O Burundi continua sendo principalmente uma sociedade rural, com apenas 13,4% da população vivendo em áreas urbanas em 2019. A densidade populacional de cerca de 315 hab./km2 quadrado é a segunda maior da África Subsaariana. Aproximadamente 85% da população são de origem étnicahútu, 15% sãotútsis e menos de 1% sãotuá. As línguas mais faladas no país são okirundi, ofrancês e oinglês, sendo o kirundi reconhecido oficialmente como a língua nacional.
Um dos menores países da África, Burundi tem um clima equatorial. O país fica em um planalto ondulado no centro da África. O pico mais alto, oMonte Heha, com 2 685 m, fica ao sudeste da maior cidade, Bujumbura.[20] A fonte mais distante do rio Nilo é orio Ruvyironza, na província de Bururi, no Burundi. O Nilo está ligado dolago Victoria às suas cabeceiras através do rio Kagera ao rio Ruvyironza. Outro lago importante é olago Tanganhica, localizado em grande parte do canto sudoeste do país.[20] Existem dois parques nacionais, oParque Nacional Kibira e oParque Nacional Ruvubu, ao longo do rio Rurubu, estabelecidos em 1982 para conservar as populações de vida selvagem. As terras do Burundi são principalmente agrícolas ou pastagens.[20]
A colonização por populações rurais levou aodesmatamento, erosão do solo e perda de habitat. O desmatamento de todo o país é quase completamente devido àsuperpopulação, com apenas 600 km² restantes e uma perda contínua de cerca de 9% ao ano. Além da pobreza, os burundianos geralmente precisam lidar com a corrupção, a infraestrutura precária, o acesso precário aos serviços de saúde e educação e a fome. O Burundi é densamente povoado e teve emigração substancial à medida que os jovens buscam oportunidades em outros lugares. ORelatório Mundial da Felicidade classificou o Burundi como a nação menos feliz do mundo em 2018.
Em 1885, naConferência de Berlim, as potências europeias partilham a maior parte daÁfrica. O território do atual Burundi é entregue àAlemanha. A chegada dos colonos alemães, a partir de 1906, agrava antigas rivalidades entre oshútus (maioria da população) e a minoriatútsi, que exercia um poder monárquico. Os tútsis ganham status de elite privilegiada, com acesso exclusivo à educação, às Forças Armadas e a postos na administração estatal. Após aPrimeira Guerra Mundial, o Burundi é unificado com a vizinhaRuanda, ficando sob tutela daBélgica, que mantém as prerrogativas dos tútsis. Em 1946, a tutela passa para aOrganização das Nações Unidas (ONU).
Em 1962, o país torna-se independente, sobmonarquia tútsi. Com a saída da força militar belga, a luta pelo poder transforma-se em conflito étnico e alcança toda a sociedade. Os ressentimentos acumulados desde o período colonial explodem em 1965, quando uma rebelião hútu é esmagada pelo governo. No ano seguinte, a monarquia é derrubada por um golpe de Estado liderado pelo primeiro-ministro,Michel Micombero, que proclama a república e assume a Presidência. As décadas seguintes são marcadas por uma sucessão de golpes de Estado e intrigas palacianas entre os tutsis e pela perseguição aos hútus. Rebeliões entre 1972 e 1988 causam a morte de dezenas de milhares de pessoas.
Uma das piores matanças da história do Burundi tem início em outubro de 1993, quando oficiais tútsis fuzilam o primeiro presidente eleito democraticamente, o oposicionista hútuMelchior Ndadaye, no cargo havia quatro meses. Os hútus reagem e tem início a guerra civil, que dura até hoje, na qual morreram mais de 200 000 pessoas e mais de 1 000 000 se tornaram refugiados, boa parte em Ruanda,Tanzânia eRepública Democrática do Congo. Em fevereiro de 1994, o hútuCyprien Ntaryamira é escolhido para a Presidência. Dois meses depois, Ntaryamira e o presidente de Ruanda,Juvénal Habyarimana, são mortos num atentado que derruba o avião no qual viajavam. É o estopim para uma nova fase de violência em Burundi e sobretudo em Ruanda. É formado, em setembro de 1994, um governo de transição chefiado pelo hútuSylvestre Ntibantunganya.
Os embates prosseguem até que o Exército, dominado por tútsis, dá um golpe de Estado, em 1996, e nomeia presidente o majorPierre Buyoya, que já governara de 1987 a 1993. Nações vizinhas impõem sanções econômicas e isolam o Burundi. Piora a situação do país, cuja base econômica, a agricultura, é arrasada pela guerra. O déficit público cresce e a dívida externa passa a consumir mais da metade do valor das exportações. Em 1998, começam as negociações para um processo de pacificação no Burundi.
Desde 2015, esta empobrecida nação africanavem passando por distúrbios internos e uma acentuada crise política e social, que já deixou centenas de mortos e milhares de refugiados.[21]
O Burundi é um pequeno país no interior da região dosGrandes Lagos Africanos, nas margens doRifte Albertino. É em geral um país montanhoso, especialmente a ocidente, com umplanalto a ocupar a zona leste, perto da fronteira com aTanzânia. Aaltitude mínima é de 772 m, nas margens do lagoTanganica e a máxima é oMonte Heha, uma montanha que atinge os 2 670 m, onde, com o derretimento do gelo, se inicia um curso de água que é considerado a nascente dorio Nilo. A altitude média ronda os 1 700 m.
Oclima é, em geral, equatorial de altitude, com as temperaturas médias anuais a variarem entre 23 e 17 graus com a altitude. Aprecipitação média anual ronda os 150 cm, distribuída por duas estações húmidas (Fevereiro–Maio e Setembro–Novembro), intercaladas por duas estações secas (Junho–Agosto e Dezembro–Janeiro).
O Burundi está dividido em 17províncias. Por sua vez, as províncias subdividem-se em 117comunas, e estas em 2 639 colinas (do francês,Colline). As províncias são:
Apesar dos inúmeros recursos minerais, o Burundi é um dos países mais pobres do mundo. Aliam-se à pobreza os constantes conflitos étnicos locais e entre Uganda e Ruanda.
O Burundi é um país sem saída para o mar, pobre em recursos naturais e com um setor industrial pouco desenvolvido. A economia do Burundi é baseada na agricultura, que correspondia em 1997 a cerca de 58% do PIB do país.[carece de fontes?]
Mais de 90% da força de trabalho concentra-se na agricultura, a maior parte da qual pratica a chamada agricultura de subsistência. Embora o Burundi seja potencialmente capaz de se tornar autossuficiente na produção de alimentos, a guerra civil, a superpopulação e a erosão do solo afastaram para longe a autossuficiência.
O principal produto do país é o café, que correspondia em 1997 a 78,5% das exportações. Esta dependência do café aumentou a vulnerabilidade do Burundi às turbulências econômicas internacionais. Em anos recentes, o governo tentou atrair o investimento privado para este setor com algum sucesso. Outras exportações principais incluem o chá e o algodão cru.[20] O Burundi é o maior mercado debanana da África.[carece de fontes?]