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"Sou reaccionário. A minha reacção é contra tudo o que não presta." Nelson Rodrigues

sexta-feira, dezembro 20, 2013

Da parlapatice

Vasco Pulido Valente,Público 20/12/2013

Sem barulho

"A esquerda “sem filiação” devia arranjar outra maneira de se entreter.O dr. Manuel Carvalho da Silva, depois de ter garantido na Rádio Renascença que não tencionava fundar um novo movimento político, assinou um papel em que se comprometia a fundar um “amplo” movimento político que apoiasse uma candidatura ao Parlamento Europeu.
O dr. Carvalho da Silva não é evidentemente obrigado a pensar hoje o que pensou ontem; e de toda a evidência nada lhe garantia ser o n.º 1 de uma lista eventual do “Partido Livre”. Apareceu, assim, um manifesto, o “manifesto 3 D”, que oferece uma espécie de paraíso aos portugueses, desde “erradicar a pobreza” a “pôr fim aos resgates, com esse ou outro nome”. Não falta nesse caderno de encargos nada que um adolescente analfabeto não pudesse querer, excepto a ideia um pouco obsoleta de ressuscitar os mortos.

Os 3 D do Partido Socialista em 1974 eram “descolonizar, democratizar e desenvolver”. Os 3 D de hoje são “a dignidade, a democracia e o desenvolvimento”. Aparentemente, 40 anos não chegaram para o trivial, apesar dos fundos da “Europa” e muita parlapatice. Como os promotores do “movimento” dizem, e dizem bem, “é tempo” de tratar seriamente do caso. Infelizmente, a grande maioria desses promotores já tentou e já falhou na missão urgente de salvar a Pátria. Vieram do PC, do Bloco, do PS, do vaporoso “Partido Livre”, mesmo do lúgubre PRD do general Eanes. Ou seja, arrastam atrás de si uma carreira de tristeza e fracasso, de inutilidade e arrependimento. Muitos estão, de resto, reformados e não se deviam meter em aventuras liceais, deviam ficar em casa a beber chá e a ler os livros que não leram.

O actual modo de vida dos “promotores” também não inspira uma especial confiança. Há dúzias de professores de Lisboa e de Coimbra, artistas de vária pena e pinta, um doutorando em “estudos de cinema” e um humorista. Mas ninguém, ou quase ninguém, ligado a uma empresa, ou a uma câmara, ou a qualquer serviço da administração central. O “programa” do “manifesto” mostra esta ignorância essencial. Parece que os “promotores” imaginam que a sua vontade só por si, reunida, por exemplo, num hotel ou no Teatro Trindade, basta para mudar o mundo e o país. Não basta, como é óbvio. Bastará talvez para eleger Manuel Carvalho da Silva (ou um anónimo solitário) deputado ao Parlamento Europeu, onde o mandarão calar como ele merece. A esquerda “sem filiação” devia arranjar outra maneira de se entreter. Sem barulho."

publicada por MacGuffin aka Carlos do Carmo Carapinha às 14:510 Comentários

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Agora munido de um doutoramento

Vasco Pulido Valente,Público 15/12/2013
Como a esquerda se entretém
"A esquerda portuguesa é de facto extraordinária. Quando se provou que os partidos da esquerda se tinham metido num beco sem saída, a primeira ideia que veio à cabecinha das notabilidades da seita foi fabricar mais partidos, sempre à procura da mítica “unidade”, que por toda a parte desapareceu logo na sua auspiciosa criação. Excepto sob a autoridade da URSS, primeiro em Moscovo e a seguir no Comintern e no Cominform, a história do socialismo nunca passou de uma série de querelas, de cisões, de purgas, de assassinatos cometidos com suma piedade e zelo. Mas, pelos vistos, continua em Portugal, no ano de 2013, a mesma ambição de juntar os “verdadeiros” camaradas numa casa comum que domine a política nacional e acabe de uma vez com as terríveis desordens do capitalismo.

O Bloco de Esquerda, hoje defunto, começou com essas fantasias. Claro que o BE não tinha nada de esquerda: nem “massas” que o seguissem, nem um programa para a reforma do país, nem sequer uma estratégia: tinha só as famosíssimas “rupturas”. Mas protegido por alguns génios, que pretendiam enfraquecer o PC, teve até certa altura muito tempo de televisão. E apareceram de repente Miguel Portas, Francisco Louçã, Ana Drago e outros, com um arzinho de universitários sabichões, que atraíram em pouco tempo uma pequena parte da populaça. Eles diziam que eram “modernos” e a populaça julgava que a “modernidade” a esperava. Este equívoco durou quase 20 anos, enquanto a impotência do Bloco se não tornou evidente e Sócrates não se apropriou das “rupturas”. Sob vários pretextos, muitos ratos fugiram imediatamente do barco e ainda não deixaram de fugir.

Com o PC feliz no seu velho ghetto e o PS numa perpétua trapalhada, um antigo BE resolveu arranjar um “partido”, deliberadamente sem doutrina e disciplina, em que as prima-donas da esquerda pudessem falar à sua vontade e ser ouvidas, sem perturbação, por meia dúzia de gatos-pingados. Nada sairá deste concurso de asneiras, mas não interessa. A patetice pública alivia a alma. E estávamos nisto, quando Manuel Carvalho da Silva, agora munido de um doutoramento, tomou a estranha decisão de inaugurar um “movimento”, com o objectivo (adivinhem) de finalmente promover a “unidade” da esquerda. O “movimento” recebe quem lhe bater à porta: católicos, o BE, o “Partido Livre” e mesmo uns tantos comunistas na disponibilidade. É uma sopa turva de que inevitavelmente vai saltar uma dezena mais de partidos com a pedra filosofal no bolso. Deus nos dê muita paciência."

PS: Carvalho da Silva veio, entretanto, dizer que era falsa, a notícia doPúblico. OPúblico errou? Parece que sim.

publicada por MacGuffin aka Carlos do Carmo Carapinha às 16:460 Comentários

"What have you there?" asked one of the men.
"Oh, that's aMacGuffin," replied his companion.
"What's aMacGuffin?".
"It's a device for trapping lions in the Scottish Highlands."
"But there aren't any lions in the Scottish Highlands!"
"Well, then, I guess that's noMacGuffin!"



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