Hastings Kamuzu Banda (c.1898 —25 de novembro de1997) foi um político e líder doMalawi, um país daÁfrica Oriental, entre1964 e1994. Serviu comopresidente eprimeiro-ministro da sua nação, sendo considerado um dosditadores mais notórios da África.[1]
Educado no exterior, se considerava um nacionalista e anticolonialista, defendendo a independência do seu país doReino Unido. Acabou mostrandotendências autocráticas logo no começo do seu governo e teve, já em 1964, que lidar com uma crise interna, suprimindo uma revolta dentro do seu gabinete. Apesar da perseguição a dissidentes e dos abusos de poder, sua posição anticomunista, no auge daGuerra Fria, lhe rendeu apoio doOcidente.[2] Sua administração foi por um lado bem progressista. Ele apoiava direitos das mulheres, presidiu sob um bom crescimento econômico, investiu bastante em infraestrutura e melhorou a qualidade da educação no seu país. Contudo, seu regime silenciava qualquer voz de oposição e Banda supervisionou um dos aparatos repressivos mais cruéis da África. Seu governo foi marcado por constantes abusos dedireitos humanos, com milhares de oponentes políticos sendo presos e torturados. Estima-se que mais de 6 000 pessoas foram assassinadas ou torturadas durante seu regime, sem qualquer julgamento.[3] Outras fontes estipulam que mais de 18 000 malauianos foram mortos no governo Banda. Com o passar dos anos, foi perdendo apoio internacional e mais tarde foi repudiado pelos países vizinhos por ter mantido relações com aÁfrica do Sul no período doapartheid.[4]
Em 1993, a pressão internacional e uma série de protestos nas ruas do país forçaram o presidente Banda a mudar de postura. A economia entrou em recessão após o fim da Guerra Fria (que significou o fim do auxílio financeiro a Malawi) e a repressão a oposição começou a chamar a atenção e trazer condenação de todos os lados. Um referendo popular foi convocado ao final de 1993 e terminou com Hastings Banda perdendo praticamente todos os seus poderes. Ele renunciou ao posto de líder de Malawi no ano seguinte, em uma transição relativamente pacífica. Banda tentou, depois, concorrer a presidência por vias democráticas mas foi facilmente derrotado. Ele morreu na África do Sul em 1997, aos 99 anos. Apesar de ter sido preso e julgado, nunca foi condenado pelos crimes que cometeu.[1][5]
Referências