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About:Armed Revolutionary Action

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A Ação Revolucionária Armada (ARA) foi o braço armado do Partido Comunista Português (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do Estado Novo então liderada por Marcello Caetano. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário.

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  • A Ação Revolucionária Armada (ARA) foi o braço armado do Partido Comunista Português (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do Estado Novo então liderada por Marcello Caetano. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário. Em 1964, o PCP decidiu criar as "ações especiais", e em 1965, o núcleo, composto por Raimundo Narciso e Rogério de Carvalho, vai para Cuba tirar um curso sobre treino militar. Passados cinco meses, as "ações especiais" já tinham quadros, equipamento bélico, e vários locais clandestinos. O seu primeiro alvo foi as instalações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) perto de Rio de Mouro, mas não é bem-sucedida. Nesse ano, uma vaga repressiva enfraqueceu o Partido e a ARA, que fica sem conseguir contactar a direção do PCP durante meses. Foi enviado em 1966 um novo grupo de militantes para Cuba para cursar em treino militar, mas quando voltam, influenciados pela linha guerrilheira do foquismo, fora da linha partidária, rompem com o Partido. Na reunião sobre o acontecimento, Álvaro Cunhal defendeu que os futuros operacionais das "ações especiais" deveriam cursar na União Soviética em vez de Cuba. Em 1967, quando Narciso volta da União Soviética, tem a incumbência de reestruturar as "ações especiais" com Ângelo Veloso. Em 1970, as "ações especiais" reuniram aproximadamente 42 operativos, estando relativamente estáveis, aptas para executar as ações já planeadas e com um paiol seguro. Num contexto de radicalização da sociedade portuguesa, Raimundo Narciso passa a dirigir a ARA com Jaime Serra e Francisco Miguel. As "ações especiais" passaram a apresentar-se como Ação Revolucionária Armada a partir da reunião de rescaldo ao ataque ao navio Cunene, a 26 de outubro de 1970. A 20 de novembro, detonam três bombas, cada uma com um valor simbólico, representando as frentes de combate político: a luta contra a repressão, contra a guerra colonial, e contra o imperialismo. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) — antecessora da Direção-Geral de Segurança (DGS) — só descobriu que a ARA era uma organização ligada ao PCP na sabotagem da base aérea de Tancos, com o nome de código, Operação "Águia Real", devido à complexidade envolvida e ao tamanho do feito, que resultou na destruição de 28 aeronaves, 13 delas irrecuperavelmente. A 3 de junho de 1971, há uma sabotagem da central de telecomunicações nacionais e internacionais durante a conferência ministerial da NATO, que causou "grande embaraço" ao regime, sendo esta noticiada mundialmente. A 2 de outubro, a ARA executa uma missão para desviar material explosivo no assalto ao paiol da pedreira. A 27 de outubro, dois dias antes da inauguração do Quartel do Comiberlant, às duas da manhã, uma bomba explodiu, que causou uma gigante destruição no Quartel, tanto no interior como no exterior. Em janeiro de 1972, a ARA realiza uma ação de destruição de material de guerra sofisticado e novo, vindo de França, que seguia para a guerra colonial no navio Muxima, e em julho há uma tentativa malsucedida de sabotar um navio. A 9 de agosto, no dia de tomada de posse de Américo Tomás, a ARA realiza uma última ação, que constituiu no corte de energia no país inteiro com ações de sabotagem. Após um ano sem ações, e com a conciliação entre a oposição e o PCP, a ARA é suspensa em maio de 1973. Esta sofrera duros golpes anteriormente, com a prisão de vários operacionais importantes. Ela continuou clandestina até à revolução de 25 de abril de 1974, sendo só dissolvida com a queda do regime ditatorial do Estado Novo. (pt)
  • A Ação Revolucionária Armada (ARA) foi o braço armado do Partido Comunista Português (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do Estado Novo então liderada por Marcello Caetano. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário. Em 1964, o PCP decidiu criar as "ações especiais", e em 1965, o núcleo, composto por Raimundo Narciso e Rogério de Carvalho, vai para Cuba tirar um curso sobre treino militar. Passados cinco meses, as "ações especiais" já tinham quadros, equipamento bélico, e vários locais clandestinos. O seu primeiro alvo foi as instalações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) perto de Rio de Mouro, mas não é bem-sucedida. Nesse ano, uma vaga repressiva enfraqueceu o Partido e a ARA, que fica sem conseguir contactar a direção do PCP durante meses. Foi enviado em 1966 um novo grupo de militantes para Cuba para cursar em treino militar, mas quando voltam, influenciados pela linha guerrilheira do foquismo, fora da linha partidária, rompem com o Partido. Na reunião sobre o acontecimento, Álvaro Cunhal defendeu que os futuros operacionais das "ações especiais" deveriam cursar na União Soviética em vez de Cuba. Em 1967, quando Narciso volta da União Soviética, tem a incumbência de reestruturar as "ações especiais" com Ângelo Veloso. Em 1970, as "ações especiais" reuniram aproximadamente 42 operativos, estando relativamente estáveis, aptas para executar as ações já planeadas e com um paiol seguro. Num contexto de radicalização da sociedade portuguesa, Raimundo Narciso passa a dirigir a ARA com Jaime Serra e Francisco Miguel. As "ações especiais" passaram a apresentar-se como Ação Revolucionária Armada a partir da reunião de rescaldo ao ataque ao navio Cunene, a 26 de outubro de 1970. A 20 de novembro, detonam três bombas, cada uma com um valor simbólico, representando as frentes de combate político: a luta contra a repressão, contra a guerra colonial, e contra o imperialismo. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) — antecessora da Direção-Geral de Segurança (DGS) — só descobriu que a ARA era uma organização ligada ao PCP na sabotagem da base aérea de Tancos, com o nome de código, Operação "Águia Real", devido à complexidade envolvida e ao tamanho do feito, que resultou na destruição de 28 aeronaves, 13 delas irrecuperavelmente. A 3 de junho de 1971, há uma sabotagem da central de telecomunicações nacionais e internacionais durante a conferência ministerial da NATO, que causou "grande embaraço" ao regime, sendo esta noticiada mundialmente. A 2 de outubro, a ARA executa uma missão para desviar material explosivo no assalto ao paiol da pedreira. A 27 de outubro, dois dias antes da inauguração do Quartel do Comiberlant, às duas da manhã, uma bomba explodiu, que causou uma gigante destruição no Quartel, tanto no interior como no exterior. Em janeiro de 1972, a ARA realiza uma ação de destruição de material de guerra sofisticado e novo, vindo de França, que seguia para a guerra colonial no navio Muxima, e em julho há uma tentativa malsucedida de sabotar um navio. A 9 de agosto, no dia de tomada de posse de Américo Tomás, a ARA realiza uma última ação, que constituiu no corte de energia no país inteiro com ações de sabotagem. Após um ano sem ações, e com a conciliação entre a oposição e o PCP, a ARA é suspensa em maio de 1973. Esta sofrera duros golpes anteriormente, com a prisão de vários operacionais importantes. Ela continuou clandestina até à revolução de 25 de abril de 1974, sendo só dissolvida com a queda do regime ditatorial do Estado Novo. (pt)
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  • Newspaper O Século, Two violent explosions shook the buildings of 24 de Julho Avenue. (en)
  • Carlos Brito on Gabriel Pedro, 2010 (en)
  • Personal greetings from the Secretary General of the Portuguese Communist Party, Álvaro Cunhal. (en)
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  • "As a result of this action the ship CUNENE [capital letters in the original], of 16,000 tons used to feed the colonial war, was flooded and immobilized in the Alcântara dock, in Lisbon, with a big hole. The Central Command of the ARMED REVOLUTIONARY ACTION [capital letters in the original] declares that by attacking the war machine that feeds the colonial war we are not against the honorable soldiers, sergeants and officers forced to wage a war they hate. Rather, we are against the continuation of this criminal war of colonial oppression that has become a scourge for the peoples of Angola, Guinea and Mozambique and a cancer that corrodes the nation, that burns life and property of the Portuguese people to serve the interests of a handful of stateless monopolists. We stand in solidarity with the just liberating struggle of the colonial peoples" (en)
  • The defense of your organization; the just evaluation of the political conjuncture and of the effect of each action to be undertaken; the effort to be efficient, always taking into account the actual strength at one's disposal and the enemy's strength and devices; initiative and audacity, not to be confused in any way with impatience and rashness; the effort to make the most of surprise and to best pick off the enemy where he may be unprepared; careful work to achieve the objectives without leaving a trace, nor a clue – such seem to us to be some of the essential norms for the continuity and progress of your action. (en)
  • The Secretary General had in that meeting a great ally, the legendary Gabriel Pedro, very dear to the organization, who by then already knew that he would come to Portugal to participate in an ARA attack and therefore could assure with full conviction that the Party did not reject and was even preparing to carry out armed actions. Gabriel Pedro was then already very weak. During the three days that the Assembly lasted he had to leave from time to time to rest. When he was absent, Cunhal took advantage of the intervals to visit him. In one of them he invited me to accompany him. I hardly knew Gabriel Pedro and on seeing him prostrate I was appalled. I knew, due to my responsibilities in the interior, that he was the one who was going to enter the country to take part in a certain task of great risk. So I asked: 'But do you think, Álvaro, that he is in a physical condition to go to the interior to take part in such a task? It is a task to be carried out on the Tagus, and he says that no one knows the Tagus like he does. It is the prospect of this task that gives him life'. (en)
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  • A Ação Revolucionária Armada (ARA) foi o braço armado do Partido Comunista Português (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do Estado Novo então liderada por Marcello Caetano. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário. (pt)
  • A Ação Revolucionária Armada (ARA) foi o braço armado do Partido Comunista Português (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do Estado Novo então liderada por Marcello Caetano. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário. (pt)
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