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Lídia

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A região clássica da Lídia num mapa de 1903

Lídia (emgrego:Λυδία;romaniz.:Lydia) era uma região na porção ocidental da antigaÁsia Menor (Anatólia) cuja origem foi um importante reinoneo-hitita que prosperou naIdade do Ferro ali, o Reino da Lídia. Seu território geralmente é localizado a leste da antigaJônia, onde estão hoje as modernas províncias daTurquia ocidental deUşak,Manisa e a porção interior deİzmir.

Em sua maior extensão, o Reino da Lídia cobria toda a Anatólia ocidental e a região toda foi chamada de Lídia por toda aAntiguidade Tardia e naIdade Média. ALídia (conhecida como Esparda pelospersas) era umasatrapia (província) doImpério Aquemênida, com capital emSardes,[1] comTábulo, nomeado porCiro, o Grande, como seu primeiro sátrapa (governador). Durante o período romano, a Lídia foi incorporada pelaprovíncia da Ásia e depois separada numa província distinta, mas com território muito menor que o antigo.

A Lídia é famosa porque acredita-se que o uso de moedas tenha sido inventado ali[2] por volta doséculo VII a.C.

Definindo a Lídia

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OendônimoŚfard (o nome pelo qual os lídios chamavam-se a si próprios) sobreviveu em éditos bilíngues e trilíngues do Império Aquemênida no nome da satrapia deSparda (persa antigo;aramaico:Saparda;acádio:Sapardu;elamítico:Išbarda).[3] Todos estes locais são associados na tradição grega com Sardes, a capital do reiGiges, construída noséculo VII a.C.

Os ancestrais culturais dos lídios parecem ter sido próximos ou parte do estado deArzaua, dosluvitas. Ainda assim, a língua lídia não é parte do subgrupo luvita, como é o caso docário e dolício.

Uma associação entre lídios eetruscos há muito tem sido objeto de inúmeras conjecturas. O historiador gregoHeródoto afirmou que os etruscos eram originários da Lídia, uma afirmação repetida nopoema épicoEneida porVirgílio, e uma língua parecida com o etrusco foi encontrada naEstela de Lemnos, originária dailha egeia deLemnos. Porém, o recente deciframento dalíngua lídia e sua classificação no grupo daslínguas anatólicas significa que etruscos e lídios não eram sequer parte da mesma família linguística. Seja como for, estudo genético recente elaborado pelo geneticista italiano Alberto Piazza, da Universidade de Turim, de prováveis descendentes dos etruscos naToscana encontrou fortes similaridades com indivíduos da Anatólia ocidental.[4]

Geografia

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As fronteiras da Lídia histórica variaram muito com os séculos. Ela era inicialmente cercada pelaMísia,Cária,Frígia e aJônia na costa. Depois, o poderio militar deAlíates eCreso expandiu as fronteiras do reino, que, a partir de Sardes, passou a controlar toda a Ásia Menor a oeste dorio Hális, com exceção daLícia. A Lídia nunca mais voltou às suas dimensões iniciais. Depois da conquista persa, orio Meandro passou a ser considerado como a fronteira sul e, durante o período romano, a Lídia abrangia toda a região entre a Mísia e a Cária de um lado e entre Frígia eMar Egeu do outro.

Língua

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Alíngua lídia era umalíngua indo-europeia da família daslínguas anatólicas, aparentada aoluvita e aohitita. Ela fazia uso de muitosprefixos epartículas gramaticais.[5] O lídio finalmente se tornou umalíngua extinta noséculo I a.C.

História

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Reino da Lídia

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Reino da Lídia

A Lídia se desenvolveu como um reinoneo-hitita depois do colapso doImpério Hitita noséculo XII a.C. Durante o período hitita, o nome da região eraArzaua. O nome original doReino da Lídia eraMeônia (Μαιονία -Maionia ouMaeonia) eHomero[6] chama os habitantes da Lídia demaiones (Μαίονες).[7] Ele descreve a capital do reino não como sendo Sardias, masHyde,[8] que pode ter sido o nome do distrito ou da região na qual ela se localizava.[9] Posteriormente,Heródoto[10] acrescenta que os meones foram rebatizados de "lídios" em homenagem ao reiLido (Λυδός -Lydus), filho deÁtis (Atys), durante a época mítica que precedeu adinastia heráclida e esteepônimoetiológico serviu para explicar o nome étnico grego lidos (lydoi) (Λυδοί). O termohebreu para os lídios,ludim (לודים), que pode ser visto noLivro de Jeremias,[11] também foi considerado como uma possível origem do termo e, já no tempo deFlávio Josefo, propunha-se que ele fosse derivado deLud, filho de Sem.[12]Hipólito de Roma (234 d.C.) oferece uma opinião alternativa, mas similar: a de que os lídios seriam descendentes de Ludim, filho deMizraim.

Alguns meônios ainda existiam no período histórico nas terras altas da região perto dorio Hermo, onde uma cidade chamada "Meônia" (Maeonia) ainda existia segundoPlínio, o Velho[13] eHierócles (autor doSinecdemo).

Lídia na mitologia grega

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A mitologia lídia é virtualmente desconhecida e sua literatura e rituais se perderam. Na falta de quaisquer monumentos ou achados arqueológicos cominscrições epigráficas extensas, os mitos que envolvem a Lídia chegaram até nossos dias através damitologia grega.

Para os gregos,Tântalo foi um monarca primordial da mítica Lídia eNiobe, sua orgulhosa filha. Através do marido dela,Anfião, a Lídia estava ligada àTebas, naGrécia, e através dePélope, a linhagem de Tântalo era parte dosmitos fundadores da segunda dinastia deMicenas.[a]

Ainda segundo a mitologia grega, a Lícia era também o lugar onde se originou omachado duplo chamadolábris[14]Ônfale, a filha do rio Jardano, era uma monarca da Lídia a quemHércules teve que servir por um tempo. Suas aventuras na região são as de um herói grego numa terra periférica e estranha: durante sua estadia, Hércules escravizou os itones, matou Sileu, que forçava os viajantes a capinarem seus vinhedos, assassinou aserpente do rio Sangarios (que aparece ainda hoje no céu na forma da constelação deOfiúco[15] e capturou os trapaceiros símios, oscercopes. Relatos afirmam que houve pelo menos um filho de Hércules e Ônfale:Diodoro Sículo[16] eOvídio[17] mencionam Lamos,Pseudo-Apolodoro[18] afirma que foiAgelau ePausânias[19] traz o nome de Tirseno, que seria filho de Hércules com "a lídia".

Os três casos indicam uma dinastia lídia reivindicando Hércules como ancestral. Heródoto (1.7) faz referência a umadinastia heráclida de reis que governaram a Lídia, ainda que não fossem descendentes de Ônfale. Ele também menciona (1.94) a lenda recorrente de que acivilização etrusca teria sido fundada por colonos da Lídia liderados porTirreno, irmão de Lido. Porém,Dionísio de Halicarnasso duvidava da história, indicando que era sabido que alíngua e os costumes etruscos eram completamente diferente dos lídios. Cronologistas posteriores também ignoraram a afirmação de Heródoto de queAgrão seria o primeiro rei lídio e incluíramAlceu,Belo eNino em suas listas de reis da Lídia.Estrabão[20] faz de Átis, pai de Lido e Tirreno, um descendente de Hércules e Ônfale. Todos os demais relatos nomeiam Átis, Lido e Tirreno como sendo reis pré-heráclidas da Lídia.

Dizia-se que as reservas de ouro no rioPactolo, a fonte da proverbial riqueza deCreso (o último rei da Lídia) se originaram quando o lendáriorei Midas daFrígia acabou com seu "toque de Midas" lavando as mãos em suas águas. Natragédia deEurípides "As Bacantes",Dionísio declara ser originário da Lídia.[21]

O filho deAlíates era Creso, que se tornou sinônimo de grande riqueza e Sardes era famosa por sua beleza. Por volta de550 a.C., no início de seu reinado, Creso financiou a construção doTemplo de Ártemis emÉfeso, que tornar-se-ia uma dassete maravilhas da Antiguidade.

Primeiras moedas

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De acordo comHeródoto, os lídios foram os primeiros a usar moedas de ouro e prata e os primeiros a estabelecer lojas de varejo em locais permanentes.[22] Não se sabe, entretanto, se Heródoto quis dizer que os lídios foram os primeiros a usar moedas de ouro puro e prata pura ou as primeiras moedas de metal precioso em geral. Apesar dessa ambigüidade, esta declaração de Heródoto é uma das evidências mais frequentemente citadas em nome do argumento de que os lídios inventaram a cunhagem, pelo menos no Ocidente, embora as primeiras moedas (sobAlíates I, reinaram c.591-c. 560 aC) não eram nem ouro nem prata, mas uma liga dos dois chamados electrum.[23]

Satrapia persa

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Reino da Lídia (amarelo) pouco antes da conquista peloImpério Aquemênida
Ver artigo principal:Lídia (satrapia)

Em547 a.C., o rei lídio Creso cercou e capturou a cidade persa de Ptéria, naCapadócia, e escravizou seus habitantes. O rei persa,Ciro, o Grande, marchou com seu exército contra os lídios e enfrentou-os naBatalha de Ptéria, que terminou empatada, mas forçou o recuo das forças de Creso até Sardes. Meses depois, os reis da Pérsia e da Lídia se encontraram novamente naBatalha de Timbra, mas, desta vez, Ciro venceu e capturou a Sardes.

Satrapia selêucida

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A Lídia permaneceu como uma satrapia depois da conquista da Pérsia pelorei macedônioAlexandre III ("o Grande") daMacedônia, mas, quando o breve império de Alexandre chegou ao fim depois de sua morte prematura, a Lídia passou para o controle do mais poderoso das dinastias sucessoras (diádocos) na Ásia, osselêucidas. Depois queAntíoco III foi derrotado no final doséculo II a.C. naGuerra sírio-romana, a Lídia foi entregue pelosromanos aosatálidas doReino de Pérgamo. Seu último rei,Átalo III, evitou a destruição de uma conquista romana deixando seu reino como herança aoImpério Romano quando morreu em133 a.C.

Província romana da Ásia

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Quando os romanos entraram em Sardes em133 a.C., a Lídia, como as demais regiões ocidentais da herança atálida, foram organizadas naprovíncia da Ásia, umaprovíncia romana muito rica e cujo governador tinha o alto posto deprocônsul. Todo o oeste da Ásia Menor tinha colôniasjudaicas desde muito cedo e ocristianismo rapidamente se espalhou pela região. OsAtos dos Apóstolos mencionam o batismo de uma comerciante chamada "Lídia", deTiatira, na região onde antes estava a satrapia da Lídia.

A Lídia tinha diversas comunidades cristãs e, depois que ocristianismo tornou-se areligião oficial do Império Romano noséculo IV, tornou-se uma das províncias dadiocese eclesiástica da Ásia, subordinadas aopatriarca de Constantinopla. A província eclesiástica da Lídia tinha comosé metropolitanaSardes. Os bispos das várias dioceses da Lídia estavam bem representados noConcílio de Niceia em 325 e também nosconcílios ecumênicos seguintes.[24]

Província romana da Lídia

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Provincia Lydia
Província da Lídia
Província do(a)Império Romano e doImpério Bizantino
 
293século VII
 



Província da Lídia num mapa daDiocese da Ásia (c. 400)
CapitalSardes

PeríodoAntiguidade Tardia
293Separada daprovíncia da Ásia
1204Controlada peloImpério de Niceia
1261Retomada do controle bizantino
século VIIAdoção dossistema temático
século XIIIConquista gradual pelosbeilhiques turcos


Durante areforma de Diocleciano em 296, a Lídia renasceu como uma província romana separada, muito menor que a antiga satrapia, mas ainda com capital em Sardes. AProvíncia da Lídia foi reunida a diversas outras províncias da região ocidental da Ásia Menor para formar aDiocese da Ásia, sob o comando de umvigário, que estava subordinada àPrefeitura pretoriana do Oriente juntamente com diversas outras dioceses. Sob o comando doimperador bizantinoHeráclio(r. 610–641), a Lídia passou a fazer parte doTema Anatólico, um dos primeirostemas (províncias civis e militares bizantinas) e, depois, doTema Tracesiano. Embora osturcos seljúcidas tenham conquistado praticamente toda a Anatólia para formar oSultanato de Rum (com capital emIcônio, rebatizada comoCônia, nome que mantém até hoje), a Lídia ainda permaneceu parte do Império Bizantino. Durante aocupação de Constantinopla pelaQuarta Cruzada, a Lídia passou para o comando doImpério de Niceia.

Período otomano

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A região foi finalmente conquistada pelos diversosbeilhiques vizinhos, todos absorvidos peloImpério Otomano em 1390. A Lídia tornou-se então parte daVilaiete de Aidim e é ainda hoje a região mais ocidental da modernaTurquia.

Sés episcopais

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Assés episcopais da província que aparecem noAnuário Pontifício comosés titulares sãoː[25]

Ver também

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OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreLídia

Notas

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[a] ^ Sobre o mito deBelerofonte, Karl Kerenyi lembra que"Como a Lícia estava desta forma ligada aCreta e como a figura dePélope, o herói de Olímpia, ligava a Lídia com oPeloponeso, também Belerofonte ligava outra região da Ásia, ou ainda, duas, a Lícia e aCária, com oReino de Argos.".[26]

Notes

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  1. Rhodes, P.J.A History of the Classical Greek World 478-323 BC. 2nd edition. Chichester: Wiley-Blackwell, 2010, p. 6.
  2. "Lydia" inOxford Dictionary of English.Oxford University Press, 2010. Oxford Reference Online. 14 October 2011.
  3. Tavernier, J. (2007).Iranica in the Achaemenid period (ca. 530-330 B.C.): Lexicon of Old Iranian Proper Names and Loanwords, attested in Non-Iranian Texts. [S.l.]: Peeters. 91 páginas.ISBN 90-429-1833-0 
  4. «Ancient Etruscans Were Immigrants From Anatolia, Or What Is Now Turkey».ScienceDaily (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2021 
  5. Lydia
  6. Ilíada ii. 865; v. 43, xi. 431.
  7. Para as etimologias deLydia eMaionia, veja H. Craig Melchert"Greekmólybdos as a Loanword from Lydian",University of North Carolina at Chapel Hill, pp. 3, 4, 11 (fn. 5).
  8. Ilíada xx. 385
  9. VejaEstrabão xiii.626.
  10. Histórias i. 7
  11. Jeremias 46:9
  12. Calmet, Augustin (1832).Dictionary of the Holy Bible. [S.l.]: Crocker and Brewster. p. 648 
  13. "História Natural (Plínio, o Velho)|História Natural]], v.30M
  14. Fontes citadas por Karl Kerenyi,The Heroes of the Greeks 1959, p. 192.
  15. Higino,Astronômica ii.14.
  16. Biblioteca Histórica 4.31.8
  17. Heroides 9.54
  18. Bibliotheke 2.7.8
  19. Descrição da Grécia 2.21.3
  20. Geografia 5.2.2
  21. The Complete Greek Tragedies Vol IV., Ed by Grene and Lattimore, line 463
  22. Herodotus.Histories, I, 94
  23. Carradice and Price, Coinage in the Greek World, Seaby, London, 1988, p. 24
  24. Le Quien,Oriens Christianus, i. 859–98
  25. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013
  26. The Heroes of The Greeks 1959, p. 83.

Ligações externas

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Províncias romanas tardias (séculos IV-VII)
História
Conforme listado noNotitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e asdioceses foram fundadas porDiocleciano(r. 284–305) por volta de 293. Asprefeituras pretorianas foram criadas depois da morte deConstantino(r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados deRavena e daÁfrica foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais noséculo VII e as províncias restantes foram reorganizadas nosistema temático por volta de 640-660, embora naÁsia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início doséculo IX.
Prefeituras pretorianas
Prefeitura pretoriana
da Gália
Províncias
Diocese da Gália
Diocese de Viena1
Diocese da Hispânia
Diocese da Britânia
Prefeitura pretoriana
da Itália
Províncias
Diocese da Itália Suburbicária
Diocese da Itália Anonária
Diocese da África2
Diocese da Panônia3
Prefeituras pretorianas
Prefeitura pretoriana
da Ilíria (Illyricum)
Províncias
Diocese da Dácia
Diocese da Macedônia
Prefeitura pretoriana
do Oriente
Províncias
Diocese da Trácia5
Diocese da Ásia5
Diocese do Ponto5
Diocese do Oriente5
Diocese do Egito5
Outros territórios
Oriente
Próximo
Estepe
Euroasiática
Leste
Asiático
Ásia
Meridional
Mesoamérica
Andes
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