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Guerra Fantástica

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Guerra Fantástica
Guerra do Mirandum
Guerra dos Sete Anos
Data1762–1763
LocalPortugal,Espanha,América do Sul
Desfecho
Beligerantes
PortugalPortugal
 Grã-Bretanha
EspanhaEspanha
 França
Comandantes
PortugalConde de Lippe
Reino da Grã-BretanhaLord Loudoun
Reino da Grã-BretanhaGeorge Townshend
Reino da Grã-BretanhaJohn Burgoyne
PortugalVicente da Silva
EspanhaMarquês de Sarriá
EspanhaConde de Aranda
EspanhaPedro de Cevallos
Forças
7 000-8 000 portugueses
7 104 britânicos
45 000 espanhóis
12 000 franceses
Baixas
Muito baixas: (14 soldados britânicos mortos em combate e 804 por doença ou acidentes; perdas portuguesas baixas.)25 000 homens (mortos por fome, combate ou doença, deserção e prisioneiros)

AGuerra Fantástica,Guerra do Mirandum ouGuerra do Pacto de Família, foi a participação dePortugal naGuerra dos Sete Anos (1756–1763), fruto de um terceiroPacto de Família Bourbon. O conflito desenrolou-se no período de 9 de maio a 24 de novembro de1762, iniciando-se quando um exército franco-espanhol, com um efectivo de cerca de 42 000 homens sob o comando do generalNicolás de Carvajal y Lancaster, omarquês de Sarriá, invadiu Portugal pela fronteira deTrás-os-Montes, conquistandoMiranda,Bragança eChaves, sendo derrotado pelas guerrilhas — sobretudo quando tentaram cruzar o Douro para ocupar a cidade do Porto e atravessar as montanhas de Montalegre, com o mesmo fim — e forçado a retirar para Espanha. Os espanhóis abandonaram todas as praças anteriormente ocupadas, com excepção de Chaves, e o comandante espanhol foi substituído peloconde de Aranda.

Perante esta derrota, seguiu-se uma segunda invasão pelas Beiras, conquistandoAlmeida,Castelo Bom[1] eCastelo Branco, entre outras praças.

Em resposta, formou-se um exército anglo-português, com cerca 14 000 a 15 000 homens, sob o comando doConde de Lippe, que se posicionou para defender Lisboa nas colinas a nordeste de Abrantes, onde foram construídas várias obras de defesa. O exército aliado e camponeses da Beira Baixa puseram em prática uma muito eficaz tática de Terra Queimada e foram levadas a cabo ações de guerrilha na retaguarda dos invasores, que viram a sua linha de comunicações com Espanha praticamente cortada. Enquanto os anglo-portugueses, protegidos e entricheirados nas colinas a Norte da "Península de Lisboa" (definida a Oeste pelo Oceano Atlântico e a Sul e Este pela formidável barreira doRio Tejo), podiam ser abastecidos por mar, os Franco-Espanhóis viam as suas fileiras serem dizimadas pela fome, deserção e guerrilhas. Assim, o exército invasor viu-se forçado a escolher entre ficar em frente a Abrantes e morrer de fome ou retirar. O conde de Lippe, apercebendo-se da situação desesperada do inimigo, completou-a com um movimento audacioso que decidiu a guerra: enviou uma força de soldados portugueses comandada por George Townshend deslocar-se num movimento de cerco em direção à retaguarda do diminuto e desmoralizado exército Espanhol. Este retirou logo para mais perto da fronteira (Castelo Branco).

Mas um segundo movimento de cerco levado a cabo pela mesma força de Townshend, que pretendia aprisionar o exército espanhol em Castelo Branco, levou à retirada definitiva do exército Franco-Espanhol para Espanha (mais uma vez, um movimento militar, — e não uma batalha formal — decidia a guerra).

Os invasores foram assim derrotados e perseguidos até Espanha, sofrendo perdas terríveis (cerca de 25 000 homens) provocadas quer pelas tropas regulares quer pelos camponeses, fome, deserção e doenças. O Quartel-General Franco-Espanhol emCastelo Branco (cheio de feridos e doentes abandonados durante a fuga do exército espanhol) foi conquistado, bem como todas as praças anteriormente ocupadas pelos borbónicos, com as únicas excepções de Chaves e Almeida.

Batalha de Salvaterra de Magos vencida pelas tropas espanholas e francesas, lideradas pelo Conde de Aranda, contra os portugueses em setembro de 1762.

Em novembro daquele ano de 1762 foi assinado um acordo de cessar-fogo depois de pequenas batalhas travadas no Douro, Montalegre, Valência de Alcântara e Vila Velha do Ródão e do fracasso de forças espanholas diante de Marvão e Ouguela.

O episódio ficou conhecido porGuerra Fantástica porque, apesar da humilhante derrota infligida aos invasores, os recontros mais importantes não foram batalhas convencionais mas acções de guerrilha conduzidas pelasmilícias locais, tendo o resultado da guerra ficado decidido por uma série de sucessivas e brilhantes movimentações de tropas sob o comando do conde de Lippe, um dos melhores soldados da sua era. A vitória de Lippe foi um exemplo clássico da vitória da estratégia sobre os números, assim como da vitória da guerrilha e movimentos militares sobre a guerra convencional. O plano e estratégia de Lippe seriam novamente postos em ação, de uma forma mais sistematizada, por Wellington durante a terceira invasão francesa em 1810–11.

Contexto

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Tanto Portugal como a Espanha haviam se mantido neutrais na Guerra dos Sete Anos, que havia sido declarada oficialmente em1756. Sob o reinado deFernando VI de Espanha aquele país mantinha boas relações com os britânicos, e desse modo não se juntou ao seu tradicional aliado, a França, contra os ingleses no conflito. Esse cenário mudou com a sucessão de um novo monarca,Carlos III de Espanha cujo governo pendeu para uma política mais pró-francesa e, em fins de1761 os dois estados entraram em conflito.

O plano espanhol original era o de tomar apraça-forte de Almeida e, em seguida, avançar peloAlentejo sobreLisboa. Entretanto, com a nomeação do marquês de Sarriá como comandante-em-chefe, este decidiu começar por um ataque pela região norte, tendo oPorto como objetivo. Este seria um duro golpe para os britânicos, que tinham grandes interesses comerciais naquela cidade, e também seria agradável paraIsabel Farnésio, a Rainha Mãe, que ainda tinha muito poder por trás do trono espanhol e que desejava poupar a posição de sua filha Mariana Victoria, rainha consorte de Portugal. Em qualquer caso, não havia nenhuma vantagem em hostilizar Portugal indevidamente e, caso o país não fosse atacado em sua capital a reação não seria tão forte.

Cronologia

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Cronologia da Guerra Fantástica
DataEvento
16 de Março de1762Os embaixadores de França e Espanha entregam ao Governo português uma "pró-memória" exigindo que Portugal aderisse aoPacto de Família dos Bourbons, assinado em 1761, e excluísse dos seus portos os navios dos britânicos e seus aliados em troca de protecção dos seus domínios ultramarinos.
20 de Março de1762O Governo português, pela voz de D.Luís da Cunha Manuel, então Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, recusa a oferta de cooperação dos dois países na defesa dos domínios ultramarinos portugueses, efectivamente rejeitando a adesão ao Pacto de Família.
1 de Abril de1762Em novo "pró-memória" os embaixadores de França e Espanha exigem ao Governo português a participação de Portugal na guerra contra a Grã-Bretanha, informando que as tropas espanholas invadirão o território português caso Portugal não impeça a utilização dos portos portugueses pelos navios britânicos.
5 de Abril de1762O Governo português recusa colaborar com a França e a Espanha na guerra contra a Grã-Bretanha.
16 de Abril de1762Tendo em conta que desde1754 oExército Português estava reduzido a metade dos seus efectivos regulamentares, omarquês de Pombal manda aumentar os efectivos dos regimentos de infantaria, cavalaria e artilharia.
23 de Abril de1762Os embaixadores de França e Espanha entregam ao Governo português um terceiro e último "pró-memória", em estilo de ultimato, exigindo o fecho dos portos aos britânicos e seus aliados.
25 de Abril de1762Portugal responde negativamente ao ultimato, na prática tornando inevitável a guerra.
27 de Abril de1762Os embaixadores de França e Espanha abandonam Lisboa.
30 de Abril de1762O comandante das forças espanholas concentradas em redor deZamora, o generalNicolás de Carvajal y Lancaster,marquês de Sarriá, divulga uma proclamação aos portugueses, afirmando que a invasão de Portugal tinha por objectivo o benefício dos portugueses.
5 de Maio de1762As forças espanholas entram em Portugal pela fronteira de Trás-os-Montes e dirigem-se paraMiranda do Douro, que é cercada.
6 de Maio de1762Desembarcam em Lisboa forças auxiliares britânicas, sob o comando do generalGeorge Townshend, depois visconde e marquês Townshend.
8 de Maio de1762A explosão de um paiol durante um bombardeamento provoca 400 mortos em Miranda do Douro, levando à rendição da praça, que nesse dia é ocupada pelo exército espanhol.
16 de Maio de1762A cidade deBragança rende-se e é ocupada pelo exército espanhol.
18 de Maio de1762Perante a consumação da invasão, Portugal declara a guerra à França e à Espanha.
21 de Maio de1762A cidade deChaves é ocupada pelo exército espanhol.
15 de Junho de1762Espanha declara guerra a Portugal e é suspensa a publicação daGazeta de Lisboa.
3 de Julho de1762Por indicação britânica, chega a LisboaGuilherme de Schaumburgo-Lippe, oconde de Lippe, com o objectivo de comandar o exército luso-britânico.
10 de Julho de1762Guilherme de Schaumburgo-Lippe, oconde de Lippe, é nomeado marechal-general do exército luso-britânico.
20 de Julho de1762Aumentando a internacionalização do conflito, a França declara guerra a Portugal.
25 de Agosto de1762Abre-se uma nova frente com a entrada de forças espanholas pela fronteira das Beiras, que tomam a praça deAlmeida, na Beira Alta, que é ocupada pelo exército espanhol comandado pelo marquês de Sarriá.
5 de Outubro de1762Tropas espanholas comandadas por D.Pedro de Cevallos, comandante das forças espanholas em Buenos Aires, invadem aColónia do Sacramento, povoação portuguesa na margem esquerda do estuário dorio da Prata.
29 de Outubro de1762AColónia do Sacramento rende-se e é ocupada por forças espanholas.
3 de Novembro de1762É assinado emFontainebleau um tratado de paz provisório entre os reinos de Portugal, Grã-Bretanha, França e Espanha.
1 de Dezembro de1762Assinado um armistício entre os exércitos luso-britânico e franco-espanhol comandados, respectivamente, peloConde de Lippe e pelo generalPedro Pablo Abarca de Bolea, Conde de Aranda.
25 de Janeiro de1763O rei D.José I de Portugal concede aoConde de Lippe o direito ao uso do tratamento deAlteza em recompensa pelos serviços prestados durante a guerra.
10 de Fevereiro de1763Assinado em Paris um tratado de paz (Tratado de Paz de Paris), pelo qual a Espanha restituiu a Portugal as praças deChaves eAlmeida e aColónia do Sacramento no estuário doRio da Prata.
25 de Fevereiro de1763O tratado de paz é ratificado pelo rei D.José I de Portugal.
25 de Março de1763Proclamada em Lisboa a paz entre os Reinos de Portugal, Espanha e França.

Referências

  1. «Monumentos».www.monumentos.gov.pt (em inglês). Consultado em 25 de agosto de 2023 

Fontes

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  • Francisco José Sarmento,Edital acerca da declaração do Marquês de Sarria, sobre a invasão de Portugal, 1762.
  • António Maria Mourinho, "Invasão de Trás-os-Montes e das beiras na Guerra dos Sete Anos pelos exércitos bourbónicos, em 1762, através da correspondência oficial dos comandantes-chefes Marquês de Sarriá e Conde de Aranda". In:Anais da Academia Portuguesa da História, Lisboa, S.2, Vol. 31, 1986, pp. 377–442.

Bibliografia

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  • Barrento, António, "Guerra fantástica: Portugal, O Conde de Lippe e a Guerra dos Sete Anos", Lisboa: Tribuna da História, 2006

Ligações externas

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séc. IX – séc. XI
séc. XII – séc. XIII
séc. XIV
séc. XV
séc. XVI
séc. XVII
séc. XVIII
séc. XIX
séc. XX
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