Funk carioca | |
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Buchecha, um dos nomes do funk carioca | |
Origens estilísticas | Miami bass,freestyle,hip hop,electro |
Contexto cultural | Meados dadécada de 1980,Rio de Janeiro,Brasil |
Instrumentos típicos | caixa de ritmos,toca-discos,sampler,sintetizador,vocal |
Popularidade | Alta no Brasil a partir de meados dadécada de 1990, alta em Portugal a partir de meados dadécada de 2010 |
Subgêneros | |
Funk melody Funk ostentação Funk ousadia Funk proibidão New funk Eletrofunk Brega funk Funk 150 BPM | |
Gêneros de fusão | |
Pagofunk Funknejo | |
Outros tópicos | |
Black Rio Charme Samba-funk |
Ofunk carioca (pronúncia em português: [fɐ̃(ŋ)ki][1]) ou simplesmentefunk — também chamado de "baile funk" ou "favela funk" no mundoanglófono — é um gênero musical oriundo dasfavelas doestado doRio de Janeiro, noBrasil. Apesar do nome, é diferente dofunk originário dosEstados Unidos. Isso ocorreu pois, a partir dos anos 1970, começaram a ser realizados bailesda pesada,black,soul,shaft oufunk no Rio de Janeiro. Com o tempo, osDJs foram buscando outros ritmos demúsica negra, mas o nome original permaneceu. O funk brasileiro tem uma influência direta domiami bass e dofreestyle.[2][3] O termo "bailefunk" é usado para se referir afestas em que se toca ofunk. Apesar de ser inicialmente popularizado como funk carioca, o gênero passou a ser tocado e produzido em diferentes regiões do país.[4]
Ofunk, basicamente ligado ao público jovem, tornou-se um dos maiores fenômenos de massa do Brasil. Na década de 1980, o antropólogoHermano Vianna foi o primeiro cientista social a abordá-lo como objeto de estudo, em sua dissertação de mestrado[5][6] que daria origem ao livroO Mundo Funk Carioca (1988).[2]
Tal gênero musical é alvo de críticas por fazer apologia ao sexo e ao tráfico de drogas.[7]
Os chamados bailesfunk têm origem no início da década de 1970, quando surgiram os chamadosbailes da pesada, realizados noCanecão pelosDJsBig Boy eAdemir Lemos, nesses bailes os ritmos predominantes eramsoul efunk[8] Com o tempo, surgem outros bailes, chamados deblack oushaft,[9] nome inspirado no filmeShaft (1971), umblaxploitation, nome dados aos filmes destinados a comunidade afro-americana, estrelado porRichard Roundtree que teve trilha sonora de soul e funk composta porIsaac Hayes.[2] Em1973, surge a equipe de somFuracão 2000,[10] outras equipes surgem nesse período como Black Power e Soul Grand Prix, esse último fundado porDom Filó[11] Em1976, o artigoBlack Rio – O orgulho (importado) de ser negro no Brasil de Lena Frias, publicada noJornal do Brasil, serviu para batizar o movimento deBlack Rio,[12] que inclusive foi usado paranomear a uma banda.[2][13]
Em meados da década, os bailes funk perderam um pouco da popularidade por conta do surgimento dadisco music,[14] uma versãopop desoul efunk, sobretudo após o lançamento do filmeOs Embalos de Sábado à Noite (1977), estrelado porJohn Travolta[15] e com trilha sonora da bandaBee Gees.[16] Na época, o então adolescente, Fernando Luís Mattos da Matta se interessou pela discotecagem ao ouvir o programa "Cidade Disco Club" naRádio Cidade do Rio de Janeiro (102,9 FM),[2] anos mais tarde, Fernando adotaria o apelido deDJ Marlboro e a rádio ficaria conhecida como a "rádiorock" carioca.[17]
A partir dadécada de 1980, os bailesfunk do Rio de Janeiro começaram a ser influenciados por novos ritmos, tais como oMiami bass,[18] que trazia músicas maiserotizadas e batidas mais rápidas.[3] Por volta de1986, o sociólogoHermano Vianna presenteia oDJ Marlboro com umabateria eletrônica do modelo Boss Doctor Rhythm DR-110.[2] As primeiras gravações defunk carioca eram versões desse gênero musical.[3] Também nessa década surgem osbailes charme, criados pelo Corello DJ e que tocavam canções românticas deR&B contemporâneo,[19][20] como onew jack swing.[21]
De acordo com Malboro, a principal influência para o surgimento dofunk carioca foi o singlePlanet Rock deAfrika Bambaataa eSoulsonic Force, lançado em 1982, misturando o funk deJames Brown e amúsica eletrônica do grupo alemãoKraftwerk (tendo inclusivesampleado trechos de "Trans-Europe Express"),[22][23] a canção foi denominada na época como funk e hoje é reconhecida como um dos primeiros singles deelectro,[2] Bambaataa também é reconhecido como um dos precursores dohip hop e pela associação culturaZulu Nation.[24]
As rádios passaram a dedicar espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmofunk. Um dos mais famosos foi a regravação de uma canção deRaul Seixas, o "Rock das 'Aranha'".[3] A ela, se juntaram outrasparódias de gravações de cantores delatin freestyle (servindo de inspiração para ofunk melody) comoStevie B, Corell DJ, entre outros MCs.[2] Um dosraps (ou "melôs", como também eram chamados) que marcaram o período mais politizado nofunk carioca foi o "Feira de Acari", que falava sobre a "Robauto", a feira de peças de carro roubadas realizada no bairro deAcari.[3]
Ao longo da nacionalização dofunk, os bailes — até então, realizados nos clubes dos bairros do subúrbio da capital do estado do Rio de Janeiro — expandiram-se a céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhorDJ. Neste meio, surgiuDJ Marlboro, um dos vários protagonistas do movimentofunk. Com o tempo, ofunk ganhou grande apelo entre moradores de comunidades carentes, pois as músicas tratavam do cotidiano dos frequentadores, abordando aviolência e a pobreza dasfavelas.[carece de fontes?]
Com o aumento do número deraps/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre se utilizar a batida domiami bass, ofunk carioca começou a década de 1990 criando a sua identidade própria. As suas letras refletem o dia a dia dascomunidades ou fazem exaltação a elas (muitos dessesraps surgiram de concursos derap promovidos dentro das comunidades).[25] Em consequência, o ritmo ficou cada vez mais popular e os bailes se multiplicaram.[carece de fontes?]
Uma outra vertente popular dofunk carioca era ofunk melody, com músicas mais melódicas e temas mais românticos,[26] seguindo mais fielmente a linha musical dofreestyle americano e alcançando sucesso nacional. Destacaram-se, nesta primeira fase,Latino,Copacabana Beat,MC Marcinho, entre outros.[carece de fontes?]
A partir de1995, orap, até então executado apenas em algumas rádios, passou a ser tocado inclusive em algumasemissoras AM. O que parecia ser um modismo "desceu os morros", chegando às áreas nobres do Rio de Janeiro. O programa daFuracão 2000 (inspirado no programa americanoSoul Train) naCentral Nacional de Televisão fazia sucesso, trazendo os destaques dofunk e deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional.[2] Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programaXuxa Park, apresentada porXuxa.[27][28] Artistas comoClaudinho & Buchecha, entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox e outras. ARádio Imprensa teve papel importante nesse processo, ao abrir espaço para os programas destas e de várias outras equipes.[carece de fontes?]
Algunsbordões e gritos de guerra criados nos bailes tornavam-se sucesso, como foi o caso de "Uh, tererê" (um falsocognato dorap "Whoop! There it is!" do grupo americano Tag Team) e "Ah, eu tô maluco".[29] O funk carioca também influenciou outros ritmos, como a "paradinha funk" do Mestre Jorjão, daViradouro, no desfile decarnaval de1997.[30]Ivo Meirelles misturou samba, funk, soul e rap ao criar oFunk'n'Lata.[31][32][33] A cantoraFernanda Abreu é outra artista que foi influenciada pelo funk carioca.[34]
Paralelo a isso, outra corrente dofunk ganhava espaço junto às populações carentes: o "proibidão". Normalmente com temas vinculados aotráfico de drogas, osraps eram, muitas vezes, exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os "alemães" (gíria também usada para denominar os grupos rivais dentro dos bailesfunk). Normalmente, as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias.[35]
Em meados dos anos 1990, ganharam força os chamados "bailes de corredor", em que os salões eram divididos em grupos rivais, cujos integrantes trocavam agressões.[36] Em1996, Rômulo Costa, daFuracão 2000, e José Claudio Braga, o Zezinho, da equipe ZZ Disco, trocaram acusações sobre a promoção de bailes funk com violência.[37] Na época, um incidente ocorrido no baile do clubePavunense resultou em uma perseguição a um ônibus cheio de funkeiros. Chegando aoCentro do Rio de Janeiro, uma dupla em uma moto atirou no ônibus, matando duas pessoas.[37] Zezinho alegou que não pode ser responsabilizado por algo que aconteceu a 32 quilômetros do clube e que os bailes promovidos por Rômulo Costa possuíam "mais violência".[37]
A primeira iniciativa em investigar casos de violência em bailes funk aconteceu em1995, com a CPI do Funk, instalada naAssembleia Legislativa do Rio de Janeiro pelo deputadoAlbano Reis, sendo presidida pelo parlamentarCarlos Correia.[38] Representantes das equipes de som - entre eles, Rômulo Costa - foram ouvidos, abordando também a discriminação sofrida pelos jovens que frequentam os bailes. A CPI propôs também ouvir os juízes que proibiram a frequência de menores de 18 anos nos bailes.[39] Ao fim dos trabalhos, a comissão sugeriu mudanças nos bailes, como maior transparência na contratação de segurança e dos ônibus para o transporte das galeras.[40] Além disso, propuseram a realização de um seminário sobre violência e juventude.[40]
Entretanto, os casos de violência e até de prostituição e pornografia envolvendo menores permaneceram nos bailes funk do Rio de Janeiro. Em1997, fazia sucesso nasvideolocadoras do Grande Rio oVHS "Rio Funk Proibido", que trazia cenas de violência nos bailes e de shows com forte carga erótica.[41] Rômulo Costa, que na época presidia a Liga das Equipes de Som do Rio de Janeiro, criticou a circulação do vídeo, alegando que tais cenas não representavam os bailes que aconteciam no Rio.[41] Em 1999, promotores doMinistério Público do Rio de Janeiro acusaram os produtores do vídeo de envolver menores de idade em cenas de pornografia.[42] O vídeo chegou a ser proibido pelo juiz Siro Darlan, da Vara da Infância e do Adolescente, mas prosseguiu sendo distribuído de maneira clandestina.[43]
No dia 24 de outubro de1999, os bailes funk do Rio de Janeiro chegaram a ser proibidos após três adolescentes serem mortos em um confronto entre galeras.[43] O fato aconteceu no Clube Chaparral, emBonsucesso.[44] Isso fez com que o juiz Siro Darlan se reunisse com promotores dos bailes para garantir que não haveria violência nesses eventos.[43] Na época, a Polícia Civil também investigava o incentivo do tráfico de drogas aos bailes funk.[43] No dia 13 de novembro, José Claudio Braga, dono da ZZ Disco, foi preso após ser acusado de aliciar menores de idade para fazer strip-tease em bailes funk.[45] Na época, a polícia se baseou em imagens registradas pelaTV Globo para efetuar a prisão.[45] No dia 1º de dezembro, Rômulo Costa, da Furacão 2000, também foi preso no mesmo inquérito que investigava os casos de violência nos bailes e outros delitos.[46]
Em meio à investigação policial, acontecia uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, dessa vez aberta pelo deputadoAlberto Brizola.[47] Parlamentares enviaram ao então secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Josias Quintal, um pedido para a interdição temporária de 28 clubes no estado que promoviam os bailes funk por causa de casos de violência.[47] O Ministério Público produziu um relatório chamado de "A Verdade Real Sobre a Violência nos Bailes Funks", mostrando que os casos de violência eram organizados e não apenas brigas corriqueiras que aconteciam nos eventos.[36] Em2000, uma lei regulamentou os bailes funk do Rio de Janeiro.[48]
A década de 2000 começou com um reposicionamento do funk.[49] Houve a diminuição dos eventos violentos, ao mesmo tempo em que surgiram músicas com letras mais sensuais e dançantes.[50] Maior equipe de som do Rio de Janeiro, a Furacão 2000 deixou as páginas policiais e ganhou projeção nacional com oshits lançados. Responsáveis pela equipe, o casal Rômulo eVerônica Costa ganharam as manchetes nacionais e se tornaram celebridades.[51] O até então desconhecidoDennis DJ, funcionário da equipe à época, começou a fazer sucesso nos bailes do Rio de Janeiro[52] – o disc-jockey produziu vários êxitos, como "Cerol na Mão", doBonde do Tigrão, e "Tapinha, dos MCs Naldinho eBeth.[53] Por outro lado, o já veteranoDJ Marlboro apostava no que chamava de "new funk", com letras mais trabalhadas, voltadas para a dança.[54][49]
Gírias como "popozuda",[52] "potranca", "pixadão",[55] "cachorra"[56] e "purpurinada"[51] tomavam conta das letras do funk no início da década de 2000. Algumas expressões provocaram a revolta de setores feministas, acusando o funk de rebaixar a imagem das mulheres – a própria Verônica Costa reconhecia que algumas músicas passavam dos limites.[56] Um dos principais alvos do movimento feminista era a música "Tapinha", que era apontada como um incentivo à violência contra a mulher. Quinze anos após o lançamento da canção, em2015, a Furacão 2000 foi condenada a pagar R$ 500 mil de indenização, valor que foi repassado ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos da Mulher.[57]
Em 2000, a banda derock gaúchaDeFalla experimenta o sucesso no gênero com o hit "Popozuda Rock'n'Roll", do álbumMiami Rock.[58] No ano anterior,Edu K, vocalista do grupo, havia misturado rock e funk ao produzirBroncas Legais, o primeiro álbum da bandaComunidade Nin-Jitsu.[59][60]
Com o sucesso dos álbuns da sérieTornado Muito Nervoso, da Furacão 2000, o funk chegou a São Paulo. Em2001, a própria equipe de som começou a fazer bailes na capital paulista, assim como o grupoBonde do Tigrão.[61] Programas de televisão comoDomingo Legal, doSBT, eSuperpositivo, daBand, também passaram a levar artistas do gênero.[61] NoRock in Rio 3,Paula Toller cantou um trecho de "Tapinha".[61]
No mesmo ano, o grupo depagode baianoÉ o Tchan!, cujas vendas começaram cair naquele ano, gravou um álbum dedicado ao gênero, produzido peloDJ Memê[62] já o grupoAs Meninas gravou umaversãocover de "Tapinha",[63] curiosamente, uma canção do grupo, "Xibom Bombom", inspirou o hit O Rap do Sufocador deMister Catra.[64] Ofunk ganhou espaço fora do Rio de Janeiro e ganhou reconhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verãoeuropeu de2005. Foi a base para um sucesso da cantora inglesaM.I.A., "Bucky Done Gun", produzido porDiplo,[65] que também excursionou pelo gênero.[66]
Apesar do sucesso, nesse período, os artistas do funk não ganhavam cachês altos, apesar de um CD da Furacão 2000,Tornado Muito Nervoso 2, ter vendido 350 mil cópias,[67] segundo a empresária Kamilla Fialho, criadora da produtora K2L e ex-funcionária da Furacão 2000: "O que tinha na época era a estrutura da Furacão e o DJ Marlboro. A Furacão era estrela, o Marlboro era estrela. Os artistas eram complemento dos eventos."[68]
Um dos destaques dessa fase (e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema) foi a cantoraTati Quebra-Barraco, que se tornou, através das letras de suas músicas, um símbolo de mulheres que demonstram resistência à dominação masculina.[carece de fontes?] Em 2004 a funkeira foi convidada a participar do Festival Ladyfest, em Stuttgart, que queria uma artista feminina como representante da cultura brasileira. Além do festival, a cantora apresentou-se também em uma festa para convidados no Palácio da República, em Berlim e ainda fez shows em Berlim, Zurique e Amsterdã. A passagem, paga pelo Ministério da Cultura, gerou polêmica em vários jornais no Brasil, chegando o Jornal O Globo Online a criar a pergunta: "funk é cultura?", contando com mais de 500 respostas e opiniões diversas. Parte da sociedade criticou o empreendimento artístico do governo. Até a própria classe artística ficou dividida com relação ao fato.[carece de fontes?]
Entre 2007 e 2008, o gênero movimentou cerca de 10 000 000 dereais por mês no estado doRio de Janeiro.[69] Algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando ogênero feminino, também revelavam uma não originalidade, ao copiar samples de outros estilos.[64]
Em julho de 2007, emAngola, surgiu o primeiro grupo defunk angolano, "Os Besta-Fera". Seu vocalista principal, MC Lucas, esteve no Rio de Janeiro, onde aprendeu a cantar ofunk brasileiro. O estilo também está presente no trabalho da cantora japonesa Tigarah.[70]
A respeito desse sucesso, oantropólogoHermano Vianna, autor do pioneiro estudo "O MundoFunk Carioca" (1988),ISBN 8571100365, afirmou:
“ | Todo esse mercado foi criado nas duas últimas décadas, sem ajuda da indústria cultural estabelecida. (...) Não conheço outro exemplo tão claro de virada mercadológica na culturapop contemporânea. Ofunk agora tem números claros que mostram uma atividade econômica importante, que pode, assim, ser levado a sério pelo poder público[69] | ” |
Em 2008, Leonardo Mota, o MC Leonardo, fundou a Associação dos Profissionais e Amigos doFunk (Apafunk). Leonardo iniciou a carreira na década de 1990, ao lado do irmão Júnior, tendo sido ambos responsáveis pelo sucesso "Rap das Armas",[71][72] no mesmo ano, odeputado federalChico Alencar (PSOL - RJ) apresenta um projeto de lei que declara o ritmo "forma de manifestação cultural popular".[73] Em julho de 2009, a Apafunk criou a "roda de funk", inspirada nasrodas de samba.[74][75]
Em setembro de2009, aAssembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou o projeto dos deputadosWagner Montes eMarcelo Freixo que definiu ofunk como "movimento cultural e musical de caráter popular do Rio de Janeiro".[76] Em novembro do mesmo ano, a secretária de transportes do Estado do Rio de Janeiro lançou o evento conhecido como "Trem doFunk", inspirado no evento anterior "Trem doSamba", que já era realizado desde 1996. Através desse evento, aSupervia destina uma composição que abriga uma festa dedicada aofunk circulando desde a estação daCentral do Brasil atéBelford Roxo.[77]
Em2011, foi realizado a Batalha dosPassinhos, um concurso promovendo o estilo de dança criado nos bailes e inspirado em passos de outros estilos musicais, como oballet clássico, ojazz, ohip hop e ofrevo.[78] No mesmo ano, foi realizada a primeira "Rio ParadaFunk".[79] Em 2012, esse estilo de dança ganhou as páginas policiais, após o dançarino Gualter Damasceno Rocha, de 22 anos, conhecido com o "Rei dos Passinhos", ter sido assassinado. Gualter desapareceu na noite deréveillon: após sete dias, teve o corpo reconhecido por um irmão através de fotos.[80]
Ainda 2011, surge a Liga do Funk, uma associação paulista idealizada pelo empresário Marcelo Galático.[81][82][83] Foi também lançado omusicalFunk Brasil - 40 anos de baile, baseado no livroBatidão - Uma História de Funk, do jornalista Silvio Essinger.[8]
O gênero foi ganhando cada vez mais espaço nocarnaval carioca,[84][85] sendo adotado por grupos debate-bola[86] e o surgimento doBloco Apafunk.[87] Artistas do funk começaram a se profissionalizar,[68] passando a fazer aula de canto e instrumentos musicais,[88] usar bandas, coreografias, uma das pioneiras na mudança foi a produtora K2L de Kamilla Fialho, que empresariou artistas como Naldo Benny (ex- MC-Naldo, que fazia dupla com seu irmão Lula, morto em 2008),MC Sapão,[89]Lexa eAnitta,[90] alguns desses elementos como o uso de bandas já eram vistos emClaudinho & Buchecha,[91] mas não foi algo que se expandiu muito no gênero.[carece de fontes?]
Os artistas também passaram a incorporar elementos dehip hop,pop eR&B.[92][93][94] Segundo Fialho, isso se refletiu no cachê, após sair da Furacão 2000, em três ou quatro meses, o cachê de Anitta saltou de R$ 1 500,00 para R$ 15 000,00.[95]
Entre 2013 e 2016 o funk produzido no Rio de Janeiro foi perdendo espaço para ofunk paulista e ofunk ostentação.[96] Entre os principais representantes do movimento atual estiveramNego do Borel,MC TH,MC Delano,MC Nandinho eMC Nego Bam.[97][98] A popularização da canção "Baile de favela" de MC João, em 2015, trouxe à mídia as festas nas quais são realizados os eventos defunk em São Paulo, conhecidas como "bailes de favela".[99] Diversos meios de comunicação abordaram reportagens sobre estes eventos, inclusive sendo alvo de uma reportagem do programa televisivoA Liga, daRede Bandeirantes.[100] O teor de erotismo das músicas e a promiscuidade vista dentro dos bailes também foi pauta de jornais reconhecidos no país, comoO Globo.[101]
Em 2018, aCâmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou o projeto da vereadoraVerônica Costa que definiu opassinho como "Patrimônio Cultural Imaterial do povo carioca".[102] Em 2019, mais reconhecimento internacional, o MCKevin o Chris grava uma versão de "Ela é do Tipo" com o rapper canadenseDrake,[103]Madonna grava comAnitta umaversão cover de "Faz Gostoso" deBlaya, cantoraluso-brasileira que vive emPortugal, para onde Madonna se mudou em 2017.[104]
Em 2023, é aprovado o Dia Nacional do Funk, comemorado em12 de julho, na mesma época em que o gênero passa a ser largamente usado em comerciais de televisão e rádio.[105]
Em Minas Gerais surge um novo subgênero, chamado de MTG (sigla de montagem), o gênero remete aosmashups muito populares na década de 1990, os mashups podem ser de qualquer estilo, sejaMPB,forró,pop.[106][107][108]
Em 2024, o passinho foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.[109]
Durante muitos anos, cultivou-se uma grande rivalidade entre os estados deSão Paulo eRio de Janeiro no que tange aos estilos musicais predominantes em cada região.[110][111] O Rio de Janeiro, por exemplo, criou o que era chamado de funk carioca, que possui em sua essência temas como a vida nasfavelas e a exaltação da mulher - esta última, através dofunk melody, e ao "proibidão", que canta sobrecriminalidade e possui conteúdos de apelo sexual; no entanto, tal estilo não era aceito em São Paulo, pois era julgado pela maioria como alienante - apesar de uma crítica social se encontrar presente.[112] Em contrapartida, os paulistas apresentavam um discurso contundente espelhado nos rappers norte-americanos da chamadavelha escola do hip hop, preocupando-se em expor os problemas do governo em batidas pesadas e agressivas, as quais não foram bem-recebidas no estado vizinho por serem vistas como "chatas e antidiversão".[112] Esta divisão explica a existência de poucos cantores de funk em São Paulo, bem como poucos rappers no Rio de Janeiro.[113] Com o funk ostentação, essa divisão entre os estados acabou ficando bem menor, visto que ambos encontraram um "meio-termo" em seus ideais.[112]
O funk não era um dos gêneros musicais mais populares noestado de São Paulo, sendo que em meados dadécada de 1990, cerca de cinco DJs executavam canções do gênero em festas e bailes.[114] DJ Baphafinha, um dos pioneiros na profissão em São Paulo, afirmou que o funk chegou naBaixada Santista no ano de 1995, através de Lourival Fagundes, dono dagravadora Footloose.[114] Sem fazer nenhuma menção à ostentação, os MCs Jorginho e Daniel compuseram a primeira música defunk paulista, chamada "Fubanga Macumbeira", que em tom humorado fazia menção à mulheres.[114][115] Desde tal momento até 2008, o funk do estado de São Paulo procurou abordar temas como acriminalidade e oerotismo, mantendo a sonoridade e a temática muito similares ao do funk carioca, tendo como destaque nomes como MC Dinho da Neném, MCs Renatinho & Alemão, e MC Duda do Marapé.[114]
Em 2011, surgiu a "Liga da Funk", uma associação paulista idealizada pelo empresário Marcelo Galático.[81] Em 2016, é sancionado oDia Estadual do Funk de São Paulo, a data escolhida foi7 de julho, data da morte doMC Daleste.[116]
Subgênero surgido em 1999, onew funk misturava o funk comdance-pop. Enquanto as letras das músicas defunk carioca naquela época eram focadas nas dificuldades nas favelas, onew funk apresentava ritmos e letras centradas na sensualidade e no divertimento.[117] O termo foi uma criação do DJ Marlboro, que buscava letras mais trabalhadas para o gênero.[54] O cantor mais conhecido dessa vertente é Jah-Mai, intérprete da música "New Funk".[118]
Surgido em 2011 emCuritiba, noParaná, o gênero misturamúsica eletrônica com funk, sendo impulsionado pela produtora Eletrofunk Brasil, que revelou diversos artistas paranaenses, produzindo e lançando videoclipes em seu canal no Youtube.[119] O gênero ganhou repercussão nacional em 2012 com a cantoraMC Mayara com as faixas "Primeira Vez" e "Teoria da Branca de Neve".[120] Aos poucos outros artistas ganharam fama, como Edy Lemond, DZ MC's e DJ Cléber.[121]
Em 2018 surgiu uma outra vertente, o funk de 150batidas por minuto ou 150 BPM, liderado pelos DJs Polyvox[122][123][124] eRennan da Penha.[125] Em 2019, o funk 150 BPM foi adotado porblocos carnavalescos.[126][127]
O Funk 150 BPM surgiu no contexto do fim das políticas dasUnidades de Polícia Pacificadora, instalada no início da década de 2010, que mantinham ocupação militar permanente de favelas e limitavam a realização de bailes funk, gerando uma crise no setor. Um dos bailes fechados foi o baile da Chatuba, naPenha, um dos maiores até então, e a quadra onde ele era realizado foi transformado na base da UPP Chatuba.[128][127]
O gênero foi criado pelo DJ Polyvox, que se inspirou ao gravar seu filho batucando numa garrafa pet e o colocou em 150 BPM, levando à criação de "Tambor Coca-Cola", divulgado no Baile daNova Holanda. O ritmo foi sendo adotado por outros DJs e com o renascimento dos bailes cariocas, festas como o Baile da Gaiola da Penha e o da Baile da Nova Holanda doComplexo da Maré tornaram-se importantes núcleos do funk acelerado.[128][127]
Até então, o funk paulista, com a ascensão deKondZilla, do funk ostentação e do funk ousadia- deMC Fioti,Kevinho,Livinho, predominava nas paradas musicais e utilizava a velocidade 130, mais cadenciado. Passando a ser influenciado pelo funk 150 BPM, o funk paulista sofreu mudanças. O DJ RD incluiu o ritmo novo no hit paulista “Só quer vrau”. Livinho também lançou "Ela Vem" em parceria com MC G15 e "Hoje Eu Vou Parar na Gaiola" com Rennan da Penha.[128][127]
Entre os principaishits do movimento estão faixas gravadas peloMC Kevin O Chris como "Tu Tá na Gaiola", "Ela é do Tipo", "Dentro do Carro", "Evoluiu", "Resenha Lá em Casa (comPocah), "Tá OK" (comDennis DJ), e "Eu Vou pro Baile da Gaiola" (com FP do Trem Bala),MC Rebecca ("Sento no Talento"),Pedro Sampaio ("Vai Menina", "Fica à Vontade") e FP do Trem Bala, Iasmin Turbininha e Dennis DJ . O rapper canadense Drake regravou ohit "Ela é do Tipo" em parceria com Kevin O Chris. Tá OK foi regravada com nova versão com participação deMaluma eKarol G.[128][127]
Surgiu por volta de 2012,[129] foram populares osrearranjos de hits dosertanejo universitário para a batida comum do funk feitos porDJs. A vertente ganhou mais força quando as parcerias entreduplas sertanejas eMCs do funk tiveram início dando origem a novos sucessos musicais dentro desse ritmo.[130]
Fusão do funk com opagode,[131][132][133] o termo também se refere a festas onde tocam ambos os estilos,[134] as origens do subgênero podem ser rastreadas em meados dos anos 90, em 1997, a duplaClaudinho & Buchecha gravou a canção Fuzuê no álbumA Forma, a canção usa umcavaquinho, instrumento presentes em gêneros comosamba,choro e pagode, na letra, a dupla homenageia artistas do pagode,[135] antes de formar a dupla comClaudinho,Buchecha integrou uma banda de pagode chamada Raio de Luz.[136] OGrupo Raça fez sucesso com "Ela sambou, eu dancei", escrita porArlindo Cruz, A. Marques e Geraldão,[137] que fazia alusão ao funk carioca, em 2014, a canção ganhou uma releitura com elementos de funk com o próprio Arlindo Cruz comMr. Catra.[138]
Mc Leozinho, fez uso docavaquinho na canção Sente a pegada de 2008.[139] Artistas comoMC Delano eLudmilla também o uso decavaquinho em algumas canções,[139] Ainda na infância, Ludmila eventualmente cantava em grupo de pagode de seu ex-padrasto.[140] Em 2015, Ludimilla também participou de um dueto com o grupoMolejo em Polivalência, nova versão da música do álbum de mesmo nome lançado em 2000, em 2020, lançouNumanice, umEP dedicado ao pagode.[141][142]
Em 2021, o cantorMC Bola participa do DVD do Grupo Presença, na ocasião, Bola comentou:Eu costumo dizer que o funk e o pagode caminham na mesma rua, são ritmos muito semelhantes, os dois tem origem no gueto.[143] O cantor já foi intérprete daescola de sambaBrasil, localizada emSantos.[144]
Em 2022,Ludmilla lançaNumanice 2, novamente dedicado ao pagode,[145] no mesmo ano, o álbum lhe rende oGrammy Latino na categoriaMelhor Álbum de Samba/agode.[146] NoCarnaval do Rio de Janeiro de 2023, Ludmilla estreou como intérprete desamba-enredo, participando do desfile daBeija-Flor ao lado do veteranoNeguinho da Beija-Flor.[147]
Fusão do funk com ophonk.[148]
Na década de 2010, otrap chega no Brasil, com artistas misturando os dois estilos.[149][150]
O termo surgiu entre os DJs de funk do Rio de Janeiro. MTG é uma forma abreviada de “montagem“, referindo à colagem de sons ou trechos de músicas, com novas batidas e efeitos sonoros, para construção de uma nova canção. Desde os anos 1990 e 2000, a prática vem sendo feita, como noshits "Montagem Jack Matador", "Montagem Cyclone” e “Montagem Eu Só Quero Ser DJ”.[151]
A releitura de canções tornou-se uma marca do funk mineiro, que passou a utilizar a sigla MTG em suas canções. A sigla MTG tornou-se então um símbolo de identificação com a cena funk deBelo Horizonte. O funk MTG de Minas Gerais foi impulsionado pelas redes sociais, como oTikTok e oInstagram, e passou a figurar entre as músicas mais ouvidas doSpotify no Brasil.[152]
Em 2024, a música "MTG Quem Não Quer Sou Eu”, do produtor paulista DJ Topo foi a quarta música mais ouvida no Spotify Brasil, tendo ficado no topo das paradas por 32 dias. A faixa foi criada a partir da música “Quem Não Quer Sou Eu”, deSeu Jorge (2011), e recebeudisco de diamante triplo.[151]
Um mês depois de seu lançamento, a faixa "MTG Chihiro", do DJ e produtor carioca Mulú, ultrapassava 1,5 milhão de reproduções no trecho original do TikTok e tinha mais de 2 milhões de acessos no YouTube. A faixa tornou-se o áudio mais usado no Instagram no Brasil em junho de 2024. Em julho, a cantoraBillie Eilish e a gravadoraUniversal Music, que detêm a versão original, autorizaram o lançamento de uma nova versão, com a cantoraDuda Beat.[153]
Outras músicas que tornaram-se sucesso no ano de 2024 foram lançadas por produtores mineiros: DJ SV ("MTG Forró e Desmantelo"), DJ Jz ("MTG Quero Te Encontrar") e DJ Luan Gomes ("MTG Tropicana" e "MTG Quero Ver Se Você Tem Atitude").[151]
De acordo com o DJ Luan Gomes, alguns sons essenciais do MTG são o "box" (trompete), o "whistle", um som mais agudo e trêmulo, e a percussão. As faixas têm obrigatoriamente 130 BPM (batidas por minuto) e são mais lentas, sendo mais minimalistas e "aéreas". Os artistas enfrentam questões de direitos autorais que podem barrar o uso das músicas no Spotify e em outras plataformas oficiais, que pode atrasar o lançamento oficial até a liberação da faixa.[151]
O gênero influenciou outros ritmos musicais a também produzir montagens.[151]
O estilo musical, embora apresente expansão mercadológica, continua sendo alvo de muita resistência da sociedade,[154][155] sendo bastante criticado por intelectuais e por parte da população. Ofunk brasileiro costuma ser criticado por apresentar uma linguagemobscena; e por fazer referências àviolência e aoconsumo e aotráfico de drogas.[156][157]
Regis Tadeu, em suacrítica para oYahoo!, disse que
“ | [nada] é aproveitável. Do tal 'funk' ao 'pagode xexelento' (...) dosertanejo (...) ao tal 'forró eletrônico', o que se vê e ouve é [um]tsunami de lixo musical inédito na história da música brasileira.[158] | ” |
O jornalista Gilson Santos, disse que o funk é
“ | uma depravação e lixo cultural (...) Não dá considerar como 'cultura', algo tão grotesco, burro e malfeito.[159] | ” |
O músicoDomenico Lancellotti acredita que apesar das limitações, o gênero possui qualidades:[160]
Desde o início de nossa banda (Moreno + 2), a mídia, quando se refere a nós, usa o termo ‘experimental’ para ajudar a definir nosso som. À minha vista, não existe nada mais ‘experimental’ no Brasil (talvez no mundo!) do que o baile funk das favelas do Rio de Janeiro. São textos pornográficos ou escatológicos sobre base rítmica sem harmonia — muitas vezes tudo desafinado. Nós e também toda a produção do rock underground (ou não) do Brasil ficamos no chinelo se nos compararmos com a inventividade e a força do funk. Admiro muito essa cultura popular e DJ Malboro é o pilar dessa estrutura.
Grande parte do criticismo vem da associação do ritmo ao tráfico de drogas, pois bailesfunk são costumeiramente realizados por traficantes para atrair consumidores de drogas aosmorros.[161] Outro problema relatado sobre ofunk é o volume no qual costuma ser executado: bailesfunk, quase sempre, não respeitam qualquer limite quanto ao volume de som, infringindo leis relativas ao limite de volume permitido em ambientes públicos.[162][163][164][165]
Em junho de 2017, uma sugestão legislativa para criminalização do gênero, proposta pelo microempresário Marcelo Alonso chegou aoSenado Federal,[166] em setembro do mesmo ano, o senadorRomário, relator da proposta, rejeitou a mesma na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.[167] Em dezembro do mesmo ano, o clipe canção "Vai Malandra", deAnitta, fez uma crítica à proposta e foi alvo de críticas, sendo acusado deapropriação cultural e objetivação do corpo feminino,[168] apesar de a cantora contradizer tais acusações.
Em janeiro de 2018, duas canções foram motivo de controvérsias: o single "Que Tiro Foi Esse", deJojo Maronttini, foi acusada de fazer apologia à violência (segunda a cantora, o nome da canção veio de umagíriaLGBT)[169]; já o single "Só surubinha de leve", do MC Diguinho, foi acusada de fazer apologia aoestupro. Devido à polêmica, a canção foi retirada do serviço destreamingSpotify.[170]
Em entrevista aoNova Escola, Marcos Neira, o professor da Faculdade de Educação daUniversidade de São Paulo (USP) respondeu que o gênero é "um complexo movimento cultural. Rejeitá-lo como um todo por causa de algumas de suas características é desconhecimento e preconceito".[7]
Para Bruno Ramos, articulador nacional do Movimento Funk, falta envolvimento do Estado:
A forma como o Estado enxerga o jovem da periferia é sempre como problema e não solução. Os fluxos incomodam por causa da ocupação das ruas, do volume das músicas, das letras. Se as letras têm uma problemática, é porque as pessoas não conhecem nossa realidade. As outras questões não têm relação com o funk, e sim com a falta de iniciativas públicas que ajudem a organizar os bailes.[171]