Colônias e comunidades gregas foram historicamente estabelecidas em vários pontos doMediterrâneo, mas o povo grego esteve sempre centralizado em torno domar Egeu, onde alíngua grega tem sido falada desde a antiguidade. Até o começo doséculo XX, estavam uniformemente distribuídos entre a península grega, a costa ocidental daÁsia Menor,Ponto eConstantinopla, regiões coincidentes com a grande extensão das fronteiras doImpério Bizantino no final doséculo XI e as áreas de colonização grega nomundo antigo. Como consequência daGuerra Greco-Turca (1919-1922) em 1923, uma troca populacional em larga escala aconteceu entre a Grécia e aTurquia transferiu e confinou os gregos étnicos quase inteiramente dentro das fronteiras do moderno estado grego, isto é, nas regiões onde grupos deindo-europeus falantes degrego primeiro se estabeleceram por volta de1 500 a.C., assim como em Chipre. Outras populações de gregos étnicos podem ser encontradas dosulda Itália aoCáucaso e comunidades dispersas em vários países. Hoje, a grande maioria de gregos pertence, pelo menos nominalmente, àOrtodoxia Grega.[10]
A língua grega tem sido falada na península balcânica por cerca de 3500 anos (e no oeste daÁsia Menor por um pouco menos),[11] e possui uma história literária contínua que faz dela uma dos mais antigos ramos sobreviventes da família de línguas indo-europeias. Dos antigos gregos, os gregos modernos herdaram uma cultura sofisticada e uma língua documentada por quase três milênios.[12] O grego moderno é de forma reconhecível a mesma língua deAtenas sobPéricles noséculo V a.C. Poucas línguas podem demonstrar tal continuidade.
Os termos usados para definir o que é ser grego tem variado através da história. Pelos padrões ocidentais, o termo "gregos" refere-se tradicionalmente a qualquer falante nativo da língua grega (micênico,bizantino ougrego moderno). Osgregos bizantinos valorizaram a tradição clássica, considerando a si mesmos os herdeiros políticos deRoma e herdeiros étnicos, culturais e literários da antiga Grécia. O uso do antigo termo étnico auto-descritivo "helenos" foi revivido durante a era seguinte aos embates greco-latinos entre oImpério Bizantino e oscruzados ocidentais noséculo XII. O termo ganhou popularidade através de seu uso pelos últimosimperadores bizantinos e por acadêmicos tais comoGemistus Pletho eCiriaco Pizzicolli. O termo tornou-se claramente comum com o florescimento, no final doséculo XVIII, da nação-estado e de sua gradual consolidação, mas apenas no começo doséculo XX o uso popular foi firmemente restabelecido.
Os gregos hoje são uma nação no sentido de umgrupo étnico (emgrego:έθνος), definido pelo senso de compartilhamento dacultura grega e tendo umalíngua materna grega. Todavia, os gregos também são definidos como um geno (γένος, em grego), no sentido de que eles também dividem um ancestral comum. A palavra "grego" também se referia aos habitantes cristãos ortodoxos orientais deMileto doImpério Otomano.
A Grécia se tornou o primeiro país dosBálcãs a existir como nação-estado independente do Império Otomano. O movimento revolucionário grego formou sua própria definição de ser grego independente da herança cultural bizantina e grega antiga e junto com as influências do nacionalismo ocidental. Isto atraiu a ajuda estrangeira dos amantes da cultura grega.
Os proto-gregosmicênicos foram o primeiro povo histórico a chegar à região agora conhecida como Grécia (o extremo sul da península Balcânica), e os primeiros que podem ser considerados gregos etnicamente. Há claros elementos de continuidade cultural durante aIdade das Trevas da Grécia (1 200–800 a.C.) até o advento daIdade Clássica (de800 a.C. em diante) e o surgimento dapólis e em particularAtenas. Por exemplo, nos poemas épicos de Homero, aIlíada e aOdisseia - que descreve a épicabatalha de Troia — está completamente claro que ele observa os gregos dapré-história como os antepassados da civilização clássica a qual ele pertencia, eAquiles eUlisses eram vistos pelos atenienses, da mesma forma que outros, como exemplos básicos docidadão ideal de uma pólis, da mesma forma queEneias se tornaria o cidadão ideal de Roma naEneida deVirgílio.
Estes elementos de auto-identificação por si só constituem claramente continuidade cultural, mas há outros elementos também que solidificam esta ideia: primeiro, aarquitetura micênica mostra influências de outras civilizações do vale, assim como o próprio estilo particular micênico (devido às limitações da geografia da região (ver:geografia da Grécia) que levaria eventualmente à formação daarquitetura clássica grega e da arquitetura helenística, como, por exemplo, as ruínas das colunas deCnossos que mostram uma versão muito arcaica do estilodórico de arquitetura tão amplamente usado no período clássico.
A religião é outro fator, com o panteão de deuses micênico refletindo de muitas formas no panteão dos gregos clássicos. Esta influência definiu não apenas a cultura, mas também parte do sistema de valores dos gregos clássicos assim como suaarte. Há também nítida continuidade linguística entre o idioma falado pelosproto-gregos e os vários dialetos da Grécia Clássica. Particularmente, aescrita linear B é nitidamente uma forma arcaica da escritakoiné posterior.
Estes elementos combinados juntos não equivalem a dizer que sejam o mesmo emissor cultural e continuador que os gregos modernos percebem dos períodosclássico,helenístico ebizantino dahistória grega, mas que todavia constituem o princípio da identidade grega, e a fundação da religião pagã grega, língua, arquitetura e arte.
Kouros do período arcaico, Museu Arqueológico de Tebas
Heródoto afirma que os atenienses declararam, antes dabatalha de Plateias, que eles não atacariamMardônio, porque em primeiro lugar estavam obrigados a vingar o incêndio daAcrópole, e ainda porque não trairiam seus companheiros gregos, a quem eles estavam ligados por uma língua comumlíngua comum (emgrego:ὁμόγλωσσον;romaniz.:homoglosson; o uso de um dos dialetos dalíngua grega), o mesmo sangue (emgrego:ὅμαιμον;romaniz.:homaimon; descendentes deHeleno, filho deDeucalião),santuários,estátuas esacrifícios comuns, comparadas ao termo relacionado ao cristão e demótico (emgrego:ὁμόθρησκον;romaniz.:omothriskon) e hábitos e costumes comuns.
Tucídides observa que o nomeHélade se difundiu a partir de um vale naTessália para os povos falantes de grego após os textos deHomero, não muito tempo antes de sua própria época. Isto coloca a opinião noPeríodo Arcaico, quando os gregos descobriram que o mundo era mais amplo, mais rico e mais culto do que eles imaginavam. A guerra de Troia de Homero é, sem dúvida, um conflito entre gregos: ostroianos falam grego (apesar de a maioria dos historiadores modernos acreditar que eles eram muito provavelmente um povo daAnatólia, baseados principalmente nas últimas traduções realizadas), têm nomes gregos e adoram os deuses gregos; ePríamo é descendente deZeus. Oscários são o único povo que Homero considera barbarófonos (barbarophonoi).
Heleno, filho de Deucalião, uniu em um grupo as pequenas tribos que participaram da Liga Anfictiônica, como oseólios, osaqueus e osdóricos.
Por volta doséculo V a.C.,Isócrates, após falar de origens e cultos comuns, disse: "o nomehelenos sugere não qualquer raça mas uma sabedoria, e o títulohelenos é empregado preferencialmente àqueles que compartilham nossa cultura mais do que àqueles que compartilham nosso sangue".[13]
Após oséculo IV a.C. e a conquista deAlexandre, o Grande do leste, o grego se tornou umalingua franca de toda a região doMediterrâneo oriental e era amplamente falada por não-gregos instruídos.
Após a criação do Império Bizantino, a cultura grega se transformou de helênica (paganismo grego) em romana oriental (cultura grega cristã), e a palavra "heleno" passou a ser associada ao passado pagão. Diferenças de nacionalidade ainda existiam no império, mas se tornaram secundárias em referência às considerações religiosas, porque o renovado império usava o cristianismo para manter sua coesão. No entanto, oImpério Bizantino foi dominado pelo elemento grego tanto que oimperadorHeráclio(r. 610–641) decidiu fazer do grego a língua oficial. A partir de então, as culturas grega e romana foram virtualmente fundidas no oriente. Naquela época, os latinos ocidentais começaram a se referir a Bizâncio como "Império dos Gregos" (Imperium Graecorum).
O nacionalismo grego ressurgiu noséculo XI dentro de círculos específicos e se tornou mais poderoso após aqueda de Constantinopla ante oscruzados daQuarta Cruzada em 1204, e o estabelecimento de vários reinos gregos (como oImpério de Niceia e oDespotado de Epiro). Quando o império foi restaurado em 1261, tornou-se essencialmente um estado nacional grego. A adesão aos ritos daortodoxia grega e à língua grega tornou-se nas características definitivas do povo grego.
Sob o Império Otomano, a religião era a característica determinante dos grupos "nacionais" (milletler), e então os "gregos" (Rumlar) eram definidos pelos otomanos como os membros da Igreja Ortodoxa Grega, sem levar em consideração sua língua ou origem étnica. Reciprocamente, aqueles que adotaram oIslã neste período, eram considerados "turcos", também sem se levar em consideração língua ou origem étnica. Mesmo assim, os gregos sustentavam o conceito autocéfalo segundo o qual eles mantinham sua unidade étnico-religiosa e consistentemente se distinguiam das outras populações cristãs ortodoxas não-gregas. Todavia, alguns gregos comoAlexandros Ypsilantis, supunha que populações não-gregas como osmoldávios e osvaláquios lutassem pelaindependência grega por pertenceram à Igreja Ortodoxa Grega. Porém, tanto modávios quanto valáquios eram conhecedores de suas identidades não-gregas e se recusaram a contribuir com a causa.
A forte relação entre a identidade nacional grega e a religião ortodoxa grega continuou após a criação do moderno estado grego em 1830, e quando oTratado de Lausanne foi assinado entre Grécia e Turquia em 1923, os dois países concordaram em usar a religião como o determinante da identidade étnica. Todavia, em muitas considerações importantes, o estado grego se uniu a partir de sua fundação em torno dos princípios seculares. Por exemplo, aosjudeus foram garantidos plenos direitos civis em 1830, ano no qual a independência grega foi plenamente reconhecida, assim fazendo da Grécia o segundo estado da Europa (após aFrança) com uma comunidade judaica emancipada.
Hoje, a profunda integração da Grécia no sistema estratégico ocidental e os efeitos das migrações (tanto a emigração da Grécia nas décadas de 1950 e 1960, como a imigração para a Grécia nos últimos anos) têm levado ao sentimento demulticulturalismo similar àqueles das nações europeias ocidentais.
Através dos séculos, os gregos foram conhecidos por vários nomes, dentre eles:
Helenos (emgrego:Έλληνες) — na mitologia, Heleno, filho deDeucalião ePirra, recebeu daninfaOrseide três filhos:Éolo,Doro eXuto. Éolo e Doro, e dois filhos de Xuto,Aqueu eÍon, foram os fundadores lendários, respectivamente, das quatro principais tribos gregas: oseólios, osdórios, osaqueus e osjônios. Originalmente, apenas uma pequena tribo na Tessália era chamada dehelenos, mas a palavra logo se estendeu ao resto da península e passou a representar todo o povo grego. No começo da Era Cristã era às vezes usada com o significado de "pagãos". Permanece na Grécia atual como o principal nome nacional.
Gregos (emgrego:Γραικοί) — na mitologia,Graco era o irmão deLatino e sobrinho de Heleno. Era o nome de uma tribobeócia que migrou para apenínsula Itálica noséculo VIII a.C. e, provavelmente, através do contato com os nativos, para lá levaram o termo que representa todos oshelenos, o qual eles estabeleceram para si mesmos na Itália e no Ocidente em geral.Aristóteles eApolodoro de Atenas mencionam que este era o nome usado pelos gregos antes de adotarem o termohelenos.
Romanos (emgrego:Ρωμιοί) —romanos era o nome político pelo qual os gregos bizantinos chamavam a eles mesmos durante aAntiguidade Tardia e aIdade Média. Em regiões da Grécia continental e Ásia Menor, o uso desse nome sobreviveu até oséculo XX. O nome na antiguidade anunciava os habitantes da cidade deRoma naItália, mas com a ascensão dos gregos no Império Romano, o termo perdeu sua conexão com oslatinos e adquiriu uma definição completamente diferente. Oimperador romanoCaracala com suaConstituição Antonina em 212 concedeu a cidadania a toda pessoa livre no Império Romano. O termoromano (Romaios) representava para os gregos sua cidadania romana e sua ancestralidade helênica. A palavraRomaioi passou a representar os habitantes gregos do Império Bizantino. O termo ainda permanece em uso hoje na Grécia, sendo o nome nacional mais popular apóshelenos e na Turquia representa a minoria grega ortodoxa. É encontrado também noAlcorão; umasurah é intituladaAr-Rum significando os romanos orientais, bizantinos e gregos.
Aqueus (emgrego:Ἀχαιοί) — usado por Homero, junto com outros nomes para indicar as forças aliadas gregas.
Yavan ouJavan (emgrego:יָוָן) — tradicionalmente em hebraico, Javan era o nome da tribo (e assim da nação) que, de acordo com o Torá, migrou no começo dos tempos bíblicos para se estabelecer na península Balcânica.
Yunan (emgrego:Ίωνες) — o nome usado pelos indianos que encontraram Alexandre o Grande e seus sucessores que governaram regiões da Ásia Central. Tem origem na palavrapersaYauna, sendo esta uma transliteração da palavra grega Ionia (emgrego:Ιωνία). É o nome pelo qual os gregos são conhecidos no Oriente atualmente. O termo começou a se estabelecer naÁsia com os persas, que entraram em contato com as tribos jônias na parte ocidental da Ásia Menor noséculo VI a.C., sendo depois estendido a todos os helenos.
A história do povo grego é associada diretamente àhistória da Grécia, deConstantinopla e daÁsia Menor. Durante o domínio otomano da Grécia, vários enclaves gregos em torno doMediterrâneo foram isolados da nação, notavelmente no sul daItália, noCáucaso, naSíria e noEgito. No começo doséculo XX, cerca da metade de toda população greco-falante estava estabelecida onde hoje é aTurquia.
Durante oséculo XX, uma grande onda de migração para osEstados Unidos,Austrália,Canadá e vários outros lugares criaram a diáspora grega.
A ligação mais óbvia entre os gregos modernos e antigos é alíngua, que tem apreciado uma tradição contínua e documentada de pelo menos desde oséculo XIV a.C. até os dias atuais, ou seja, cerca de 3400 anos. Não houve uma interrupção como a que ocorreu entre olatim e as modernaslínguas românicas e a única língua que também compartilha a mesma continuidade é achinesa.
Muitos cientistas e acadêmicos modernos (por exemplo, antropólogos como C. Coon e geneticistas comoLuigi Luca Cavalli-Sforza) têm apoiado a noção de que há uma conexão racial dominante com os gregos antigos.
O grego demonstra várias características linguísticas que são compartilhadas com oromeno, oalbanês e obúlgaro, e absorveu várias palavras estrangeiras (principalmente de origem europeia ocidental eturca. Devido ao movimento dos defensores da cultura grega noséculo XIX na Europa, que enfatizava a herança dos gregos modernos da Grécia Clássica, estas influências estrangeiras foram excluídas do uso oficial através do uso daKatharévussa, uma forma artificial do grego purificado de todas influências e palavras estrangeiras, como a língua oficial do estado grego. Em 1976, no entanto, o parlamento grego aprovou tornar oDhimotiki, o dialeto moderno deAtenas, a língua oficial, tornando oKatharévussa obsoleto.
Alguns membros da diáspora não conseguem falar a língua grega, mas ainda se consideram gregos por origem étnica ou descendência.
Junto com o grego, muitos gregos na Grécia falam outras línguas. Tais línguas incluem oarvanita, oarromeno (também conhecido como vlach e macedo-romeno), oeslávico (também conhecido como dópia), orusso, oitaliano e oturco. Na diáspora, a maioria dos gregos também fala a língua da região onde vivem.
A vasta maioria dos gregos sãocristãos ortodoxos orientais, pertencendo àIgreja Ortodoxa Grega. Há também pequenos grupos pertencentes a outras religiões, como aEllinais que é a religião principal do país. A principal denominação cristã não ortodoxa é acatólica romana, e mais recentementeevangélicos e outros gruposprotestantes. Desde a época do Império Otomano tem havido uma minoriamuçulmana dentro da sociedade grega, e na maior parte de sua história a Grécia tem possuído uma substancial comunidadejudaica.
O símbolo mais amplamente usado pelos gregos é abandeira da Grécia, que exibe nove faixas horizontais da mesma largura alternadamente azuis e brancas representando as nove sílabas do lema nacional grego (emgrego:Ελευθερία ή θάνατος;romaniz.:Eleftheria i thanatos; lit. "Liberdade ou morte"), que também era o lema daGuerra da Independência Grega. O quadrado azul no lado superior de hasteamento tem sobre ele uma cruz branca, que representa a Cristandade ortodoxa grega. A bandeira grega também é muito usada pela comunidade grega emChipre (que tem oficialmente adotado uma bandeira neutra de forma que minimize as tensões étnicas com a minoria turca — verbandeira do Chipre) e pela minoria grega naAlbânia, o que tem levado a confrontos étnicos com a maioriaalbanesa.
A bandeira pré-1978 (e primeira) da Grécia, que exibe uma cruz branca sobre um fundo azul, é amplamente usada como uma alternativa à bandeira oficial, e elas são muitas vezes hasteadas juntas. Oemblema nacional da Grécia exibe umbrasão azul com uma cruz branca totalmente cercado por dois ramos de loureiro. Um desenho comum envolve a atual bandeira da Grécia e a bandeira grega pré-1978 com os mastros cruzados e o emblema nacional colocado na frente.
Outro símbolo grego altamente reconhecível e popular é a águia de duas cabeças, o emblema imperial doImpério Bizantino e um símbolo comum na Europa oriental. Este símbolo não faz parte da atual bandeira ou do brasão de armas, embora ele esteja oficialmente na insígnia do Exército Grego e na bandeira da Igreja Ortodoxa Grega. Esteve incorporado ao brasão de armas grego entre 1925 e 1926.
Os sobrenomes gregos são em sua maioria patronímicos. Sobrenomes referentes à profissão, características e localização/origem também ocorrem.
Geralmente, os sobrenomes gregos masculinos terminam em-s, que é a terminação grega masculina comum dossubstantivos próprios nocaso nominativo. Excepcionalmente, alguns terminam em-ou, indicando ocaso genitivo desse substantivo próprio por razões patronímicas. Embora os sobrenomes sejam fixos hoje, patronímicos dinâmicos e modificados sobrevivem nos nomes do meio na Grécia onde o genitivo do primeiro nome do pai é geralmente o nome do meio.
Os sobrenomes femininos são na maioria do caso genitivo de um nome masculino. No passado, as mulheres trocavam seus sobrenomes quando casavam para o de seus maridos (novamente no caso genitivo), o que significava a transferência da "dependência" do pai para o marido. Atualmente, as mulheres são obrigadas a manter seu sobrenome paterno por lei (ou em casos muito raros, quando isso é combinado pelos pais antes do casamento, o materno); todavia, e totalmente de formaparadoxal, o caso genitivo ainda é mantido, significando (na maioria das vezes despropositadamente devido à tradição) aquela dependência. O sobrenome do marido pode apenas ser usado de modo não oficial, principalmente por razões sociais.
Alguns sobrenomes são prefixados compapa-, indicando descendência de um padre ou sacerdote.Archi- emastro- significam "chefe" e "comerciante", respectivamente. Prefixos comokonto-,makro- echondro- descrevem características corporais como "pequeno", "alto/comprido" e "gordo".Gero- epalaio- significam "velho" e "sábio". Outros prefixos incluemhadji-, que era um uma derivação honorífica do árabeHajj (حج) (peregrinação), e indica que a realizou uma peregrinação (no caso dos cristãos aJerusalém) ekara-, palavra turca para "negro", com origem no período de dominação otomana.
Os sufixos patronímicos mais comuns são-poulos/-poulou (Peloponeso),-idis-ides/-idou e-iadis/-iadou (uma antiga forma de nome de família ou clã usada nas regiões domar Negro e da Ásia Menor),-akis/-aki (Creta. Um sufixo diminutivo significando "pequeno". Acredita-se que derive da ocupação turca),-atos/-atou (Cefalônia),-ellis/-elli (Lesbos),-akos/-akou (península Mani - região daLacônia),-e as/-ea (península Mani - região deMessênia),-oglou (ambos os gêneros) (terminação de raíz turca observada nos imigrantes daÁsia Menor),-anis/-ani (Arcádia). O sufixo-idis é o mais antigo em uso e sobrevive desde a Antiguidade (com frequência transliterado-ides) para epítetos patronímicos.Zeus, por exemplo, era também conhecido comoCronides ("filho deCronos") e as filhas deAtlas ePleione comoPlêiades.
Um estudo de 2012 realizado com alunos de odontologia daUniversidade de Atenas catalogou como preto a cor dos cabelos de 21% dos indivíduos participantes; 32% possuía cabelos castanhos escuros, 36% cabelos castanhos claros ou intermediários e 11% cabelos louros ou castanhos muito claros. O mesmo estudo mostrou também que 57,4% dos participantes possuía olhos castanhos, 28% intermediários (castanhos claros ou cor de avelã) e 14,6% azuis ou verdes.[15]
Outro estudo, este de caráter genético e datado de 2013, buscava mapear a previsibilidade de características fenotípicas (traços físicos como cor dos olhos e cabelos) de indivíduos de etnia grega com base em seuDNA. 9,25% possuía cabelos pretos, 41% castanhos intermediários ou escuros, 38% castanhos claros ou louros escuros, 9,25% cabelos louros e 2,5% cabelos ruivos. A cor dos olhos dividia-se em 76,4% castanhos, 12,6% intermediários e 11% azuis ou verdes.[16]
Alguns eventos históricos chave foram incluídos pelo contexto, masesta linha do tempo não é destinada a cobrir a história não relacionada às migrações. Há mais informações sobre o contexto destas migrações no artigoHistória da Grécia.
Antes doséculo XXIX a.C. — Tribos gregas migram para os Bálcãs.
século XX a.C. — Assentamento na Macedônia, estabelecimento de alguns assentamentos na Grécia peninsular.
século XIII a.C. — Primeirascolônias são estabelecidas na Ásia Menor.
século XI a.C. — Tribos dóricas se deslocam para a Grécia peninsular.
século IX a.C. — Grande colonização da Ásia Menor.
século VIII a.C. — Primeiras grandes colônias são estabelecidas naSicília e no sul da Itália.
século VI a.C. — Colônias são estabelecidas por todo o Mediterrâneo e no mar Negro.
século IV a.C. - Campanha de Alexandre o Grande; colônias gregas estabelecidas em cidades recém fundadas noEgito ptolemaico e na Ásia.
século II a.C. — Conquista da Grécia pelaRepública Romana. Migrações de gregos para Roma.
século IV — Estabelecimento doImpério Romano Oriental (Bizantino). Migrações de gregos por todo o império, principalmente na direção de Constantinopla.
século VII — Conquista eslava de várias partes da Grécia. Ocorrem migrações gregas para o sul da Itália. Os imperadores bizantinos capturam os grupos eslavos principais e os transferem para a Capadócia. O Bósforo é repovoado por macedônios e gregos cipriotas.
século VIII — Dissolução bizantina dos sobreviventesesclavenos e recuperação completa da península Grega.
século IX — Gregos migram de todas as partes do império (principalmente do sul da Itália e da Sicília) para partes da Grécia que foram despovoadas com a expulsão dos esclavenos (principalmente o Peloponeso ocidental e a Tessália).
século XIII — O Império Bizantino se desfaz, Constantinopla é tomada pela Quarta Cruzada e se torna a capital doReino Latino de Constantinopla. Reconquistada após uma longa luta pelo Império de Niceia, mas partes permanecem separadas. Ocorrem migrações entre a Ásia Menor, Constantinopla e a Grécia peninsular.
século XV — Conquista de Bizâncio pelo Império Otomano. Inicia-se a diáspora grega para a Europa. Assentamentos otomanos na Grécia.
Década de 1830 — Criação do Estado Grego moderno. Começo da imigração para oNovo Mundo. Ocorrem migrações em larga escala de Constantinopla e da Ásia Menor para a Grécia.
Década de 1910 — Aproximadamente 350 000 gregos pônticos são mortos.
1913 — A Macedônia é dividida; migrações desorganizadas de gregos, búlgaros e turcos para seus respectivos estados.
1919 —Tratado de Neuilly; Grécia e Bulgária trocam populações, com algumas exceções.
1923 - Tratado de Lausanne; Grécia e Turquia concordam em trocar populações com limitadas exceções aos gregos de Constantinopla, Imbros, Tenedos e a minoria muçulmana (principalmente gregos, pomacos, romanis e turcos) daTrácia Ocidental. 1,5 milhão de pessoas da Ásia Menor e de gregos pônticos são assentados na Grécia, e cerca de 450 mil muçulmanos são assentados na Turquia.
1947 — O regimecomunista naRomênia começa a expulsar a comunidade grega. Aproximadamente 75 mil pessoas migram para a Grécia.
Década de 1960 — ARepública do Chipre é criada, como um estado independente grego sob proteção grega, turca e britânica. A emigração econômica continua.