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Corrente oceânica

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(Redirecionado deCorrente (oceanografia))
Corrente oceânica

Correntes quentes de superfície (vermelho) e correntes
frias profundas (azul).

Localização
Parte de

editar -editar código-fonte -editar WikidataDocumentação da predefinição

Corrente oceânica oucorrente marinha é um fluxo de água contínuo e direcionado dentro dooceano, sendo gerado por forçantes comovento eefeito de Coriolis. O movimento das correntes oceânicas não é perfeitamente definido por haverilhas e outras feiçõestopográficas que influenciam o fluxo daágua do mar. Além disso, também há interação entre as próprias correntes oceânicas. A dinâmica das correntes pode influenciar apesca, a vida marinha e oclima do planeta.

Ooceano global cobre cerca de 70% da superfície da Terra, sendo considerado o principal moderador climático do planeta. Isso ocorre em função do elevadocalor específico da água, que serve como um reservatório de armazenamento de calor.[1] Assim, o calor armazenado no oceano durante overão é liberado para aatmosfera noinverno. Em um contexto climático, as correntes oceânicas são eficazes nessa distribuição de calor, amenizando as variações detemperatura natroposfera.[2]

A compreensão dos fluxos decalor no oceano é imprescindível para o estudo das interações entre o oceano e a atmosfera. Emboranuvens sejam formadas na atmosfera, o vapor de água representa uma ínfima fração do volume total de água no planeta. A maior parte deste volume encontra-se armazenado no oceano. A interação entre a água, atmosfera e a superfície da Terra dá origem às nuvens, àneve, àchuva e às correntes oceânicas.[2] A massa de água que forma o oceano não é estática, ou seja, existem movimentos mais intensos e menos intensos, como é o caso dasmarés e das correntes oceânicas. As marés são apenas movimentos oscilatórios que não interferem significativamente na distribuição de temperatura esalinidade.[1] Em contrapartida, as correntes oceânicas formam um cinturões de circulação de grande escala que influenciam diversos processosoceanográficos e o clima noscontinentes.[3]

Circulação atmosférica

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O ângulo de incidência dosraios solares na superfície da Terra varia entre oequador e ospolos. Por exemplo, a radiação solar recebida por unidade de área a 30° delatitude (norte ou sul) corresponde a cerca de 86% da radiação recebida no equador (0° de latitude).[1] As diferenças no aquecimento da superfície da Terra pela radiação solar produzem regiões de alta e baixapressão atmosférica. Osventos são gerados por essas diferenças de pressão, sendo responsáveis pelacirculação de ar na atmosfera.[4] Tais diferenças geram uma força que desloca o ar de uma zona de alta pressão para outra de baixa pressão. Quanto maior a diferença de pressão entre duas regiões, maior será a força do gradiente de pressão e mais intensos serão os ventos. O movimento derotação da Terra também contribui para a formação de um padrão global de circulação atmosférica.[5]

Interação entre atmosfera e oceano

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O oceano e a atmosfera são os dois principaisfluidosgeofísicos na superfície da Terra. Ambos estão em constante movimento e apresentam uma extensa superfície de contato físico. Assim, há uma grande interação entre esses fluidos e eles apresentam comportamentos semelhantes. Próximo àinterface oceano-atmosfera, a circulação atmosférica provoca alterações na superfície do oceano que influenciam a temperatura, a salinidade e adensidade da água do mar. Exemplos dessas influências incluem os fenômenos deevaporação da água do mar,precipitação atmosférica,congelamento da superfície do oceano, entre outros.[2]

A atmosfera é aquecida pelos raios solares que incidem na superfície da Terra e são refletidos na forma de ondas longas (radiação infravermelha). Considerando a mesma unidade de área, a incidência de raios solares é duas vezes maior na região equatorial do que nas regiões polares.[6] Apesar disso, a região equatorial não fica cada vez mais quente em relação às regiões polares. As interações entre a atmosfera e o oceano geram um equilíbrio que transfere energia recebida no equador em direção aos polos. Este balanço energético é muito importante, pois distribuicalor na superfície da Terra e diminui as diferenças de temperatura entre o equador e os polos.

Circulação oceânica

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Mapa mostrando as principais correntes superficiais quentes (em vermelho) e frias (em azul) do oceano global.

Há dois tipos de circulação de água no oceano global: superficial (gerada pelo vento) e profunda (gerada por diferenças de densidade).[7] No caso da primeira, o vento empurra a água na superfície do oceano para dar origem às correntes oceânicas. Estas correntes superficiais geradas a partir da interação com os ventos atmosféricos formam um padrão de circulação horizontal no oceano que é conhecido como circulação dirigida pelo vento.[8] O oceano transporta calor do equador para os polos através dessas correntes oceânicas, que contribuem com 10 a 20% da distribuição de calor em todo o planeta.[carece de fontes?] Em contrapartida, a circulação profunda que ocorre no interior do oceano é forçada por pequenas diferenças de temperatura e salinidade entre asmassas de água, que acabam influenciando a densidade das mesmas. Esta é conhecida comocirculação termoalina.[9]

Efeito de Coriolis

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Oefeito de Coriolis (ou pseudoforça deCoriolis) é uma forçainercial que age sobre corpos que se deslocam em um referencial não inercial. A Terra é um referencial não inercial devido ao seu movimento derotação. Deste modo, a trajetória de um avião se deslocando em linha reta seria percebida como uma curva por um observador preso à superfície da Terra. Por outro lado, um observador no espaço veria o avião se deslocando em linha reta e a Terra girando abaixo dele.[4]

Tanto a circulação atmosférica quanto a circulação oceânica são influenciadas pelo efeito de Coriolis. Nohemisfério norte, a pseudoforça de Coriolis desvia a trajetória dasmassas de ar e das massas de água para a direita. Nohemisfério sul, as trajetórias são desviadas para a esquerda. Essa diferença entre os dois hemisférios ocorre porque umarotação horária implica em força inercial à direita, enquanto uma rotação anti-horária implica em força inercial à esquerda.[10] A força de Coriolis varia de acordo com a latitude, sendo máxima nos polos e nula no equador.

Correntes de contorno

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Os cinco giros subtropicais existentes no oceano global.

As correntes superficiais (forçadas pelo vento) formamgiros oceânicos que pode ser divididos em: tropicais, subtropicais e subpolares. Os giros tropicais são formados pelos sistemas de correntes e contracorrentes equatoriais, estendendo-se mais no sentido leste-oeste do que norte-sul. Há três giros tropicais:Pacífico,Atlântico eÍndico (ou seja, um em cada oceano).

Os giros subtropicais são os principais e maiores giros existentes no oceano global. Há cinco giros subtropicais: Pacífico Norte, Pacífico Sul, Atlântico Norte, Atlântico Sul e Índico. Nestes giros, há uma marcante distinção entre as correntes que margeiam as bordas leste e oeste dasbacias oceânicas. Tais correntes são conhecidas comocorrentes de contorno leste e oeste, respectivamente. Segue abaixo as características das correntes de contorno no oceano global.

Tipo de correnteTemperaturaVelocidadeTransporteLimite físico
Corrente de contorno oesteQuenteRápidaGrandeBem definido
Corrente de contorno lesteFriaLentaPequenoDifuso

Os giros subpolares ocorrem em altas latitudes, em torno de 60° (norte ou sul). O principal giro subpolar é formado pelaCorrente Circumpolar Antártica, que circunda ocontinente antártico de oeste para leste. Além dele, também existem giros subpolares menores. No hemisfério sul, por exemplo, há giros noMar de Weddell eMar de Ross. No hemisfério norte, há giros subpolares nas regiões sob influência dadepressão das Aleutas edepressão da Islândia.

Transporte de Ekman

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Ilustração da espiral de Ekman: (1) vento; (2) força de cima; (3) direção efetiva da corrente; e (4)efeito de Coriolis.

O modelo de circulação das massas de água - chamado deespiral de Ekman - assume que a coluna de água é homogênea e impulsionada pelo vento que sopra na sua superfície.[11] A camada superficial move-se com uma velocidade máxima de 3% da velocidade do vento.[11] Devido à força de Coriolis, a corrente superficial move-se 45º à direita do movimento no hemisfério norte e 45º à esquerda no hemisfério sul. Uma camada da massa de água superficial empurra a camada subjacente e também a coloca em movimento. Assim, a energia do vento é passada sucessivamente através da coluna de água para camadas cada vez mais profundas. Cada camada é colocada em movimento com uma velocidade inferior e num ângulo maior em relação àquela que a colocou em movimento, resultando em uma espiral na coluna de água. A profundidade na qual esse movimento cessa é conhecida como profundidade de influência da fricção, ocorrendo normalmente a cerca de 100 metros.[12] Da superfície até a profundidade de influência da fricção, o movimento efetivo da água ocorre em um ângulo de 90° (à direita no hemisfério norte e à esquerda no hemisfério sul) em relação à direção do vento, sendo denominadotransporte de Ekman.[12] Este mecanismo influencia a circulação oceânica superficial.

Corrente geostrófica

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Ascorrentes geostróficas são correntes oceânicas que resultam do balanço entre a força dagravidade e a força de Coriolis. Considerando os giros subtropicais e o transporte de Ekman, há uma tendência de que seja produzida uma convergência subtropical e o empilhamento de água no centro desses giros.[4] Assim, no interior dos giros subtropicais é possível encontrar um empilhamento de água até 2 metros acima do nível da água na margem dos giros.[4] A resposta da água para essa topografia oceânica é igual àquela observada nos continentes, ou seja, ela vai correr do centro (nível mais alto) para a margem do giro (nível mais baixo) por causa da força da gravidade. Este movimento não ocorre em linha reta, mas é defletido pela força de Coriolis que atua à direita da trajetória no hemisfério norte e à esquerda no hemisfério sul.

Ver também

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Referências

  1. abcALEXANDRE, J. A. «As correntes marinhas». Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal.MONOGRAFIA.1: 90-101 
  2. abcCASTRO, B. M. «Correntes e massas de água da plataforma continental norte de São Paulo». Universidade de São Paulo.Tese de Livre-docência: 248 
  3. ASSIREU, A. T.; et al. (2005).Correntes oceânicas de superfície medidas por meio de bóias de deriva rastreadas por satélite. São Paulo: Ronald Buss de Souza. pp. 90–101  !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link)
  4. abcdSTEWART,, R. H. «Introduction to Physical Oceanography».versão em pdf: 353 
  5. CSANADY, G. T. «Barotrop currents over the continental shelf».Jounal of Physical Oceanography.4: 357-371 
  6. B. M, CASTRO. «Physical oceanography of the Western Atlantic continetal Shelf located between 4N and 34S».The Sea.11: 209-250 
  7. FRANCISCO, F. C. (2007).Dinâmica de Mesoescala da Confluência Brasil-Malvinas. São Paulo: Universidade de São Paulo 
  8. EKMAN, V. W. «On the influence of the Earth's Rotation on Ocean Currents».Ark. F. Mat.11: 1-53 
  9. LENTINI, C., A.,, SOUZA, R., B. «Eddies e vórtices de mesoescala no Oceano Atântico sudoeste medidos por satélites». Oficina de Textos.Oceanografia por Satélites.1: 166-178  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  10. STECH, J. L. (2005).Assimilação de dados de vento sobre a superfície dos oceanos em modelos de circulação. São Paulo: Oceanografia por Satélites. pp. 20–31 
  11. abSTOMMEL, H. «The westward intensification of Wind-driven ocean currents. Trans».Geophys.29: 2 
  12. abTRUCCOLO,, E. C. (2005).Fenômenos Oceanográficos e Climatológicos. Brasília: O Mar no Espaço Geográfico Brasileiro. pp. 212–213 
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