Ametanálise oumeta-análise (dogrego μετα, "depois de/além", e ανάλυση, "análise") é uma técnicaestatística especialmente desenvolvida para integrar os resultados de dois ou mais estudos independentes, sobre uma mesma questão de pesquisa, combinando, em uma medida resumo, os resultados de tais estudos.[1]
As bases estatísticas da metanálise originaram-se no século XVII, naastronomia, onde se estabeleceu que a combinação dos dados de diferentes estudos poderia ser mais apropriada do que a observação de alguns desses trabalhos.[2] No século XX, o estatísticoKarl Pearson foi provavelmente o primeiro pesquisador a usar técnicas formais para combinar dados de diferentes estudos médicos, quando examinou o efeito preventivo de inoculações contra febre entérica.[3]
O termometa-analysis apareceu pela primeira vez em 1976, em um artigo doestatísticoGene Glass.[4][2] Atualmente, a metanálise é amplamente aceite e utilizada em várias áreas do conhecimento, como pesquisa social, educação, enfermagem, medicina etc.
A meta-análise foi especialmente desenvolvida para integrar os resultados de vários estudos sobre uma mesma questão de pesquisa, em umarevisão sistemática da literatura. Observe-se que a meta-análise não deve ser confundida com a própria revisão sistemática da literatura, que é o método sistemático utilizado para encontrar e avaliar criticamente todas asevidências científicas disponíveis sobre uma questão de pesquisa. O principal objetivo das revisões sistemáticas é reduzir ao mínimo a chance deerro do tipo I, ou erro sistemático, eliminando estudos com alto risco de viés e reduzindo oviés de publicação.[5]
A síntese produzida por meta-análise é ponderada, sendo atribuído um peso diferente a cada estudo, de modo que cada um contribua diferentemente para a conclusão final. O método mais utilizado para atribuir peso a cada estudo é o inverso davariância, ou seja, quanto maior a variabilidade, menor a participação do estudo na conclusão final. Devido ao aumento do tamanho dasamostras por combinação dos estudos, a síntese produzida por meta-análise sobre um conjunto de estudos com boa validade reduz o nosso grau deincerteza sobre os efeitos benéficos ou indesejáveis das intervenções em saúde, por exemplo. Revisões sistemáticas com meta-análise são a principal diretriz que orienta aspráticas de saúde baseadas em evidências.[6]
O esforço para tentar combinar os resultados de muitos estudos individuais não é novo. Em 1904, oestatístico inglêsKarl Pearson publicou, em uma revista médica, um artigo no qual havia coletado dados de 11 estudos relevantes sobreimunidade emortalidade porfebre tifóide entre soldados que serviam em vários locais doImpério Britânico. A meta-análise de Pearson consistia em calcularcoeficientes de correlação para cada um dos 11 estudos e, em seguida, sintetizar os coeficientes em dois subgrupos, produzindo umacorrelação média para cada grupo[7]. A partir de Pearson, na primeira metade do século XX, vários estatísticos contribuíram para refinar ametodologia de síntese da pesquisa. Olkin produziu uma lista cronológica com as principais contribuições.[8] Curiosamente, a primeira meta-análise para avaliar o efeito de uma intervenção terapêutica em saúde foi publicada em 1955 por Beecher (1955), para avaliar o poder doefeito placebo.[2]
Na época, o método estatístico para a síntese de estudos ainda não havia sido nominado, recebendo várias designações como "síntese de pesquisa", "visão de conjunto" ouoverview,revisão sistemática, "combinação de estudos", "evidência cumulativa" etc. Oconstruto meta-análise só foi proposto em 1976 pelo psicólogo Glass, que assim o definiu:"uma análise estatística de grandes coleções de resultados de estudos individuais com o propósito de integrar os achados destes estudos". Glass teve também o mérito de deslocar as tentativas de integração dominantes baseadas em valores deprobabilidade, introduzindo o conceito detamanho do efeito[9] para fundamentar a integração na comparação de diferenças padronizadas entre o grupoexperimental econtrole.[10]
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