Áreas costeiras onde o suaíli ou ocomoriano é a língua indígena
Língua oficial ou nacional
Língua de comércio
Osuaíli ousuaíle (Kiswahili), também chamado desuahíli e conhecido pelas formas vernáculasSwahili ouKiswahili, é alíngua banta com o maior número de falantes. É uma das línguas oficiais doQuénia, deRuanda, daTanzânia e deUganda, embora os seus falantesnativos, os povossuaílis, sejam originários apenas das regiões costeiras dooceano Índico. É uma das línguas de trabalho daUnião Africana.
Essa línguaafricana pertence ao subgruposabaki das línguas bantu. É falada por cinquenta milhões de pessoas no mundo, incluindo, além dos países que a têm como língua oficial, Uganda e aRepública Democrática do Congo,[1] onde é usada comolíngua franca. É também falado com alguma frequência nas áreas urbanas doBurundi e deRuanda, no sul daSomália até ao norte deMoçambique (ao longo do litoral de África oriental), naZâmbia e no sul daEtiópia. Existem também algumas comunidades de falantes de suaíli emMadagascar e nas ilhasComores. Contudo, a maior parte dos seus falantes não a usa como língua materna. De fato, crê-se que apenas dois a três milhões dos cinquenta milhões estão nesta situação, o que significa que a grande maioria fala como língua materna algum outro idiomaníger-congolês (por exemplo, bantu) oucuxítico (somali, por exemplo).
Ocomoriano, falado nas ilhasComores, às vezes é considerado um dialeto do suaíli, embora outras autoridades o considerem um idioma distinto.[2]
O suaíli é a língua nativa de diversos grupos que habitaram e habitam uma faixa de 2500 km da costa leste daÁfrica. Em função do contato dos povos dessa área com comerciantes e navegadores deLíngua árabe durante alguns séculos, o suaíli tem cerca de um quarto de suas palavras originadas do árabe. Outras influências foram alíngua persa,alemão,português,inglês e idiomas daÍndia. É oficial e segundo idioma naTanzânia, noCongo e noQuênia. EmUganda é obrigatória nasescolas deprimeiro grau desde 1992, tendo sido declarada oficial em 2005. O suaíli e línguas correlatas são também faladas emBurundi,Ruanda,Moçambique,Somália,Zâmbia eComores.
A palavraKiswahili vem do árabe سواحل,transliterado comosawāhil; é o plural da palavra ساحل,sāhel, "fronteira" ou "litoral", usada comoadjetivo de "negociantes do litoral" A adição do prefixoki o define como um idioma.Waswahili se refere aos povos da "costa suaíli" eUswahili indica a cultura dos suaíli."Sahel" também é o nome que se dá à região austral dodeserto do Saara.
O atual suaíli padrão tem como base okiunguja falado em "Stone Town" (cidade deZanzibar) na ilha de Zanzibar (Unguja).
Kitumbatu eKimakunduchi: das áreas rurais de Zanzibar. Okimakunduchi se chamavakihadimu, "servo", e era pejorativo.
Kimrima: falado em Pangani, Vanga,Dar es Salã, Distrito Rufiu e Ilha de Mafia Island.
Kimgao: falado antigamente desde o Distrito de Quíloa para o sul.
Kipemba: falado na ilha de Pemba, Tanzânia.
Kimvita: o mais falado em Mombaça (Mvita) e Quiunguja.
Kingare: subdialeto de Mombaça
Chijomvu: subdialeto de Mombaça.
Chi-Chifundi: falado na costa sul de Quênia.
Kivumba: falado na costa sul de Quênia.
Kiamu: falado na ilha de Lamu (Amu).
Sheng: dialeto de rua, uma mistura de suaíli, inglês e algumas línguas nativas falada emNairóbi de forma não formal nas favelas de Nairóbi. E que recentemente ficou na moda.
Kimwani: falado nas ilhas Querimba e costa norte de Moçambique.
Kingwana: falado nas regiões leste e sul daRepública Democrática do Congo, tem o apelido Suaíli “Copperbelt”, em especial a variante do sul do Congo..
Comorense”, língua da Ilhas Comores.
Chimwiini era falado tradicionalmente na cidade Somali de Baraua. Houve fuga recente de civis dessa cidade para Quênia por causa da guerra civil. Especialistas dessa língua e dos diversos dialetos Suaíli ainda discutem se Chimwiini é Suaíli ou outra língua.
Não existem ainda evidências históricas ou arqueológicas que permitam que se afirme quando e onde surgiram a língua e a cultura suaíli. Porém, pode-se considerar que falantes dessa língua ocupavam as mesmas áreas atuais ao longo doOceano Índico bem antes do ano 1000. Desde oséculo VI há registros de contatos pela presença de negociantes Persas e Árabes na região. Também houve muita interação entre nativos e muçulmanos com a expansão doIslão a partir doséculo IX.
Grupos vindos deOmã e doGolfo Pérsico se estabeleceram nas ilhas deZanzibar ePemba e daí difundiram a língua suaíli e o Islã para maiores centros de comércio e cultura, tais comoSofala em Moçambique,Quíloa na Tanzânia,Mombaça e Lamu no Quênia; Baraua, Merca, Quismaiu eMogadíscio na Somália, Ilhas Comores; norte de Madagascar;.
Por volta de 1800, os governantes de Zanzibar realizaram expedições ao continente, até os muitos lagos do “Great Rift Valley” e aí criaram rotas permanentes de comércio, com negociantes que falavam suaíli estabelecidos em postos ao longo dessas rotas comerciais. Isso não foi realmente umaColonização autêntica. Processo de colonização ocorreu realmente ao leste do Lago Malaui, no que hoje é a chamada região de Catanga daRepública Democrática do Congo, onde surgiu um dialeto bem diferente.
A Alemanha estabeleceu colônia emTanganica, hojeTanzânia, em 1886 e, tendo percebido o quanto a língua Suaíli era disseminada (embora em baixa densidade) na região, fez dessa a língua oficial da colônia. Os colonizadores ingleses não fizeram o mesmo no vizinho Quênia, embora tenham feito tentativas nesse sentido. Ambas nações europeias queriam facilitar a administração das colônias que tinham dezenas de línguas diferentes entre os nativos, pela escolha de uma língua única que tivesses boa aceitação entre os povos locais. O suaíli era a única com essa característica nessas áreas.
Com a derrota da Alemanha naPrimeira Grande Guerra esta perdeu suas colônias da África (Tanganica, Namíbia, Togo, Camarões), ficando Tanganica para os britânicos.
Com ajuda de ativos missionários cristãos, os administradores locais britânicos se decidiram a fazer do suaíli a língua oficial comum tanto nas escolas primárias como nas administrações locais menores por toda África oriental, nas colôniasUganda, Tanganica, Zanzibar e Quênia. O idioma suaíli deveria se subordinar ao Inglês, sendo que seria o idioma das Universidades, o prioritário nas escolas secundárias e na administração de alto nível.
Em junho de 1928 foi dado um passo importante para criação de uma língua escrita padrão para o suaíli. Uma reunião intraterritorial em Mombaça definiu o dialeto Kiunguja de Zanzibar como padrão linguístico. A atual versão, em alfabeto latino, é a segunda língua desses países.
Hoje, cerca de 90% da população da Tanzânia fala o suaíli, e um percentual um pouco menor noQuênia. 66 milhões decongoleses falam o idioma nas seis províncias orientais do país, fazendo com que essa língua já rivalize com olingala como língua principal do Congo. EmUganda, osbaganda não falam o suaíli, mas cerca de 25 milhões de pessoas no resto do país têm essa língua como principal, visando a preparação para aComunidade da África Oriental.
Nos demais países o suaíli é mais usado nas cidades comerciais por refugiados ou perto das fronteiras com a Tanzânia e o Quênia. Mesmo assim o idioma é, possivelmente, mais falado que ohauçá da África do Oeste como a língua nativa mais falada na região subsaariana. Conforme oBanco Mundial, o suaíli é falado por 10 a 15% dos habitantes da África ao sul dodeserto do Saara.
O software livre de criação de páginas webJoomla!, organizado pelaOpen Source Matters, foi assim batizado com base na palavra "jumla", que significa "todos", "juntos".
No jogo de computadorCivilization IV, a música-tema do menu principal é um rearranjo de umPai Nosso em suaíli, chamada deBaba Yetu ("Nosso Pai").
Nosingle deMichael Jackson de 1987, "Liberian Girl", a introdução repetida é em suaíli:Nakupenda pia, nakutaka pia, mpenzi wee!, que significa "Eu te amo também, eu te quero também, meu amor!"
A banda deafrobeatThe Daktaris, doBrooklyn, pegou seu nome da série televisiva dos anos 60, e significa "doutor" em suaíli.
O zoológico deSão Paulo Simba Safári, hoje conhecidoZoo Safári, derivava seu nome da palavra suaíli para "leão".
Odesenho animado delonga metragemO Rei Leão, passado na savana africana, batizou a maioria de seus personagens com termos em suaíli, como o protagonista Simba ("leão"), seu interesse amoroso Nala ("sorte"), sua mãe Sarabi ("miragem"), o babuíno Rafiki ("amigo"), a hiena Shenzi ("bárbaro"), e o javali Pumbaa ("atordoado"). O idioma também é usado nacanção "Hakuna Matata", "sem problemas", e em um cântico entoado por Rafiki ("Asante sana, squash banana, wewe nugu, mimi hapana."). Nacontinuação, além de personagens como Zira ("ódio"), Nuka ("fedor") e Kovu ("cicatriz" - no caso aludindo ao seu pai adotivo Scar, apelidado com a palavra eminglês para cicatriz), uma das canções chama-se "Upendi", com a letra citando "Upendi significa amor".
O nome do filme americano de1962,Hatari, significa "perigo".
A festividade afro-americanaKwanzaa utiliza algumas palavras e frases nesse idioma, comoHabari gani?, que significa "O que está acontecendo?",kinara ("candelabro africano"),mazao ("safra") en'guzo saba ("sete princípios").
Suaíli difere das demais línguas subsaarianas por não apresentar “tons”. Outra exceção é o grupo de dialetos Mijikenda, que inclui o dialeto Mvita, deMombaça, segunda cidade e porto de Quênia.
Oalfabeto latino veio, com a colonização europeia, substituir oalfabeto árabe que já apresentava algum uso entre os povos da região.
O alfabeto latino utilizado com o suaíli apresenta 24 letras, não tendo o Q e o X. A letra C vem sempre como "Ch". O único diacrítico usado é o "chifre" (apóstrofo) em Ng'.
São cinco asvogais do suaíli, bastante similares aos sons das vogais doitaliano e doespanhol. As vogais não são reduzidas, mesmo se átonas. Não há ditongos, as vogais são pronunciadas separadamente.
/ɑ/ – “A” do português
/ɛ/ – “É” do português
/i/ – “I” do português
/ɔ/ – “Ó” do português
/u/ – intermediária entre o “Ô” e o “U” do português.
As consoante nasais “stop” são pronunciadas com sílabas separadas quando aparecem antes de uma plosiva(mtoto[m.to.to] "criança",nilimpiga[ni.li.m.pi.ɠa] "Eu atingi (ele)"), sendo que as pré-nasalizadas “stop” são decompostas em duas sílabas, caso de outro modo a palavra fosse monossílaba(mbwa[m.bwa] "cão"). Porém, isso não ocorre quando são duas as sílabasndizi "banana” ou em[ndi.zi], ounenda[ne.nda], não sendo*[nen.da]) "ir (verbo)".
As fricativas entre parêntesis,th dh kh gh, vem doárabe e muitos falantes do sauíli as pronunciam como[s z h r].
Não há distinção na ortografia suaíli entre consoantes “aspiradas e ‘tênues”. Quando substantivos da classe “N” começam com consoante plosiva, essas ficam aspiradas. Isso raramente ocorre, mas há casos comotembo[tembo] "vinho de palmeira", que difere detembo[tʰembo] "elefante" em alguns dialetos..
Há uma confusão para muitos falantes, em especial para aqueles de língua-mãe diferente do suaíli, entre os sons de wahilil er, sendo ambos pronunciados como/ɺ/
A característica gramatical mais proeminente das línguas bantu é o uso extensivo de morfemas sob a forma deprefixos. Cadasubstantivo pertence a uma classe e cada idioma pode ter aproximadamente dez classes, um pouco como gêneros em idiomas europeus. A classe é indicada por um prefixo no substantivo, como também em adjetivos e verbos que concordam com aquele. O plural é indicado por uma mudança de prefixo.
Por exemplo, em suaíli,Mtoto mdogo amekisoma significaA criança pequena leu isto (um livro, implícito).Mtoto = criança governa o prefixo do adjetivo "m" (mdogo) e o sujeito do verbo com o prefixo "a". A seguir vem o tempo do verbo (perfeito) "me" - e um marcador de objeto "ki" - concordando comkitabu (implícito), livro. O plural desta frase é:Watoto wadogo wamekisoma; se usarmos o plural para livros (vitabu), a frase torna-se:Watoto wadogo wamevisoma.
Suaíli, como outraslínguas bantu, divide os substantivos em Classes, as quais no sistema mais antigo (estudados por Carl Mainhof) chegaram a ser 22, incluindo aí os Plurais. Pelo menos 10 dessas classes são comuns às demais línguas bantu. Em Suaíli são 16 classes, sendo 6 para o singular, 5 para o plural, uma para conceitos abstratos, uma para infinitivos de verbos usados como substantivos, 3 para localizações. Ver exemplos a seguir:
classe
prefixo
singular
tradução
plural
tradução
1, 2
m-/mu-, wa-
mtu
pessoa
watu
pessoas
3, 4
m-/mu-, mi-
mti
árvore
miti
árvores
5, 6
Ø/ji-, ma-
jicho
olho
macho
olhos
7, 8
ki, vi-
kisu
faca
visu
facas
9, 10
Ø/n-, Ø/n-
ndoto
sonho
ndoto
sonho
11
u-
ua
flor/matar
14
u-
utoto
infância
Substantivos começando comm- no singular ewa- no plural se referem a seres vivos, em especial pessoas: Exemplos:mtu, pessoa;watu pessoas /mdudu, insetos;wadudu, insetos;
Começando comm- no singular, mas commi- no são em geral plantas, tais comomti, árvore;miti árvores;
Começando comku- são os infinitivos de verbos, Ex.:kusoma, ler;
Outras classes são mais difíceis de caracterizar:
Singulares começando comki- têm plural comvi- e muitas vezes se referem a ferramentas e utensílios; essa alternânciaki-/vi- se usa até para palavras de origem exterior que já tinham oki- incluído. Ex. do Árabevitabu "livros" vem dekitabu "livro" (do árabekitāb). Essa classe tem também idiomas (ex.Kiswahili), e diminutivos, que já foram uma classe separada.
Começando comn-,m- ou sem prefixo, plural o mesmo;
Começando comji- ou sem prefixo, plural comma-; usada, entre outros, para aumentativos;
Adjetivos ou numerais em geral pegam o prefixo do substantivo relacionado. Verbos apresentam outro conjunto de prefixos.
singular
plural
mtoto
mmoja
anasoma
watoto
wawili
wanasoma
Criança
uma
está lendo
crianças
duas
estão lendo
Uma criança está lendo
Duas crianças estão lendo
kitabu
kimoja
kinatosha
vitabu
viwili
vinatosha
livro
um
basta
livros
dois
bastam
Um livro é suficiente
dois livros são suficientes
ndizi
moja
inatosha
ndizi
mbili
zinatosha
banana
uma
basta
bananas
duas
bastam
Uma banana é suficiente
duas bananas são suficientes
Uma mesma raiz de substantivo pode ser usada com prefixos de classe diferentes para significados diversos:: humanomtoto (watoto) "criança (crianças)", abstratoutoto "infância", diminutivokitoto (vitoto) "infante(s)", aumentativototo (matoto) "criança grande (crianças idem)". Vegetais:mti (miti), "árvore(s)", utensílio de madeira,kiti (viti) "(cadeiras)"; aumentativojiti (majiti) "árvore grande",kijiti (vijiti) "pedaço(s) de pau",ujiti (njiti) "árvore alta e esguia".
As classes Suaíli são tecnicamente gêneros gramaticais, mas há uma diferenças entre os muitos gêneros dessa lingual e, por exemplo, os três gêneros que algumas línguas europeias apresentam para não humanos. Em Suaíli a divisão em classes tem significado “semântico”, é regida por certas regras enquanto que nas línguas europeias isso é arbitrário. No entanto, as classes não têm limites tão simples, assim como “pessoas”, “árvores”. Há extensões e subextensões desses significados numa lógica própria, que formam uma rede semântica que já teve um sentido lógico em outros tempos, não fazendo sentido para iniciados no idioma.
Vejamos a classeki-/vi- que é para utensílios e ferramentas (Bantu 7/8) e também para diminutivos (Bantu 12). Exemplo do primeiro caso:kisu "faca";kiti "cadeira" (que vem de “mti "árvore,.madeira”);chombo "barco" (contraçãoki-ombo).
Dos diminutivos temoskitoto "infante", que vem demtoto "criança";kitawi "ramo delgado", que vem detawi "ramo galho";chumba (ki-umba) "quarto", que vem denyumba "casa". O sentido de diminutivo foi estendido num modo bem comum em algumas línguas pela semelhança ou aproximação, como sendo um “pouco de algo”. Como exemplo temoskijani "verde", que vem deani "folha";kichaka "arbusto retorcido", que vemchaka "amontoado";kivuli "escuro", que vem deuvuli "sombra". Esse “pouco de algo” num verbo pode ser a consequência instantânea de uma ação como:kifo "morte", do verbo-fa "morrer";kiota "ninho" de-ota "chocar";chakula "comida" dekula "comer";kivuko "vau, passagem" de-vuka "cruzar";kilimia "as Plêiades, de-limia "cultivar" (essas estrelas indicam época de plantio). Essas semelhanças, o fato de ser um "pouco como algo", implicam uma condição marginal dentro de uma categoria, faz com que se use o prefixoki-/vi-. Exemplo:chura (ki-ura) "sapo", sendo “ura” um animal terrestre, mas o sapo é apenas “meio” terrestre. Vale isso para deficiências, tais como:kilema "coxo, aleijado",kipofu "cego",kiziwi "surdo". Enfim, há também diminutivos que indicam “desdém”, em especial ao que poderia ser perigoso, com o nos casoskifaru "rinoceronte",kingugwa "hiena malhada",kiboko "hipopótamo".
As classes Bantu 3 e 4 -m-/mi- – “árvores” têm também muitos usos. Vem demti, miti "árvore(s)", é um protótipo, mas não tem só essa aplicação “vegetal”, como emmwitu 'floresta' emtama 'milheto'; mais que isso cobre também outras entidades com vitalidade que não somente vegetais, animais ou humanos:
forças naturais e supra-naturais:mwezi 'lua',mlima 'montanha',mto 'rio';
coisas ativas comomoto 'fogo';
partes ativas do corpo:moyo 'coração',mkono 'mão, braço');
grupos humanos comomji 'vila',msikiti 'mesquita'; vale para animaismzinga 'colmeia'.
que se assemelha a árvore: alta, esguia, se espalhando, temos:mwavuli 'guarda-chuva',moshi 'fumaça',msumari 'unha';
Pode haver mais de uma metáfora ao produzir uma classe de substantivo:mkono (braço) é uma parte ativa do corpo, mas também é longo e esguio. Ideias que indicam trajetória comompaka 'borda, fronteira' emwendo 'jornada', são identificadas por longas e estreitas, o que pode se estender por analogia paramwaka 'ano' e talvezmshahara 'salário'.Também ficam na classe 3+4 animais que são excepcionais em algumas características e que não se enquadram em outras classes.
As demais classes numa análise preliminar não parecem ser intuitivamente identificáveis. Veraqui for details.</ref>
Overbo em Suaíli se constitui numa “raiz” complementada por “infixos”, em sua maioria “prefixos, usados parta indicar “pessoa”, “tempo” e condições que exigiriam umaconjunção em outros idiomas.
A maior parte dos verbos, em especial os muitos de origem Bantu, terminam em '-a'. Isso é importante para saber com o usar a forma Imperativa (de comando) e as Negações. Nos dicionários os verbos são listados, é claro, por suas “raízes”. Exemplo:-kata (cortar). Numa frase simples são adicionados à raiz os prefixos de “pessoa” e “tempo”;ninakata. ondeni- é 'Eu' ena- é o tempo presente, portanto “eu estou cortando”.
Conjugação
ni-
-na-
kata
1sing
tempo presente
cortar
'Estou cortando'
A frase pode ser modificada pela mudança do prefixo de tempo ou de pessoa. Exemplo:
u-
-na-
kata
2sing
tempo presente
cortar
'Tu estás cortando'
u-
-me-
kata
2sing
passado perfeito
cortar
'tu cortaste'
O presente simples é mais complexo e os iniciados por vezes tomam esse tempo comogíria antes de saber o correto uso.Nasoma significa “eu leio”. Não éninasoma ('Eu estou lendo – presente contínuo').-A- é o tempo indefinido, genérico no tempo, onde no caso o prefixoni- se assimila com esse “A”, parecendo um único prefixo.
1a Pessoa
na-
twa-
2a Pessoa
wa-
mwa-
3a pessoa
a-
wa-
na-
soma
1sing:Gener.
ler
'Eu leio'
mwa-
soma
2plur:Gener
ler
'vocês leem'
Lista completa dos prefixos básicos para sujeito – classe “humana”m-/wa-;
SINGULAR
PLURAL
1a pessoa
Ni-
Tu-
2a pessoa
U-
M-
3a pessoa
A-
Wa-
Prefixos de tempo mais comuns::
a-
tempo indefinido
na-
definido (presente progressivo)
me-
passado perfeito
li-
passado contínuo
ta-
futuro
hu-
habitual
Prefixos de tempo não servem apenas para marcar “tempos” verbais no sentido da lingual portuguesa. São usados também para marcar “conjunções”. O prefixoki- tem função de “condicional” em "nikinunua nyama wa mbuzi sokoni, nitapika leo" (Se eu comprar um cabrito no mercado, vou cozinha-lo hoje). O SE é representado na frase pelo-ki Inicial.
Um terceiro prefixo pode ser incluído no verbo, aquele do “objeto” que fica logo antes e junto à “raiz” e pode se referir a uma pessoa, substituir um objeto ou enfatizar um objeto.
a-
na-
mw-
ona
3sing
def. do tempo
3sigg.OBJ
ver
'Ele está vendo ele (ela)'
ni-
na-
mw-
ona
mtoto
1sing
def. do tempo
3sing.OBJ
ver
criança
'Eu estou vendo a criança'
Não há somente prefixos, sendo que a vogal final também é um afixo, embora pareça ser parte da raiz em muitos dicionários. No caso dos dicionários a vogal final marca o modo “indicativo”. Pode haver “negação”, não havendo aí vogal final, é o sufixo “nulo”, "-", como em 'sisomi- após o si:
si-
-
som-
-i
1sing.NEG
Tempo
NEG
'Eu não estou lendo / eu não leio'
Outros casos em que há mudança da vogal final inclui o modo “conjuntivo”, quando é afixado um-e , o que só se usa nos verbos Bantus que terminam em “-a”. Os que vieram Árabe são mais complexos. Há ainda sufixos que podem ser considerados “infixos” e que ficam antes da vogal final:
Horários (África do Leste) Suaíli vão da aurora até o crepúsculo, em ligar de meia-noite até meio-dia, ou seja, nossas 7h e 19h são respectivamente 1h e 13h. Nossos meio-dia e meia-noite são respectivamente 6 e 18h. Palavras comoasubuhi 'manhã',jioni 'tarde' eusiku 'noite' demarcam os períodos do dia. Há marcações mais específicas:adhuhuri 'início da tarde',alasiri 'fim de tarde',usiku wa manane 'tarde da noite, depois de meia-noite', 'aurora'macheo e anoitecermachweo.
saa moja asubuhi ('hora um manhã') 7:00 h.
saa tisa usiku ('hora nove noite') 3:00 h.
saa mbili usiku ('hora dois noite') 20:00 h.
Quando há uma superposição há dois modos de se dizerem as horas: 7:00 h pode sersaa moja jioni ousaa moja usiku.
Podem ser usados aindana robo 'e um quarto',na nusu 'e meia',kasarobo/kasorobo 'um quarto para',dakika 'minuto(s)':
saa nne na nusu ('hora quatro e meia') 10:30
saa tatu na dakika tano ('hora três e minutoscinco') nove e cinco
saa mbili kasorobo ('hora dois, um quarto para') 7:45
saa tatu kasoro ('faltam poucos minutos para as nove')
(Swa) Watu wote wamezaliwa huru, hadhi na haki zao ni sawa. Wote wamejaliwa akili na dhamiri, hivyo yapasa watendeane kindugu.
(Por) Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Ashton, E. O.Swahili Grammar: Including intonation. Longman House. Essex 1947.ISBN0-582-62701-X.
Irele, Abiola and Biodun Jeyifo.The Oxford encyclopedia of African thought, Volume 1. Oxford University Press US. New York City. 2010.ISBN0-19-533473-6
Lambert, H.E. 1956.Chi-Chifundi: A Dialect of the Southern Kenya Coast. (Campala)
Lambert, H.E. 1957.Ki-Vumba: A Dialect of the Southern Kenya Coast. (Campala)
Lambert, H.E. 1958.Chi-Jomvu and ki-Ngare: Subdialects of the Mombaça Area. (Campala)
Marshad, Hassan A.Kiswahili au Kiingereza (Nchini Kenya). Jomo Kenyatta Foundation. Nairobi 1993.ISBN9966-22-098-4.
Nurse, Derek, and Hinnebusch, Thomas J.Swahili and Sabaki: a linguistic history. 1993. Series: University of California Publications in Linguistics, v. 121.
Prins, A.H.J. 1961. "The Swahili-Speaking Peoples of Zanzibar and the East African Coast (Arabs, Shirazi and Swahili)".Ethnographic Survey of Africa, edited by Daryll Forde. London: International African Institute.
Prins, A.H.J. 1970.A Swahili Nautical Dictionary. Preliminary Studies in Swahili Lexicon – 1. Dar es Salaam.
Whiteley, Wilfred. 1969.Swahili: the rise of a national language. London: Methuen. Series: Studies in African History.