há explicação para a inclusão do -d- em "Tamar".[3]
  4. Segundo Schultens, os romanos alteraram o nome de "Tadmor" para "Talmura" e depois para "Palmura" (da palavralatinapalma, que signfica palmeira),[11] em referência às palmeiras. Posteriormente o nome adquiriu a sua forma final "Palmira".[13]
  5. O nome pode ser uma tradução de "Tadmor" (partindo do princípio que esta palavra significa "palmeira") e derivar da palavra gregapalame.[3]
  6. As tábuas de Mari são uma coleção de várias centenas de placas escritas emacádio datadas quase todas deca. 1800–1750 d.C., encontradas na antiga cidade deMari.
  7. Este Zabdibel não é explicitamente identificado como sendo palmireno, mas este nome só é atestado em Palmira.[32]
  8. A atribuição a Tibério da anexação de Palmira foi apoiada porSeyrig e tornou-se a teoria mais aceite. Contudo, têm sido sugeridas outras datas, que vão desde o início da era de Pompeu (primeira metade do (século I a.C.) até ao reinado deVespasiano(r. 69–79).[39]
  9. Não se conhece o ano exato em que Palmira usou pela primeira vez instituições políticas do tipo grego. Não há evidências extensivas que identifiquem Palmira como umapólis e a referência mais antiga que se conhece é uma inscrição de51 d.C., escrita em palmireno e grego, que menciona a "Cidade dos Palmirenos" na parte em grego.[43]
  10. Não há provas de que Germânico tenha estado em Palmira.[45]
  11. Alegião fazia parte da campanha oriental de Germânico e não ficou estacionada na cidade comoguarnição.[47]
  12. A estrada foi uma iniciativa dosenadorTrajano.[49]
  13. Essa transformação já tinha sido iniciada noséculo I a.C.[52]
  14. Apesar de ser opinião dominante que Palmira beneficiou da anexação de Petra, note-se que o comércio de Palmira era principalmente com o Oriente, enquanto que o de Petra era sobretudo com o sul da Arábia. Além disso, os artigos transacionados por Palmira eram diferentes dos de Petra, pelo que a anexação desta última pode não ter tido um impacto real no comércio de Palmira.[55]
  15. Os palmirenos consideravam as população judaica daMesopotâmia leal aos persas.[80]
  16. A primeira evidência decisiva do uso do título de "Rei de Reis" por Odenato é uma inscrição datada de 271, descrevendo postumamente o monarca como "Rei de Reis".[73][83] As inscrições conhecidas do reinado de Odenato chamam-lhe rei e não é certo que ele tivesse usado o outro título.[83]Heranes I, filho de Odenato ostentou o título de "Rei de Reis" em vida. Heranes foi proclamado co-governante pelo seu pai e foi assassinado juntamente com Odenato e é pouco provável que este fosse simplesmente um rei quando o seu filho tinha o título de Rei de Reis.[84]
  17. Cláudio Gótico morreu em agosto de 270, pouco antes da invasão do Egito por Zenóbia.[102] O sucessor legítimo de Cláudio, o seu irmãoQuintilo apenas reinou durante alguns dias ou meses em 270, tendo sido destronado no mesmo ano por Aureliano, comandante do corpo de cavalaria.[106]
  18. Entre os historiadores debate-se se esse ato foi uma declaração de independência ou uma usurpação do trono imperial romano.[108][109][110]
  19. Todos os outros registos indicam que não era necessária qualquer ação militar, pois ao que parece Zenóbia tinha retirado as suas tropas para defender a Síria.[112]
  20. O sanjaque de Saliana recebia um subsídio anual do governo, ao contrário dos "sanjaques cãs" (sanjaqs Khas),cujas receitas provinham de terras.[172]
  21. Osbritânicos não ocuparam a área e os beduínos locais concordaram em defender o campo de aviação.[181]
  22. As tropas britânicas, franceses e árabes não atacaram o sanjaque de Zor.[182]
  23. Em 1916, quando aPrimeira Guerra Mundial estava em meio, aFrança e oReino Unido negociaram secretamente a partilha dos territórios orientais otomanos, que atualmente constituem a Síria e oIraque, que resultou noAcordo Sykes-Picot, nos termos dos quais a Síria seria entregue aos franceses (verMandato Francês da Síria) e o Iraque aos britânicos (verMandato Britânico da Mesopotâmia).
  24. A última inscrição conhecida escrita em palmireno data de 274.[217]
  25. Exemplos de nomes de família aramaicos: Gaddibol e Yedi'bel.[221]
  26. Exemplos de nomes de família amoritas: Zmr' e Kohen-Nadu.[221]
  27. Exemplo de nome de família árabe: Bene Ma'zin.[221]
  28. Em geral, uma tribo cívica (phylé) era um conjunto de pessoas escolhidas entre a população a quem era atribuída uma divindade como antepassado tribal e um território para residirem. Asphylés era unidas pela sua cidadania e não pela sua origem.[228]
  29. É possível que os clãs se tenham fundido e desaparecido sob o nome das quatro tribos.[226]
  30. Um exemplo dessa mistura de influências culturais é o facto de noséculo II d.C., a deusa localAlat ser representada no estilo dadeusa gregaAtena e ser chamada Atena Alat. No entanto, essa assimilação de Alat a Atena não foi além daiconografia.[232]
  31. Na tradição helenística, a ágora era o centro da vida política, artística, espiritual, política e desportiva da cidade.[238]
  32. Zabdilas, cujo nome em latim era Júlio Aurélio Zenóbio (emlatim:Julius Aurelius Zenobius), eraestratego de Palmira quando o imperadorAlexandre Severo visitou a cidade em 231 ou 232.[259] Embora devido ao nome Zenóbia por vezes se coloque a hipótese de Zabdilas ter sido o pai deZenóbia,[260] isso é liminarmente rejeitado por vários historiadores.[261]
  33. Alguns autores teorizam que seriam cerca de 600.
  34. Perto deNewcastle,Inglaterra, foi descoberto um monumento mandado construir por um palmireno chamado Baratas, que era um soldado ou um"seguidor de campo" (alguém que segue as tropas para lhes fornecer ou vender algum tipo de serviço ou bens).[299]
  35. El Kantara é um oásis na atualprovíncia argelina de Biscra.
  36. Não se sabe ao certo qual era a quarta tribo de Palmira, mas provavelmente era a Mita.[324]
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