Hipólito da Costa | |
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Nome completo | Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça |
Nascimento | 13 de agosto de1774 Colônia do Sacramento,Império Português(atualmente noUruguai) |
Morte | 11 de setembro de1823 (49 anos) Londres,Reino Unido |
Nacionalidade | português e posteriormentebrasileiro |
Ocupação | jornalista,maçom ediplomata |
Parte dasérie sobre |
Liberalismo no Brasil |
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Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça (Colônia do Sacramento,13 de agosto de1774 —Londres,11 de setembro de1823) foi umjornalista,maçom ediplomatabrasileiro,patrono da cadeira 17 daAcademia Brasileira de Letras.
Nascido na Colônia do Sacramento, então domínio da Coroaportuguesa (hoje pertencente aoUruguai), Hipólito era filho de família abastada doRio de Janeiro.
Filho de Félix da Costa Furtado de Mendonça, alferes de ordenanças daCapitania do Rio de Janeiro, e sua mãe Ana Josefa Pereira, natural deSacramento. Após Sacramento ser devolvido à Coroa espanhola em 1777, sua família instalou-se emPelotas, noRio Grande do Sul, onde passou a sua adolescência. Fez os seus primeiros estudos emPorto Alegre, concluídos em Portugal, naUniversidade de Coimbra, onde se formou emleis,filosofia ematemática (1798).
Recém-formado, foi enviado como diplomata pela Coroa portuguesa aosEstados Unidos e aoMéxico, para onde embarcou em 16 de outubro de 1798, com a tarefa de conhecer a economia destes dois países e as novas técnicas industriais aplicadas pelos norte-americanos. Viveu nos Estados Unidos por dois anos onde, emFiladélfia, veio a ingressar namaçonaria, o que influenciou a sua vida posterior.
De volta ao reino, viajou a serviço daCoroa Portuguesa paraLondres em 1802, com o objetivo declarado de adquirir obras para aReal Biblioteca e maquinário para aImprensa Régia. Ocultamente, entretanto, um de seus motivos eram também de estabelecer contatos entre as lojas maçônicas portuguesas e oGrande Oriente em Londres.
Três ou quatro dias após o seu retorno ao reino foi detido pelaInquisição por ordem deDiogo Inácio de Pina Manique, sob a acusação de disseminar as ideias maçônicas naEuropa. Encaminhado às celas doTribunal do Santo Ofício, onde permaneceu até 1805, logrou evadir-se para aEspanha sob um disfarce de criado, com o auxílio dos seus irmãos maçons. De lá passou para aGrã-Bretanha, onde se exilou sob a proteção do príncipeAugusto Frederico, duque de Sussex, o sexto filho deJorge III do Reino Unido e grão-mestre da maçonaria inglesa.
Na Inglaterra, obtêm a nacionalidade inglesa com a ajuda do Duque de Essex, adquirindo ações do Banco da Escócia, o que imediatamente lhe outorgava tal direito. Casa em 1817 com Mary Ann Troughton da Costa com quem tem 3 filhos, além de já ter tido um filho com Mary Anne Lyons ou Symons.
Obteve a condição de estrangeiro neutralizado, um estrangeiro residente com alguns direitos políticos. De Londres passou a editar regularmente aquele que é considerado o primeiro jornal brasileiro: oCorreio Braziliense ou Armazém Literário, que circulou de 1 de junho de 1808 a 1823 (29 volumes editados, no total).
Com esse veículo, passou a defender as ideias liberais, entre as quais as de emancipação colonial, dando ampla cobertura àRevolução liberal do Porto de 1820 e aos acontecimentos de 1821 e de 1822 que conduziriam àIndependência do Brasil. Seu principal inimigo eraBernardo José de Abrantes e Castro,conde do Funchal, embaixador de Portugal em Londres, que chamou aoCorreio: "Esta terrível invenção de um jornal português na Inglaterra", vindo a editar um periódico contra ele, que circularia até 1819 (O Investigador Portuguez em Inglaterra).
Em 1812 fez um acordo secreto com a Coroa portuguesa, que previa a compra de um determinado número de exemplares do jornal e um subsídio para o próprio jornalista, em troca de moderação nas suas críticas contra a monarquia.[1]
Morreu em 1823, sem chegar a saber que fora nomeadocônsul do Império do Brasil emLondres. NoBrasil é considerado o patrono da imprensa. Em Porto Alegre foi homenageado emprestando seu nome aoMuseu de Comunicação Social Hipólito José da Costa. Estava sepultado em St. Mary the Virgin, em Hurley, condado de Berkshire; mas em 2001 seus restos mortais foram trasladados para Brasília. Atualmente seus restos mortais estão nos Jardins do Museu da Imprensa Nacional.
Em 2010 seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos heróis nacionais depositado noPanteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.[2]
Seu irmão,José Saturnino da Costa Pereira, foi Senador doImpério do Brasil e Ministro da Guerra.
Hipólito da Costa teve duas descendências: uma brasileira e uma inglesa. Hipólito foi filho de Félix da Costa Furtado de Mendonça e Ana Josefa Pereira de Mesquita. Seus avós por parte de pai eram José Antônio da Costa Soares e Ana Maria Furtado de Mendonça; e os avós por parte de mãe eram Vicente Pereira e Magdalena Martins Pinto de Mesquita. Teve como irmãos o padreFelício Joaquim da Costa Pereira e o senadorJosé Saturnino da Costa Pereira.
Na descendência brasileira, Hipólito da Costa teve um filho com Mary Anne Lyons]] (ou Mary Anne Symons), e teve um filho chamado Félix José da Costa. Félix foi enviado para o Brasil para ser cuidado pelo irmão (José Saturnino) quando o seu pai foi casar com Mary Ann Troughton da Costa. Félix (1ª geração -filho) casou com uma brasileira (não identificada nos registros históricos) e teve como filho João Manuel Simões da Costa. João Manuel (2ª geração -neto) casou com Cândida Ladeira Simões da Costa e tiveram como filho o Manuel Hipólito Simões da Costa. Manuel Hipólito (3ª geração -bisneto) por sua vez casou com Prisciliana Ladeira Hipólito Simões da Costa, os quais tiveram 6 filhos.
A descendência brasileira de Hipólito da Costa encontra-se atualmente na 8ª geração (heptanetos) sendo a mais recente membro da família a menina Ana Lourdes, nascida em2008.
A descendência inglesa de Hipólito da Costa tem origem com o seu casamento com a inglesa Mary Ann Troughton da Costa, filha de Richard Troughton e Elizabeth Ap-Rice. Hipólito e Mary Ann tiveram três filhos: Augusta Carolina (que casou com Adolphus Charles Troughton), Anne Shirley (que casou com Whitworth Porter) e Augusto Frederico (que não casou). A única filha a deixar descendentes foi Anne Shirley, que teve como filhos Reginald da Costa Porter (que casou com Margareth Ewyn Wefferies) e Catherine da Costa Porter (que casou com Charles Robert Crosse). Reginald e Margareth tiveram como filhos Reginald Adolphus Zouch (que casou com Stephanie Sellon) e Barbara Anne (que casou com Ernest Sellon); e Catherine com Charles tiveram como filhos Reginaldo Meredith (que casou com Ethel Bedingfield Kelly), Jeanette Annie (que casou com Alan Lockyer Prynne), Whitworth Charles (que casou com Aenid Isabel Lewes), e Mary da Costa (que casou com Arthur Sydney Bates). Não existem informações precisas sobre a descendência de Hipólito depois da 5ª geração inglesa
O patronato da cadeira 17 da academia foi escolhido por seu fundador,Sílvio Romero, e coube à memória de Hipólito da Costa este posto. Honrava a academia a figura do iniciador da imprensa brasileira.
Precedido por — | ![]() | Sucedido por Sílvio Romero (fundador) |