A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente das regiõesSudeste eNordeste. Outro núcleo importante é aregião Sul. As regiões menos povoadas são asCentro-Oeste eNorte.
O Brasil apresenta uma baixadensidade demográfica — apenas 23,8 habitantes por quilômetro quadrado[4], inferior à média dospaíses do mundo (60 habitantes/km2), menor que a dos EUA (35 habitantes/km2) e bem menor que a de países intensamente povoados, como oJapão (330 habitantes por quilômetro quadrado).
O crescimento anual da população brasileira, em 2021, foi de 0,52% ao ano[4]. A população de um país aumenta em função da combinação docrescimento natural (endógeno) e do saldo migratório. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migrações internacionais para a variação populacional. A estimativa para 2022[7] é de umataxa bruta de natalidade de 12,8‰ — ou seja, 12,8 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 9,1‰ — ou seja 9,1 mortes por mil pessoas ao ano.
Ao longo das últimas quatro décadas, ocrescimento demográfico do Brasil tem desacelerado rapidamente. Em 1980, o recenseamento indicava 121 150 573 habitantes; em 1991, 146 917 459 habitantes; em 2000, 169 590 693; em 2010, 190 755 799 habitantes; e em 2022, 203 080 756 habitantes. Em 50 anos, a população brasileira dobrou em relação aos 95 milhões de habitantes do início da década de 1970. Mas o envelhecimento da população está se acentuando: em 2020, o grupo de 0 a 14 anos representava 20% da população brasileira, enquanto os maiores de 65 anos eram 10%; em 2050, os dois grupos se igualarão em 18%. Segundo a Projeção da População do IBGE publicada em 2024, o número de brasileiros vai começar a declinar a partir de 2041. A população brasileira será de aproximadamente 220 milhões e meio em 2041 e irá diminuir até alcançar aproximadamente 199 milhões em 2070.[8]
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com aurbanização eindustrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora ataxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde adécada de 1940, a queda nataxa de natalidade foi ainda maior.
Ataxa de natalidade noBrasil é estimada em 12,8‰ — ou seja, 12,8 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao ano[7]. Essa taxa já foi mais elevada, acima de 40‰ nos anos 1950, em patamar similar a de outrospaíses subdesenvolvidos. Contudo, houve sensível diminuição nas últimas décadas, que pode ser explicada pelo aumento da população urbana — já que anatalidade é bem menor nas cidades, em consequência da progressiva integração da mulher nomercado de trabalho — e da difusão docontrole de natalidade. Além disso, o custo social da manutenção eeducação dos filhos é bastante elevado, sobretudo no entorno urbano.
OBrasil apresentou uma taxa demortalidade de 7,5‰ — ou seja 7,5 mortes por mil pessoas ao ano em 2022.
Essa taxa era maior que 16‰ nos anos 1950. Desde então, a taxa de mortalidade brasileira também vem caindo, como reflexo de uma progressiva popularização de medidas dehigiene, principalmente após aSegunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimentomédico e abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas devacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimentohospitalar.
A taxa de mortalidade alcançou seu mínimo nos anos 2000 quando era aproximadamente 6‰. O aumento observado a partir de 2010 ocorre pelos efeitos do envelhecimento da população e dapandemia de COVID-19 no Brasil que causa um aumento no número absoluto e relativo de óbitos.
OBrasil apresenta uma taxa demortalidade infantil de 13,31 mortes em cada mil nascimentos[9](estimativa para 2022). No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e as camadas populacionais. ONorte e oNordeste têm os maiores índices demortalidade infantil, que diminuem naregião Sul. Com relação às condições de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população de maiores rendimentos, sendo provocada sobretudo por fatores endógenos. Já a populaçãobrasileira de menor renda apresenta as características típicas da mortalidade infantil tardia.
+ 2,10 filhos por mulher (taxa de reposição populacional)
+ 2,55 filhos por mulher (média mundial)
Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[10], ataxa média de fecundidade no Brasil era de 1,57 filho por mulher em 2023, semelhante à dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etniabranca e elevando-se entre aspardas. Tal variação está relacionada ao nível socioeconômico desses segmentos populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre outros fatores.
Há também variações regionais: as taxas são menores noSudeste (1,48 filho por mulher), noSul (1,56 filho por mulher) e noNordeste (1,56 filho por mulher). As regiõesRegião Norte (1,83 filho por mulher) eCentro-Oeste 1,71 filho por mulher, apresentam as maiores taxas de fecundidade do país, ainda assim abaixo da média mundial.
NoBrasil, aexpectativa de vida está em torno de 76 anos para os homens e 78 para as mulheres,[9] conforme estimativas para2010. Dessa forma, esse país se distancia das nações menos desenvolvidas, em que essa expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia,Guiné,Níger), mas ainda não alcança o patamar das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 80 anos (Noruega,Suécia).
A razão de sexo no país é de 94,2 homens para cada grupo de 100 mulheres,[9] conforme estimativas do Censo Demográfico de 2022.
Até os 23 anos de idade[11], há um leve excesso de homens na população, após essa faixa etária a proporção se inverte levemente com excesso de mulheres. Esse fato pode ser explicado por um número maior de mortes entre os homens durante a juventude devido a causas externas, como homicídios e acidentes de trânsito. Essa disparidade cresce ainda mais, em decorrência de outras razões, como o fato de mulheres serem menos atingida por moléstias cardiovasculares, causa frequente de morte após os 40 anos.
O número de mulheres, na população rural brasileira, pode-se dizer que noNordeste, por ser uma região de repulsão populacional, há o predomínio da população feminina. Já nas regiõesNorte eCentro-Oeste predomina a população masculina, atraída pelas atividades econômicas primárias, como oextrativismo vegetal, apecuária e, sobretudo, amineração.
Um relativo equilíbrio entre os sexos, entretanto, só se estabeleceu a partir dosanos 1940 — pois até adécada de 1930 o país apresentava nítido predomínio da população masculina, devido principalmente à influência da imigração — e, ainda que nascessem mais meninos que meninas, a maiormortalidade infantil masculinas (até a faixa de 5 anos de idade) fez com que se estabelecesse o equilíbrio.
O Brasil passa por um rápido processo detransição demográfica com envelhecimento da população e aumento da idade média. A queda na taxa de natalidade e número de nascimentos por ano situam o Brasil na passagem da fase 3 para fase 4 dessa transição, com um pequeno acréscimo de 910 mil pessoas em 2021. Foram registrados 2,89 milhões de nascimentos em 2018 e 2019, mas somente 2,68 milhões em 2020 e 2021 e 2,54 milhões em 2022. Já o registro civil de óbitos foi de 1,29 milhão em 2018, 1,33 milhão em 2019, aumentando para 1,52 milhão em 2020 e 1,78 milhão em 2021 recuando depois para 1,52 milhão em 2022. Esse aumento da mortalidade ocorre pelos efeitos dapandemia de COVID-19 no Brasil e pelo envelhecimento da população que causa um aumento no número absoluto de óbitos.[carece de fontes?]
O número absoluto e proporcional de crianças e jovens está em queda. As crianças (0 a 14 anos) atingiram 53 milhões em 1994 e são aproximadamente 43 milhões em 2022.[7] Os jovens (15 a 24 anos) atingiram 36 milhões em 2005 e são aproximadamente 28 milhões em 2022.
O número de adultos (25 a 64 anos) ainda está em crescimento, porém lento, totalizando aproximadamente 118 milhões de pessoas.[12] O número de idosos (acima de 65 anos) é de aproximadamente 22 milhões e sua proporção na população cresce rapidamente.
As proporções dos diferentes grupos etários da população brasileira estão convergindo rapidamente às observadas nos países de altoíndice de desenvolvimento humano (IDH). Nos países de alto IDH, anatalidade é baixa e aexpectativa de vida bastante alta, o que explica o grande número de idosos na população total. No Brasil, a progressiva redução das taxas denatalidade verificada nas últimas três décadas, causou a redução no número de crianças e jovens na população.[carece de fontes?]
Em um estudo de 2020, estima-se que 70,57% da população era católica, 15,12% protestante, 12,23% independente, 0,12% ortodoxa (oriental ou oriental) e 0,09% cristã não filiada. Os espíritas foram a segunda maior religião praticada entre a população brasileira, com 4,83%. Outras religiões, incluindo a fé bahá'í, o budismo, as religiões populares chinesas, as religiões afro-brasileiras, o hinduísmo, o judaísmo, o islamismo e os novos movimentos religiosos, compuseram 1,37% da população no mesmo estudo.[24] De acordo com oAnnuario Pontificio de 2025 da Santa Sé, a Igreja Católica Brasileira continuou a crescer. Ela consistia em 182 milhões de uma estimativa de 212 milhões de residentes, ou 86% da população.[25] Isso contrastava com pesquisas que sugeriam que o protestantismo (especialmente o protestantismo evangélico) estava superando o catolicismo. A ascensão do evangelicalismo começou devido à colaboração daAgência Central de Inteligência com governos de direita e extrema direita na América Latina, buscando desestabilizar movimentos de esquerda e o catolicismo. Isso foi feito para que os Estados Unidos mantivessem a hegemonia sobre a religião e a política dos latino-americanos.[26][27]
Oportuguês é a língua oficial e é falado pela população. Oinglês é parte do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e financeiros.
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povosindígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.
O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora haja um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente oalemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialetohunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. Oitaliano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas doRio Grande do Sul, sendo o dialetotalian o mais usado. Outra língua falada por minorias é ojaponês, entre outros idiomas imigrantes.
A população atual do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua formação diversos povos eetnias. Atualmente, oIBGE utiliza para fins censitários 5 categorias no Brasil, baseado na raça e cor da pele:branco,indígenas,preto,pardo eamarelo. De forma geral, a população brasileira foi formada por cinco grandes ondasmigratórias:
Os diversos povos indígenas, autóctones do Brasil,descendentes de grupos humanos que migraram daSibéria, atravessando oEstreito de Bering, aproximadamente 9000 AEC.
Os colonosportugueses, que chegaram para explorar acolônia desde a sua descoberta, em 1500, até a sua independência, em 1822.
Osafricanos trazidos na forma deescravos para servirem de mão de obra, em um período de tempo que durou de 1530 a 1850.
Os diversos grupos deimigrantes vindos principalmente daEuropa, os quais chegaram ao Brasil entre o final doséculo XIX e início doséculo XX.
Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudoÁsia eOriente Médio.
Acredita-se que ocontinente americano foi povoado por três ondas migratórias vindas do Norte da Ásia. Osindígenas brasileiros são, provavelmente, descendentes da primeira leva de migrantes, que chegou à região por volta de 9000 a.C. Os principais grupos indígenas, de acordo com sua origem linguística, eram os de línguasmacro-tupis,macro-jês,aruaques (ou maipurés) ecaraíbas (ou caribes). A população indígena original do Brasil (entre 3-5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Osmamelucos (oucaboclos,mestiços debranco comíndio) se multiplicavam às centenas pela colônia.
Um outro elemento formador do povo brasileiro chegou na forma deescravo. Osafricanos começaram a ser trazidos para a colônia nadécada de 1530, para suprir a falta de mão de obra. Inicialmente, chegaram escravos deGuiné. A partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era trazida deAngola e, em menor medida, deMoçambique. NaBahia, os escravos eram majoritariamente oriundos doGolfo de Benim (atualNigéria). Até o fim do tráfico negreiro, em 1850, entre três e cinco milhões de africanos foram trazidos ao Brasil[30] — 37% de todo o tráfico negreiro efetuado entre a África e aAmérica.
Aimigração europeia no Brasil iniciou-se noséculo XVI, sendo dominada pelosportugueses.Neerlandeses (a partir dasinvasões holandesas do Brasil) efranceses (a partir daFrança Antártica) também tentaram colonizar o Brasil noséculo XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas. Nos primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de 100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte vieram 600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A primeira região a ser colonizada pelos portugueses foi oNordeste. Pouco mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral doSudeste. Ointerior do Brasil só foi colonizado noséculo XVIII. Os portugueses foram o únicogrupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à ação dosbandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII.
Antes da grande corrente migratória europeia que chegou ao Brasil no fim doséculo XIX, o país tinha uma população majoritariamenteparda, segundo vários autores:
Se nos indagarmos aqui [sobre] a população do Brasil em 1822, aglomerada no litoral, nas cidades, vilas, engenhos e fazendas, e aquela que se encaminhava para os sertões, verificaremos que essa população não excede 4 500 000 habitantes, dos quais oitocentos mil índios bravios, 2 288 743 pessoas livres e 1 107 300 escravos, adstritos ao trabalho da terra. Dois terços dessas pessoas livres erammamelucos,caribocas oucafuzos, mestiços de índios, de negros e portugueses.[31][32]
A populaçãourbana brasileira é maior que arural, mas nem sempre foi assim. Em 1950, por exemplo, a população urbana era muito menor que a rural. O censo de 2010 apontou que a população urbana correspondia a 84,4% da população total e a rural era de 15,6%.[33] , já o censo de 2022 constatou que 87,41% dos Brasileiros viviam em áreas urbanas, enquanto a população rural correspondia a 12,59%[34] Pelo censo de 2010, a distribuição conforme o local do domicílio era 160 contra 30 milhões de habitantes, aproximadamente.[33] Proporcionalmente também a predominância urbana tem aumentado, bastando contrapor os 84,36% de habitantes com domicílio na zona urbana em 2010 e os 67,70% em 1980.[33]
Ahierarquia urbana trata das influências que ascidades exercem sobre uma determinadaregião,território oupaís(es). São inúmeras as atividades desenvolvidas nas cidades, tanto nosetor secundário (indústria) como noterciário (comércio eserviços), e até mesmo noprimário (agropecuária). Essas atividades, dependendo de sua qualidade e diversificação, podem atender não só àpopulação urbana, mas a todo omunicípio, incluindo azona rural e a população de vários municípios ou de outrosestados. Assim, uma cidade pequena pode não ter um comércio ou serviço desaúde suficiente para sua população, que é atendida em outra cidade maior, mais bem equipada, que lhe ofereça serviços de melhor qualidade.
Os equipamentos de uma cidade (escolas,universidades,postos de saúde,hospitais,sistema de transporte,cinemas,teatros, entre outros), o parque industrial, os serviços, o setor financeiro determinam a sua área de influência, ou seja, a região por esta polarizada. Assim, é possível construir um sistema hierarquizado, no qual as cidades menores encontram-se subordinadas às maiores.
Sistema de hierarquização urbana, no qual várias cidades se submetem a uma maior, que comanda esse espaço. Em cada nível, as maiores polarizam as menores. OIBGE classifica arede urbana brasileira de acordo com o tamanho e importância das cidades.[45][46] As categorias de cidades são:
A partir dos principais centros urbanos do Brasil, foram identificadasredes urbanas associadas às metrópoles, denominadas "redes de influência".[46] Com base nesse estudo, as metrópoles brasileiras foram subdivididas em três níveis: grande metrópole nacional, metrópoles nacionais e metrópoles.[46]
Ummunicípio no Brasil é uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, sendo a menor unidade autônoma daFederação. A sede do município é categorizada comocidade e possui o seu mesmo nome.[47] Cada um tem sua própriaLei Orgânica que define a sua organização política, mas limitada pela Constituição Federal.[48] Os municípios dispõem apenas dos poderesExecutivo, exercido peloprefeito, eLegislativo, sediado nacâmara municipal (também chamada de câmara de vereadores). O Poder Judiciário organiza-se em forma de comarcas que abrangem vários municípios ou parte de um município muito populoso. Portanto, não há Poder Judiciário específico de cada município.[48]
Atualmente existem 5 570 municípios em todo território nacional.[49] O quadro abaixo apresenta os vinte mais populosos municípios brasileiros:
Asregiões metropolitanas foram definidas originalmente em lei federal e, desde aconstituição de 1988, por meio de leis estaduais.[51] Das nove originais de 1973, a quantidade se aproxima das quatro dezenas em 2017.[51][52][53] Elas, a princípio, devem agrupar municípios vizinhos commalha urbana conurbada a fim de melhor lidar com os problemas e interesses comuns na realidade metropolitana de interdependência socioeconômica.[52][53] A criação e ampliação pelos estados gerou críticas por falta de correspondência entre as estruturas socioespaciais características de regiões metropolitanas e aquelas criadas por força de lei.[51][53] A situação foi parcialmente contornada com o Estatuto da Metrópole, que regulamentou as criações posteriores à vigência do estatuto.[54][55][56] As cinco regiões metropolitanas mais populosas no censo de 2010 (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife) concentravam mais de 44 milhões de habitantes diante do total registrado de mais de 190 milhões.[57] O quadro abaixo apresenta as vinte mais populosas regiões metropolitanas, incluindo aquelas formações interestaduais criadas por legislação federal e denominadas especificamenteregiões integradas de desenvolvimento econômico (RIDE).
Em estudo chamadoArranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil, o IBGE tratou das interações entre as cidades brasileiras em termos de conurbação e migração pendular. Nele, introduziu os conceitos de "arranjo populacional" e "concentração urbana". O primeiro corresponde aos conjuntos formados por dois ou mais municípios que se encontram integrados porcontiguidade da mancha urbana oufluxos para trabalho ou estudo. O segundo conceito está dividido em faixas conforme o quanto é populoso. A faixa mais populosa são as "grandes concentrações urbanas", que abrangemarranjos populacionais "acima de 750 mil habitantes e os municípios isolados (que não formam arranjos) de mesma faixa populacional". O IBGE identificou 26 delas no país com base nocenso demográfico de 2010. A seguir, há as "médias concentrações urbanas" (municípios isolados e arranjos populacionais entre 100 mil e 750 mil habitantes) e as "pequenas concentrações populacionais" (arranjos compopulação inferior a 100 mil habitantes). As maiores concentrações urbanas estão identificadas abaixo.[59][60]
NoBrasil, a política migratória externa pode ser dividida em duas fases : a primeira, de estímulo à imigração, principalmente após aabolição da escravatura, em1888, visando a substituição damão de obra escrava na lavoura cafeeira;[62] a segunda, de controle à imigração, a partir de1934, nogoverno Vargas, devido à crise econômica internacional dadécada de 1930.[63][64] O afluxo de imigrantes para oBrasil pode ser dividido em três períodos principais.[65]
O primeiro período (de1808 a1850[carece de fontes?]) foi marcado pela chegada da família real, em1808, o que ocasionou a vinda dos primeiros casais de imigrantesaçorianos para serem proprietários de terras no país[carece de fontes?]. Devido ao receio doeuropeu de fixar-se num país de economia colonial eescravocrata, nesse período houve uma imigração muito pequena.[66]
O segundo período (de1850 a1930) foi marcado pela proibição domercado de escravos. Foi a época mais importante para a nossa imigração, devido ao grande crescimento da atividade monocultora (café) e aos incentivos governamentais dados ao imigrante. Em1888, com aabolição da escravidão, estimulou-se ainda mais o fluxo imigratório, tendo oBrasil recebido, nessa época, praticamente 80% dos imigrantes entrados no país.[67][68]
O terceiro período (de1930 até os dias de hoje) é caracterizado por uma sensível redução na imigração, devido, inicialmente, àcriseeconômica de1929, ocasionada pela quebra dabolsa de valores de Nova Iorque, com o consequente abalo dacafeicultura brasileira. Além disso, contribuiu também a crise política interna no país, decorrente daRevolução de 1930, e a criação de uma lei sobre imigração, através daConstituição de 1934. Essa lei restringia a entrada de imigrantes, estipulando que, anualmente não poderia entrar no país mais que 2% do total de imigrantes de cadanacionalidade entrados nos últimos 50 anos. Determinava ainda que 80% dos imigrantes deveriam dedicar-se àagricultura, além de estabelecer uma discutível e discriminatória "seleção ideológica", ou seja, conforme as ideias políticas que professava, o imigrante poderia ou não entrar no país.[carece de fontes?]
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte deste terço, e classificam-se basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade, o chamado (êxodo rural) - causado frequentemente pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pelaconcentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:[carece de fontes?]
o desenvolvimento industrial, dos anos 1950 em diante, na regiãoSudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.[carece de fontes?]
Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste eSul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, noCentro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão dafronteira agrícola.[carece de fontes?]
A partir dadécada de 1980, os fluxos inter-regionais e até intraestaduais tornaram-se mais significativos, especialmente naregião Nordeste, com a consolidação de várias metrópoles ao redor das capitais de cada estado nordestino. Por conta do Brasil já ser um país essencialmente urbano, os fluxos migratórios encontram-se em menor dimensão de décadas passadas, e concentram-se mais na ocupação de espaços com maior dinamismo (em geral cidades médias do interior e algumas capitais, além da fronteira agrícola). Ações sociais como oFome Zero e oBolsa Família também reduzem os fluxos migratórios, ao responder mais rapidamente situações de calamidade pública especialmente em função da seca, que intensificavam os fluxos no passado.[carece de fontes?]