A obra "Escola de Atenas" deRafael retrata filósofos antigos imersos em diálogo e reflexão, evidenciando a coletiva busca peloconhecimento. Esta representação sintetiza a cognição ao enfatizar a importância da razão, do pensamento crítico e datroca intelectual como fundamentais na construção do entendimento humano.
É oconjunto de processos psicológicos usados nopensamento que realizam o reconhecimento, a organização e acompreensão das informações provenientes dos sentidos, para que posteriormente o julgamento através doraciocínio os disponibilize aoaprendizado de determinadossistemas e soluções de problemas.
De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como océrebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através doscinco sentidos, bem como as informações que são disponibilizadas pelo armazenamento da memória, isto é, a cognição processa as informações sensoriais que vem dos estímulos do ambiente que estamos e também processa o conteúdo que retemos em relação às nossas experiências vividas.
Mas a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor adaptação ao meio - é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.[3]
Com o avanço da idade, alguns sinais comportamentais relacionados ao declínio cognitivo são observados, dentre eles: o esquecimento, a diminuição da capacidade de manter o foco e diminuição da capacidade de resolução de problemas. Tais sinais tem sido relacionados a diminuição da capacidade damemória de trabalho e daatenção.[4][5]
O declínio damemória, é o sinal de alerta mais relevante associado ao déficit de pelo menos outra função, seja ela motora, linguística, praxias ou gnoses[6][7], sendo assim considerada como uma forte evidência de pré-estágio dademência.[8]
Foi demonstrado que em idosos com mais de 65 anos de idade, o tempo médio de desenvolvimento dedemência foi de 10,3 anos naqueles comperda auditiva, contra 11,9 anos em idosos com audição normal.[9] Por meio de uma análise entre a relação do grau daperda auditiva, piora das funções cognitivas e incidência de demência, constatou-se que em graus maiores deperda auditiva (moderado e severo) o risco é de 3 a 5 vezes maior para o desenvolvimento dessas condições.[10][11]
O resultado da associação entre o declínio cognitivo e aperda auditiva periférica ainda não está claro, assim como ainda não se estabeleceu se o uso deaparelhos de amplificação sonora individual (AASI), pode impedir ou retardar o aparecimento dedemência. Contudo, o risco daperda auditiva para o desenvolvimento dessa condição se sobrepõe individualmente a outros fatores de risco, uma vez que ela é altamente prevalente entre as pessoas com mais de 55 anos (32%).[12]
Existem quatro teorias concorrentes sobre a associação da perda auditiva (declínio sensorial) e o declínio cognitivo. Essas teorias não são mutuamente exclusivas e uma vez que múltiplos processos estão envolvidos, o declínio de um pode afetar o outro. São elas:
A hipótese de causa comum: sugere um fator subjacente comum que leva ao declínio relacionado aos dois sistemas ;[13][14]
A hipótese deprivação sensorial: apenas longos períodos crônicos de privação sensorial induzem ao declínio cognitivo; declínio perceptivo causa declíniocognitivo permanente;[14]
Hipótese de degradação da informação: pressupõe que o declíniosensorial antecede o declíniocognitivo e sugere efeitos imediatos, potencialmente remediáveis;[15]
O efeito do tempo nas nossas vidas, incluindo as nossas capacidadescognitivas e pontuações de QI, é um tema fascinante. É uma interação complexa de fatores biológicos, ambientais e psicológicos que talvez nunca compreendamos completamente.
Hipótese da percepção: afirma que o declínio cognitivo relacionado à idade precede ou conduz ao declínio sensorial;[14][15]
Um importante passo para entender se areabilitação auditiva poderia ajudar a minimizar essa condição, é estabelecer a relação entre o declínio cognitivo e a presença deperda auditiva. A magnitude dessas associações é clinicamente significativa em indivíduos comperda auditiva, demonstrando uma taxa acelerada de declíniocognitivo de 30% a 40% e um risco 24% maior de incidentes cognitivos durante um período de 6 anos em comparação a indivíduos que apresentam aaudição dentro dos padrões de normalidade.[16]
↑abPichora-Fuller, Margaret Kathleen (30 de janeiro de 2020).«Hearing and Cognitive Aging». Oxford University Press.Oxford Research Encyclopedia of Psychology.ISBN978-0-19-023655-7. Consultado em 31 de agosto de 2020