Antártida ouAntártica(verquestão do nome) é o mais meridional e o segundo menor doscontinentes (maior apenas que aAustrália), com umasuperfície de 14 milhões dequilômetros quadrados. Rodeia opolo Sul, e por esse motivo está quase completamente coberta por enormesgeleiras (glaciares), exceção feita a algumas zonas de elevado aclive nas cadeias montanhosas e à extremidade norte dapenínsula Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo supercontinenteGondwana há aproximadamente 100 milhões de anos e seu resfriamento aconteceu nos últimos 35 milhões de anos.[1]
É o continente mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior índice de ventos fortes do planeta.[2] A temperatura mais baixa da Terra (-89,2 °C) foi registrada na Antártida, sendo a temperatura média na costa, durante o verão, de -10 °C; no interior do continente, é de -40 °C.[3] Muitos autores o consideram um grandedeserto polar, pela baixa taxa deprecipitação no interior do continente.[4][5][6] Aaltitude média da Antártida é de aproximadamente 2 000 metros.[7] Ventanias com velocidades de aproximadamente 100 km/h são comuns e podem durar vários dias.[3] Ventos de até 320 km/h já foram registrados na área costeira.[6]
OtopônimoAntártica tem sua origem nolatim tardioantarctĭcus que, por sua vez, deriva dogrego antigo ανταρκτικός, que significa, literalmente, "oposto aoÁrtico" (antiártico). Todavia, convencionalmente adotou-se a formaAntártida, tanto emPortugal como noBrasil, mesmo que contraditória quanto àorigem etimológica dotopônimo. Uma explicação possível seria a analogia com a míticaAtlântida,[11] algo que ocorre da mesma forma emcastelhano, em que também convivem as duas formas,Antártida eAntártica, sendo a primeira de uso mais difundido.[12] Em francês também se alternam as formasAntarctique eAntarctide, enquanto nalíngua italiana usa-seAntartide, também cunhada sobre o modelo deAtlantide (Atlântida).[13]
No Brasil, era preferida a formaAntártida até meados dadécada de 1970,[18] quando a formaAntártica passou a ganhar força após ser usada em obras acadêmicas sobre o continente, como o livroRumo à Antártica da geógrafaTeresinha de Castro, publicado em 1976.[19]
Como não há povos nativos da Antártida, a sua história é a da sua exploração. É muito provável que os povos de regiões próximas ao continente tenham sido os primeiros a explorá-lo: os povosAush daTerra do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefemāori de nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C..[20][21] No entanto, esses povos não deixaram vestígios de sua presença.
As primeiras expedições documentadas começam noséculo XVI.Américo Vespúcio relatou o registro visual de terras a 52°S.[22] Várias expedições aproximaram-se gradativamente do continente sem, no entanto, ter-se a certeza de que se tratava realmente de um continente ou de um conjunto de ilhas, até às expedições deJames Cook, o primeiro acircum-navegá-lo entre 1772 e 1775 sem o avistar, devido ànévoa e aosicebergs.[21]
A ocupação humana propriamente dita começa na primeira metade doséculo XIX, quando naviosbaleeiros chegavam à região dasIlhas Sandwich do Sul. Nesse período,James Weddell eJames Clark Ross descobriram os mares que hoje levam seus nomes. Este último fez uma viagem deexploração na qual descobriu ainda aIlha de Ross, os montesÉrebo eTerror e aTerra de Vitória, retornando em 1843.[21] Realizados em 1895 e 1889, o sexto e o sétimo Congresso Internacional de Geografia, respectivamente, obtêm relativo sucesso em seu chamado pela exploração do continente meridional, firmando-se uma colaboração mútua de Grã-Bretanha e Alemanha para a exploração científica da Antártida, resultando em diversas expedições ao continente com o apoio e a participação de diferentes nações.[24]
A expedição liderada pelo norueguêsRoald Amundsen foi a primeira a atingir opolo Sul em 1911-1912.
No início doséculo XX, os exploradores se voltam para a conquista dopolo Sul.Ernest Henry Shackleton organizou uma expedição em 20 de outubro de 1908, sendo obrigado a retornar sem atingir o polo. Seguem-se a eleRoald Amundsen eRobert Falcon Scott em uma verdadeira corrida, pois partem com apenas duas semanas de diferença em outubro de 1911 a partir daplataforma de Ross. Amundsen atinge o polo em 14 de dezembro de 1911, retornando em janeiro. O grupo de Scott chega ao ponto em 17 de janeiro e encontra abandeira norueguesa. No caminho de volta, os cinco expedicionários morrem defome eexaustão.[21]
Após a conquista do polo, restava ainda a façanha de atravessar o continente de costa a costa. Shackleton assumiu a tarefa na Expedição Imperial Transantártica, em 1914, que não obteve sucesso por uma série de dificuldades, as primeiras foram os navios terem ficado presos nogelo e afundado.[25]
Richard Evelyn Byrd, explorador dos Estados Unidos, foi o primeiro a sobrevoar o polo Sul, em 29 de novembro de 1929, após o que conduziu diversas viagens de avião à Antártida nas décadasde 1930 ede 1940.[25] Byrd também realizou extensas pesquisasgeológicas ebiológicas. Atualmente, após oTratado da Antártida, muitos países mantêm bases de pesquisa permanente e a ocupação humana é constante.[2]
A maior parte do continente austral está localizada ao sul doCírculo Polar Antártico e circundada pelooceano Antártico. É a massa de terra maismeridional e compreende mais de 14 milhões de quilômetros quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua costa mede 17 968 quilômetros e é caracterizada por formações de gelo,[2] como mostra a tabela:
Tipos de costa ao longo da Antártida (Drewry, 1983)
Aproximadamente 98% da Antártida está coberta por ummanto de gelo,[2] que possui em média doisquilômetros de espessura, sendo 4 776 metros sua espessura máxima.[27] Essa cobertura de gelo tem um volume estimado em 25,4 milhões dequilômetros cúbicos,[7] contendo 70% de toda a água doce do planeta[20] sendo assim o continente de maioraltitude média. O gelo advindo do manto forma barreiras que se estendem para além da costa, conhecidas comoplataformas de gelo, a maior das quais é a deRoss (com 800 km de largura e estendendo-se por 1 000 km em direção ao polo Sul).[4] Osicebergs são blocos de gelo flutuante formados pela neve, desprendidos das geleiras ou das plataformas de gelo.[28] Embora a maior parte da massa continental da Antártida se encontre acima do nível do mar, uma grande parte da pequenaAntárctica Ocidental encontra-se abaixo do nível do mar.[4]
Em grande parte do interior do continente aprecipitação média anual fica entre 30 e 70 mm;[20] em algumas áreas de "gelo azul" a precipitação é mais baixa do que a perda de massa pelasublimação e, assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo efeito ocorre sobre uma base derochas, conduzindo a uma paisagem esturricada.[26]
Abriga oPolo geográfico Sul do planeta, a 90º de latitude S, e opolo magnético, cuja localização não é fixa. Apenas a península Antártida, com 1 000 km de extensão, não está sempre coberta por gelo. O relevo é marcado pelosmontes Transantárticos, prolongamento geológico dos Andes. Ela divide o continente emAntártida Oriental, complanícies,colinas baixas e ageleira Lambert (a maior do mundo), eAntártida Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente. As banquisas formadas por água do mar congelado se confundem com o contorno do continente.[26]
A Antártida Ocidental é coberta pelomanto de gelo da Antártida Ocidental. Este chamou a atenção recentemente por causa da possibilidade real de seu colapso: se derretesse, o nível do mar elevar-se-ia em vários metros em um curto espaço detempo geológico, talvez em questão deséculos.[29] Diversos fluxos de gelo antártico, que correspondem a aproximadamente 10% da cobertura de gelo, correm para uma das muitas plataformas.
A Antártida tem mais de 145lagos que se encontram sob a superfície de gelo continental.[30] Olago Vostok, descoberto abaixo daestação Vostok em 1996, é o maior deles. Acredita-se que o lago está selado pelo manto de gelo há 30 milhões de anos.[31] Há também alguns rios no continente, o maior dos quais é orio Onyx, com trinta quilômetros de extensão, que desagua nolago Vanda a 75 metros de profundidade.[32]
A Antártida é o continente mais frio e seco da Terra, um grandedeserto. A precipitação média anual fica entre 30 e 70mm.[20] Devido à influência das correntes marítimas, as zonas costeiras apresentam temperaturas mais amenas, com uma média anual de -10°C (atingindo valores entre 10 °C no verão e -40 °C no inverno). Por outro lado, no interior do continente, a média anual é -30 °C, com temperaturas variando entre -30 °C no verão até abaixo de -80 °C no inverno. A menor temperatura do mundo, -93,2 °C, foi registrada entre Dome Argurs e Dome Fuji no dia 10 de agosto de 2010.[33]
No entanto, estima-se que seja aCordilheira A (ouRidge A) seja o local mais frio da superfície terrestre, que fica localizada nas seguintes coordenadas:81° 30′ S, 73° 30′ L.[34][35]
Estima-se que, apesar dos seis meses de escuridão doinverno, a incidência daenergia solar no Polo Sul seja semelhante à recebida anualmente noequador, mas 75% dessa energia érefletida pela superfície de gelo.[20]
A Antártida Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. Asmassas de ar raramente penetram muito no continente, deixando seu interior frio e seco. Ogelo no interior do continente dura muito tempo, apesar da falta de precipitação para renová-lo. A queda deneve não é rara nolitoral, onde já se registrou a queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente comventos fortes, registrando-se ventos comvelocidades superiores a 200 km/h na região costeira, sendo a média nestes locais de 100 km/h.[3] No interior, entretanto, as velocidades são tipicamente moderadas.[36]
A Antártida é mais fria do que oÁrtico por dois motivos: em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três quilômetros acima do nível do mar. Em segundo lugar, a área dopolo Norte é coberta pelooceano Ártico e o relativo calor do oceano é transferido através do gelo, impedindo que as temperaturas nas regiões árticas alcancem os extremos típicos da superfície da terra no sul.[37]
Alguns eventos climáticos são comuns na região. Aaurora austral, conhecida como "luzes do sul", é um brilho observado durante a noite perto do Polo Sul. Outro acontecimento é opó de diamante,neblina composta de pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso é referido como precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela reflexão da luz solar em cristais de gelo, conhecidos comoparélio, são uma manifestação óptica atmosférica comum.[27]
Em 9 de fevereiro de 2020, o continente registrou uma temperatura de 20,7 °C, a mais alta de toda a história da Antártida.[38][39]
Aproximadamente 400 espécies delíquenes são conhecidas na Antártida.
As principais dificuldades para o crescimento dos vegetais na Antártida são os fortesventos, a curta espessura do solo e a limitada quantidade de luz solar durante o inverno austral.
Por isso, a variedade de espécies de plantas na superfície é limitada a plantas "inferiores", comomusgos ehepáticas. Além disso há uma comunidadeautotrófica, formada porprotistas. A flora continental consiste emlíquens,briófitas,algas efungos. O crescimento e a reprodução ocorrem geralmente no verão.[40]
Há mais de 200 espécies de líquens e aproximadamente 50 espécies de briófitas, tais como musgos. No continente existem 700 espécies de algas, a maioria das quais forma ofitoplâncton.[40]Diatomáceas e algas da neve, algas microscópicas que crescem na neve e no gelo dando-lhes coloração, são abundantes nas regiões costeiras durante o verão.[41] Há ainda duas espécies de plantas que florescem e são encontradas naPenínsula Antártica.[40]
Okrill é muito importante para a maior parte dasteias alimentares, servindo de alimento paralulas,baleias,focas, como afoca-leopardo,pinguins e outras aves.[42] As aves mais comuns são os pinguins, osalbatrozes e ospetréis. No entanto, somente 13 espécies fazem seus ninhos em terra firme, geralmente no litoral, e partem para regiões mais quentes no inverno. Enquanto todas as demais migram, duas espécies de pinguim permanecem e migram para o interior: opinguim-imperador, a maior espécie, e opinguim-de-adélia.[43] Por volta de abril, machos e fêmeas dos pinguins-imperador migram cem quilômetros para o sul, as fêmeas voltam para o litoral para se alimentar, só voltando em julho e os machos se agrupam para se aquecerem.[44]
A fauna dos mares em torno da Antártida é bastante rica. É composta por uma miríade de invertebrados comoesponjas,[45]anêmonas,estrelas-do-mar eouriços-do-mar,[46]anelídeos,crustáceos emoluscos e entre os mais abundantes estão oisópodeGlyptonotus antarticus e o moluscoNacella concinna, comum nas zonas costeiras. As condições ambientais afetam o crescimento e a reprodução desses animais: eles se tornam maiores e crescem mais lentamente, se reproduzindo de forma mais lenta em comparação com seus congéneres de regiões quentes.[4]
Em regiões com profundidade de cerca de 200 metros abaixo da camada de gelo e em plena escuridão, acreditava-se que existiam apenasmicróbios, mas, conforme anúncio feito pelaNASA em 16 de março de 2010, também podem ser encontrados o crustáceoLyssianasid amphipod e uma espécie deágua-viva.[47]
A aprovação doAto de Conservação da Antártida trouxe severas restrições ao continente. A introdução de plantas ou dos animais estrangeiros pode ser punida criminalmente, bem como a retirada de qualquer espécie nativa.[48] O excesso de pesca dokrill, de grande importância para oecossistema local, fez com que a pesca fosse regulamentada e controlada. AConvenção para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, em inglês), um tratado que entrou em vigor em 1980, requer que regulamentos sobre o Oceano Antártico levem em conta os potenciais efeitos sobre todo o ecossistema antártico. Apesar destes novos regulamentos, a pesca ilegal, particularmente damerluza-negra, continua sendo um sério problema. A pesca ilegal da merluza aumentou para cerca de trinta e duas mil toneladas em 2000.[49][50]
Há mais de 100 milhões de anos a Antártida fazia parte daGondwana.[1] Ao longo do tempo, a Gondwana dividiu-se e a Antártida como é conhecida hoje formou-se por volta de há 25 a 23 milhões de anos, ao se separar daAmérica do Sul e tornar-se totalmente circundada pelooceano Antártico.[4]
No períodoCambriano, há entre 540 e 250 milhões de anos, o clima naGondwana era ameno. A Antártida Ocidental estava parcialmente noHemisfério Norte, e durante este período grandes quantidades dearenito,calcário existo foram depositados. A Antártida Oriental estava no Equador, ondeinvertebrados etrilobitas floresciam no fundo dos marestropicais. Por volta do início do períodoDevoniano (416 milhões de anos) a Gondwana estava em latitudes mais ao sul e o clima era mais frio, embora sejam conhecidosfósseis de plantas deste período.Areia esiltes assentaram-se no que são agora osmontes Ellsworth,Horlick ePensacola. A glaciação começou no fim do período Devoniano (360 milhões de anos) movendo-se em direção aopolo Sul e o clima esfriou, embora ainda houvesseflora. Durante o períodoPermiano,pteridófitas que cresciam empântanos dominavam apaisagem. Com o tempo estes pântanos transformaram-se em depósitos decarvão nosmontes Transantárticos. Um aquecimento contínuo ao fim do Permiano tornou o clima quente e seco na maior parte da Gondwana.[51]
Como resultado do aquecimento contínuo, há entre 250 e 65 milhões de anos, a cobertura de gelo polar derreteu e grande parte da Gondwana transformou-se em umdeserto. Na Antártida Orientalpteridospermatophytas, espécie de pteridófita atualmente extinta, tornaram-se comuns, e grandes quantidades de arenito e de xisto assentaram-se. Apenínsula Antártica começou a se formar durante o períodoJurássico (há entre 206 e 146 milhões de anos), e as ilhas subantárticas emergiram gradualmente do oceano.Nogueiras-do-japão ecicadáceas eram abundantes durante este período, bem comorépteis. No períodoCretáceo (há entre 146 e 65 milhões de anos), a Antártida Ocidental foi dominada porflorestas deconíferas, emboranotofagáceas tenham começado a dominar no fim deste período.Amonites eram comuns nos mares em torno da Antártida, e também haviadinossauros, embora somente quatro espécies antárticas tenham sido encontradas até agora (Cryolophosaurus eGlacialisaurus do Jurássico,[52][53]Antarctopelta eTrinisaura do Cretáceo).[54][55] Foi durante esse período que a Gondwana começou a separar-se.[51] A Antártica abrigava florestas tropicais, há quase 90 milhões de anos.[56] O solo da floresta descoberto no período Cretáceo, a 900 km do Polo Sul, os pesquisadores descobriram que os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera eram mais altos do que o esperado durante o período intermediário do Cretáceo, há 115-80 milhões de anos, desafiando modelos climáticos do período.[57]
AÁfrica separou-se da Antártida por volta de há 160 milhões de anos, seguida pelosubcontinente indiano no início do Cretáceo (aproximadamente há 125 milhões de anos). Há 65 milhões de anos, a Antártica (ainda conectada àAustrália) tinha um clima entre tropical esubtropical, somado a uma fauna demarsupiais. Há 40 milhões de anos, ocontinente australiano, então unido à atual ilha daNova Guiné separou-se da Antártida e o gelo começou a aparecer. Por volta de há 23 milhões de anos, o surgimento dapassagem de Drake entre a Antártida e aAmérica do Sul resultou no aparecimento daCorrente Circumpolar Antártica.[4] O gelo propagou-se, substituindo as florestas que cobriam o continente. O continente está coberto de gelo desde há 15 milhões de anos.[58]
A Antártida sem a sua cobertura de gelo. (Esse mapa não considera que o nível do mar e do continente se elevariam pelo derretimento do gelo).
Os estudos geológicos da Antártida foram dificultados por quase todo o continente ser coberto permanentemente por uma grossa camada degelo. Entretanto, novas técnicas como osensoriamento remoto (deteção remota) começaram a revelar as estruturas por debaixo do gelo.[59]
Geologicamente, a Antártida Ocidental assemelha-se aosAndes.[51] A península Antártica foi formada pela elevação emetamorfismo de sedimentos do leito do mar durante o final daera Mesozoica. Esta elevação de sedimentos foi acompanhada de intrusõesígneas evulcanismo. As rochas mais comuns na Antártida Ocidental são oandesito e oriolito formadas durante o períodoJurássico. Há evidências devulcanismo, mesmo depois da formação do manto de gelo, naTerra de Marie Byrd e naIlha Alexandre I. A única área atípica da Antártida Ocidental é a dos montes Ellsworth, a região onde aestratigrafia é mais parecida com a da parte oriental do continente.[60]
A Antártida Oriental é geologicamente muito antiga, datando dopré-cambriano, com algumas rochas formadas há mais de 3 000 milhões de anos. É formada por uma plataformametamórfica eígnea que é a base doescudo continental. Acima desta base estão várias rochas mais modernas, como arenito, calcário, carvão e xisto depositadas durante os períodos Devoniano e Jurássico para dar forma aos Montes Transantárcticos. Em áreas costeiras como acordilheira Shackleton e aTerra de Vitória foram encontradas algumasfalhas geológicas.[60]
O principal recursomineral conhecido no continente é ocarvão.[58] Inicialmente, foi encontrado porFrank Wild perto dageleira Beardmore na expedição do Nimrod, e conhece-se a existência de carvão de baixa qualidade em muitas partes dos montes Transantárticos. Asmontanhas Príncipe Charles contêm depósitos significativos deminério de ferro. Os recursos mais valiosos da Antártida, localizados ao largo do continente, são campospetrolíferos e degás natural, encontrados no mar de Ross em 1973. A exploração de todos os recursos minerais está proibida peloProtocolo de Proteção Ambiental do Tratado da Antártida.[61] Até 2048, tal proibição só poderá ser revogada ou alterada sob aprovação unânime dos países consultores do Tratado da Antártida e após estabelecimento de um regime legal para a atividade exploratória.[62]
Embora a Antártida não tenha residentes permanentes, alguns governos mantêm estações de pesquisa permanentes por todo o continente. A população decientistas no continente e nas ilhas subantárticas varia de aproximadamente quatro mil no verão a mil no inverno. Muitas das estações de pesquisa mantêm pessoal durante todo o ano.[2]
Os administradores e outros oficiais encarregues das estações baleeiras muitas vezes viviam junto com suas famílias. Entre eles estava o fundador de Grytviken, o capitãoCarl Anton Larsen, um importante baleeiro norueguês e explorador que adotou a cidadania britânica em 1910 junto com a família. No entanto, após o fim da caça às baleias nadécada de 1960, a população reduziu-se drasticamente para menos de cem pessoas.[63]
A primeira criança nascida na região polar austral foi uma menina norueguesa,Solveig Gunbjørg Jacobsen, na cidade de Grytviken em 8 de outubro de 1913, e seu nascimento foi registrado pelo magistrado britânico residente na ilhaGeórgia do Sul. Era filha de Fridthjof Jacobsen, administrador assistente da estação baleeira, e de Klara Olette Jacobsen. Jacobsen chegou à ilha em 1904 para tornar-se o administrador de Grytviken, servindo de 1914 a 1921; dois de seus filhos nasceram na ilha.[63]
Emilio Marcos de Palma foi o primeiro a nascer no continente, naBase Esperanza em 1978. Seus pais haviam sido enviados para lá pelo governo argentino juntamente com sete outras famílias, para determinar se a vida em família era possível no continente. Em 1984, Juan Pablo Camacho nasceu na base de Presidente Eduardo Frei Montalva, sendo o primeiro chileno nascido na Antártida. Diversas bases são agora lar de famílias com crianças que vão aescolas em estações.[64] Em 2009, mais onze crianças nasceram na Antártida (ao sul doparalelo 60 S): oito naBase Esperanza[65] e mais três emBase Presidente Eduardo Frei Montalva.[66]
Como único continente desabitado, a Antártida não tem nenhum governo e não pertence a nenhum país. Vários países reivindicam áreas, mas estas reivindicações não são reconhecidas por outros. A área entre os meridianos90° O e150° O é a única parte da Antártida e da Terra não reivindicada por nenhum país.[67]
OTratado da Antártida é o documento assinado em 1 de dezembro de 1959 pelos países que reclamavam a posse de partes do continente da Antártida, em que se comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional.[8]
Desde 1959, as reivindicações na Antártida estão suspensas e o continente é considerado politicamente neutro. Sua situação é regulada peloTratado da Antártida e por outros acordos relacionados, chamados em seu conjunto deSistema do Tratado da Antártida.[68] Para as finalidades do Sistema de Tratados, a Antártida é definida como toda a terra e plataformas de gelo em torno do paralelo60° S. O tratado foi assinado por 12 países, incluindo aUnião Soviética e osEstados Unidos, e transformou o continente numa área de preservação científica, estabeleceu a liberdade de investigação científica, a proteção ambiental e baniu exercícios militares no continente. Este foi o primeiro acordo para o controlo de armas estabelecido durante aGuerra Fria.[8]
O Tratado da Antártida proíbe quaisquer operações militares no continente e ilhas próximas, tais como o estabelecimento de bases e de fortificações militares, a realização de manobras militares, ou o teste de qualquer tipo de arma. Pessoal e equipamento militar são permitidos apenas para pesquisa científica ou para outros propósitos pacíficos.[69] A única operação militar em larga escala documentada foi aOperación 90, empreendida pelas forças armadas da Argentina[70] dez anos antes de estabelecido o Tratado.
As reivindicações argentina, britânica e chilena sobrepõem-se. AAustrália tem a maior reivindicação de território na Antártida (42% do continente).[4] Os Estados Unidos e a Rússia não reconhecem nenhuma reivindicação territorial na Antártida, reservando-se o direito de fazer suas próprias reivindicações.[4]
Nenhuma das reivindicações antárticas é reconhecida pela comunidade internacional. Nos termos do Artigo IV do Tratado da Antártida, que regula as atividades humanas ao sul do paralelo 60°S, nenhuma atividade durante a vigência do Tratado pode ser considerada reconhecimento, reforço ou negação das reivindicações territoriais.[8]
AAlemanha nazista também manteve uma reivindicação chamadaNova Suábia, entre 1939 e 1945. Ela estava situada entre 20°E e 10°W, sobrepondo-se à reivindicação da Noruega.[4]
Ainda que ocarvão, oshidrocarbonetos, ominério de ferro, aplatina, ocobre, ocrômio, oníquel,ouro e outros minerais tenham sido encontrados, eles existem em quantidades pequenas demais para a exploração.[2] OProtocolo de Proteção Ambiental para o Tratado da Antártida (ou Protocolo de Madri) de 1991 também restringe disputas por recursos. Em 1998 estabeleceu-se um compromisso pela proibição da mineração por 50 anos até o ano 2048, e decidiram-se desenvolvimento econômico e exploração mais limitados.[61] A atividade primária básica é a captura e comércio de peixe. A pesca entre 2000 e 2001 chegou a 112 934 toneladas.[2]
Oturismo em pequena escala existe desde 1957 e é atualmente autorregulado pelaAssociação Internacional das Operadoras de Turismo Antártico (IAATO, em inglês). Entretanto, nem todas as embarcações uniram-se à IAATO.[71] Muitos navios transportam pessoas para locais turísticos específicos. Um total de 27 950 turistas visitou a Antártida no verão de 2004 a 2005,[72] quase todos vindos de navios comerciais. Esse número deverá aumentar para 80 mil em 2010.
Houve algumas preocupações recentes sobre os efeitos ambientais causados pelo influxo de visitantes. Ambientalistas e cientistas fizeram apelos por maiores restrições aos navios e ao turismo.[73] Sobrevoos da Antártida (que não aterrissam) vindos da Austrália e Nova Zelândia eram realizados até o acidente dovoo 901 daAir New Zealand em 1979 nomonte Érebo, tendo sido recomeçados da Austrália na metade da década de 1990.[71]
As comunicações na Antártida já foram dificultadas pelo isolamento do continente, mas no presente as comunicações por satélite possibilitam a conversação de cientistas com suas famílias pelainternet. Embora não haja cabos telefónicos para o continente, os telefones via satélite também são utilizados e os telefones convencionais são utilizados para comunicações internas nas bases, aviões e navios da região. Há pelo menos uma estação de televisão transmitindo no continente, para aEstação McMurdo dos Estados Unidos, além de estações derádio, AM e FM, e de comunicação através deondas curtas como oradioamadorismo.[2] Ocorreio chega à Antártida através dehelicópteros e navios.
Os transportes na Antártida evoluíram desde ostrenós puxados porcães na época de Shackleton (o uso de cães foi banido pelo Protocolo de Madri, retirados definitivamente do continente em 1994)[6] aos veículos motorizados atuais. Osmeios de transporte em áreas remotas como a Antártida têm que lidar com as baixas temperaturas e os fortes ventos para garantir a segurança dos passageiros. Devido à fragilidade do ecossistema antártico, poucos deslocamentos podem ser feitos e a utilização de transportes sustentáveis é necessária para minimizar os efeitos noespaço ecológico.[6] A infraestrutura em água, solo e ar precisa ser segura. Presentemente, milhares de turistas e cientistas utilizam o sistema de transportes da Antártida.[73]
O transporte por terra é feito a pé (por meio deesquis e sapatos de neve) ou veículos (veículos motorizados como asmotos de neve,[74]escavadeiras,[75] e trenós puxados por cães, no passado). A escassez e baixa qualidade das estradas limitam as viagens por terra. Em geral, os veículos precisam estar adaptados compneumáticos mais grossos, correias como as doscarros de combate ou correntes. O combustível deve ser diferenciado, para não congelar com o frio extremo.[76]
Não háportos de grande porte na Antártida. A maioria das estações costeiras possui apenasancoradouros e os suprimentos são transportados dos navios para a praia em pequenosbarcos ehelicópteros. Poucas estações têmcais. Todos os navios ancorados são submetidos à inspeção de acordo com o artigo sete do Tratado da Antártida. As ancoragens costeiras são raras e intermitentes.[2] Normalmente é necessário que um navioquebra-gelo abra caminho antes que outros navios possam navegar. O transporte aéreo é feito por meio deaviões ehelicópteros (ver:aviação polar). Os aviões precisam de esquis ou rodas para pousar. Aspistas de pouso e decolagem dos aviões e osheliportos têm que ser mantidas livres deneve para assegurar pousos e decolagens seguras. O continente tem 32 aeroportos, mas não há aeroportos abertos ao acesso público ou instalações de pouso.[2]
Um total de 37 estações operadas por 16 governos signatários do Tratado da Antártida têm instalações de pouso para helicópteros. Empresas comerciais operam ainda duas instalações aeroportuárias. Heliportos estão disponíveis em 27 estações. As pistas de pouso e decolagem em 15 locais são feitas decascalho,banquisas, gelo azul ou neve compactada apropriados para pousos de aviões com pneus. As pistas de pouso são em geral pequenas.[2]
Os aeroportos da Antártida estão sujeitos a severas limitações por causa das condições climáticas e geográficas. Eles não atendem aos padrões daOrganização da Aviação Civil Internacional e a aprovação das organizações governamentais ou não-governamentais responsáveis é necessária antes do pouso.[2]
Anualmente, cientistas de 29 nações conduzemexperimentos de reprodução impossível em outros lugares do mundo. No verão mais de quatro mil cientistas operam estações de pesquisa e este número diminui para quase mil no inverno.[2] A estação McMurdo é capaz de abrigar mais de mil cientistas, visitantes e turistas. Entre os cientistas, incluem-sebiólogos,geólogos,oceanógrafos,físicos,astrônomos,glaciólogos emeteorologistas.[77] Geólogos estudam em geral otectonismo dasplacas na região antártica,meteoritos do espaço e vestígios do período da divisão da Gondwana; mais de nove mil fragmentos de meteoritos já foram recolhidos na Antártida, dentre eles um meteorito de 4 mil milhões de anos que, aparentemente, se desprendeu deMarte.[78]
Glaciólogos ocupam-se com o estudo da história e da dinâmica do gelo flutuante, da neve, das geleiras, e dos mantos de gelo.[79] Já os biólogos, além de estudar os animais selvagens, estão interessados em como as baixas temperaturas e a presença dos seres humanos afetam a sobrevivência de uma grande variedade de espécies. Médicos fizeram descobertas a respeito da propagação de viroses e da resposta do corpo às temperaturas extremas. Astrofísicos daEstação Pólo Sul Amundsen-Scott podem estudar o céu e aradiação cósmica de fundo em micro-ondas por causa do buraco nacamada de ozônio e do ambiente seco. O gelo antártico serve como meio de proteção para o maiortelescópio de detecção deneutrinos do mundo, construído dois quilômetros abaixo da estação Amundsen-Scott.[80]
Desde adécada de 1970 que um foco importante de estudos tem sido acamada de ozônio acima da Antártida. Em 1985, três cientistas britânicos que trabalhavam com dados que haviam recolhido naEstação Halley descobriram a existência de um buraco nessa camada. Em 1998, informações de satélites daNASA mostraram que o buraco na camada de ozônio era o maior desde que foi notado, cobrindo 27 milhões de quilômetros quadrados.[81]
Osmeteoritos que caem na Antártida são uma importante área de estudo do material formado no início dosistema solar, acredita-se que a maioria são originários deasteroides, mas alguns podem ter se originado deplanetas maiores. Os primeiros meteoritos foram encontrados em 1912. Em 1969, uma expediçãojaponesa descobriu nove meteoritos. A maioria desses meteoritos caíram sobre omanto de gelo nos últimos milhões de anos.[82]
O movimento do manto de gelo concentra os meteoritos em locais inacessíveis, tais como cadeias de montanhas, com aerosão do vento trazendo-os para a superfície depois de séculos sob a neve acumulada. Em comparação com meteoritos recolhidos em regiões mais temperadas da Terra, os meteoritos antárticos são mais bem preservados.[82]
Esta grande coleção de meteoritos permite uma melhor compreensão da abundância de tipos de meteoritos no sistema solar e como os meteoritos se relacionam com asteroides ecometas. Novos tipos de meteoritos emeteoros raros foram encontrados. Entre eles estão peças originárias daLua, e provavelmente deMarte, através de impactos. Esses espécimes, nomeadamente oALH84001 descoberto porANSMET, estão no centro da polêmica sobre possíveis evidências devida microbiana em Marte. Como os meteoritos no espaço absorvem e registram aradiação cósmica, o tempo decorrido desde que o meteorito atingiu aTerra pode ser determinado a partir de estudos de laboratório. O tempo decorrido desde a queda, idade ou residência terrestre de um meteorito representa mais informação que pode ser útil em estudos ambientais das camadas de gelo da Antártida.[82]
Em janeiro de 2008, cientistas daBritish Antarctic Survey (BAS), liderados por Hugh Corr e David Vaughan, relataram (na revistaNature Geoscience) que há 2 200 anos umvulcão entrou emerupção sob o manto de gelo da Antártida (com base no levantamento aéreo com imagens deradar). A maior erupção na Antártida nos últimos 10 000 anos, as cinzas vulcânicas foram encontradas depositadas na superfície de gelo sob asmontanhas Hudson, perto doGlaciar de Pine Island.[84]
A cada ano uma grande área de baixa concentração deozônio ou "buraco de ozônio" cresce sobre a Antártida. Este buraco abrange todo o continente. Em 2008 houve o mais duradouro registro do buraco, que se manteve até o final de dezembro.[85] O buraco foi detectado por cientistas em 1985[86] e tendeu a aumentar ao longo dos seguintes anos de observação. O buraco de ozônio é atribuído àemissão declorofluorcarbonetos, ou CFCs, para aatmosfera, que decompõem acamada de ozônio em outros gases.[87]
Alguns estudos científicos sugerem que adepleção do ozônio pode ter um papel preponderante nasmudanças climáticas recentes na Antártida (e uma área maior doHemisfério Sul).[86] O ozônio absorve grandes quantidades deradiação ultravioleta naestratosfera. A depleção do ozônio sobre a Antártida pode causar um resfriamento de cerca de 6°C na estratosfera local. Esse resfriamento tem o efeito de intensificar o fluxo de ventos de oeste de todo o continente (ovórtice polar) e, portanto, impede saída do ar frio próximo ao polo sul. Como resultado, a massa continental da camada de gelo do leste da Antártida recebe temperaturas mais baixas, e as áreas periféricas da Antártida, em especial napenínsula Antártica, está sujeita a temperaturas mais elevadas, que promovem acelerado derretimento.[86] Os modelos recentes também sugerem que o esgotamento de ozônio/efeito vórtice polar reforçado também explica o aumento recente no gelo do mar perto da praia do continente.[88] No entanto, o problema tem se reduzido ao passar dos anos, devido a proibição de produtos comCFC.[81]
Algumas partes da Antártida estão se aquecendo, um aquecimento particularmente forte foi notado napenínsula Antártica. Um estudo realizado por Eric Steig publicado em 2009 observou pela primeira vez que a tendência da temperatura média da superfície da Antártida é ligeiramente positiva em > 0,05°C por década entre 1957 e 2006. Este estudo também observou que aAntártida Ocidental foi aquecida em mais de 0,1 °C por década nos últimos 50 anos e esse aquecimento é mais acentuado noinverno e naprimavera. Isto é em parte compensado pela queda do resfriamento naAntártida Oriental.[89] Há evidências de um estudo que a Antártida está seaquecendo como resultado das emissões humanas dedióxido de carbono.[90] No entanto, a pequena quantidade de aquecimento da superfície na Antártida Ocidental não afeta diretamente a contribuição domanto de gelo da Antárctida Ocidental para onível do mar. Em vez disso, acredita-se que os recentes aumentos no degelo glacial ocorreram devido a um influxo de água quente do oceano, ao largo daplataforma continental.[91][92] A contribuição ao nível do mar a partir da península Antártica é mais provável que seja um resultado direto de um aquecimento maior da atmosfera nessa região.[93]
Em 2003, aPlataforma de gelo Larsen-B na península Antártica entrou em colapso.[94] Entre 28 de Fevereiro e 8 de março de 2008, cerca de 570 km² da plataforma de gelo Wilkins, na parte sudoeste da península, entrou em colapso, colocando os restantes 15 mil km² daplataforma de gelo em risco. O gelo estava sendo retido por um "fio de gelo de cerca de 6 km de largura,[95][96] antes de seu colapso, em 5 de abril de 2009.[97][98] Segundo aNASA, o mais difundido derretimento antártico de superfície nos últimos 30 anos ocorreu em 2005, quando uma área de gelo de tamanho comparável ao estado daCalifórnia derreteu e recongelou brevemente, o que pode ter resultado do aumento das temperaturas em 5 °C.[99]
Pela primeira vez, os cientistas detectaram um vazamento ativo degás metano, um gás deefeito estufa com 25 vezes mais potencial de aquecimento do que o dióxido de carbono.[100] Enquanto vazamentos submarinos de metano foram detectados anteriormente em todo o mundo, os micróbios ajudam a manter esse vazamento sob controle devorando o gás antes que muito possa escapar para a atmosfera.[101] O vazamento - localizado a cerca de 10 metros abaixo da superfície doMar de Ross, perto daPlataforma de Gelo Ross do sul da Antártida - foi descoberto por acaso quando mergulhadores civis nadaram em 2011. O estudo mostrou que os micróbios que consomem metano levaram aproximadamente cinco anos para responder ao vazamento na Antártica e, mesmo assim, não consumiram o gás completamente. O vazamento subaquático quase certamente fez com que o gás metano penetrasse na atmosfera nesses cinco anos - um fenômeno que os modelos climáticos até 2020 não levam em conta ao prever a extensão do futuro aquecimento atmosférico.[102]
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