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Marques Rebelo

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Marques Rebelo

Nome completoEddy Dias da Cruz
Pseudónimo(s)Marques Rebelo
Nascimento6 de janeiro de1907
Rio de Janeiro,Distrito Federal
Morte26 de agosto de1973 (65 anos)
Rio de Janeiro,Guanabara
Nacionalidadebrasileiro
CônjugeAlice Dora de Miranda França (1933)

Elza Proença (c. 1940)

Filho(a)(s)José Maria Dias da Cruz (1935)

Maria Cecília Dias da Cruz (1934)

OcupaçãoRomancista,contista,jornalista
PrémiosPrémio Jabuti 1960

Prémio Jabuti 1963

Movimento literárioRealismo
Magnum opusEntre os críticos, destacam-se a trilogiaO Espelho Partido e o livro de contosOscarina. Entre o público, destaca-se o romanceA Estrela Sobe.
Carreira musical
Período musical1931-1973 (42 anos)

Marques Rebelo,pseudônimo deEddy Dias da Cruz (Rio de Janeiro,6 de janeiro de190726 de agosto de1973), foi um contista e romancista brasileiro que se filiou na tradição literária iniciada porManuel Antônio de Almeida e continuada porMachado de Assis eLima Barreto.

Biografia

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Da esquerda para a direita,Aurélio Buarque de Holanda, Marques Rebelo eOtávio Tarquínio de Sousa em janeiro de 1943.

Nasceu na Rua Luís Barbosa, n.º 42,[1][2] bairro deVila Isabel, zona norte dacidade do Rio, de onde aos quatro anos, por motivo de saúde familiar, muda-se para a cidade deBarbacena, onde seu pai funda uma fábrica de especialidades farmacêuticas[3] (não sem antes passarem porIlhéus eSítio), e ali permanece com a família até 1918 ou 1919, data em que aGripe Espanhola parece também grassar entre parentes e familiares, como sugerem trechos de sua obra literária (de inspiração autobiográfica), a exemplo do conto "Vejo a Lua no céu", emTrês caminhos (1933). Seu pai era o químico, professor e industrial Manuel Dias da Cruz Neto,[4] neto do segundoBarão da Saúde[5] (rico e renomado madeireiro, agraciado porD. Pedro II a um ano daProclamação da República), fundador da Quimioterápica Brasileira Limitada e professor na Escola de Farmácia do O'Grambery, emJuiz de Fora, e na Escola de Agronomia do Estado do Rio, emNiterói;[6] e sua mãe, dona Rosa Reis Dias da Cruz,[7] da família Rebelo Reis, proprietária de fazendas e caieiras emCantagalo eMagé.

Aos cinco anos de idade, por ligeiras instruções familiares, aprende a ler pela revistaO Tico-Tico, da qual rapidamente passa para aGazeta de Notícias, pela qual, segundo conta,[8] faz-se em seguida versado em assuntos daPrimeira Guerra. O aprendizado das primeiras letras, completa-o na escola de dona Rosinha Ede (retratada no conto "História", deOscarina), onde lhe desperta o hábito da leitura o românticoCoração, deEdmundo de Amicis, primeiro livro lido que, ademais, o marcará como escritor.

Estimulado pelo pai, é em sua estadia emMinas, sobretudo entre 9 e 11 anos, que lê e absorve aBíblia e numerosas obras ficcionais, notadamente francesas, nórdicas, portuguesas e brasileiras, entre as quais as deAnatole France,Honoré de Balzac,Selma Lagerlöf,Andersen,Luís Vaz de Camões,Camilo Castelo Branco eOlavo Bilac.

De volta ao Rio, agora instalado emCopacabana (onde trava amizade comAugusto Frederico Schmidt), é provável tenha cursado noColégio Andrews o antigo ensino secundário (c. 1918-1923), e se submeterá, em 1924–1925, a preparatórios e exames noColégio Pedro II.

Em 1922, aos quinze anos de idade (já descobertosManuel Antônio de Almeida eMachado de Assis), é encaminhado pelo pai para um triênio de aulas particulares com o gramático e filólogoMário Barreto (retratado em "Depoimento simples", emOscarina), filho do também filólogoFausto Barreto (este, autor deAntologia nacional, em coautoria comCarlos de Laet) e que lhe ensina latim, submete-o a rigorosas redações semanais, com temas estipulados, e lhe apresenta clássicos portugueses — estudos que lhe incutem desvelo pela língua portuguesa e concorrerão para a beleza e fluidez de sua prosa.

Annibal M. Machado, Carlos Drummond de Andrade e Marques Rebelo, em 1960.

Pelos fins da década de 1920, Rebelo chega a cursar Medicina por três anos,[9] mas o abandona para se dedicar à vida de escritor e trabalhar no comércio (Cia. Nestlé) e, mais tarde, no jornalismo (1951). Bacharela-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1937 pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atualUFRJ) e se diploma, em 1945, no Curso de Extensão Universitária de Literatura Norte-Americana, do Instituto Brasil-Estados Unidos e Universidade do Brasil, com tese sobre o escritorBret Harte.

Casado de 1933 a 1939 ou 1940 com dona Alice Dora de Miranda França (de quem tem os filhos José Maria Dias da Cruz,artista plástico, e Maria Cecília Dias da Cruz), une-se em 1940 ou 1941 com Elza Proença († 1998), que lhe será secretária até o fim da vida.

Produção e vida literária

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Marques Rebelo (de costas) com:Adalgisa Nery,Jango,Samuel Wainer,Paulo Francis,Jorge Amado, Malta,Di Cavalcanti, entre outros.

Com oModernismo a tentar mudar o cenário e a estética daarte brasileira, filiara-se brevemente entre os escritores que procuraram romper com as formas literárias tradicionais (representadas porMachado de Assis,Manuel Antônio de Almeida (a quem dedica biobibliografias),Raul Pompeia, entre outros), fazendo primeiras contribuições em poema nas revistasVerde,de Antropofagia,Leite Criôlo, entre outras, travando amizade com escritores consumados, dentre os quaisManuel Bandeira,Alcântara Machado,Mário de Andrade eRibeiro Couto. Em seu primeiro livroOscarina (1931), entretanto, começado em um leito de hospital militar (aproveitando-se o escritor de doloroso ócio causado por acidente emServiço Militar, sucedido noForte de Copacabana e antes de seu ingresso na faculdade de Medicina), seguiu as linhas mestras da literatura brasileira, mantendo-se essencialmente à margem daSemana de 22, dando continuidade e renovação às letras nacionais.

Despertada a admiração da "grande crítica" e dos grandes escritores, prosseguiu Rebelo em sucesso com as obrasTrês Caminhos,1933 (da qual o conto "Vejo a Lua no Céu"foi vertido em telenovela em1976),Marafa,1935 (agraciada no mesmo ano com o Grande Prêmio de Romance Machado de Assis, eparcialmente filmada em1963 pelo diretor italiano de cinemaAdolfo Celi — com roteiro deMillôr Fernandes),A Estrela Sobe,1939 (vertida para o cinema em1974 porBruno Barreto), o drama nunca representadoRua Alegre, 12,1940 (grandemente elogiado porCarlos Drummond de Andrade), o livro de contosStela me abriu a Porta (1942) e, passados anos a publicar somente crônicas literárias, com sua obra-prima e trilogiaO Espelho Partido (1959,1962 e1968) — o segundo e o terceiro tomos entremeados pela publicação da novelaO Simples Coronel Madureira (1967), afora três obras biobibliográficas sobreManuel Antônio de Almeida (1943,1951,1973), livros de crônicas da vida brasileira e de viagens pela Europa, e obras de cunho pedagógico e infanto-juvenil.

Reconhecida sua obra pela intelectualidade —fundador de vários museus no país (Museu de Arte de Santa Catarina, Museu de Arte Popular do Colégio deCataguases, Museu de Belas-Artes de Cataguases, Museu de Arte Moderna deResende), promotor entre nós e no exterior de pintores, exposições plásticas e de escritores (Portinari,Di Cavalcanti, o portuguêsMiguel Torga,Herberto Sales) —, Marques Rebelo foi eleito em1964 à cadeira n.º 9 daAcademia Brasileira de Letras, ocupando-a ativamente de1965 a1973.

Lista de obras

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Romances
  • Marafa (1935)[10]
  • A estrela sobe (1939)[11]
  • O espelho partido: O Trapicheiro (1959)[12]
  • O espelho partido: A Mudança (1962)[12]
  • O espelho partido: A guerra está em nós (1968)[12]

Coletâneas de contos
  • Oscarina (1931)[13]
  • Três caminhos (1933)[14]
  • Stela me abriu a porta (1942)[15]

Crônicas
  • Suíte n. 1 (1944)[16]
  • Cenas da vida brasileira (Suítes n.os 1 e 2) (1951)[17]
  • Cortina de ferro (1956)[12]
  • Correio europeu (1959)[12]

Novela
  • O simples Coronel Madureira (1967)[18]
Teatro
  • Rua Alegre, 12 (1940)[19]

Contos avulsos
  • "Contoà la mode" (1965)[20]
  • "Acudiram três cavaleiros" (1967)[21]
  • "O Bilhete" (1969)[22]

Biobibliografia
  • Vida e obra de Manuel Antônio de Almeida (1943)
  • Bibliografia de Manuel Antônio de Almeida (1951)
  • Para conhecer melhor Manuel Antônio de Almeida (1973)

Literatura infanto-juvenil
  • A casa das três rolinhas (1937)[23]
  • ABC de João e Maria (1938)[24]
  • Pequena tabuada de João e Maria (1940)[25]
  • Aventuras de Barrigudinho (1941)[26]
  • Amigos e inimigos de João e Maria (1942)[27]
  • História de Chico Pimpão (1942)[28]
  • Pequena história de amor (1942)[29]
  • Pasteur, o inimigo da morte (1960)
  • O ratinho vermelho (c. 1971)
  • O peixinho comilão (c. 1971)
  • O galinho preto (c. 1971)

Literatura didática e antológica
  • Cartilha O Cruzeiro (1959)[30]
  • Grandes vocações (1960)
  • Histórias de Bret Harte (1964)
  • Antologia escolar brasileira (1967)
  • Brasil, terra e alma — Guanabara (1967)
  • Antologia escolar portuguesa (1970)

História

Obras póstumas

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  • Rio 1900, (1976)[32]
  • Contos Reunidos, (1977)[33]
  • O Rio de Janeiro do Bota-Abaixo, (1997)[25]
  • Melhores Crônicas de Marques Rebelo, (2004)
  • Guia Antiturístico do Rio de Janeiro, (2007)

Academia Brasileira de Letras

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Segundo ocupante da cadeira 9, que tem por patronoGonçalves de Magalhães, elegeu-se a10 de dezembro de1964, na sucessão deCarlos Magalhães de Azeredo, vindo a tomar posse em28 de maio de1965, recebido porAurélio Buarque de Holanda.

Referências

  1. Trigo, 1996, p. 11.
  2. Rua Luís Barbosa, nº 42 no Google Maps,http://goo.gl/maps/IzkLW .
  3. Então sita à Praça da Intendência, nº 2. DOU, 1919, p. 595.
  4. Falecido em 31/12/1938. Contraiu segundas núpcias com Julieta Dias da Cruz, de cujos dois filhos era Rebelo meio-irmão. A Noite, 1939, p. 6.
  5. Almanaque Laemmert, 1902, p. 1001 (do PDF).
  6. Ibidem.
  7. Falecida em março de1973. Veja, 1973, p. 112.
  8. Rebelo, 1976, p. 69.
  9. Praticamente todos os resenhadores do seu "resumo de carreira" (Rebelo carece de biografia) costumam insistir, sem se dar pela matemática, que Rebelo cursou Medicina no início da década de 20, o que é anacronismo; pois o autor, nascido em 1907, teria a esta altura não mais que 15 anos de idade.
  10. (São Paulo: Companhia Editora Nacional). — O romance foi um dos quatro laureados no Grande Prêmio de Romance Machado de Assis (1935) (promovido pela Companhia Editora Nacional), que teve por júri Monteiro Lobato, Gilberto Amado, Agrippino Grieco, Gastão Cruls e outros (em — Mucio de Leão, "Registro literário",Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 jan. 1936, p. 12; disponível em:http://memoria.bn.br/DocReader/030015_05/60764).
  11. (Rio de Janeiro: José Olympio).
  12. abcde(São Paulo: Martins).
  13. (Rio de Janeiro: Schmidt).
  14. (Rio de Janeiro: Ariel). Encerra os contos "Vejo a Lua no céu", "Circo de coelhinhos" e "Namorada".
  15. (Porto Alegre: Globo).
  16. (Rio de Janeiro: Pongetti). Série: "Cenas da vida brasileira I". — Coletânea de crônicas redigidas para o periódicoCultura Política, subsidiado pelo governo getulista. Para lançá-las em livro, Rebelo expurgou seu caráter nacionalista, traduzido em exaltação pelaEra Vargas.
  17. (Rio de Janeiro: O Cruzeiro).
  18. (Rio de Janeiro: BUP).
  19. (Curitiba: Guaíra).
  20. Publicado na obra coletivaOs Dez Mandamentos (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965).
  21. Publicado na obra coletiva64 d.C. (Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro).
  22. Originalmente publicado na revistaEle Ela (1969), foi incluído emContos reunidos (1977).
  23. Porto Alegre: Livraria do Globo. Em coautoria comArnaldo Tabayá (1901-1937).
  24. São Paulo: Edições Nestlé. Ilustrações deSanta Rosa. Publicado pela Cia. Nestlé.
  25. abSão Paulo: Edições Nestlé. Ilustrações deSanta Rosa. Publicado pela Cia. Nestlé.
  26. Rio de Janeiro: Pongetti. Em coautoria comArnaldo Tabayá.
  27. São Paulo: Edições Nestlé. Em coautoria comSanta Rosa. Ilustrações de Julius Kaural.
  28. Rio de Janeiro: Edições Nestlé, 1942. 8 p. Propaganda ilustrada, com poesia, do Leite Condensado Marca Moça. Referência disponível em: <http://www.academia.org.br/acervo/terminal/index.html>.
  29. Rio de Janeiro: Criança. Em coautoria comArnaldo Tabayá. Ilustrações de Percy Deane.
  30. Em coautoria comHerberto Sales.
  31. http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_08&PagFis=5054
  32. Coautoria de Antônio Bulhões; fotografias deAugusto Malta.
  33. Reunião das coletâneasOscarina (1931),Três Caminhos (1933),Stela me Abriu a Porta e dos contos avulsos "Contoà la Mode" (1965), "O Bilhete" (1969) e "Acudiram três cavaleiros" (1967). Nesta coletânea de coletâneas com unidade planejada pelo autor, incluíram-se erroneamente contos aoStela me Abriu a Porta (1942), como "A Árvore" (1966) e "A Moça e a Primavera" (décs. 1950-1960), quebrando-lhe a unidade.

Ligações externas

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Precedido por
Jorge Amado
Prêmio Jabuti - Romance
1960
Sucedido por
Maria de Lourdes Teixeira
Precedido por
Osório Alves de Castro
Prêmio Jabuti - Romance
1963
Sucedido por
Francisco Marins
Precedido por
Carlos Magalhães de Azeredo
(fundador)
ABL - segundo acadêmico da cadeira 9
1964 — 1973
Sucedido por
Carlos Chagas Filho
1959–1969
1970–1979
1980–1989
1990–1999
2000–2009
2010–2019
2020–presente
Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
22 (José Bonifácio)
23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
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