Depois da morte de seu fundador,Odenato, ele foi governado pela rainhaZenóbia em nome de seu filho menorVabalato. A capital deste fugaz império era a cidadePalmira.
Apesar de diversas crises, o Império Romano havia conseguido se manter íntegro desde a sua fundação porAugusto. Porém, depois queAlexandre Severo foi assassinado por seus próprios soldados em 235, aslegiões romanas foram derrotadas numa campanha contra oImpério Sassânida e o império ruiu.Diversos generais se digladiavam pelo trono, as fronteiras foram negligenciadas e sofreram muitos ataques doscárpios,godos,vândalos ealamanos, além de uma séria invasão dos sassânidas pelo oriente.
Finalmente, em 258, os ataques passaram a se originar dentro do próprio império e ele se dividiu em três estados independentes competindo entre si. As províncias naGália,Britânia eHispânia também se separaram para formar oImpério das Gálias no ano seguinte.
Como Roma não conseguia mais proteger as províncias orientais contra os persas sassânidas, o governador daSíria,Sétimo Odenato, decidiu utilizar as grandes legiões que tinha à disposição, inclusive a famosaXIIFulminata, para defender a região e não para tentar intervir no caos que imperava em Roma. O Império era reconhecido pela sua liberdade filosófica e religiosa.[2]
Uma rara moeda de Zénobia identificando-a como "augusta".
Odenato foi assassinado e seu filho,Vabalato, foi aclamado rei (rex consul imperator dux Romanorum, "rei, cônsul, imperador eduque dos romanos") ecorrector totius orientis ("governador de todo o oriente") do chamado Império de Palmira.
Porém, o poder estava na realidade nas mãos de sua mãe,Zenóbia. Com as legiões sob seu comando e aproveitando-se da confusão em Roma, Zenóbia conquistou o Egito, Síria, Palestina, partes da Ásia Menor e o Líbano, adotando para si e para o filho o título de "augusto(a)".
Antoniniano mostrando Aureliano, representado como uma personificação doSol, derrotando o Império de Palmira e celebrando-seORIENS AVG.
Em 270,Aureliano conseguiu se consolidar comoimperador romano. Depois de derrotar osalamanos, que haviam invadido aItália, ele se voltou para o oriente e para o Império de Palmira.
A Ásia Menor foi recuperada sem maiores dificuldades, pois todas as cidades, com exceção deBizâncio eTiana, se renderam sem luta, pois o imperador vinha destruindo completamente todas as que resistiam. Porém, a queda de Tiana acabou cercada de mistério, pois Aureliano a poupou depois de ter tido uma visão do grande filósofoApolônio de Tiana, a quem ele apreciava muito, num sonho. Apolônio teria implorado-lhe pela segurança da cidade dizendo:"Aureliano, se você deseja governar, abstenha-se do sangue dos inocentes! Aureliano, se você quer conquistar, seja misericordioso!". Seja qual for a razão, a cidade foi poupada, o que fez com que mais e mais cidades se entregassem contando agora com a benevolência do imperador.
Aureliano derrotou a rainha Zenóbia naBatalha de Imas e, desta vez de forma decisiva, naBatalha de Emesa. No espaço de seis meses, seus exércitos saíram de Roma e chegaram às portas de Palmira, que se rendeu quando Zenóbia tentou escapar para o Império Sassânida, marcando o fim do Império Palmireno.
Depois de um breve choque os persas e outro no Egito contra o usurpadorFirmo, Aureliano retornou a Palmira em 273 para sufocar uma nova revolta. Desta vez o imperador permitiu que suas tropas saqueassem a cidade, que nunca mais recuperou o antigo prestígio. Ele passou a ser conhecido a partir daí como "Pártico Máximo" (Parthicus Maximus) e "Restaurador do Oriente" (Restitutor Orientis).
Referências
↑abTrevor Bryce,Ancient Syria: A Three Thousand Year History, (Oxford University Press, 2014), 280.