Cartier-Bresson nasceu dia 22 de agosto de 1908, filho de pais de uma classe média (família deindustriais têxteis), relativamente abastada. Quando criança, ganhou umacâmera fotográfica Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35 mm. Além disto, Bresson também pintava e foi paraParis estudar artes em um estúdio.
A família Cartier-Bresson dava nome a uma das indústrias têxteis mais famosas da França, no início do século XX. De acordo com o biógrafoPierre Assouline, a Filature Cartier-Bresson era conduzida com certo paternalismo, responsabilizando-se pela construção de creches, escolas, igrejas e armazéns nas vilas de operários. Ainda segundo Assouline, isso estava vinculado à "moralcristã" da família, cuja fécatólica estava representada até mesmo na marca de seus produtos —as iniciais "C" e "B" separadas por uma cruz.[1] Para o fotógrafo, seus pais eram "católicos deesquerda":
Católicos sinceros, que acreditavam na justiça, no compartilhar, na caridade, na tolerância. Afinal de contas, se pensarmos bem, os princípios do cristianismo não estão assim tão distante dos princípios do comunismo...[2]
Desde muito cedo, Henri Cartier-Bresson se interessou pela pintura. Embora seu pai também desenhasse, foi seu tio Louis que o apresentou primeiro às tintas e telas e, pouco mais tarde, a seu primeiro professor — um aluno deFernand Cormon.[3]
O contato com as obras e publicaçõessurrealistas, por volta de1926, leva Cartier-Bresson a frequentar os encontros do grupo, até ser finalmente aceito no núcleo do movimento: as salas reservadas dos cafés Cyrano e Dame Blanche, emParis, onde os nomes mais conhecidos do grupo costumavam se reunir em torno deAndré Breton.[4]
Todos os quadros daRenascença foram construídos sobre este princípio, que se encontra em algunsafrescos dePompeia, quePoussin (após osgóticos) foi quase o único a adotar na França do século XVII,Seurat noséculo XIX, e os cubistas, particularmenteJuan Gris, no século XX.[6]
Mais tarde, o fotógrafo diria que foi Lhote quem o ensinou a "ler e escrever".[7] A recusa em adotar o "espírito sistemático" de André Lhote, no entanto, o levou a abandonar os estudos após dois anos, partindo, então, para uma viagem àCosta do Marfim, onde permaneceria por um ano.[8]
Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou pelaÁfrica, onde passou um ano como caçador. Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar a França. Foi neste período, durante uma viagem aMarselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado pela fotografiaTrês Rapazes no Lago Tanganica do húngaroMartin Munkácsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção aoLago Tanganica.[carece de fontes?]
Quando eclodiu aSegunda Guerra Mundial, Bresson serviu o exército francês. Durante a invasão alemã, Bresson foi capturado e levado para umcampo de prisioneiros de guerra. Tentou por duas vezes escapar e somente na terceira obteve sucesso. Juntou-se àResistência Francesa em sua guerrilha pela liberdade.[carece de fontes?]
Tornou-se também o primeiro fotógrafo daEuropa Ocidental a registrar a vida naUnião Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias deGandhi e oseunucos imperiaischineses, logo após aRevolução Cultural. Nadécada de 1950, vários livros com seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante deles"Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título"The Decisive Moment" (1952). Em 1960, uma megaexposição com quatrocentos trabalhos rodou os Estados Unidos em uma homenagem ao nome forte da fotografia.[carece de fontes?]
Referências
↑Assouline, Pierre (1999).Cartier-Bresson: L'oeil du siècle. França: Plon. 24 páginas