Autor de uma obra poética ambiciosa e difícil, Mallarmé promoveu uma renovação da poesia na segunda metade doséculo XIX, e sua influência ainda é sentida nos poetas contemporâneos comoYves Bonnefoy.
Mallarmé começou a publicar seus poemas na revistaO Parnaso Contemporâneo (Le Parnasse Contemporain), editada nacapital francesa nadécada de 1860, quando ele se mudou para o interior daFrança com o objetivo de ensinaringlês nas escolas da região. Dos 21 aos 28 anos opoeta viveu com a família em três cidades:Tournon,Besançon (terra deVictor Hugo) eAvinhão.
Entre setembro e dezembro de1874, Mallarmé dirigiu e escreveuLa Dernière Mode: Gazette du Monde et de la Famille, uma revista feminina. Sob ospseudônimos deMarguerite de Ponty,Miss Satin,Zizy ouOlympe la négresse, entre outros, escrevia sobremoda,culinária eeducação de crianças.[1][2]
Retrato de Stéphane Mallarmé pintado porÉdouard Manet.
Stéphane Mallarmé morreu em1898, emParis, sem ter chegado a concluir a grande obra de sua vida.A Grande Obra, com letra maiúscula, é um projeto que ele revela emcartas a amigos. Mallarmé pretende atribuir ao poeta a missão de escrever a obra que, por ser a explicaçãoórfica da terra, submeterá aodomínio doespíritohumano o acaso,símbolo da imperfeição desse espírito. Três anos antes de sua morte, ele escreve ainda umpoema falando destesonho de constituir uma Grande Obra, no sentido quase quealquímico dapalavra — umlivro em vários volumes que totalizasse omistérioórfico da terra.
Mallarmé morreu angustiado, sem atingir seu objetivo, mas deixou admiradores em todo omundo e suas obras continuam a ser reeditadas, mais de 100 anos após a sua morte.A Grande Obra, para ele, seria um livro com aestrutura de uma obra arquitetônica, ligada numa espécie de sintonia com ouniverso. Não significava reunir todos os seusescritos, mas escrever uma nova obra, o que, para a sua grandefrustração, morreu sem realizar.
Um dia antes de morrer, Mallarmé pressentiu a chegada da morte. Pediu à mulher Marie e à filha Geneviève que queimassem boa parte de seus escritos, como fizeramFranz Kafka e o poetaVirgílio. Ele morreuasfixiado no dia seguinte.