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Largo do Paiçandu | |
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Panorama do largo, com aIrmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em destaque | |
Subprefeitura(s) | Sé |
Distrito(s) | República |
Bairro(s) | Santa Ifigênia |
Coordenadas | 23° 32′ 35″ S, 46° 38′ 17″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
OLargo do Paiçandu[1][nota 1] (na grafia arcaica,Largo do Payssandu eLargo do Paissandu)[2] foi nomeado em1865, devido à referência àBatalha de Paysandu.[3] Atualmente é uma importante área dodistrito daRepública, naregião central dacidade deSão Paulo, noBrasil. Está localizado dentro de um quadrilátero formado pela viasSão João, Conselheiro Crispiniano,Rio Branco e Dom José de Barros.
No final doséculo XIX, era uma importante área circense da cidade.[4][5][6]
Em meados doséculo XIX a área do Largo do Paiçandu, por ordem do governo da cidade foidessecada eterraplenada, já que antes o local contava com a presença de um conjunto de lagoas, formadoras de riachos se expandindo pela área do Paiçandu e São João, por conta disso a área também foi denominada como "Praça das Lagoas". Porém, no mesmo século o governo provincial ordenou que o local que concentrava as nascentes fosse dessecado e terraplenado.
Em1865, fora atribuído o nome de Largo do Paiçandu devido à referência aBatalha de Paysandu, ocorrida noUruguai entre as tropas dos aliados e as paraguaias. Este combate antecedeu aGuerra do Paraguai.
No ano de1955, fora instalada, ao lado da igreja, uma estátua em homenagem às Amas de Leite (escravas que amamentavam os recém-nascidos os quais as mães não possuíam leite). Fora chamada de "Estátua da Mãe Preta", esculpida por Julio Guerra.[3]
Desde então, o Largo do Paiçandu permaneceu pouco valorizado, mantendo seu caráter periférico com ocupação reduzida. A partir dadécada de 1920, com a expansão da cidade nas regiões doVale do Anhangabaú e com a formação do Centro Novo é que a área do Paiçandu começou a receber a devida atenção. Em1922, foi instalado o famoso bar e lanchonetePonto Chic, local de ebulição cultural e política de São Paulo.[7] Nesse mesmo período, o circo marcou a história com as temporadas das companhias Irmãos Queirolo e Alcebíades & Seyssel, todas com a apresentação do palhaço Piolin (um dos palhaços reconhecidos pelaSemana de Arte Moderna).[8] A partir de sua reconstrução e vitalização, a área passa a abrigar um centro de cultura e entretenimento, com a inauguração do Teatro Politeama em1892, e o Circo do Piolim, sendo este uma das principais atrações da região, tornando-se uma referência importante na cidade. Atualmente o uso residencial da área é reduzido, devido às grandes construções de edifícios de uso comercial. A região carece, assim, de atendimento das camadas populares, mostrando um número elevado de moradores de rua na região.[9]
Em1 de maio de2018, o antigo edifícioWilton Paes de Almeida, localizado no largo do Paiçandu, sofreu um incêndio e desabou, deixando várias famílias, que ocupavam o imóvel irregularmente, desabrigadas.[10]
No final doséculo XIX, o Café dos Artistas tornou-se conhecido por reunir empresários circenses e artistas, passou a acontecer no Largo do Paiçandu por ser considerado um lugar de encontros sociais e referencial aos artistas, que iam procurar trabalho e dos empresários que buscavam artistas para agenciar. Mas no ano de 1920 a história marcou-se definitivamente, após as temporadas das Companhias Irmãos Queirolo e Alcebíades & Seyssel, que tinham como atração o Palhaço Piolin, que marcou a capital paulistana com suas apresentações.
No início do século XX, entre as décadas de1930 e1950, ficou conhecido como Cinelândia de São Paulo uma grande região caracterizada por seu aspecto cultural e de grande agito.[11]
A antiga Cinelândia era famosa por seus cinemas de variados portes e também por sua série de estabelecimentos como teatros, salões de dança, boates e cabarés que contribuíam para a fama do local. Havia também no Largo do Paiçandu um famoso bar chamado "Bar dos Artistas", que determinava o eixo como uma verdadeira passarela da elite paulistana.[12]
O nome original do local era Praça das Alagoas, em alusão às diversasnascentes e lagoas formadoras do riacho Yacuba que lá havia. A lagoa mais volumosa era conhecida a partir de 1870 como Tanque do Zunega, nome pelo qual passou a ser denominado o local em detrimento de Praça das Alagoas. Com adrenagem da área ecanalização dorio Anhangabaú, o nome foi modificado para Largo do Paiçandu em homenagem à localidade dePaysandu tomada noUruguai em 1865.[13] Por sua vez, o nome dessa localidade uruguaia é uma referência àsespécies depalmeiraAllagoptera arenaria eAllagoptera campestris.[14]
Em seu centro, está localizada a Igreja Nossa Senhora do Rosário, ouIgreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que foi construída gratuitamente por trabalhadoresnegros, tendo sido consagrada em 1906, quando uma grandeprocissão, acompanhada porbanda, trasladou as imagens do antigo templo, que ficava no Largo do Rosário, atualPraça Antônio Prado.
Em 1872, João Teodoro Xavier resolve abrir um largo em frente à igreja, devido à desapropriação dos pequenos imóveis ali instalados, passando a ser chamado de Largo do Rosário.[15]
Na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros há a realização de comemorações anuais da Libertação dos Escravos, no dia 13 de maio, e ainda, no Dia da Consciência Negra, no dia 20 de novembro.[3] Em algumas dessas celebrações, além de missas afros, ocorre também outros eventos e programações, como feiras afros, shows Gospel e da comunidade do samba.[16]
Uma das mais conhecidas e visitadas construções do Largo do Paiçandu é oShopping Center Grandes Galerias, popularmente conhecido comoGaleria do Rock. Com arquitetura moderna, o edifício é ondulado e tem quatro andares, onde possui lojas com artigos relacionadas ao gênero, como lojas de serigrafia e arte, muitas opções de lojas de roupas e acessórios, lojas de discos, skateshops, estúdios de tatuagem, lojas com artigos dehip hop no subsolo e salão de cabeleireiro voltado a este público.[17]
Seu nome oficial é Galeria Presidente, mas por ser considerado o abrigo da cultura afro na cidade de São Paulo desde a década de 60, a irmã menor, mais nova e menos conhecida da "Galeria do Rock" é comumente conhecida como "Galeria do Reggae". Distribuída em quatro andares, é possível encontrar por lá muitas lojas de discos, tabacarias, lojas deskates e artigos do gênero e, principalmente, salões de beleza qualificados na aplicação dedreads e tranças, assim como lojas de cosméticos especializadas em itens para peles negras e morenas.[18]