Página de rosto da ediçãoprinceps doItinerario.Gravura de Joannes van Doetecum domercado de Goa [en] noItinerarioO rei de Cochim cavalgando um elefante com os seus pajens.Fusta com pavilhão português (doItinerario)."A Cidade de Angra na Ilha de Iesu Xpo da Terceira Que Esta em 39 Graos" (gravura originalmente noItinerario, aqui numa edição colorida à mão)."Angra op Tercera", uma versão posterior do mapa.
Jan Huygen van Linschoten (Haarlem,1563 –Enkhuizen,8 de Fevereiro de1611), por vezes grafadoJan Huijgen van Linschoten, foi um explorador e espiãoneerlandês que viajou extensamente pelas zonas de influênciaportuguesa naÁsia. Convivendo intimamente com mercadores e navegadores portugueses, Linschoten terá copiado mapas e obtido outras informações sobre a navegação e práticas mercantis daquela nação na Ásia, que permitiram a entrada dos seus compatriotas nas então denominadas Índias Orientais e, na senda destes, dosingleses. O interesse despertado nos Países Baixos e na Inglaterra pelas informações de viajantes como Linschoten eCornelis de Houtman, esteve na origem do movimento de expansão comercial para aÍndia e sueste asiático que levou à fundação daCompanhia Neerlandesa das Índias Orientais e daCompanhia Britânica das Índias Orientais.[1][2][3][4]
Jan Huygen é filho de um notário da cidade deHaarlem, mas, quando tinha 9 anos, a família muda-se para o porto deEnkhuizen na altura docerco de Haarlem pelas tropas deFilipe II de Espanha.[5] A adopção do apelidovan Linschoten parece indicar que a sua família é originária da aldeia do mesmo nome,Linschoten, nos arredores deUtreque.[6]
Parte paraEspanha em Dezembro de1576, com 16 anos de idade, para se juntar aos seus meio-irmãos Floris e Willelm Tin, que eram mercadores emSevilha.[1] Ali faz a sua aprendizagem nas artes do comércio internacional, acabando por se associar a mercadores portugueses e trabalhando entreLisboa e Sevilha, actividade que manteve durante pelo menos seis anos. Para além de gosto por viagens, Jan Huygen era dotado para a aprendizagem das línguas.[7]
Dificuldades no comércio, o desejo de aventura ou eventualmente uma missão de espionagem comercial a soldo de mercadores neerlandeses e flamengos, fizeram com que, apesar de originariamente protestante, aceitasse acompanhar, na qualidade de guarda-livros, odominicano freiVicente da Fonseca, nomeado arcebispo deGoa. Desse modo, integrado na comitiva do prelado, partiu para oEstado da Índia a8 de Abril de1583, chegando a Goa cinco meses depois, tendo feito as escalas usuais nailha da Madeira, naGuiné, nocabo da Boa Esperança, emMadagáscar e nailha de Moçambique.[6]
Durante a sua estadia em Goa e nas suas viagens, Jan Huyghens teve acesso a mapas e a outras informações privilegiadas sobre o comércio e navegação dos portugueses no sueste asiático, utilizando a sua capacidadecartográfica e de desenho para copiar e desenhar novosmapas, produzindo um muito considerável acervo de informação náutica e mercantil. Algumas das cartas náuticas que copiou tinham sido mantidas cuidadosamente secretas por mais de um século.[6]
A morte do arcebispo em1587, durante uma viagem aLisboa, fez com que Jan Huygen deixasse a Índia e regressasse àEuropa. Partiu de Goa em Janeiro de1589, como encarregado da pimenta a bordo doSanta Cruz escalando ailha de Santa Helena em Maio daquele ano.
A viagem de regresso foi interrompida nosAçores, na altura dailha do Corvo, quando o comboio de seis embarcações em que viajava (cinco da Índia e uma deMalaca), começou a ser perseguido porgaleõescorsários ingleses,[8] forçando a que as embarcações portuguesas se dirigissem aAngra, naTerceira, em busca de refúgio. A4 de agosto, entretanto, uma violenta tempestade abateu-se sobre a cidade e os navios ancorados na baía, vindo o galeão de Malaca a naufragar.[6] Sobre este infausto, o próprio Linschoten referiu, posteriormente, no seuItinerario:
"Neste naufrágio da nau de Malaca perderam-se muitas valiosas mercadorias, pois era a mais rica de todas as naus, e trazia da China, das Molucas e de outras ilhas muitas preciosidades, tais como sedas, damascos, objetos de ouro e de prata, porcelanas e outras coisas de valor, cujos fardos andava à tona de água e vinham dar à costa, recolhendo-se ainda alguns, bem como alguma quantidade de pimenta, cravo e noz moscada (…). Estes despojos foram levados para a Alfândega, que é o lugar dos impostos, a fim de que não deixassem de pagar a sua taxa, não havendo consideração pela condição miserável daqueles que, depois de fadigas incríveis e da miséria extrema da viagem de três anos, tinham sofrido uma tão grande perda com o naufrágio desta nau." (Itinerário)
Por força deste acidente, Linschoten permaneceu por dois anos na cidade de Angra paracontabilizar as riquezas recuperadas no galeão naufragado. Nesse período percorreu a ilha, tanto por terra quanto por mar, tendo registado as suas impressões em livro anos mais tarde, acompanhadas por dois mapas detalhados: um de Goa e outro de Angra. Este último é considerado uma das mais antigas representações da cidade.
De regresso aos Países Baixos em1592, com a ajuda deCornelis Claesz, um editor deAmesterdão especializado emliteratura náutica e de viagens, Linschoten publicou um primeiro relato da sua viagem, a que deu o título de "Reys-gheschrift vande navigatien der Portugaloysers in Orienten" ("Relato de uma viagem pelas navegações dos portugueses no Oriente"), que saiu do prelo em1595 a tempo para a primeira viagem Holandesa deCornelis de Houtman. A obra contém cartas e indicações sobre como navegar entre Portugal e as Índias Orientais, e ainda entre aÍndia, aChina e oJapão.
"Beschryvinghe van de gantsche custe van Guinea, Manicongo, Angola ende tegen over de Cabo de S. Augustijn in Brasilien, de eyghenschappen des gheheelen Oceanische Zees" ("Descrição de toda a costa da Guiné, Manicongo e Angola e da travessia para o Cabo de Santo Agostinho no Brasil, com as características de todo o Oceano Atlântico") em1597;
"Itinerario: Voyage ofte schipvaert van Jan Huyghen van Linschoten naer Oost ofte Portugaels Indien, 1579-1592" ("Descrição da viagem do navegante Jan Huyghen van Linschoten às Índias Orientais portuguesas") em1596; e
"Voyagie, ofte schip-vaert, van Ian Huyghen van Linschoten, van by Noorden om langes Noorvvegen de Noortcape, Laplant, Vinlant, Ruslandt, de VVite Zee, de custen van candenoes, Svvetenoes, Pitzora…" ("Viagem do navegante Ian Huyghen van Linschoten pelo Norte ao longo da Noruega até ao Cabo do Norte, Lapónia, Carélia, Rússia, Mar Branco, …") em1601.
Para além de mapas dos diversos locais por onde viajou, Linschoten também deixou conselhos, entre eles a forma de ultrapassar o controlo que os portugueses mantinham noestreito de Malaca, sugerindo como alternativa a passagem pelo sul deSumatra através doestreito de Sunda, percurso que de facto veio a ser a principal via de penetração neerlandesa no sueste asiático e que esteve na origem da sua colonização dos territórios que hoje constituem aIndonésia.
OItinerario tornou-se rapidamente uma espécie deEnciclopédia Holandesa do Império Português segundo o Benjamin Schmidt.[9] Estima-se que entre 10 000 e 15 000 cópias das várias traduções circulavam no século XVII.[10] Este livro continha informação comercial preciosa, descrevendo não só os produtos comercializados (pimenta e canela por exemplo) mas também os sítios de produção e os melhores sítios para os comprar e vender bem como os preços praticados com equivalência entre moeda portuguesa e holandesa.[11] Um conselheiro da rainhaIsabel I de Inglaterra,Richard Hakluyt, mandou logo traduzir oItinerario em inglês, sendo publicado em 1598 comoDiscours of the voyages into East and West Indies pelo John Wolfe.[5] Por isso, este livro é tido como catalisador na criação das Companhias das Índias OrientaisBritânica (EIC em 1600) eHolandesa (VOC em 1602).[5]
Faleceu já considerado como uma celebridade pela sua obra e num momento em que, face à perda de influência portuguesa resultante da incorporação dacoroa de Portugal na monarquia castelhana durante aDinastia Filipina (1580-1640), oportunidades para uma presença neerlandesa nas Índias Orientais começavam a surgir.
Em honra de Jan Huygen foi fundada emAmesterdão, no ano de1908, uma associação denominadaSociedade Linschoten ("Linschoten-Vereeniging"), tendo como objectivo a publicação de obras neerlandesas raras ou inéditas de literatura de viagens, descrições geográficas ouitineraria. A sociedade está associada aoMuseu Naval de Amsterdão (Nederlands Scheepvaartmuseum Amsterdam), local onde mantém a sua sede. Também a instituição financeira holandesaABN AMRO atribui anualmente o "Prémio Jan Huygen van Linschoten" ("Jan Huygen van Linschoten Prijs") para premiar o empresário neerlandês que se destaque no comércio internacional.
OItinerario é uma das obras incluídas na colectânea iniciada porThéodore de Bry emFrankfurt-am-Main sob o títuloCollectiones peregrinationum in Indiam Orientalem et Indiam Occidentalem... e continuada pelos seus filhos Johan Theodoor e Johan Israël e porMatthäus Merian.[12] A obra constitui a parte VIII da colectânea, a qual para além da versão emlatim, foi publicada nas línguas inglesa, alemã e francesa, atingindo um vasto pública na Europa.[13]
A partir da versão em latim do «Itinerario» foi publicada uma tradução parcial em língua portuguesa, restrita aos capítulos referentes à passagem pelos Açores, da autoria deJosé de Torres, incluída no periódicoO Panorama (1856/1857, 3.ª série) sob o título "Memorias Historicas (1589-1592)".[14][13]
Uma tradução mais alargada, da autoria deJosé Agostinho, foi feita em 1922 sobre a tradução francesa, edição de 1619, da obra de Linschoten.[15] Há também uma tradução parcial deJosé de Torres publicada naRevista dos Açores de 1854.[16] A gravura referente a Angra foi publicada na revistaOs Açores, n.º 3, de setembro de 1922.[17]
Van Linschoten, Jan Huygen, Beschrijvinge vande gantsche custe van Guinea, Manicongo, Angola, Monomotapa eñ tegen over de Cabo de S. Augustijn in Brasilien. Cornelis Claesz., Amsterdam (1596)
Van Linschoten, Jan Huygen, Voyagie, ofte schip-vaert, van Ian Huyghen van Linschoten, van by Noorden om langes Noorvvegen de Noortcaep, Laplant, Vinlant, Ruslandt, de VVitte Zee, de custen van candenoes, Svvetenoes, Pitzora ...: VVaer inne seer distinctelicken verbaels-ghewijse beschreven ende aenghewesen wordt, alle t'ghene dat hem op de selve reyse van dach tot dach bejeghent en voorghecomen is ... Anno 1594. en[de] 1595
Van Linschoten, Jan Huygen,Een t’samen-sprekinghe, daer besonderlicken in gehandelt worden de dingen die geschiet zijn in Roomen t’iaer van 1527. Ter eeren Godts ende d’algemeene welvaert vande Christelijcke Gemeente / Eerst in spaens ghedruckt binnen Parijs t’iaer 86. ende als nu overgeset wtten Spaensche in onse Nederduijtsche tale door Ian Huyghen van Linschoten. Tot Enchvysen. By Jacob Lenertsz. Meyn / Boeckvercooper / woonende op den hoeck van de Kerck brugge / in t Schrijfboeck. Anno 1599.[19]
Jan Huygen van Linschoten,Itinerário, viagem ou navegação para as Índias Orientais ou Portuguesas (edição de Arie Pos e Rui Manuel Loureiro). Lisboa : Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1997.
Referências
↑abCornelis Koeman, "Jan Huygen Van Linschoten", inRevista da Universidade de Coimbra, vol. XXXII, pp. 27-47. Coimbra, 1985.
↑Roelof van Gelder, Jan Parmentier & Vibeke Roeper (edts.),Souffrir pour parvenir. De wereld van Jan Huygen van Linschoten. Haarlem: Arcadia, 1998.
↑Arun Saldanha, "The itineraries of geography: Jan Huygen van Linschoten's Itinerario and the first Dutch expeditions to the Indian Ocean, 1595-1602", in Shanti Moorthy & Ashraf Jamal (eds.),Indian Ocean Studies: Cultural, Social, and Political Perspectives. New York: Routledge, 2011.
↑abcVila-Santa, Nuno (2024). «Jan Huygen van Linschoten´s Itinerario: a decaying commercial portrait of Portuguese Asia?». In: Sánchez León, Pablo; Vieira, Carla; Vieira, Nina.Espelhos de Mercúrio. A representação do comércio nas Monarquias Ibéricas, 1500-1800. [S.l.]: Imprensa da Universidade de Coimbra. pp. 261–288
↑abcdJan Parmentier, «"Souffrir pour parvenir". The Life and Adventures of Jan Huygen van Linschoten, 1562-1611» inBoletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV (1997), pp. 9-29. IHIT, Angra do Heroísmo, 1997.
↑Abraham van der Moer,Een zestiende-eeuwse Hollander in het verre Oosten en het hoge Noorden: leven en werken, reizen en avonturen van Jan Huyghen van Linschoten (1563-1611). Edit. Martinus Nijhoff, 's-Gravenhage, 1979 (ISBN 90-247-2149-0).
↑Benjamin Schmidt (2001).Innocence abroad. The Dutch Imagination and the New World, 1570-1670. New York: Cambridge University Press. pp. 154, 163.
↑Adrien Delmas (2012). «L'Itinerario de J.H. van Linschoten, ou l'histoire d'un divorce entre le livre et la Compagnie Hollandaise des Indes Orientales (VOC), 1595-1619». Leiden: Brill.Quaerendo.42 (1): 13.
↑abJan Huygen van Linschoten,Itinerário, viagem ou navegação para as Índias Orientais ou Portuguesas (edição de Arie Pos e Rui Manuel Loureiro). Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1997.
↑Théodore de Bry,Collectiones peregrinatiorum in Indiam orientalem et Indiam occidentalem, XIII partibus comprehenso a Theodoro, Joan-Theodoro de Bry, et a Matheo Merian publicatae. Francofurti. 1590-1634. Fol. (partes I a VI, editadas e ilustradas por Théodre de Bry; partes VII a IX pelos seus filhos, os irmãos Johann-Theodor e Johann-Israel de Bry; partes X a XII por Johann-Theodor de Bry; e a parte XIII porMatthäus Merian).
↑ab"História da Navegação de João Hugo de Linschoot às Índias Orientais" (tradução e notas do tenente-coronel José Agostinho), inBoletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira. Vol. I (1943), pp. 145-168. Angra do Heroísmo : I.H.I.T., 1943.
↑José de Torres, "Memorias Historicas (1589-1592)" inO Panorama, 3.ª série, volume V (fascículo 50), de 13 de dezembro de 1856, pp. 594-598; continuado no fascículo 51, de 20 de dezembro de 1856, pp. 402-404; continuado no fascículo 52, de 27 de dezembro de 1856, pp.410-411; continua no vol. I (4.ª série), fascículo 5, de 31 de janeiro de 1857, pp. 37-39; conclui no fascículo 6, de 7 de fevereiro de 1857, pp. 42-44.
↑Navigation et Itinerarium in Orientalem sive Lusitanoram Indiam. Jan Evertsz. Cloppenburch, Amsterdam, 1610.
↑Revista dos Açores, tomo 2.°, Ponta Delgada, 1854, pp. 309-317.
van den Boogaart, Ernst,Civil and Corrupt Asia: Image and Text in the Itinerario and the Icones of Jan Huyghen van Linschoten. Chicago, University of Chicago Press, 2003.
Vila-Santa, Nuno, Jan Huygen van Linschoten and the Reys-gheschrift: updating Iberian Science for the Dutch expansion, Historical Research, vol. 95, issue 265, 2021, pp. 1-22[1]
Vila-Santa, Nuno, Uma consequência indirecta da circum-navegação de Magalhães-Elcano? Linschoten e os roteiros do Pacífico-Índico in Magalhães e Elcano e a exploração das Pacíficas às Índicas Águas, edição de Ana Paula Avelar e Vítor Gaspar Rodrigues, Lisboa, Academia de Marinha, 2022, pp. 341-366[2]
Vila-Santa, Nuno,"Jan Huygen van Linschoten´s Itinerario: a decaying commercial portrait of Portuguese Asia?" in Espelhos de Mercúrio. A representação do comércio nas Monarquias Ibéricas, 1500-1800, edited by Pablo Sánchez León, Carla Vieira and Nina Vieira, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2024, pp. 261-288.[3]
Câmara, Teresa Bettencourt da, "A Carta de Angra de Linschoten: a questão da autoria". inRevista de Cultura Açoriana, nº 2, Lisboa, 1990, p. 179-184.
Messias, Rui, "Angra, 1595: Linschoten descodificado".Revista DI, nr. 311, 22 mar. 2009, p. 4-11.
van Linschoten, Jan Huyghen,The Voyage of John Huyghen van Linschoten to the East Indies, Elibron Classics, 2001, 368 pages,ISBN 1-4021-9507-9 - Fac-simile da edição de 1885 produzida pelaHakluyt Society de Londres.
Balen, J.W. van, Naar de Indische wonderwereld met Jan Huyghen van Linschoten. Amsterdamsche Boek- en Courantmaatschappij, Amsterdam (1942)
Howgego, Raymond John Encyclopedia of Exploration to 1800 (2003)
Kern, H. prof. dr. Itinerario: voyage ofte Schifvaert van Jan Huygen van Linschoten naar Oost ofte Portugaels Indien. Martinus Nijhoff, 's-Gravenhage, 1910-39 (5 delen), 1955-1957 (3 delen)
McKew Parr, Charles, Jan van Linschoten: The Dutch Marco Polo. Thomas Y. Crowell Company, New York (1964)
Moer van der, A. Een zestiende-eeuwse Hollander in het verre oosten en het hoge noorden. Leven, werken, reizen en avonturen van Jan Huyghen van Linschoten. 's-Gravenhage (1979)
Wignall, Sydney, "Jan Huygen van Linschoten, The last fight of the Revenge at sea", inProject Revenge: Azores international marine archaeological expedition. St. Helens [England] : Casey Techni, 1971.